Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - Diabruras em Culto a Dionísio - Introdução

A Profanação do Sagrado



Ilustração por James Wolf Strehle.
O Templo Sagrado de Dionísio no
Baronato de Lacquoa (Cardial), e que
dias antes da tradicional festa em
homenagem a divindade fora profanado.
Por volta do ano de 2033 um fato extraordinário e de mau agouro aconteceu no feudo do Barão Mariuns Lacquoa, algo que surpreendeu a todos os habitantes que povoavam a região conhecida como as Serras Helênicas que margeiam o Lago Alfir: O Baronato de Lacquoa estava às vésperas de celebrar mais uma Dionísa - festa anual em homenagem a Dionísio, uma das divindades patronas do lugar -, quando pelo início da manhã antes dos asseclas do Deus retomarem os trabalhos de preparação dos locais onde os sagrados ritos ocorreriam, eles se depararam com as oito sacerdotisas correndo completamente despidas pelas ruas, becos, vielas, pastos, jardins e escadarias da região. O que causou mais alvoroço e temor entre a população foi o fato de tomarem conhecimento de que as virgens consagradas à divindade – ainda no início de seu afloramento -, haviam sido molestadas dentro do Templo Sagrado, e, como senão bastassem, elas estavam sob o efeito de algum encantamento, pois, cantarolavam canções desarmônicas, gargalhavam histericamente, gemiam como se estivessem em êxtase pleno, e quando apanhadas para serem indagadas do ocorrido ficavam emudecidas e com o olhar perdido. Ao averiguarem o Templo Sagrado de Dionísio os devotos perceberam algo ainda mais aterrador ao perscrutarem o local em busca de vestígios que pudessem denunciar os autores daquele infortúnio: A Libido de Ninfa - um dos principais componentes usado na preparação da sagrada bebida deste festejo, a Hermadiônica -, foi usurpada do santuário durante a invasão.


Ilustração por Miguel Coimbra.
Barão Mariuns Lacquoa do baronato
de Lacquoa no reino de Cardiel,
principal interessado na resolução
do crime cometido contra a divindade,
pois, teme pela vida de todos cidadãos
da região, inclusive a sua própria.
A população do Baronato de Lacquoa ficou estremecida com todos esses acontecimentos, pois, acreditavam que quando a divindade chegasse ao local e tomasse ciência do que havia ocorrido às suas sacerdotisas, e, sobretudo, de que não haveria Hermadiônica para ser servida em libação a Ele e a seus convidados, uma maldição poderia ser lançada sobre o povo de Lacquoa, ou mesmo, a perda da benção de seu patronato.

O Barão Mariuns Lacquoa quando soube do ocorrido associou o crime aos cristãos do Ducado de Hadaton, sobretudo, ao Duque Anthemius Crivelli e ao Arcebispo John Menelau. Para tanto, ordenou imediatamente a população que identificassem todos os estrangeiros e os entregassem as autoridades para investigação, principalmente, os cristãos e os desafetos da deidade. Quanto a essa ordem do Barão, a população rapidamente se mobilizou, e antes do término do dia, entregaram um grupo de 20 integrantes, dentre eles, 15 Humanos e 5 Não Humanos, as mãos de Sir Ominis Azzira – Primeiro Cavaleiro do Baronato de Lacquoa.

Sir Ominis interrogou os estrangeiros, contudo, todos alegaram desconhecer o ocorrido e serem inocentes quanto ao crime do qual eram acusados. Insatisfeito com o resultado, Ele os manteve encarcerados até a segunda ordem para que repensassem seus feitos e colaborassem com as investigações, ou do contrário, pela manhã seriam conduzidos até a Alcova de Andrômeda – Uma cela encrustada nos rochedos situados do outro lado das montanhas a beira-mar, onde geralmente os condenados morrem afogados com a enchente da maré, ou devorados pelas traiçoeiras serpentes marinhas.

Uma delegação sagrada a um Deus da Exceção.


Ilustração por Paul Abrams.
Sir Ominis Azzira, o Primeiro Cavaleiro
do Baronato de Lacquoa, encarregado
pelo Barão Mariuns de conduzir a
missão junto com os suspeitos pela
profanação ao santuário da divindade.
Antes do raiar do dia o Barão Mariuns e Sir Ominis estavam diante dos prisioneiros, acompanhados de uma comitiva que esteve de prontidão ao longo da noite de forma que os cativos não tentassem fugir. Na ocasião, eles propuseram ao grupo que escolhessem dentre eles cinco que poderiam lhes representar em uma “missão de redenção”, enquanto que os demais seriam conduzidos para a Alcova de Andrômeda. Os prisioneiros ficaram agitados, pois muitos que ali estavam não se conheciam ao ponto de entregar as suas vidas nas mãos de estranhos. Contudo, dentre eles já havia um grupo formado de aventureiros com cinco membros que se denominavam Os Cymamiras. Independente disso, esse mesmo grupo teve que ser desfeito parcialmente, pois, mais gente tinha interesse em sair dali e lutar pela sua vida (e daqueles que ainda ficariam encarcerados) até a concretização da missão.

Em um local mais reservado, o Barão Mariuns acompanhado somente de Sir Ominis falou aos cinco:

“O que estamos a viver aqui é uma situação muito delicada, senhores, e, infelizmente, a população de Lacquoa esta bastante abalada com os últimos eventos ao ponto de termos registrado três suicídios somente no dia de ontem. A maioria já se indispõe contra mim por tê-los mantidos encarcerados em vez de tê-los sacrificados em honra ao Deus, ou mesmo fazer o que deveria ser feito, que era coloca-los em missão. No entanto, não queria ser precipitado em meu julgo e faltar com bom senso. Preciso que juntamente com Sir Ominis Azzira - alguém da minha mais alta confiança -, e o ex-sacerdote do Templo de Dionísio, Meneféis, cumpram até o anoitecer do próximo dia as tarefas que lhes serão informadas para assim apaziguarmos os ânimos dos cidadãos de Lacquoa – Isto é o máximo de tempo que posso conseguir junto as lideranças populares antes que estoure uma rebelião. A propósito, sou um homem que cumpro a minha palavra, e, sendo assim, além de libertar vocês e os seus amigos, também os agraciarei com uma boa recompensa.”

Após as palavras do Barão que teve de se retirar para fazer um discurso em praça publica para a população, o cavaleiro Ominis entregou aos cinco escolhidos os seus pertences pessoais necessários à realização das tarefas que integravam a missão como um todo, e explanou detalhadamente a eles em que as mesmas consistiriam:


Primeira Missão: Busca por uma ovelha desgarrada.

“Uma das peças fundamentais para o êxito da missão consiste em encontrarmos e convencer o afastado sacerdote Meneféis em nos ajudar. Bom, ele era o único homem que podia adentrar o Templo de Dionísio e realizar os rituais, além das sacerdotisas – cujas quais acreditamos que Ele também se aproveitava após os cortejos divinais -, contudo, a cerca de dois anos, o intrépido Deus o amaldiçoou com uma forma feminizada durante uma Dionísa, e, como senão bastasse o humilhante fardo, a divindade tentou possuí-lo... Meneféis. o negou e se refugiou no alto de uma das montanhas que nos cerca, e lá vive solitariamente pastoreando merinos negros desde então.”


Segunda Missão: Mais a Libido de Ninfa para a confecção de Hermadiônica.

“Deveremos buscar por mais a Libido de Ninfa no Bosque de Telon que fica do outro lado do Lago Alfir. Contudo, para fazê-lo levaremos oferendas a Deusa Artêmis, A Caçadora. Embora ela seja uma figura arredia e desafeta das celebrações em homenagem a seu irmão, com as palavras e os presentes certos ela nos fornecerá aquilo que necessitamos. A propósito, dentre nós, somente os mais belos adentraram o bosque, pois as ninfas costumam se sentirem ofendidas com a presença de seres desprovidos de beleza, o que faz com que elas fiquem agitadas e se indisponham contra nós – e isso pode ser uma fatalidade.”


Terceira Missão: Capturar o responsável pela Profanação.


“Teremos que trazer nessa bandeja de prata impecavelmente ornamentada a cabeça do profanador, cujo como segunda opção, nós acreditamos ser Olerário - um sátiro que habita as marginais do Bosque de Telon -, pois, no ano passado o mesmo havia prometido se vingar de Dionísio por ter cortejado uma de suas amantes, Cibellis, a Centaura.”