Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tradução do Pai Nosso

Certa ocasião fuçando algumas curiosidades dispostas na internet, em específico no blog na coluna de Marcelo Del Debbio no Sedentário & Hiperativo (http://www.sedentario.org/), Eu encontrei o que seria a tradução mais correta do aramaico antigo para a oração do Pai Nosso. Certa ou não, o fato é que algumas de suas palavras e expressões são interessantes e digna atenção, pois, não tenho dúvidas de que até hoje a interpretação errada de alguns trechos das escrituras compelem massas inteiras a viverem a vida de uma maneira medíocre e sem brio.

Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!

Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.

Ajude-nos a seguir nosso caminho Respirando apenas o sentimento que emana de Você.

Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.

Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda a Luz, assim como em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.

Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.

Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda, E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.

Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento de que Você é o Poder e a Glória do mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.

Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.

Assim seja.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cintilar de Devaneios - Ceifas de Trigo


Há cerca de algumas semanas atrás, como de costume, Eu estava assistindo ao jornal Bom Dia Brasil enquanto tomava meu café da manhã, quando foram lançadas uma seqüência de imagens cine grafadas onde mostravam a distribuição ineficiente e insuficiente de alimentos aos sobreviventes do terremoto que desestruturou o Haiti.

Segue meu sentimento face ao evento.

Alguns pães sobre a mesa vazia, contudo,
Longe dali um furor de milhões em destaque.

Um homem e alguns pães postos à mesa,
Ele esta a cear, só e sem apetite, no entanto,
Não muito distante, uma nação inteira assolada por uma catástrofe natural,
Em desgraça, faminta, sem horizonte, desolados, e na iminência de um colapso,
Afrontam-se ferrenhamente por cada cesta de comida distribuída.

Um homem assiste ao telejornal diante de uma farta refeição matinal,
Há tanto sentimento contido em seu peito...
Que uma lágrima desce a sua face sem que ao menos possa detê-la.
Não!
Por sua criação, Não!
Por suas experiências, Não!
Por quem lhe deu de comer e beber, Não!
Por tudo que lhe é mais sagrado, Não!
Ele não a deteria mesmo que pudesse, pois, não tem a frieza das rochas,
Não tem a apatia em demasia para negligenciar a idéia de que alguém como Ele,
Próximo, encontra-se em situação tão absurda.

Um homem confortavelmente assentado à mesa,
Frente a um banquete de monge – com alguns pães e um copo de leite -,
Tenta degustar seu café da manhã, no entanto, inquieto pelo que assiste a TV;
Atormentado por sua condição, engole em seco, sem sabor, e com dificuldade...
Sente como se a cada movimento de sua garganta uma navalha enferrujada lhe cerrasse o fino tecido de carne.
Tem necessidade de esmurrar, descarregar a dor contida pela incapacidade de fazer algo, e por sentir que em poucas horas aqueles mesmos pães serão lançados no lixo...