Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos:As cicatrizes de uma batalha irreal.

Após o confronto com o último inimigo, somente lhe restou a certeza de que não houveram cicatrizes suficientes para dignificar tal vitória.


Marduk Snowfinger, o guerreiro bárbaro, sentiu na boca o gosto agridoce de seu sangue, pressentiu o inevitável fim diante do poder de um inimigo a sua altura, e, por muito pouco, não lhe foi concebida a graça de morrer digno dos salões de Valhalla.


Saldemos a eles, os nossos irmãos que trazem boa reputação a nossa casa!

Ilustração por Nebezial.
Marduk Snowfinger, o bárbaro oriundo
das Cordilheiras dos Picos Nevados,
cujo retorno de Zarak a guilda de
mercenários combatentes de Arvey,
após a conclusão de sua missão lhe
rendeu alguma reputação e honrarias
por parte de todos os seus irmãos
de armas.
O bárbaro, oriundo dos Picos Nevados, chegou a guilda munido de todas as honrarias possíveis por completar a missão que lhe fora confiado por Luca Benedino, na companhia de Worean e Adian, e, isso encheu o coração do gigante de orgulho e grande conforto ao seu ego, principalmente, em relação aos últimos dias atrás, quando em viagem de retorno a Arvey, onde por inúmeras vez se pegou queixando-se de não ter tido ao menos a possibilidade de destroçar com o seu machado de duas mãos o miserável inimigo, Qualbaesh StinkDog. Cansado, sobre o peso da viagem de retorno e também pela sua mais destrutiva batalha, que embora tenha terminado ainda sobre as montanhas, a mesma lhe rendeu lampejos de memória sobre a peleja, bem avivadas em sua mente, por meio de uma mescla de imagens confusas e surreais sobre uma monstruosa criatura que personificava a imagem do grande Fenrir, uma besta, que ouvira quando ainda era pequeno por meio das eddas narradas pelos mais antigos de seu clã. O fato é que, tais figuras distorcidas surgidas daquela época povoaram a mente do guerreiro de tal maneira, que até esse momento, ele não conseguiu discernir se aquilo foi real ou somente um fatídico sonho que se alojara em sua cabeça para persuadi-lo de medos. Enfim, novamente na guilda e na companhia dos seus, as atribulação de seu pensamento amenizaram, com somente alguns resquícios que volta e meia lhe tiravam o sono (sem frequência).

Quando os heróis chegaram ao forte da guilda, eles foram saudados pelos seus irmãos de armas com uma calorosa manifestação de boas vindas, uma felicitação ainda mais receptiva seguiu por parte do Grão Mestre Luca Benedino e do Segundo Conselheiro, Sebastian Cellus. O pobre gigante se sentiu honrado pelas belas palavras proferidas dos renomados heróis combatentes que lideravam aquela confraria. 


Dias de perseverança e de blindagem do espírito aguerrido.

Após algumas semanas, onde já havia esfriados os comentários sobre o êxito da missão completada por Marduk e Worean, tudo voltou ao normal. Ao bárbaro e ao espadachim, foram-lhes dispostas tarefas diárias que consistiam na manutenção da guilda, atividades que diferente de um furioso combate eram por si só cada dia mais pesadas, pois, elas eram complementas com a rotina dos treinamentos que se intensificavam, sobretudo, em cima de habilidades as quais lhe faltou intimidade. Marduk tinha consciência de sua fragilidade, e se não fosse pelo intermédio dos deuses, ele não retornaria com vida a esta casa, e as poucas cicatrizes deste evento espalhadas em seu corpo lhe servem para lembrar as suas deficiências.

Junto com Sebastian Cellus, o bárbaro tentou remediar as dificuldades passadas com exaustivo  treinamento, onde o Mestre de Armas e o Grão Mestre, em atenção a ele, traçaram uma estratégia de treinos em várias de suas habilidades já sabidas e a serem aprendidas também. Sendo assim, ao impetuoso nórdico lhe foram passados exercícios que consistiam em toma-lo ainda mais resistente a dano: Os seus companheiros investiam insistentemente contra o seu dorso, de forma que ele não pudesse demonstrar nenhum tipo de dor, para muitos alheios, este seria um treinamento desumano, entretanto, para outros, aqueles que verdadeiramente facearam a morte, este era o necessário para fazer de Marduk, um grande guerreiro. Além da tolerância a dor, também vieram as atividades para melhorar o seu desgaste físico, por meio do controle sobre a fadiga, e, para isso, todos os dias, ele corria as voltas do forte seguindo até a cidade e voltava, além de nadar no rio que margeava a guilda, uma tarefa difícil quando consistia em carregar o seu corpo tão pesado. Sua resistência melhorou gradativamente dentro daquilo que ele e os seus mestres almejavam, porém, a sua agilidade ainda carecia de uma melhoria também. Quanto a esta última atribuição, o gigante nada poderia dizer em relação, pois, ele ganhou massa muscular, logo, por vez, também aumentou o medo que algumas pessoas nutriam por ele. 

Ilustração por John Staub.
Marduk foi recrutado pelo anão Woody
Gwildown, Senhor da Forja, para auxilia-lo
nas tarefas da forjaria, e com isso, estreitou
os laços com o zeloso e talentoso artesão,
o que lhe rendeu algum aprendizado.
Os dias de Marduk na guilda eram divididos entre os árduos treinos e as tarefas do cotidiano. Luca Benadino atendendo a uma solicitação de Woody Gwildown, o anão mestre armeiro que cuidava zelosamente da forja e das armas, pediu que lhe fosse designado um ajudante para auxilia-lo nas atividades da forjaria, e o Grão Mestre escalou Marduk para este serviço junto ao renomado ferreiro artesão. Então, esse passou a ser o principal oficio do mercenário junto a guilda, algo do qual ele até gostava fazer, que era ajudar o pequeno Gwildown, pois, assim, o nórdico tinha a oportunidade de testar todas as armas antes de dispô-la aos demais, e o aço incandescente chamava a atenção do guerreiro que não escondia o sorriso de um menino quando assistia o talentoso anão executando a sua primorosa arte: que incidia em derramar sobre as formicas aquilo que viria se tornar uma arma, e ainda quente, martelava insistentemente aquela matéria bruta contra o aço de uma bigorna fria, provendo-lhe forma, para tão logo, mergulha-la em um balde de água gelada, para assim finaliza-la em uma ceifadora de vidas e conquista de glórias!

O estágio junto ao ferreiro permitiu a Marduk aprender um pouco sobre o conserto de algumas armas ou mesmo sobre a melhor técnica em afiação para a lâmina de seu poderoso e encantado Machado de Duas Mçãos, cujo recebeu um nome quando foi melhorado pelos Anões de Zarak, um nome de arma veio a calhar “Fúria Impiedosa”.

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Marina "Blackheart" Casneffous.

A foragida ascendente discípula da Senhora do Imersível Atroz.

Uma falta de fibra imaginar que você não conseguirá alcançar o nível de seus mestres. Os Mestres são homens. Você também! Se acha que será inferior ao fazer algo com rapidez então você estará no caminho de ser realmente inferior! Lembre-se garota, primeiro o propósito, depois a iluminação.

- Yrvy Casneffous, a arcana para Marina sua aprendiza.


Marina é uma jovem dona de uma aptidão mágica formidável, cuja própria dádiva interessa a muitos arcanos, porém, além disto, ela encanta pelo seu aspecto físico, e também, por deter uma sensibilidade inata para se aproximar e compreender os outros, ainda que estes indivíduos lhe sejam totalmente alheios ao seu convívio. Hoje ela é uma aluna renegada de uma grande maga, que segue em aventura buscando tesouros atemporais, denominados Conhecimento, e, glória.


Ilustração por Seok Chan Yoo.
Marina Blackheart, aprendiz arcana, e
foragida da casa de sua mestra, a lady Irvy
Canesffous. Uma fuga motivada por uma
relação que se  tornou conturbada entre as
duas e a necessidade da jovem por
libertar-se em uma busca pessoal por
identidade própria.
Raça: Humana.
Natural de: Províncias de Nova Jerusalém no Reino de Mégalos (Continente de Ytarria).
Nascido sobre o signo de: Capricórnio.
Ofício: Arcana
Idade Aparente / Idade Real: 23 / 25 anos
Altura / Peso: 1,67 m / 54 kg.
Olhos: Azuis escuros, sempre perscrutadores.
Cor da Pele: Branca alva.
Cor dos Cabelos: Possui uma tonalidade entre o anil e o violeta (levemente roxo), longos e lisos,
Outros traços fisionômicos: Possui um corpo escultural curvilíneo, uma jovem no auge de seu esplendor físico gozado com boa saúde.
Comportamento e Trejeitos: Curiosa, seus olhos denotam essa característica pela perspicaz como rapidamente tende a examinar qualquer lugar ou pessoa que esteja a sua volta; busca sempre apresentar razões para aquilo que faz; não gosta muito de ter suas razões questionadas; geralmente ela buscará qualquer argumento para convencer quem quer esteja lhe questionando, transparecendo o seu gênio teimoso; Possui grande foco em seu trabalho, tanto tal envolvimento, as vezes a faz parecer uma completa distraída em relação as outras coisas ou pessoas que estejam a sua volta; possui um senso de humor leve e inteligente; quando não esta trabalhando, gosta muito de compartilhar historias e conversar; tem um senso apurado a moda, e gosta de se vestir bem; usa sempre uma manta de seda fina bem parecida com de sua mestra Irvy; porta-se sempre com imponência e elegância, uma característica peculiar ao de sua tutora, uma semelhança da qual Marina demonstra desafeto e se sente ofendida quando alguém ousa compara-las (Na verdade, a aluna admira a sua mestra, porem, isto é algo que ela difícil admitira em publico!); gosta de se adornar com joias de quase todos os tipos e usar tiaras; e, por fim, costuma iniciar seus encontros sociais marcando uma presença forte, no quesito trajes e palavras cuidadosamente escolhidas para cada ocasião e pessoas, pois, acredita que a fator presença é algo essencial para se ganhar corações, sobretudo, daqueles a quem requererá cooperação para o seu êxito pessoal.


HISTÓRIA DA PERSONAGEM

O encanto do conhecimento seria diminuto se, para atingi-lo não houvesse tanto pudor a vencer. 

- Marina a aprendiz para seu amigo Delvin.

Os primeiros anos de vida de Marina Blackheart são desconhecidos, portanto, esta primeira parte se refere a uma passagem da história de sua família que a mesma ainda desconhece, porém, será exposta somente para fins de uma possível abordagem no futuro.


Origens desconhecidas de um lar nunca mencionado.

Ilustração por Jay Scott Pike.
Mary Wulfboaald, mãe genitora de Marina.
Uma mulher entregue ainda jovem pela
família a sorte de um meretrício, no qual
algum tempo trabalhou como cortesã sobre
a alcunha de Avelã, e, que cansada deste
martírio, reconstruiu a sua vida em outro
reino e ao lado de um bem reputado
mercador de bebidas,
O pai biológico de Marina se chamava Hork Wulfbaald, também conhecido entre os companheiros pela alcunha de “Sorte Que Te Quero”, um homem oriundo do ocidente do Reino de Mégalos, que conduzia a vida com o oficio de mercador de bebidas, e que possuía um vicio desmedido em jogos de azar, cuja sorte não lhe sorria com a mesma frequência e entusiasmo que tinha em testa-la, pois, comumente perdia parte de seus recursos em tentas que fazia em tavernas, ou outros locais onde era comum os círculos de jogos. Por sua vez, a mãe genitora se chamava Mary "Avelã", uma mulher dona de uma beleza fenomenal, que se tornara uma prostituta ainda muito jovem por necessidades familiares (não mais que, uma moeda de troca para saldar dívidas), e que desgostosa com o fatídico oficio que levava em um meretrício desafortunado no Reino de Caithness, fugiu de seu senhorio, a fim de recomeçar uma nova vida em um lugar ao qual dificilmente seria reconhecida, ou seja, do outro lado da fronteira e em outro reino que pelo menos falasse o anglo (Mégalos). Mary restabeleceu sua nova vida ao chegar nas fazendas do Ducado de Nova Jerusalém (Mégalos), e, não precisou se esforçar muito para encontrar alguém que pudesse facilmente seduzir e recomeçar, e foi assim, que ela escolheu o famigerado mercador de bebidas Hork, o Sorte Que Te Quero, com quem se casou.

O casamento entre o mercador de bebidas e a ex-meretriz gerou além de oito filhos saudáveis - dentre eles a caçula Marina -, a expansão dos negócios da família, pois, o intermédio de sua nova esposa, Mary, foi fundamental. Ela demonstrou um talento inato para negociar as bebidas e os produtos produzidos nas fazendas de Hork em especial nos mercados e tavernas próximas da cidade. Porém, o marido muito satisfeito com a atuação comprometida da esposa nas negociações, desconhecia que tamanho sucesso era advindo da infidelidade da mesma, onde ela trocava a gentileza das compras por prazeres carnais, algo o qual a Senhora Wulfbaald detinha a experiência e a prática de persuadir a todos os compradores dos estoque de bebidas e outros produtos mais derivados das propriedades da Família Wulfbaald. Enfim, o fato é que Hork sentia ciúmes da mulher, porém , preferia antes de qualquer coisa, ocupar-se com os seus jogos de azar.

A Família Wulfbaald pôde ao longo de bastante tempo criar a grande maioria dos seus filhos gozando de uma confortável vida, onde nada lhes faltava, apesar dos infortúnios gerados pelo vicio do patriarca. Em suas extensas terras fazendárias, os Wulfbaald criavam uma grande quantidade de gado em vastos campos de pastagem, cujo comercializavam a carne, o leite e outros derivados; além de plantarem e venderem trigo. Porém, os pais de Marina eram problemáticos, e discursões incorriam com relevante frequência,

Ilustração por Christina Zakhozhay.
Hork Wulfbaald “Sorte Que Te Quero”,
pai de Marina, um popular e bem reputado
mercador de bebidas do ocidente de Mégalos,
que viu a sua sorte nos negócios mudar
favoravelmente ao se casar com a bela e
Mary, porém, a sorte que tanto lhe faltava
na sua vida  medíocre as voltas das mesas
de jogos de azar não tardou em recair
fatalmente sobre o resto de sua vida. 
A ruína da Família Wulfbaald veio quando certa noite, Hork descobriu que sua esposa o traia, em sua própria casa e sobre o leito matrimonial com o seu vizinho, um jovem criador de cavalos dono de um modesto haras. O patriarca prometeu mata-lo, mas, antes que ele levasse a cabo tal promessa, a traidora e o seu consorte fugiram. Os dois profanadores do lar se evadiram como se de alguma forma já estivessem a esperar por aquele momento. 

Absorto por um sentimento conflituoso de desilusão, autodestruição, confusão e fúria, Hork Wulfbaald, meses depois do funesto flagra da traição de sua amada esposa, decidiu - estando completamente embriagado e distante de qualquer um que pudesse lhe assistir com bom senso -, em aceitar o convite de uma alta aposta, na qual ele dispunha todos os seus recursos contra o patrimônio do Baronete Jammes Casneffous, que outrora demonstrou demasiado interesse em adquirir as propriedades e os negócios da Família Wulfbaald. O baronete o assediava constantemente na tentativa de persuadi-lo a participar de uma mesa de carteado sabendo de sua enfermidade em relação a jogos de azar. Quando o mercador surgiu a porta de Jammes encoberto de dividas, na miséria e disposto a aceitar o tentador convite, o nobre não pensou duas vezes, em aceitar, e, para tanto, brindaram a ocasião com o melhor vinho da casa. E, foi assim que, o senhor Wulfbaald foi ludibriado com doses e mais doses de uma bebida que o fez perder a completa lucidez e a noção sobre o que estava em jogo, algo que lhe custou muito caro: todo o seu patrimônio erguido ao longo de anos e que um dia seria herdado aos seus filhos e netos.

Um dos criados do baronete conduziu Hork até em casa e o largou aos pés da pequena escada que levava a porta de entrada de seu modesto palacete, somente para que o patriarca tivesse o dessabor de passar uma ultima noite debaixo do teto daquilo que um dia lhe pertenceu, além de ter que confessar aos seus filhos que ainda moravam com ele e aos seus criados mais íntimos a grande estupidez que havia feito. Porém, o Sr. Wulfbaald não teve a coragem de olhar nos olhos e contar aos seus filhos o que havia se sucedido horas atrás, e, quanto a isso, antes mesmo de amanhecer o dia, ele havia se suicidado. Pela manhã, a trágica surpresa chocou a população do ducado como um todo, sobretudo, ao saber da morte por enforcamento do distinto mercador, e o requerimento das terras da família de maneira intolerante, e o despejar destas de todos aqueles que se opusessem a vontade do novo senhorio, Casneffous.

Marina nasceu em dezembro de 2.086 d.C, e tinha por volta dos seus quatro anos de idade quando foi tomada para ser criada por Sir Jammes Casneffous. Os demais irmãos da caçula ou se casaram ou sumiram no mundo, contudo, alguns destes que se apartaram da família se tornaram soldados e morreram em guerras, assim como também houve aqueles que fatalmente adoeceram por enfermidades diversas. Dentre os oito irmãos, somente ela teria nascido com algum talento especial para manipular a magia – algo não percebido pelos pais -, e, sendo este o principal motivo pelo qual o baronete a acolheu como enteada. Sendo assim, ele pensou que criando e educando a criança poderia predestina lá a um futuro melhor, sobretudo, colocando-a em um colégio para aprendizes de magos, fazendo-a se torna uma maga plena, principalmente, visando ele mais prestigio entre os círculos arcanos. Outro ponto relevante nessa “boa ação” do nobre para com a jovem órfã foi dispor a ela o sobrenome da família Casneffous, de forma que reparasse a sua estima diante de todos e abafasse todo o incidente ao qual foi indiretamente condenado.


A magia se manifesta de maneira sedutora sobre a vida dos Casneffous.

Ilustração por Artastrophe.
Baronete Jammes Cannesfous, pai adotivo
de Marina, que a recolheu ainda criança das
garras do infortúnio ao qual o seu pai verdadeiro
havia lançado toda a Família Wulfbaald.
E, embora houvesse o interesse de sua
parte dele na criação dela, com o passar
do tempo e a convivência, ele acabou
estabelecendo com ela sinceros vínculos afetivos.
Foi em meadas do ano de 2.101 d.C, que o Baronete então conheceu uma maga de presença exuberante, cuja beleza era quase descomunal e se manifestava de todas as formas possíveis, desde a aparência física, como por meio dos trajes ricamente detalhados, adornos em pedras preciosas. a elegante postura e uma eloquente forma de dialogar capaz de magnetizar a todos. Ela era respeitada entre os círculos arcanos, o seu nome era Irvy. Não tardou para que o Baronete fizesse juras de amor, e, consequentemente, pedisse a bela maga em casamento, pois, a majestosa figura feminina aparentava exercer sobre ele certo domínio em relação aos seus sentimentos, pois, ainda que se visse encantado pela presença descomunal de sua consorte, ele sabia que por meio dela poderia ter um acesso mais breve aos círculos arcanos, e, assim, mais influencia sobre os mesmos. Em contrapartida, a fascinante Irvy, também desejava obter o titulo de lady para aumentar o seu status dentre a corte, e, assim agir diretamente sobre maior influencia entre a nobreza do Império Megalano. Portanto, o casamento era perfeito para ambos, e Marina entraria como uma peça harmônica para o interesse dos dois: a filha do casal com afinidade magica, uma vez que, nem Irvy e muito menos Sir Jammes poderiam conceber de modo natural uma criança. Enfim, para o nobre, esse contrato matrimonial poderia ser a prova de sua virilidade perante aos demais de seu circulo, enquanto que para Irvy seria honradez de ser mentora de uma criança dotada de grande poder, o que significaria demonstrar aos membros das cabalas, maturidade e prestigio.

Quando tinha os seus onze anos de idade, Marina ainda criança, viu a sua vida ser parcialmente abalada com a morte súbita de Sir Casneffous, que foi para ela uma figura paterna presente, independente de quaisquer que fossem os seus interesses futuros (e, dos quais até hoje não conheceu). De fato, uma morte desgostosa para a família, sobretudo, para o patriarca, o Barão Elcian Casneffous, a quem já havia preparado para assumir o seu lugar.

A morte do marido antes do tempo previsto foi um golpe de azar na vida de Irvy, que embora tenha se tornado lady, e, tão logo, soberana e herdeira dos títulos, bens e patrimônios do Baronete Jammes Casneffous, a sua ambição era ainda maior e estava muito próxima de ser alcançada, diante daquilo que havia planejado. A maga desejava maior mobilidade política para os seus planos, o que conseguiria facilmente mediante a sua ascensão ao status de Baronesa. Felizmente, Lady Irvy Casneffous conseguiu incorporar para si uma influencia política dentro dos seus círculos sociais, , ainda que não houvesse conquistado o almejado título, levando os seus interesses como base primaria, em troca de favores aos grupos. A morte do baronete não havia sido uma casualidade tal como muitos cogitavam devido aos diversos traços que apontassem para um acidente natura, ele era sim, um golpe oriundo de forças inimigas da Lady Caneffous, para tanto, ela buscou ir ao encalço dos autores. A maga teve grande receio de que a sua casa estivesse sobre ataque das Ordens Religiosas que perseguiam todos aqueles doutrinados nos caminhaos da magia, logo, ela se encarregou de que Marina não se envolvesse ou descobrisse quaisquer coisas de seu passado, usando até mesmo de meios mágicos para apagar evidencias que levassem ela ao paradeiro de sua mãe e seu falecido pai e de sua trágica historia anterior a sua chegada ao seio da Família Casneffous.


Introdução aos caminhos da magia

Existe Algo para ser aprendido com uma tempestade. Quando surpreendido por uma chuva, você tenta não se molhar e corre rapidamente pela rua. Mas mesmo se escondendo nos beirais das casas, você ficara molhado. Se estiver plenamente consciente de tal situação desde o inicio você não ficara incomodado, embora ainda fique ensopado. Essa compreensão se aplica a tudo...

- Marina a aprendiz para sua Mentora Lady Irvy.

Ilustração por Paul Abrams.
Lady Irvy Canesffous, mãe de criação e
tutora nos caminhos da magia de Marina,
ao qual a sua chegada à família lhe foi
uma agradável surpresa, contudo, algo
inesperado aconteceu e a relação entre
as duas ficou abalada ao ponto de
aprendiza desejar a liberdade
(ou distanciamento) de sua mestra.
Marina Casneffous cresceu, e assumiu uma personalidade diferente de sua mentora que tentou cria-la com alguma dedicação, e a qual nunca chegou a se dirigir a ela como “mãe”, somente, Lady, A jovem gostava mais de se socializar e tinha um espírito livre, semelhante ao de sua mãe biológica, a quem nunca conheceu. Como aprendiz de magia demonstrou um desenvolvendo acelerado nos primeiros anos, para surpresa de sua tutora. Ela possuía uma memória aguçadíssima e um talento mágico impressionante, o que permitia a jovem decorar rapidamente gestos e verbetes mágicos com extrema facilidade. A sua natureza curiosa aparentava gerar certo incomodo em Irvy, pois, referente a isso, ela lhe acusava ser retentora de segredos dos quais já se julgava ser suficientemente capaz de aprender. De fato, a iniciada não fazia nem ideia de quais segredos eram estes, mas, quanto a isso, ela com o tempo percebeu que de nada adiantava conduzir a sua angustia de maneira inquiridora, seja lá o que ela tinha receio de lhe apresentar e guardava sobre efeitos de poderosos trancas magicas.

A primeira escola magica na qual Lady Irvy doutrinou Marina, e cujo demonstrou algum domínio rapidamente, foi a do Elemento Água, que também acabou por se tornar a sua favorita.

Subitamente, em um dia aparentemente comum, algo desconhecido ocorreu com a sua tutora, pois, ela criou entre as duas um distanciamento... Marina até tentou se aproximar para saber o que teria acontecido (naquele dia e em muitos outros posteriores a este), porém, o misterioso obstáculo surgido havia esfriado as relações da parte de Irvy para com a sua aprendiza. As duas discussões entre as duas passaram a ocorrer com uma regular frequência, e, o jeito que ambas tinham de se manterem inflexíveis as suas decisões agravava ainda mais essa situação, onde nenhuma delas aceitava ceder. A mestra alegava que a aprendiza não tinha preparo mental para lidar com magias avançadas, e em contrapartida, a discípula achava que Irvy a tratava como sua bonequinha de favores. Como a Lady passou a ser menos tolerante em relação a falhas, logo, mais rígida em seu treinamento, tudo parecia ter se tornado alvo de queixas, o que as vezes frustrava Marina, e o que não demorou despertar nela um lamentável prejulgamento a respeito de sua mestra: o de que provavelmente ela passara a despreza-la, ao ponto de não ter mais nenhum feitio ou interesse em doutrina-la com tamanha dedicação de antigamente... Ainda sim, a única filha do casal e aprendiza não deixou de nutrir por sua Mãe de Criação e Instrutora um grande respeito e profunda admiração pela personalidade convicta da mestra – Marina chegou a cogitar que aquilo pudera ser um teste! Afinal, como os seus interesses estavam acima de qualquer afeto, a jovem tentou ao menos seguir com os seus aprendizados, tentando agir indiferentemente aos humores de Irvy, e ainda que de maneira autodidata. Apesar de quaisquer coisas, a Lady não deixaria de ser para ela tão repentinamente uma figura fascinante, imponente, inspiradora, e admirável, cuja  personalidade decisiva conquistou inevitavelmente um lugar especial em sua mente desde o primeiro momento em que conheceram, mesmo que às vezes esta agisse de forma arrogante, incompreensível, e sem transparência em compartilhar os seus interesses para com a estudante.


O mundo é grande o suficiente para a realização de nossos sonhos, basta ousar.

Não é bom se limitar a um conjunto de opiniões. É um erro se esforçar para compreender as coisas e depois parar nesse ponto. Primeiramente se esforce muito para garantir que compreendeu o básico, depois pratique para que o que você aprendeu renda frutos. Não se conforme apenas com aquele conhecimento que você adquiriu e sim pense: “Isto não é suficiente”. O Caminho esta nisso!

- Lady Irvy para sua aprendiz Marina em seus debates.

Marina gostaria de conhecer o mundo, tal como observou certa vez quando recebeu das mãos de um servo um tubo, daqueles próprios para armazenar pergaminhos, e, onde curiosamente constava um grande mapa de parte do continente, todavia, o viajar livremente estava temporariamente fora de cogitação pelo intermédio de sua mentora, cujo demonstrava ter outros interesses em mente dos quais não compactuavam entre elas. E, a vida dentro de sua morada se tornava cada vez mais monótona, pois, ela ansiava em ver o mundo externo aos paredões que limitavam o pequeno palácio em que vivia dentro da grande cidade de Nova Jerusalém. A sua mentora a mantinha ali, em cárcere neste minúsculo mundo, e, na companhia de livros e servos emudecidos que cumpriam com obrigações da casa (sem quaisquer traços de vida ou sentimento).  A vida da jovem aprendiza mudou quando ela soube que Lady Irvy havia contratado os serviços especializados de uma dupla de talentosos ladinos, da qual fazia parte um halfling de aparência cativante, e, ambos prestavam serviços que consistiam em adquirir ingredientes diversos, raros ou não, para as suas pesquisas secretas.

Com o tempo, Marina se aproximou com cuidado do halfling, chamado Delvin, para saber do que se tratavam os serviços executados por ele e o seu tutor para a sua mestra, mas, mesmo com teimosa insistência, este segredo foi algo do qual ele não compartilhou!

Marina desistiu temporariamente de perturbar o seu mais novo companheiro em anos, para se dedicar a estabelecer um elo de amizade com o hafling, e, para isso, usou de suas habilidades inatas para construir histórias que mexiam com o seu imaginário – algo que Jammes Casneffous lhe ensinou ainda em vida, a contragosto de Irvy -, e, isso de alguma forma o cativou, e, desta maneira ele também compartilhava com ela coisas que sabia sobre o mundo além dos muros de sua morada, algo que era mínimo, pois, nem ele ainda havia cruzado os altos muros da grande cidade (Nova Jerusalém), o que foi suficiente para despertar uma irascível sede por aprendizado cada vez maior, e, consequentemente, em tramar a sua fuga, E, foi por intermédio do halfling que a aprendiza soube da alcunha de sua mestra dentre os de mais magos, a Senhora do Imersível Atroz, assim como também, a sua importância e reputação, alguma coisa que a surpreendeu, mas que não desacreditou em nenhum momento ser possível, pela energia fascinante que esta trazia consigo. Sendo assim, Marina dizia a Delvin instigando a sua aspiração por fortuna que o mundo lá fora poderia oferecer tesouros muito mais valiosos que reles moedas de nobres locais... Ela precisava convencer o pequeno e recém-amigo a acompanha-la para que também lhe propiciasse coragem suficiente para que ousassem nessa arriscada empreitada que consistiria em abdicar desta confortável clausura que era a sua vida em companhia de Irvy.

Ilustração por Izzy Medrano.
Delvin, o halfling ladino, que Marina
conheceu prestando serviços para a
sua mestra, e cujo qual se tornou o
seu amigo e companheiro de viagem,
para além da cidade de Nova Jerusalém
e em busca de aventuras (e riquezas)
outrora somente fantasiadas.
Após a misteriosa fuga de Grover Mallory - o mestre ladino do halfling -, com a advertência de que ele também deveria fugir de um desconhecido perigo, Delvin, aparentemente desolado, sem a referencia de seu companheiro e amigo de anos, somado a curiosidade das tais terras de riquezas prometidas relatadas pela discípula de sua contratante, não tardou a ele então, em aceitar fugir com Marina.

Em uma oportuna noite do início do mês de fevereiro do ano de 2111 d.C., sabendo da ausência de Irvy da cidade para suas habituais reuniões com a cabala, a aprendiza cansada de sua vida trancafiada se debandou sem deixar qualquer bilhete que justificasse a sua súbita atitude, e, para fazê-lo juntou alguns recursos que tinha e partiu para a cidade mais próxima ao norte. E, ao longo desta caminhada, ela em nenhum só tempo deixou de semear no intimo do halfling de que o que estavam a fazer era o melhor para as suas vidas e que poderiam ganhar fortunas inimagináveis encontrando tesouros mágicos e vivendo aventuras...

A prófuga Marina adotou para essa nova etapa de sua vida o sobrenome de Blackheart, em uma homenagem despretensiosa a sua mestra, e pela necessidade de se fazer tão poderosa e respeitável quanto um dia foi aquela que lhe introduziu nos caminhos da magia, abdicando do Casneffous legado por seu pai, o lorde Jammes, assim que adentrou a família. 

O destino tomado pelos dois companheiros de viagem foi em direção a famosa guilda de combatentes do baronato de Arvey, cujo crescia imensamente a reputação em comparação a tantas outras. A esperança de Marina era de que os famosos heróis que conduziam a organização lhes aceitassem, e que em troca disso, ela ofertaria seus dons mágicos e conhecimentos acadêmicos diversos para auxilia-los.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Um breve dialogo.

O Reencontro do Mercenário Combatente e a Ladina Acrobata

Quando a vida errante de um combatente como Worean Hosborn lhe propõe um reencontro inusitado com alguém especial do passado, o Tempo é capaz de prover aos dois uma trégua na velocidade do constante movimento de suas poderosas areias, e, assim, transcorrer de maneira mais lenta, somente para que ambos gozem da plenitude daquele momento. Por mais uma vez, o caminho do mercenário cruzou o da artista circense, Sara Cepris, a única mulher que um dia propiciou a ele dias aquecidos por um sentimento mutuo de satisfação, cumplicidade e fidelidade, cujo fim se deu de maneira abrupta envenenada pelo sentimento algoz de vingança germinada no coração de um deles.


Este não seria para Worean mais um dia habitual dentro dos muros de Arvey, pois, logo no inicio da manhã ele avistou a chegada de uma grande caravana circense, uma a qual logo reconheceu pela visão de alguns velhos animais, pinturas desgastadas nas laterais dos carroções e homens cansados... Aquela era uma caravana formada por artistas errantes, atípicos e vinculados ao passado do mercenário, o Circo Saramango, O fato é que, depois de dias trabalhados dentro dos muros da cidade sem nenhuma ocorrência e que se dignificasse destacar, eis que o destino trouxe ao soldado algo para lhe aguçar a memória com algum tipo de expectativa desconhecida, mas que caso houvesse, seria esta muito bem quista. Enfim, por horas perscrutando discretamente as proximidades do local onde a caravana havia acampado, e, onde as tendas estavam sendo erguidas, conseguiu ele avistar dentre um mutirão de cabeças, uma em especifica, a de sua primeira grande paixão.

Ilustração por Eric Dowdle..
Circo Saramango, um local cujo durante algum tempo Worean viveu e conheceu a beleza e as mazelas da vida de um artista circense que segue de maneira errante pelo reino. Um lugar onde muitas das vezes, alguns de seus profissionais são obrigados a fazer uso de seus talentos de forma delituosa para sobreviverem com alguma máscara de dignidade.
 

A visão de Sara Cepris, tão próxima e saudável, trouxe a Worean um sentimento irresistivelmente benigno. Algo que fez com que ele começasse a planejar um meio para encontra-la de forma que este evento transparecesse ser no mínimo uma casualidade... E foi assim, que no dia seguinte, após o término da primeira apresentação do circo na cidade - em que ele este presente para prestigiar a todos -, que o mercenário encontrou Sara executando um pequeno serviço próximo a uma das grades limitadoras de forma solicitaria, como se estivesse a procura de alguma fenda que pudesse de alguma forma passar alguém ou algum dos animais.

Ilustração por Jesper Ejsing.
Worean Hosborn, um homem que ainda
hoje é atormentado pelo espírito da vingança,
um mal que lhe afastou de pessoas que sempre
lhe quiseram bem.
- O que você faz aqui? - Indagou Worean saindo em meio às sombras de uma carroça que se encontrava bem próximo de onde ela passava.

Sara prontamente sacou um punhal preso a sua bainha que sempre carregava consigo, deu dois passos para trás, e olhou de cima embaixo quem lhe perguntava. No entanto, a voz lhe era familiar!

- Quanto tempo não é mesmo. – Completamente descoberto pelas sombras que o ocultava, Worean fitou Sara, e gesticulou ser desnecessária a arma.

- Porque não me procurou antes? Por onde você andava? – Ela sorriu desconcertada para o velho conhecido, enquanto guardava o punhal.

- É absolutamente incrível como a vida nos surpreende. – Worean retribui o sorriso seguindo em direção a ela. - Há alguns meses estava viajando em busca de fantasmas do passado, havia abandonado a minha vida para viver uma vingança. Fui trazido de volta a Arvey por causa da morte da única pessoa que realmente se preocupava comigo. – Ele percebeu que ela havia consentido com a cabeça, provavelmente, lembrando-se das varias conversas que os dois já tiveram sobre o apreço que ele tinha por seu padrinho, e continuou - Rowsever me retirou das ruínas de minha casa quando foi destruída e minha família assassinada. Ele me deu um teto. Ele me ensinou tudo que eu sei. Ele me deu a oportunidade de servir ao império. E eu cresci pensando em vingar minha família sem pensar que tinha ganhado uma nova família. – O mercenário olhou para aquela mulher como se o tempo e a distancia nunca havia lhes passado e cessou as suas palavras carregadas de sentimento.

Sara manteve o seu olhar fixo em Worean, enquanto o mesmo lhe compartilhava palavras sinceras e que já havia experimentado das mesmas, anos atrás. Ela averiguou a quantidade de tempo que havia se passado desde a separação dos dois na cidade de Azer, e, isso lhe soou um tanto curioso, pois, é como senão houvesse havido tal distanciamento.

- Fiquei sabendo que tinha retornado a cidade! – Assim, ela destacou ao pegar no braço dele e o olhar face a face.

- Voltei a esta cidade e entrei para a guilda. Na verdade, a princípio sem nenhum propósito maior, a única coisa que me interessei foi ter um teto e o dinheiro que este lugar poderia proporcionar. – Worean falou a ela pausadamente, tentando lhe justificar algumas de suas escolhas - No fundo, eu sei que essa também era a vontade de Rowsever, pois, por ele, eu teria entrado na guilda há anos, mas preferi seguir o circo. Hoje vejo a guilda com outros olhos, vejo que tenho muito que aprender lá, meus dias andam meio cheios, tenho buscado aprimorar minhas técnicas, treinando com o Sebastian Cellus e com o Luca Benedino, os dois me fazem lembrar meu velho amigo Bruker. - Ele olhou rapidamente para o lado correndo uma das mãos na barba, e, completou. - Alias a guilda esta me fazendo lembrar como é bom ter um lar, e me faz pensar que se eu não tivesse tanta sede por vingança, talvez eu tivesse impedido a morte de meu padrinho. – Worean voltou a olhar nos olhos de Sara, enquanto tentava se desvencilhar da mão alheia que o agarrava pelo braço.

- Você não deve se culpar por isso. – Sara manteve a sua mão agarrada ao braço de Worean, enquanto lhe dizia com propriedade e sem nenhum remorsos em relação ao termino do relacionamento dos dois - Você foi atrás de seu destino.

Worean sorriu de forma afável seguido de uma breve risada.

- A culpa é minha maior companhia. Só entendi e passei a valorizar a chance que a vida me deu depois que perdi tudo. A proximidade da morte e tudo que pude viver esta me fazendo reavaliar minha vida. – Ele respondeu de forma enfática, agora a segurando pela mão. 

Sara também sorriu singelamente apalpando com zelo a mão de Worean sem perder o foco de seu olhar. 

- Estou ocupando o meu tempo trabalhando e treinando na guilda para afastar as memórias do passado, e evitar que isso me faça novamente sair pelo reino em busca de vingança, enquanto ocupado não penso em outras coisas. – Ele complementou com a sua necessidade de lhe permitir uma nova oportunidade. - Acordo todos os dias cedo. Vou para o lago nadar, quando volto, sigo direto para forja trabalhar com o Woody, saio da forja direto para enfermaria para ajudar Arena, e depois me dedico aos treinos, e vai ser assim até que me mandem em outra missão.

Observando a confiança com que ele falava sobre as medidas que adotou para se amenizar o conturbado e desgastante sentimento de vingança, Sara, consentiu com uma sorriso mais largo seguido de uma sutil gargalhada.

- Então, você só tem trabalhado? – Ela concluiu, olhando diretamente em seus olhos gesticulando que esse era o caminho certo.

- Não tenho muitas folgas, mas, quando posso, vou para taverna beber um pouco ou para praça ouvir a cantoria dos bardos. A música me diverte, alias é uma das poucas coisas que me distrai. – Ele apresentava um semblante mais aliviad0 com o decorrer dessa conversa - No final de tarde, vou até a igreja, não sei fazer grandes orações como o Cardial Herbert, porém, às vezes acho que as imagens do altar conseguem me entender. Acendo uma vela, faço as reverencias que aprendi com Rosewer. Uma vez ou outra, arrisco fazer algumas acrobacias com alguns acrobatas na praça para recordar os momentos mais felizes de minha juventude no Saramango... – Nesse momento os dois se entreolharam, e ela seguia atenta a cada movimento de seus lábios - Para recordar os momentos que passamos juntos.

Os sorrisos trocados se desfizeram de forma harmônica e leve, ganhando um tom de seriedade, como um dia assim foi, embebido de um mutuo sentimento de efetuo.

- Foi através de alguns destes artistas que descobri onde poderia te achar hoje, e confesso que estar aqui, a sua frente Sara, amedronta-me, mais que qualquer perigo que já enfrentei. - Worean a fitava como se a permitisse mergulhar em sua alma - Dentre todos os meus arrependimentos, ter se afastado de você talvez tenha sido o meu maior. – Os dois firmaram aquele aperto de mão seguido do entrelaçar dos braços, ainda que timidamente - Sei que se desculpar de nada vai adiantar. Sei que não posso mudar o passado, mas pretendo mudar meu futuro.

Naquele momento, a bela Sara estava com o seu semblante repleto de um ar nostálgico.

- Bom, acho que já falei demais. Agora gostaria de ouvir de você mais do que perguntas. – Ele, parcialmente aliviado, tentou descontrair o clima de tensão estreitado pelo sentimento que havia percebido ainda existir por sua antiga paixão.

Ilustração por Looks-can-kill.
Sara Cepris, uma artista circense que um dia 
cruzou o caminho de Worean, e, cujo laço 
de amizade se transformou em um sentimento 
profundo. Contudo, nem mesmo a força 
desta paixão foi suficiente para confrontar 
o desejo de vingança do combatente por matar 
a todos os envolvidos na morte de sua família
Embora, Sara durante muitos anos após a partida de Worean tenha tido dificuldades em lidar com a forma repentina em que ambos se separaram, e, quanto a isso, por muitas vezes ela se a pegou absorvida em um pensamento de reencontro que oscilava entre um conflito carregado de ofensas pela sua decepção de entrega, assim também, havia em contrapartida, um sentimento de gratidão e perdão em relação a sua passagem na vida dela. Sendo que este último se tornou a pouco mais de dois anos aquilo no que ela de fato gostaria de levar consigo, até mesmo como uma âncora de força de vontade, a fim de amenizar todas as suas dificuldades, dentre elas a morte de seu irmão, Kevin, que fora preso e executado pela coroa na cidade de Dekamera.

Os olhos denunciavam um sentimento que parecia haver sido abrandado pelo tempo entre o combatente Hosborn e a artista Cepris, contudo, o presente categoricamente revelou algo digno de ser revivido, ainda que fosse por mais uma vez passageiro.

As palavras que Worean quis ouvir de Sara não foram ditas naquela noite, elas eram de longe o mais importante a ser feito, e ficaram guardadas para outra ocasião, pois, para ela já não cabiam mais nenhuma. Logo, ela preferiu se firmar no único meio que percebia para calar tudo aquilo que agora perturbava o seu ser, e, isso somente foi possível, quando os dois se abraçaram seguidos de lânguidos beijos.

Outras oportunidades de encontro entre os dois amantes lhes foram possíveis enquanto a família Saramango estivesse em estadia no Baronato de Arvey, todavia a certeza da retomada de um laço amoroso tão forte como o de outrora se encontra encoberto sobre nuvens de dúvidas, uma vez que, cada qual, escolheu um caminho distinto a seguir. E, assim como, Worean Hosborn escolheu a vida de combatente mercenário como um caminho apontado por seu mestre Rowsever, a própria Sara Cepris tem no patriarca Saramango, uma divida de gratidão sem precedentes, um amor incondicional pelo circo e a sua trupe de artistas errantes, ambos oa motivos que a fazem uma possível candidata a se tornar a próxima grande líder do Circo Saramango.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Grover Mallory, O Ladino.

O Gatuno de Jades, o arguto de mãos limpas.

O tempo ensinou a Mallory, o mestre de Delvin nas artes de adquirir coisas, a valoriza-lo inestimavelmente, sobretudo, com as perdas irreparáveis de pessoas a quem demonstrou apreço (sentimento). Um especialista bem reputado entre os seus clientes como eficiente e discreto, e entre os associados das guildas das sombras – ladinos e assassinos -, como um talentoso desperdício.

Ilustração por Artastrophe.
Grover Mllory, o tutor de Devin, o halfling, 
que viu em seu jovem aprendiz a ambição e
as habilidades que o fizeram escolher esse
mesmo caminho no passado, cujo acreditou
ser possível lapida-lo para torna-lo alguém
melhor do que foi algum dia.
Raça: Humano
Natural de: Reino de Mégalos (Continente de Ytarria, ducado de Mehan).
Nascido sobre o signo de: Libra.
Ofício: Ladino.
Idade Aparente / Idade Real: 40 / superior a 50 anos.
Altura / Peso: 1,68 m / 55 kg.
Olhos: Coloração acinzentada, e quase sempre entre abertos, tal como se estivesse avaliando tudo ao seu redor, sobretudo, com quem conversa propostas de trabalho.
Cor da Pele: Clara de tom médio.
Cor dos Cabelos: Loiros escurecidos, lisos, compridos até a altura da nuca e quase sempre bem aparados.
Outros traços fisionômicos: Corpo de médio porte, quase esguio; e, dentes amarelados pelo vicio em tabaco e café, este último, até misturado a comida lhe era agradável.
Comportamento e Trejeitos: Perspicaz; engenhoso; desconfiado; instintivo, dono de um assombroso sexto sentido; sarcástico; sempre soube se aproximar dos outros e adquirir o que precisasse, sobretudo, informações, ainda que não os conhecesse com tamanha intimidade; sempre mencionava que a vingança em uma relação a dois é um mal cujo único tratamento e saída consiste em ser feito da seguinte forma: uma das partes deve providenciar no tempo mais breve possível a morte da outra, antes que a outra o faça; sofre de bruxismo, insônia, provocada por pesadelos do passado, e que tornavam os seus dias posteriores angustiantes; em um trato ou trabalho lhe é habitual exigir a garantia em tudo que faça; lascivo, não dispensa aventuras sexuais, mas não se atreve a riscos mortais; gosta de ver ambos os lados de um problema, na verdade, de examinar cada aspecto deste, é dado a delongas, portanto, geralmente, algumas das vezes, tende a recursa-se obstinadamente a tomar decisões apressadas sobre qualquer coisa; apreço pela pedra preciosa jade, e, o que lhe rendeu a alcunha de Gatuno de Jades, por conta de um bracelete que possui e diz lhe trazer sorte; pacifista ao ponto de matar somente em legitima defesa; generoso; e, justo.

Suma de Vida

Grover Mallory começou a sua vida como ladino ainda muito jovem, abdicando de uma condição confortável enquanto herdeiro de uma frota de embarcações navais mercantis, influenciado por um amigo corsário e uma acirrada disputa interna familiar. Enquanto, corsário, Grover percebeu que essa não era a vida que desejava, pois, havia uma recorrência desmedida de conflitos e sangue, então, logo, algumas habilidades que aprendeu, ou até mesmo aperfeiçoou, fizeram com que ele também se afastasse da vida marítima e de certas companhias. Como membro associado de uma guilda de ladinos, ele não encontrou a sintonia da qual precisava, uma vez que, alguns serviços vinculados a assassínios também , e, foi somente atuando por conta própria que ele se viu capaz de levar uma vida mais tranquila e suficientemente capaz de sobreviver, sem muito conforto, mas que lhe o saciava em suas extravagancias e luxurias.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: O Batismo de Fogo

Quando talentos individuais se tornam um só corpo, um flanco de heróis.

Não tardou para que dias após o retorno bem sucedido dos mercenários contratados por Lorde Klauss Athoris ganhassem a notoriedade de outros nobres e cidadãos livres do baronato de Arvey, bem como de outras localidades adjacentes, o que impulsionou favoravelmente os negócios da guilda liderada por Luca Benedino, assim como a moral de seus respectivos membros. Para o grão mestre em momentos como este, cabem lhe somente colher os bons frutos da estação, que geralmente são representados pela elevação dos custos para a contratação dos serviços de seus subalternos e também a seleção de novos membros advindos do desejo de trabalharem para uma organização que lhes propiciem meios para as suas ascensões pessoais. Enfim, a Guilda de Mercenário de Arvey passou a ser ainda mais assediada e as propostas de serviço recebidas eram inúmeras, todavia, estes últimos também eram devidamente selecionados com diligencia e cautela pelo seu líder, a fim de, não cometer erros passados.


Dia 01: 17/02/2111, sobre a regência de Aquário.

Há cerca de alguns dias atrás, os mercenários da Guilda de Mercenários Combatentes do Baronato de Arvey realizaram um costumeiro trabalho de divulgação das seletivas para ingresso de novos membros da organização nesta data (18/02), e, que para tanto, os interessados deveriam estar na entrada do forte antes do sol raiar por completo. E, foi por meio de um desses anúncios dispostos no mural de uma das populares tabernas de Arvey, a Urro de Fome dirigida pelo cortês Lucius Primmus, que a jovem arcana Marinna Blackheart e o jovem ladino Delvin Mallory ficaram sabendo com maiores detalhes sobre a guilda, algumas de suas lideranças e histórias, algo que até aquele momento os dois já haviam sondado informações aqui e acola da cidade.


Dia 01: 18/02/2111, sobre a regência de Aquário.

O dia ainda estava escuro quando Marinna e Delvin acordaram, tomaram um breve café da manhã por conta da casa e deixaram a hospedaria onde havia pernoitado seguindo em direção a guilda, tal como era pedido no comunicado, ou seja, “antes do sol raiar”. No caminho, os dois ainda encontraram alguns outros que também tinham o mesmo interesse de compor a irmandade, e, cheios de si, estes mesmos murmuravam ironicamente se a dupla estava a querer participar de uma seleção da criadagem, porém, logo, eles surpreenderam aqueles que os difamavam até minutos atrás ao adentraram o forte, como candidatos a novos membros.

Ilustração por Grzegorz Rutkowski.
Sebastian Cellus, um mestre perito na arte
do combates armados e desarmados, convoca
Marduk e Worean para auxilia-lo pela primeira
vez como recrutadores no processo seletivo de
novos membros da Guilda de Combatentes
de Arvey.
Antes do café da manhã, Sebastian Cellus convocou quatro membros da guilda para lhe auxiliarem no processo de recrutamento, dentre eles, o bárbaro Marduk e o espadachim Worean, até então, os dois ainda não haviam participado de tal serviço, porém, ambos já haviam acompanhado de longe do que se tratava e a sua importância, portanto, se sentiram gratificados pela confiança do mestre, que destacou:

"A seleção de novos membros é um processo delicado e que exige muita atenção de nossa parte. Pois, vocês, enquanto recrutadores e combatentes dessa irmandade, devem se colocar na condição de que quem vocês estejam trazendo para dentro da casa é tão capacitado quanto, uma vez que, em algum momento lá na frente esse irmão poderá estar em missão com vocês, e, que se caso algo de pior lhe ocorra, não recaia sobre a cabeça a fatídica culpa por ter feito uma escolha desastrosa, de ter optado por alguém que não era capacitado o suficiente".

Ao longo dos meses em que não estiveram em missão, Marduk e Worean acompanharam um crescente aumento no volume de interessados a ingressarem na guilda, sobretudo, após a passagem das primeiras semanas, porém, transcorrido quase quatro meses, a procura se tornou menor. As últimas seletivas tiveram uma variação entre dez e vinte candidatos, frente aos quase cinquenta registrados no mês seguinte ao retorno dos dois. Enfim, com tanto assédio, a guilda também se tornou mais rigoroso em suas seleções, onde em muitas das vezes, não houveram nem mesmo uma única contratação em mais de trinta candidatos.

Estranhamente os recrutadores verificaram que no grupo de trezes candidatos selecionados previamente para participarem dos testes, havia uma bela jovem mulher cujas vestimentas denunciavam um certo trato diferente do habitual, e um halfling, que lhe acompanhava em sua jornada. Mestre Cellus não se delongou em sua investigação, preferindo ele se conter com as justificativas iniciais fornecidas pelos dois tipos, e, delegando a tarefa de conclusão para Marduk e Worean.

O bárbaro e o espadachim a principio pegaram um grupo composto por seis candidatos, contudo, de cara, eles esbarraram com um tipo meio individualista e muito confiante de si, o que fez com que logo fosse dispensado, antes mesmo de disporem os seus testes.

Os Testes Propostos foram estes e nesta ordem de aplicação:

  1. Habilidade com Armas em combate das quais tem treinamento;
  2. Escala: Pegar uma bandeira disposta no alto de um mastro de madeira;
  3. Caça: Pegar um jovem leitão em meio a uma pocilga, excessivamente enlameada;
  4. Natação: Travessia do rio; e,
  5. Melhor no que faz: Demonstração da(s) habilidade(s) com as quais se tem mais afinidade.


Ilustração por Nebezial.
Marduk Snowfinger, o bárbaro,
embora tenha aliviado para
o halfling, com os demais
ele não foi tão cordial, pois,
sabe que além dos muros do
forte o inimigo não poupará
esforços para matá-lo.
No primeiro teste, feito individualmente, e que envolveu o enfrentamento direto entre os recrutadores e os candidatos por meio do combate armado com armas de curta distância as quais cada um detinha afinidade, e onde somente Delvin, munido de uma espada curta, demonstrou alguma habilidade lutando contra o assombroso bárbaro, embora Marinna tenha tentado por algumas vezes mais atingir o espadachim sem qualquer hesito, que ironizou cada uma das falhas da jovem com um golpe de lambada da sua espada na bunda da candidata. Por fim, também houve um último testa com armas envolvendo o uso daquelas para ataque a longa distancia, e, este mais uma vez, o pequeno halfling dominou o exercício, demonstrando rapidez de recarga e precisão no uso de um arco curto e flecha.

O segundo teste, por sua vez, foi feito em dupla e consistiu em pegar uma bandeira disposta no alto de um mastro de madeira, que envolvia nitidamente além de uma capacidade técnica de escalar, uma maneira de fazê-la em conjunto, desta maneira, duas duplas conseguiram, em especial, Marinna e Delvim que a realizaram em uma tempo surpreendente, de fato, mais por conta do halfling, que se desvencilhou das algemas que o prendia a sua companheira através da perna, para logo em seguida escalar rapidamente até o cume da grande haste.

O terceiro teste também feito em dupla, e deixou claro uma indisposição de Marinna em relação a determinados ambientes – ela se sentiu enojada na pocilga -, porem, ela e o halfling executaram a tarefa de maneira espantosa, onde os porcos demonstraram uma estranha imobilidade até o momento em que eles foram retirados do chão. Marinna e Delvim tomaram um forte solavanco dos porcos em fuga que foi suficiente para lança-los de bunda em meio ao lamaçal.

A quarta atividade, que poderia até sugerir certa trivialidade, era de fato uma experimentação de quase morte para o bárbaro e o espadachim em meio as Montanhas de Bronze, além de ser um banho para que os candidatos se limpassem após o desafio em meio ao chiqueiro. Os quatro candidatos remanescentes conseguiram executar com sucesso o exercício.

A quinta e última tarefa consistiu em uma demonstração de capacidade em cima daquilo que cada um dos candidatos apontasse como perícia(s) dominante(s). Pois bem, Delvin disse com propriedade ser muito bom em se esconder, e se viu desafiado a se ocultar dos outros dois que informaram serem ótimos caçadores, e, assim, receberam a missão de encontra-lo dentro de um tempo breve... Eles não conseguiram achar o halfling, e nem mesmo Worean, que havia delegado a tarefa de busca, também não conseguiu, o que automaticamente favoreceu o ladino.

Ilustração por Jesper Ejsing.
Worean Hosborn, o hábil espadachim, foi
surpreendido pelo poder arcano da bela
jovem que por meio de um toque sútil
o fez desfalecer, e por pouco não vai
ao chão.
Aos recrutadores, Marinna expos que detinha alguns conhecimentos mágicos, e que isto a favoreceu na execução de algumas das tarefas propostas. Essa informação deixou Marduk e Worean parcialmente pasmos, e, fez também com que os outros dois candidatos questionassem a escolha, caso estes fossem desclassificados, uma vez que, aquela era uma guilda de mercenários combatentes e não uma guilda de magos. Os dois recrutadores não se detiveram ao questionamento, e pediram para que ela demonstrasse alguma habilidade arcana, e, assim ela o fez, utilizou uma magia cujo efeito é o torpor: bastou Marinna tocar o espadachim, para que o mesmo desfalecesse, como se a sua mente fosse repentinamente desligada, e por muito pouco não foi ao chão, senão fosse à intervenção do bárbaro que o segurou pelo braço e o cessar imediato do efeito magico pela sua operadora.

Worean e Marduk, distante dos quatro candidatos, discutiram a conclusão da avaliação com um resquício de duvida em relação ao fato de Marinna ser uma mulher e uma maga. Logo, não se demoraram em informar que Delvin e Marinna haviam passado, porém, os outros dois estavam dispensados. Entretanto, a palavra final quanto ao ingresso dos novos membros seria de Mestre Cellus, devido o detalhe das circunstancias que envolvia a jovem mulher.

Em conversa com Sebastian Cellus, ele também se mostrou cauteloso e preferiu se isentar da responsabilidade de contratar Marinna, o que achou por bem esperar o retorno de Luca Benedino a guilda para dar um parecer final sobre a situação da jovem. E, enquanto aguardava a volta do Grão Mestre, Cellus sugeriu que fossem fazer como os demais membros: almoçar, e isso era extensivo aos candidatos remanescentes que participaram das seletivas.

Delvin, em outro ponto da guilda, aguardava sozinho com extrema ansiedade o retorno dos demais para almoçar, pois, o aroma de comida fresquinha surgia de longe aguçando o seu apetite e a sua vontade de fumar no seu cachimbo. Porém, tardiamente ele se lembrou de que na execução da tarefa que envolvia nadar no rio, ele não se ateve em retirar a bolsa onde carregava o fumo ao se lançar na água, o que tornou as ervas temporariamente inutilizáveis. O halfling até tentou buscar alguma ajuda entre alguns homens da guilda que avistou, mas eles se mostraram poucos solícitos, até o momento que Marinna surgiu na companhia de Marduk e Worean alegando que ela era a baba dele, o que causou uma espécie de constrangimento sem precedentes.

Os dois recrutadores conduziram a arcana e o ladino até o refeitório, e, no grande salão - parcialmente ocupado em função das horas -, eles se sentaram em uma mesa mais afastada. Na qual os quatros iniciaram uma conversa de conhecimento, enquanto se serviam de uma farta e nutritiva comida.

(...)

quinta-feira, 24 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Irvy Casneffous, a Lady Arcana.

A Senhora do Imersível Atroz

Entre um grande número de cabalas de magos do continente de Ytarria, sobretudo, as existentes nos reinos humanos, a mentora de Marinna, a lady Irvy Casneffous é conhecida como a Senhora do Imersível Atroz, uma alcunha singular e que denota relevante poder, admiração, respeito e temor... Algo que a sua jovem aprendiz percebeu nas primeiras semanas de convivência com essa misteriosa mulher.

Ilustração por Paul Abrams.
Irvy Casneffous, a Senhora do Imersível
Atroz, e mentora de Marinna no início
de sua vida como arcana.
Raça: Humana
Natural de: Reino de Mégalos (Continente de Ytarria).
Nascido sobre o signo de: Capricórnio.
Ofício: Arcana.
Idade Aparente / Idade Real: 30 / superior a 100 anos.
Altura / Peso: 1,66 m / 52 kg.
Olhos: Suavemente esverdeados, que chaga a transparecer acinzentados; atentos; misteriosos; e, perscrutadores.
Cor da Pele: Clara de tom médio, levemente escurecida.
Cor dos Cabelos: Castanhos claros de aspecto sutilmente bronze, longos, lisos e parcialmente ondulados.
Outros traços fisionômicos: Corpo esbelto e atlético no auge de sua juventude; O cintilar do brilho dos cabelos contrastam com a brancura da pele; e, voz delicadamente rouca.
Comportamento e Trejeitos: Dominadora; parcialmente inflexível; conservadora; soberba; muito segura de si e de suas decisões; humor instável; apreço a estética como um todo desde a própria aparência, os adornos que a circundam, os trajes que veste, a sua morada e aqueles que lhe servem; não aparenta se importar muito com o tempo que levará para atingir as suas metas; demonstra uma credulidade inabalável no trabalhar e retrabalhar tudo que tenha a sua disposição, de forma lenta e cuidadosamente planejada; Raramente ela abandona algo ao qual tenha se decidido por fazê-lo; embora menospreze alguns eventos pomposos do círculo arcano e da nobreza, especificamente por conta de alguns outros que os julga como desclassificados, ela dificilmente se nega a participar dos mesmos, algo que transparece uma necessidade natura de socializar; e, por fim, dificilmente admite erros de sua parte ou os tolera advindos daqueles que lhes servem.

Suma de Vida

Irvy Casneffous é uma maga de poder reconhecido além da sociedade arcana, e, após a morte do baronete que lhe concebeu o título de layd junto a nobreza megalana, a mesma se viu livre de algumas amarras culturais, e vive sofisticadamente bem em seu palacete em meio a cidade de Nova Jerusalém, de onde ela observa com prontidão e proximidade os passos de seus inimigos. Rumores sobre o título de Senhora do Imersível Atroz se deve as suas articulações (politicas ou não) que possibilitaram a constituição da primeira Cabalada de Arcanos na cidade em que vive, local este, considerado um núcleo da cristandade em Ytarria.