Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

RPG: Aventuras em Yrth - Ladrões de Corcéis Encantados - Bem próximos do fim

Dia 07: 07/10/2110, Sobre a regência de Libra.

Ilustração por Square.
No meio da noite Milo é convocado
por um grupo de Chocobos Negros,
na condição de que nada de mal
ocorreria a passagem dele e de seus
companheiros pelas montanhas. 
Não muito distante do amanhecer, Pericles Fant acordou, e sutilmente o homem com talentos ladinos abriu os olhos para perceber o que ocorria a sua volta, e, para sua surpresa, o acampamento do grupo estava cercado por Chocobos Negros – pelo menos uns dez dentro do seu campo de visão -, todos aninhados sobre as paredes que circundavam o local. Os pássaros pareciam estar parcialmente agitados e em contato com Milo, o Chocobo Amarelo de Malgorr. Sorrateiramente Fant chamou a atenção dos demais para que observassem o que se passava. Worean e Adrien observaram com cautela, pois, embora as criaturas demonstrassem algum tipo de agitação, algo estava sendo tratado com o animal que os acompanhava que não se remetia a intenção de um combate iminente. Tochida também percebeu que algo acontecia no lugar, e, com cuidado, voltou a atenção para os intrusos.

Passado algum tempo, os Chocobos Negros alçaram vôo em sentindo ao caminho que o grupo deveria percorrer daqui a algumas horas, e Milo seguiu atrás os mesmos correndo. Assim que o companheiro animal partiu, o grupo rapidamente tratou de acordar Malgorr, que ainda descansava, para lhe avisar do que havia ocorrido, e, que se ele tinha interesse em reaver seu animal, deveriam partir logo em sua busca.

Antes de ser acordado o ranger havia sonhado algo terrível em relação a um perigo iminente a ser vivenciado por Milo, por isso não pensou duas vezes em ajudar o animal, mesmo que isso tardasse o socorro as suas filhas.

Ainda escuro e em meio a neblina, o grupo seguiu em caminhada acelerada por entre morros e grandes paredões pela trilha ainda com muitos vestígios de passagem de um grande grupo de animais, cujas patas não deixavam sombra de dúvidas de que se tratavam de Chocobos. Porém, chegando a um determinado ponto do caminho, um rastro mais recente denunciava que Milo havia seguido outro caminho. Antes de tomarem uma trilha diferente, Tochida exclamou aos demais se seria sensato ir atrás de um único animal, enquanto as filhas do homem e um grupo maior corriam risco nas mãos do bando de Qualbaeshi? Malgorr foi incisivo na decisão por ajudar a Milo, e os demais do grupo apoiaram a decisão do velho ranger.

Já amanhecia quando o grupo chegou a um rio largo com corredeiras por quase toda a sua extensão. No meio do rio estava Milo, aparentemente o mesmo havia tentado cruzar o rio, porém, parecia preso a algo, pois, se debatia muito tentando sem êxito sair do lugar. Na outra margem, alguns chocobos negros assistiam a tudo pousados sobre a copa de algumas árvores e pilares naturais de rocha. Ainda havia um grupo destes mesmos pássaros que sobrevoava em rodopios o lugar emitindo um barulho agudo e estridente.

Ilustração por CryptikFox.
Os mercenários encontraram a frente Grammio,
um rio com algumas corredeiras em sua extensão,
e, embora ambos não soubessem nadar,
eles tentaram arriscar o resgate de Milo, O Chocobo,
que havia ficado preso em meio à travessia.
Worean, Adrien e Marduk se mobilizaram para tentar ajudar o animal que corria risco de ser levado pela correnteza, para isso, prenderam cordas em volta de seus corpos e se esticaram passando por cima de escorregadiças pedras e pedaços de árvores que cobriam o fundo do rio. Contudo, quando o meio elfo estava bem próximo de alcançar Milo, o mesmo não conseguiu se equilibrar sobre uma das pedras que pisou, e ainda, atordoado pelo som agressivo dos chocobos, ele foi levado com a força da torrente. Tal incidente fez com que Worean também não tivesse forças para suprir a falha do companheiro, e, logo este também se viu lançado à água. Marduk, por sua vez, que estava na parte rasa – com água até a cintura -, ao perceber os dois companheiros serem tragados pela água, também fez de tudo para manter-se rígido como uma rocha, mas não foi suficiente, o peso dos outros, somado a força da água, fez com que o gigante fosse impulsionado para frente em direção a corredeira. Pericles e Tochida assistiram da margem do rio ao fracasso da empreitada.


Os três mercenários não sabiam nadar, logo, o desafio dentro da água ganhou um aspecto ainda mais mortífero, pois, o risco de morrerem afogados era real e provável.

Malgorr que usava a sua tiara que lhe permitia se comunicar com os animais, se viu obrigado a se desfazer do item antes que fosse mortalmente ferido, pois, os chocobos estavam atacando em conjunto emitindo um poderoso ataque sonoro. O ranger se prostrou de joelhos ao chão atordoado pelo ataque que parecia lhe ferir diretamente o cérebro, com as mãos levadas a cabeça, e sangue a escorrer pelos orifícios nasais e auditivos.

Ilustração por MKagen.
Tochida Murashai tentou prestar
socorro a Malgorr, porém,
não compreendendo o que havia
acontecido ao homem, até fazer
uso da tiara mágica em
um momento inapropriado.

Tochida não entendeu o que havia ocorrido com Malgorr, logo, ele se aproximou do velho para tentar socorrê-lo, que murmurava penosamente pelas dores afligidas. Murashai apanhou a tiara jogada ao chão, e, por instinto, colocou a sobre a cabeça, logo, o item o surpreendeu com o efeito mágico de ajuste de tamanho, e, em sequência, o golpe mental provocado pelo ataque dos pássaros. O sahudense sentiu como se os bicos daquelas aves estivessem a lhe perfurar o crânio rapidamente com cada um daqueles gritos estridentes e agudos, portanto, também não hesitou em se desfazer rapidamente do item.

Enquanto Tochida se deteve em tentar ajudar Malgorr, Pericles procurou intervir junto aos outros que seguiam conforme a correnteza do rio, que a medida que passava ganhava mais velocidade e distancia.

No rio, os três seguiam sendo levados desesperadamente pela impulsão da água, muitas vezes tendo seus corpos submersos e submetidos a engolir com frequência uma quantidade abundante de água, além de se chocarem contra algumas pedras e paus depositados no fundo, que faziam daquilo uma aventura ainda mais traiçoeira por conterem armadilhas naturais ocultas.

Com muita dificuldade, Worean conseguiu nadar - ainda que de maneira desajeitada -, e, com um esforço ainda maior (triplicado) se direcionou para a margem do rio mais próxima. O que mais dificultou ao mercenário megalano foi o fato dele ter que se movimentar com Adrien, e, principalmente, Marduk, ambos presos ao corpo dele.

Worean se esforçou exaustivamente para tentar chegar às margens do rio, inclusive se ferindo bastante para realização desta proeza. Porém, quando este conseguiu se aproximar das margens, Pericles pode também acudi-lo.

Percebendo que pouco poderia fazer para ajudar Malgorr, o sahudense partiu em ajuda aos três mercenários que haviam descido correnteza abaixo do rio.

Socorro à Miendro, O Negro.

Malgorr se recuperou do atordoamento e entrou no rio para socorrer Milo. Com tranquilidade, cautela, e firmeza em seu caminhar o ranger conseguiu chegar até seu animal. Ele percebeu que a ave havia prendido o pé entre alguns galhos de árvores e pedras submersos, assim, com muito zelo e de forma serena trouxe tranquilidade ao animal, que somente a partir desse momento foi possível retirá-lo daquela armadilha que o atormentava. Mesmo com a pata ferida, o chocobo amarelo manteve seu caminho em direção a outra margem do rio, ao encontro dos demais chocobos negros que ali o aguardavam.

Os chocobos negros sessaram de ressoar aquele som agourento. Milo e Malgorr chegaram até o outro lado do rio sem maiores dificuldades e de encontro ao bando, que já não demonstravam hostilidade, mas pareciam apreensivos com alguma coisa. O bando de aves seguiu a frente apresentando um caminho para que eles os acompanhassem. Transpassado um morro, o grupo chegou a um belo bosque, onde muitos outros chocobos estavam aninhados, alguns deles de outras espécies, com plumagens de cores variadas, tais como, vermelhos, laranja, azuis, brancos, mas em quase toda a sua maioria, negros, e, nenhum amarelo. Outra constatação feita por Malgorr é que muitos deles estavam feridos - desde ferimentos superficiais a incapacitantes -, inclusive um que parecia o líder. A visão daquilo fez com que Milo ficasse inquieto.

Ilustração por SnowSkadi.
Vale dos Chocobos de Miendro, onde Milo foi convocado, testado e honrado com a evolução de seus poderes.


Os chocobos se posicionaram as volta de Milo, porém, aquilo o deixou ainda mais perturbado, pois, até então, ele compreendia que não possuía poder suficiente para curar vários de uma só vez. Todavia, bastou o pássaro líder - Miendro, O Negro - falar com ele algo incompreensível para que Malgorr presenciasse uma evolução de seu animal jamais imaginada.

Ilustração por Square.
Ajudando aos chocobos feridos
no vale de Miendro, Milo alcançou
uma capacidade surpreendente
de poder que ele mesmo desconhecia,
assim como o seu criador e treinador.
Milo colocou-se em uma posição de concentração, logo, suas penas começaram a brilhar em um tom que alternava do branco para o dourado em fração de segundos, seguindo em feixes luminosos dos pés ao centro da testa, e vive versa, emanando do chão alguns pequenos pontos luminosos em direção ao céu, Tão logo, a ave saltou em uma explosão de luzes, ressoando um grito e batendo as asas, enquanto muitas plumas douradas se desprendiam de seu corpo, repousando sobre os feridos e sendo magicamente absorvidas por esses últimos.

Malgorr ficou maravilhado por ter presenciado algo que somente ouviu rumores durante muitos anos de sua vida: que era o poder de cura em grandes áreas pelos Chocobos Amarelos. Até mesmo o ranger que trazia alguns ferimentos se viu curado, ainda que distante uns oito metros de seu companheiro. Aquelas aves que estavam feridas gravemente se viram totalmente saradas, inclusive a líder do ninho.

Os demais chocobos se viram gratificadas pelo poder de Milo, e, com isso lhes permitiram passagem segura pelo território, além de apoio ao resgate daqueles que estavam sendo mantidos cativos do homem fera e as suas bestas. Embora o ranger não entendesse o que estava sendo dito entre os pássaros, o clima de festividade era muito perceptível, inclusive em relação a presença dele que aparentava ser muito quisto.

***

Marduk conseguiu por os pés no fundo do rio, e, na oportunidade se manteve em equilíbrio, ainda que com toda força da água a se chocando contra ele. A partir dali, o nômade retomou uma caminhada lenta e difícil até a margem do rio onde os demais o aguardavam, e, também faziam força para puxa-lo. Por muito pouco Adrien não morreu afogado, os ferimentos em seu corpo o deixaram desacordado.

Com dificuldade o grupo se viu mais uma vez reunido às margens do rio, todos demasiadamente exausto pela aventura, salvo Marduk, que embora houvesse bebido muita água, ainda tinha fôlego para mais uma curta caminhada. No entanto, todos acharam por bem, descansar um pouco antes de tentarem ir ao encontro de Malgorr e o chocobo. Após recuperarem alguma energia, ambos caminharam até o local onde haviam se separado do ranger.

Pericles pegou a tiara mágica do ranger que estava jogada ao chão sem que ninguém percebesse.

Passado algum tempo, Malgorr surgiu montado em seu chocobo amarelo, ambos atravessando cautelosamente o rio. No local eles perceberam assustados que o grupo de mercenários estava muito ferido e exausto, porém, tal estado de calamidade foi prontamente resolvido com o uso do assombroso poder de cura do animal. Antes que partissem dali, Fant entregou a tiara mágica nas mãos do ranger que o agradeceu pelo gesto.

O sol já havia raiado por completo, e a neblina de outrora já não mais existia. O grupo retornou ao caminho por onde haviam detectado a passagem do bando de Qualbaeshi e os chocobos, e, se puseram a segui-los na expectativa de tão breve encontra-los.

Algum tempo caminhando na rota, não tardou para que o grupo de mercenários encontrassem vestígios de combate, com corpos de kobolds e gnouls fatalmente lacerados jazidos ao chão. Um ou outro ainda gemiam de dor, porém, Worean logo tratou de amenizar aquele sofrimento os golpeando mortalmente.

Seguindo um pouco mais adiante, os mercenários de Arvey se depararam com quatro anões sendo atacados por um gnoul e seis kobolds. Pericles e Tochida reconheceram aquelas criaturas como membros do bando de StinkDog. O grupo não pensou duas vezes em ataca-los em auxílio aos anões que se encontravam em desvantagem numérica, sobretudo, Worean, Adrien e Marduk.

Tochida, sem arma, preferiu retornar ao caminho anterior, no intuito de vasculhar os corpos das criaturas vistas momentos antes a procura de espólios de guerra, principalmente de armas, uma vez que, os seus itens pessoais permaneciam no acampamento de Qualbaeshi.

Com auxílio do grupo, os anões conseguiram com ligeira facilidade derrotar os inimigos, no entanto, para desgostos destes guerreiros de pouca estatura, uma baixa entre os seus não pode ser evitada. Mas, ainda sim, o povo de Zarak assistiu aquele auxílio com bons olhos, e, em relação a isso eles foram receptivos e alertaram o grupo dos perigos que os aguardavam, pois, o homem que liderava o bando de ladrões que cruzavam as montanhas não era alguém comum, era uma espécie de besta mortífera. Os anões recolheram o corpo jazido do companheiro, colocando-o sobre o ombro, e seguindo outro caminho por entre as montanhas, diferente daquele que os mercenários deveriam seguir,

Ilustração por Luccy Chiara Piunno.
Adrien cogitou em voz alta com
Worean e Marduk, a possibilidade de
Qualbaeshi ser uma espécie de lincantropo,
para justificar a sua alternância
de aparência, ora homem ora fera.
A frente do grupo Marduk, Adrien e Worean seguiram as pistas deixadas ao longo da trilha, porém, pensativos quanto a natureza do inimigo. O meio elfo cogitou com os dois companheiros de guilda a possibilidade de estarem lidando com uma espécie de lincantropo, uma suspeita que realmente já pairava em suas mentes.

O dia estava próximo do fim, com um tom alaranjado quase que roseado por toda extensão do céu, quando o grupo de mercenários de Arvey conseguiu avistar o bando de Qualbaeshi a percorrer o caminho. Uma caravana aparentemente não muito grande – sobretudo, como de outrora pela percepção de Pericles Fant. Eles conseguiram visualizar um único gnoul, pelos menos dez kobolds, e cerca de trinta chocobos amarelos, um homem que seguia na frente montado em um belo cavalo, e ao seu lado, uma mula de carga com inúmeras bolsas presas em seu lombo, além de carregar duas jovens amordaçadas por cordas.

Como o caminho era estreito, o grupo decidiu por bem não arriscar nenhuma manobra de imediato que pudesse denuncia-los, reservando-se em fazê-lo durante anoite, tal como uma emboscada. Para isso continuariam a segui-los a uma distancia segura, principalmente, sabendo da existência de alguns kobolds como batedores e responsáveis por despistar os rastros da passagem do bando (ainda que feito de maneira ineficiente). No entanto, o sahudense Tochida discordou de tal postura, pois, acreditava que naquele momento o grupo já possuía forças suficientes para atacar o inimigo.

Ao longo da caminhada em perseguição ao bando de Qualbaeshi, Tochida em passos largos tentou seguir a frente do grupo, mas por diversas vezes a sua ação foi reprimida por Worean e os demais. Por fim, o sahudense se fartou daquela situação, e deixou o grupo, acreditando ser suficientemente capaz de emboscar o captor das filhas de Malgorr e de seus itens pessoais. Houve uma intenção de mata-lo antes que pudesse obter distancia suficiente do alcance da maior lâmina, porém, o grupo não achou totalmente necessário fazê-lo, pois, embora houvesse um risco de Tochida estragar o efeito surpresa do ataque, também havia a possibilidade dele se tornar uma distração para o êxito da missão. Sendo assim, Tochida seguiu por um caminho lateral ao que faria os mercenários e Malgorr.

Ilustração por Charro.
Pericles Fant foi alvejado
por duas flechas
atiradas do alto de um paredão
por Kobolds aliados de Qualbaeshi.
Quando o grupo chegou numa passagem estreita por paredões que se elevavam a altura de quatro a cinco metros, eles foram surpreendidos por um ataque de flechas vindas de cima. Pericles foi o primeiro a ser atingido em seu lado esquerdo com uma flecha no peito e outra no ombro.

Malgorr e Milo foram para próximo de Pericles para tentar protege-los de novos ataques. Marduk lançou o seu escudo para o velho ranger a fim de que o auxilia-se em sua ação. O guerreiro nômade e o meio elfo resolveram seguir um caminho que havia em uma das laterais onde era possível perceber algum burburinho conhecido – como o de pássaros -, assim, como também alcançar ao demais do bando inimigo, dentre eles, o líder.

Worean também resolveu ficar próximo a Pericles e os outros, porém, ali mesmo ele também foi alvejado por flechas.

Ao adentrarem o novo caminho, Marduk e Adrien se viram cercados por vários chocobos amarelos amontoados, e, aparentemente estressados com aquela situação de confinamento em um cubículo. Em um dos cantos, próximo a parede, o guerreiro nômade conseguiu ver a cabeça do gnoul com uma espada de lâmina larga em punhos e quase a se perder naquela aglomeração de pássaros. Sem perder tempo, o gigante tentou se desvencilhar dos animais para ir ao encalço do inimigo, e, foi nesse momento que ele foi atingido com um ataque de bico por uma dos chocobos que estava estressado.

Ao sentir na pele o ataque de um dos chocobos e ao vislumbrar a sua volta que estava cercado de uma quantidade expressiva dos mesmos, Marduk se viu compelido a se afugentar daquele lugar antes que o pior acontecesse.

Um bando de chocobos negros rapidamente sobrevoou o local onde o confronto ocorria, para logo em seguida lançar sobre os inimigos de Milo e companhia um ataque preciso de projéteis mágicos, que abateu vários kobolds, dentre eles os dois arqueiros que atormentavam a vida dos mercenários do alto dos paredões. Embora alguns inimigos não tenham sido fatalmente atingidos pelo ataque surpresa dos aliados, a morte veio a eles em um momento breve por meio da espada e da natureza sanguinolenta de alguns dos mercenários.

Marduk e Adrien retornaram para junto dos demais, e, com eles vieram um bando de enfurecidos chocobos amarelos. Entretanto, antes que algo de muito ruim viesse a ocorrer ao grupo, Malgorr tomou a iniciativa, após o guerreiro nômade lhe sugerir que contivesse os seus animais, e, assim, o velho ranger partiu em direção a eles, e, por meio do uso de sua tiara mágica de comunicação conseguiu acalantar o ânimo das criaturas.

Adrien, O caminhante, realizou primeiros socorros em Worean.

O grupo ouviu um barulho de lâminas se chocando vindo de um local não muito distante de onde estavam, temendo pelo pior, e, cientes de que o verdadeiro inimigo ainda não havia sido confrontado, Marduk, Adrien e Malgoor partiram na direção de onde presumiam vir o barulho. Não tardaram em encontrar alguns kobolds mortos, um gnoul – o mesmo avistado entre os chocobos momento antes por Marduk -, e, muito debilitado a beira da morte, Tochida Murashai.

Toshida estava lacerado por inúmeros golpes de lâminas e garras, tendo as vísceras expostas, e, embebido em sangue - seu e de alguns de seus inimigos. O sahudense ainda soluçava em dor com o olhar perdido no céu estrelado quando percebeu a presença dos aliados, e, a eles somente pode alertar de que o inimigo era de fato uma besta mortífera, tal como os anões haviam alertado.

Ilustração por Mauricio H. El-Grimlock.
O ladino Qualbaeshi transformado
em Lobisomem, uma medonha
e bestial criatura sanguinária.
O local em que Tochida, Malgorr (montado sobre Milo), Marduk e Adrien estavam era tal como um cômodo espaçoso rodeado por paredões de rocha que se estendiam a uma altura de 3 a 4 metros. E, para surpresa deles, uma voz grotesca e carregada ressoou em tom ameaçador por cima daquelas paredes rochosas (algumas respingadas de sangue), vociferando injurias pelo afronto de suas ações, sobretudo, a do velho ranger. Malgorr e os mercenários tinham certeza daquilo que os aguardava, e o guerreiro nômade não tolerava mais aguardar, e, não tolerou tamanha petulância.

Marduk prestes a ser tomado por um espírito bestial de fúria se lançou sobre a parede rochosa com o seu martelo de duas mãos, e com a força necessária impulsionou o corpo em um movimento acrobático se desvencilhando com um imponente salto daquilo que obstruía o seu caminho de batalha, Tal ação foi tão assombrosa que surpreendeu o próprio inimigo que se encontrava a cerca de cinco metros de distancia.

Qualbaeshi estava em sua forma animalesca. Uma mescla bizarra de lobo e homem com pouco mais de três metros de alturas, e forte. Os pelos que encobriam o seu corpo eram de um tom negro profundo, que ao brilho da lua fazia com que o mesmo reluzisse de forma prateada em alguns instantes. As suas garras possuíam um aspecto mortal e ainda gotejavam por terem sido embebidas no sangue do sahudense, tal como as presas na boca. Os olhos pareciam expelir faíscas e maleficência. Na mão direita ele empunhava uma espada de lamina larga que mais se assemelhava a uma cimitarra, com várias inscrições rúnicas ao longo de sua lamina que reluzia de maneira bela pela qualidade do material trabalhado.

Ilustração por Nebezial.
Marduk, O Coração de Gelo,
enfrentou Qualbaeshi transmutado
na sua forma bestial, e, fez
com que o inimigo experimentasse
o poder de seu machado.
O guerreiro nômade com cautela foi para cima de seu inimigo. Porém, StinkDog o fez experimentar da lâmina de sua espada, e, isso ocorreu de maneira tão incomoda, que uma sequencia de golpes foi suficiente para projetar o gigante e fazer com que ele retornasse ao confronto transformado pelo espírito berserke que ansiava se libertar de suas frágeis amarras psíquicas. Marduk balbuciava injúrias inomináveis que mais se assemelhavam a urros de uma criatura selvagem em frenesi, bufava ofegante a cada passo e golpe direcionados ao seu inimigo.

Marduk custou em acertar a besta – que era mais alta, alguns centímetros -, mas um golpe do gigante oriundo dos Picos Nevados fez com que a mesma reconhecesse o poder destruidor de seu oponente.

Adrien e Malgorr tentaram buscar um novo caminho para chegar até onde Marduk estava a confrontar o inimigo, entretanto, antes que eles deixassem o lugar onde fora assassinado Tochida, quatro kobolds surgiram sedentos por sangue, com espadas curtas em mãos e a rosnar como cães ferozes. Um combate mortal foi travado naquele lugar, e, os pequenos cães humanoides sentiram na pele o quão as espadas do meio elfo estavam afiadas e preparadas para aquele momento, assim como, os ataques contundentes de Milo, por meio de seu bico (bicadas) e pernas (coices).

Por mais uma vez um bando de Chocobos Negros sobrevoou o local de confronto de Milo e seus aliados, e, novamente eles lançaram sobre as forças inimigas um ataque de incontáveis projéteis mágicos, e tal ofensiva foi suficiente por terminar de liquidar alguns dos combatentes do bando de Qualbaeshi. O líder, embora tenha sido alvejado, ainda de pé e com forças suficientes, aproveitou-se do ataque para se evadir do confronto.

O último ataque dos Chocobos Negros acabou acertando acidentalmente Marduk, que próximo da encosta, caiu por falta de equilíbrio do local onde estava para aquele onde estavam Adrien e Malgorr. Porém, a queda do guerreiro nômade sobre o chão rochoso o deixou inconsciente, o libertando do espírito selvagem que havia tomado posse de seu corpo e razão.

Adrien e Malgorr ficaram assombrados com a quantidade de golpes de espadas que haviam lacerados o tronco do gigante nômade, e o quanto de sangue o mesmo perdia com aqueles ferimentos expostos. Milo, sem que o amigo ranger falasse, se concentrou para mais uma vez usar seu poder mágico (naquele dia que fora para ele um dos mais exaustivos).

O guerreiro nômade abriu os olhos lentamente sentindo o doce sabor do hidromel em seus lábios, mas este não era um tipo qualquer desta bebida tão habituado a beber em sua terra natal, era algo especial do qual nunca havia experimentado. Todo o cenário de confronto agora lhe parecia tão distante e intocável como se vislumbrando por de trás do véu de águas de uma cachoeira feito um mosaico disforme. O seu machado já não possuía o peso de outrora, a sua lamina reluzia com um brilho sem igual e incomum. Sobre a sua cabeça, entre nuvens que precipitavam chuva, sobrevoavam alguns corvos e belos e vigorosos corcéis alados, Montando sobre os fantásticos animais, mulheres de beleza incomum, todas trajadas em armaduras reluzentes como primeiro raiar do sol. Uma delas se aproximou bem ao alcance de suas mãos, porém, quando os mesmos iriam se tocar, algo mágico ocorreu dissipando subitamente aquele evento.

Milo se concentrou, e com eficiência usou seu poder para realizar uma cura profunda dos ferimentos de Marduk. Todavia, o guerreiro tenha regenerado os seus ferimentos, algumas leves cicatrizes lhes foram presenteadas para que ele jamais se esquecesse do episódio. Pois, ainda que o Coração Gelado não tivesse total ciência do que lhe ocorreu quando o mesmo se encontrava em estado de fúria, uma torrente de imagens em lampejos tomaram a sua mente ao recobrar a consciência. Lembranças que não se associam aos eventos recentes, ou mesmo a ele, algo que o perturbou, pois muitas das vezes era como se ele tivesse sido possuído por outro alguém, ou vivido outra vida que não fosse a sua.

Pericles Fant não resistiu ao veneno contido nas flechas arremessadas pelos kobolds, e, acometido de uma paralisia total dos membros foi a óbito. Morreu desolado por não ter dado a Qualbaeshi o fim que tanto almejava.

Ilustração por Jesper Ejsing.
Embora Worean houvesse sido
alvejado por flechas semelhantes as que
repousaram no peito de Pericles,
ou seja, envenenadas, ele teve mais
sorte ao ser socorrido por Adrien.
Worean por sua vez, teve mais sorte que o ladino que havia adentrado nessa empreitada por vingança de seu antigo contratador, pois, Adrien conseguiu realizar nele primeiros socorros suficientes para estancar os ferimentos, e, conter qualquer ação do veneno disposto na ponta das flechas.

Miendro, o líder dos Chocobos auxiliados por Milo no inicio deste dia, liderou uma caçada vingativa e sem tréguas a Qualbaeshi e aos remanescentes de seu bando, que fugiram desnorteados pelas regiões montanhosas de Zarak. Um a um os kobolds foram executados. Por fim, Qualbaeshi também foi localizado, e, nem mesmo ele em sua forma monstruosa foi capaz de persuadir os seus oponentes.

StinkDog foi confrontado por Miendro, embora o ladino transmutado em lobisomem possuísse uma força e habilidade incomum para lutar com a espada, ele só não contava com o poder dos demais aliados do líder chocobo. Pois, para cada golpe mortal deferido pela criatura contra o chocobo negro uma leva de poderes encobria a ave líder emanada dos demais pássaros que observam o combate. Poderes estes, tais como: cura profunda; aumento de poder de ataque; resistência a danos; e, moral. Por fim, Qualbaeshi foi vencido pela exaustão de seus esforços em se mantiver vivo e consciente diante daquele grupo que almejava mais do que tudo o seu fim. Os chocobos amarelos sobreviventes que foram sequestrados da fazenda de Malgorr foram agraciados por Miendro para liquidar o captor.

Ilustração por Mateusz K. "Narholt".
Brendda Malgorr se aproveitou da
distração de Qualbaeshi e seus
vis aliados para fugir do acampamento
com a sua irmã, mal sabendo elas
que a distração em questão
era o confronto de seu pai
e aliados pelas suas vidas
e dos Chocobos Amarelos.
Em busca por demais aliados de Qualbaeshi, os chocobos encontraram as filhas de Malgorr, que fugiam assustadas e a esmo correndo pelos vales do reino anão montadas sobre dois chocobos amarelos.

Brendda Malgorr se aproveitou de mais uma distração de seus sequestradores (justamente, o confronto de seu pai e aliados) para junto com a irmã (Enorinna), fugirem. Elas montaram sobre o lombo de dois dos chocobos amarelos capturados de sua fazenda e partiram sem mais delongas, não pelo caminho comum (a rota comercial), mas por outros que lhe permitiam passagem, a fim de dificultar qualquer iniciativa de seu sequestrador em querer persegui-las. Ambas estavam tão assustadas com Qualbaeshi e suas criaturas de adeptos grotescos, que se elas pudessem encontrar uma morte rápida por meio da queda de um dos muitos precipícios que existem na região já lhes seria suficiente.

Chocobos Negros que sobrevoavam o local em ataque as forças inimigas perceberam a agitação de outros dois animais que fugiam em carreira do local levando consigo duas mulheres, logo, informaram aos demais que percorriam por vias terrestres em busca de inimigos sobreviventes sobre os mesmos. Os Amarelos cientes de quem poderiam ser pediram aqueles que podiam voar para que os abortassem até que um grupo pudesse chegar até eles e avisá-los do ocorrido.

A princípio, Brendda e Enorinna ficaram assustadas com a abordagem súbita dos Chocobos Negros que surgiram obstruindo a continuidade do caminho, pois, elas ainda se lembravam do primeiro encontro do grupo de Miendro e Qualbaeshi sobre as montanhas. Miendro queria a liberdade dos Chocobos Amarelos capturados pelo ladino a qualquer custo, porém, as próprias aves sequestradas estavam assustadas com a maneira agressiva da outra espécie, que até aquele momento, as próprias desconheciam completamente a existência por terem sido criadas em cativeiro. Porém, bastou surgirem uma dupla de Chocobos Amarelos para anunciarem o fim daquela doentia passagem pelas montanhas e o reencontro com Malgoor para que se desfizesse o semblante preocupado e defensivo das aves montadas. As irmãs não se opuseram ao entendimento que os pássaros haviam chegado, mas elas tinham uma certeza de que algo de bom havia ocorrido, pois, os animais demonstravam menos tensão.

O encontro do pai com as duas filhas foi uma cena comovente. Worean se lembrou da beleza dos dias de verão com a sua família, do quão o seu pai e a sua mãe eram devotos à felicidade dele e de seus irmãos, Marius e Aíra. O mercenário se afastou e encobriu parte do rosto com o capuz de sua capa para que os demais não percebessem os olhos marejados.

Ilustração por Zippora.
Enorinna Malgorr filha mais nova
de Francis Malgorr.
Miendro conversou com Malgorr, que o compreendia por meio da tiara mágica. O líder dos chocobos explanou ao ranger criador e treinador de seus semelhantes a necessidade dos pássaros serem livres naquele momento, uma vez que, a chegada deles até este continente foi por meio de batalhas (durante a Era do Signo de Orion), e, que muitos avistados até então viviam em fazendas e a margem de seus reais potenciais, onde muitos destes eram utilizados para o entretimento banal dos homens em corridas apostadas, ou ainda pior, para lhes prover belas vestimentas ou ter as suas vidas sacrificadas em pratos exóticos. Francis compreendeu muito bem os anseios da ave mestra, sobretudo, atrelada a um grau de evolução que ele em sua fazenda desconhecia, e, que somente poderia ser propiciada nesse estado natural e na companhia dos demais de sua espécie. Sendo assim, a maioria decidiu por ficar com o grupo liderado pelo Choco Negro em uma espécie de santuário, exceto Milo e outros três mais jovens, que futuramente serão libertos para seguirem ao encontro dos demais.




Sobre a regência de Libra, são dias que seguem.

Malgorr, Brendda, Enorinna, Adrien, Worean e Marduk, encontraram um local onde puderam descansar o resto daquela noite, sobretudo, estando as suas vidas guardadas por uma grande comitiva liderada por Miendro. Pela manhã um grupo de chocobos, designado pelo líder, ficou responsável por guardar a passagem do ranger e seus aliados de volta até as fronteiras de Zarak. Durante esse percurso, os aventureiros foram observados e auxiliados também pelos anões Dionísio Thirdway e Brinow Orklan, dois dos que foram ajudados no mesmo dia em que ocorreu a batalha contra Qualbaeshi e seu bando.

Os anões agraciaram os mercenários de Arvey com presentes mais do que quistos:

Marduk, o Coração Gelado.
Foi lhe entregue uma lamina forjada em metal de qualidade superior para o machado de duas mãos, composta por runas mágicas anãs (GeB+4 cort, peso 5 kg).
Runa: “Torri-Arf”.
Pré-requisito: Requer falar a runa para ativá-la e especificar para qual item será deferido o ataque.
Frequência de uso: Uma vez por oponente durante o combate.
Efeito: Reduz o RD e os PVs de armas ou armaduras do oponente a metade para serem quebradas.
Restrição: Não funciona contra anões.

Adrien, O Caminhante.
Duas espadas de lamina larga feitas em metal de qualidade superior para o Meio Elfo, com runas mágicas anã inscritas ao longo da lamina (GeB+2 cort e GdP+3 perf, peso 1,5 kg).
Runa “Maxima-Dorora”.
Pré-requisito: Requer falar a runa para ativá-la.
Frequência de uso: Uma vez por oponente durante o combate.
Efeito: Cada uma das armas é capaz de afligir o dano máximo.
Restrição: Não funciona contra anões.

Worean Hosborn, O Espada Errante.
As espadas de Worean foram agraciadas com runas de poder anão.
Runa: “Ferrum-Ocius”.
Pré-requisito: Requer falar a runa para ativá-la.
Frequência de uso: Uma vez por oponente durante o combate.
Efeito: Cada uma das armas é capaz de atacar a uma velocidade que ignora as defesas passivas do oponente, as deduzindo da jogada de defesa.
Restrição: Não funciona contra anões.

Outros itens entregues:

Peças de armaduras feitas em coro e aço com a insígnia de “Valentes Aliados de Morriel”, (Atribui +4 aos testes de reação junto aos Anões do Reino de Morriel, e +2 para os demais reinos anões de Zarak).

- Armaduras em coro reforçado para o grupo (RD +2, peso 5 kg); e,

- Placas de aço leve para as canelas, braço e peito (RD +6, somente peito e pesa 8,5 kg/ Braçadeira e Perneiras 7 kg e 9 kg respectivamente).

terça-feira, 18 de junho de 2013

RPG: Aventuras em Yrth - Bodas de Arcádia - Busca pelo Presente Especial

Os Al-Lacnour, os demônios e as fadas.

Os Al-Lacnour são uma poderosa tribo do reino de Al-Wazif. Tendo em sua base ilustres guerreiros e habilidosos mercadores, assim como também, respeitáveis magos que já prestaram serviços militares ao Califa, dentre os membros mais honoráveis, destaca-se o ulemá Sumei Al-Lacnour.

As terras da tribo são conhecidas por possuírem diversas reservas minerais, de onde são extraídos minério de ferro e outras pedras preciosas. Contudo, a evidência para a fonte de renda desta família é sem sombra de dúvidas a sua capacidade de negociar, sobretudo, especiarias - Produtos estes, que são cultivados em abundância nas vastas e férteis terras que se estendem da cidade de Shaniyabad até as proximidades da costa litorânea.

Certa vez, em uma tarde de outono, enquanto os escravos e demais trabalhadores das minas escavavam uma distinta região da propriedade, eles foram surpreendidos ao se depararem com uma câmara oculta onde aparentemente jazia uma fera semi-humana sobre uma elevação rochosa estranhamente ornamentada que mais se assemelhava a um altar. Logo, fizeram por comunicar aos senhores da terra que tomaram medidas drásticas quanto à criatura que não estava morta, mas adormecida. Uma vez acordada com toda aquela confusão que se fez a sua volta, a criatura se viu na obrigação de confrontar os invasores de seu recinto, no entanto, a mesma foi severamente açoitada e subjugada pelo poderio da tribo.

Ilustração por Jerad S Marantz
Sagraff, o demônio Interior,
aprisionado pela família Al-Lacnour,
que pela vida, rendeu aos seus captores
o um raro conhecimento
a respeito das Fadas Perdidas.
A criatura cujo nome era Sagraff foi feita prisioneira da família Al-Lacnour, e durante o seu cativeiro ela foi duramente castigada. Tamanha foi a sua tortura que a mesma relatou sobre diversas coisas as quais tinha conhecimento de modo que pudesse ser liberta daquilo. Ela expôs desde a natureza de sua espécie, costumes, habitat a demais assuntos relacionados ao ocultismo. Contudo, o que mais chamou a atenção dos mais velhos foi saber sobre a existência de fadas, do poder que somente poderia ser encontrado nessas criaturas, de um ritual capaz de absorver está força vital que emana delas, de como as reconhecer, e, sobretudo, localizar as chamadas Fadas Perdidas.

A princípio, a família achou aquilo tudo mencionado a despeito das Fadas por Sagraff, como algo descabido, pois, em tantos anos nunca se havia tomado conhecimento da existência de fato de tais criaturas, senão, lendas e rumores desencontrados. Todavia, preferiram manter aquele demônio enclausurado até que o mesmo conseguisse provar que havia verdade em suas palavras. Assim, longos e penosos foram os dias daquela besta mantida cativa no calabouço de um palacete dos Al-Lacnour, que por muitas vez enlouqueceu com distinta fome e opressão.

Para Sagraff o dia de sua possível liberdade parecia chegar toda vez que uma criança era localizada segundo as condições mencionadas por ele como sinais claros de uma Fada Perdida:

Um órfão de estranha/radiante beleza, cujos progenitores estavam falecidos, e que a morte destes últimos tenha acontecido no nascimento desta – momento de transição da alma de um corpo velho para um novo, como em uma espécie de renascimento.


Toda vez que alguém da família trazia uma criatura para o demônio, por mais que ele almejasse que fosse uma Fada Perdida, aquele dia Sagraff tinha pelo menos uma certeza: a de que não dormiria com apetite, uma vez que ele se aproveitava daquele momento para se alimentar da alma daqueles inocentes. Assim, muitos foram os que padeceram sobre as garras daquela besta, e que por ventura trouxeram também uma má reputação para os Al-Lacnour dentre os clãs da região, mas nada que abalasse a sua relação junto ao Califa.

Passado cerca de dois anos, em meio a muitas buscas, houve uma jovem humana que de fato trazia dentro de si a alma de uma Fada Perdida, e o demônio tendo percebido isso tentou ser mais esperto que os seus algozes. No entanto, os Al-Lacnour haviam intuído o que Sagraff tramará as escondidas, e antes que ele pudesse concluir o seu plano de traição, algo o atingiu fatalmente na cabeça. Por infelicidade do destino a besta somente fez por despertar a fada, e tardiamente eles agiram, o que custou a vida de alguns irmãos de sangue antes que a criatura fosse destruída em um fervoroso combate.

Os sobreviventes ficaram pasmos, e ao mesmo tempo, admirados com tudo aquilo, pois, em anos de perscrutação, agora eles tinham a certeza que tais seres existiam na natureza de Ytarria, e que deveriam buscar por eles, pois, reconheciam que ali havia uma fonte de poder inimaginável. Entretanto, sabiam que agora, mais do que nunca, teriam que conhecer o ritual para drenar a essência de uma fada, e assim evitar a fatalidade da experiência passada.

Transcorrido este episódio, por muitos anos depois uma parte da família seguiu em busca daqueles que seriam possíveis eleitos a trazerem em seu corpo a alma de alguma Fada Perdida, porém, foram ações infrutíferas. Todos os capturados, sem nenhuma exceção, não passaram no ritual que permitia conhecer se tratava de uma Fada. Em contrapartida, houve um grupo que ficou responsável por esquadrinhar o conhecimento do ritual completo que tratava da absorção do poder de uma Fada, este por sinal, obteve mais êxito, mesmo que a um alto custo, tendo que negociar com outros demônios, seres inferiores, semi-humanos, e, também alguns magos de Mégalos.

Durante o aprendizado do ritual completo do dreno de poder das Fadas, os Al-Lacnour foram alertados quanto a dois males: o vício e a loucura. Primeiramente, o poder é viciante e sempre requer mais, sendo assim, quem beber desta fonte sempre terá mais sede dela. Segundo, quando o operador está drenando a essência do poder de uma Fada, ele está absorvendo para si a alma de uma criatura, portanto, isso implica que ele estará trazendo para dentro de seu corpo mais alguém, e passado algum tempo - cedo ou tarde -, esse outro irá se manifestar, e quando isso incidir, é certeza que internamente haverá conflitos. Uma batalha a ser travada em planos astrais e que decidirá aquele que liderará o corpo, e quem de fato estará dominado, e consequentemente, fadado ao esquecimento. Esse período é marcado pela instabilidade de emoções, confusões e crises de personalidade na mente do operador.


Os Al-Lacnour e os Dardânios

Ilustração por Shardanas
Saluth Al-Lacnour, Mercador de Al-Wazif,
encantado pela beleza de Sophia Dardânio,
acreditou haver nela uma essência de fada,
uma Fada Perdida.
Saluth, pai de Saphimir, era um mercador de especiarias muito conhecido na região de Shaniyabad, e tomou conhecimento de Eduardo Dardânio quando o mesmo o procurou em seus domínios para negociar produtos de sua terra. Dardânio havia vindo em uma caravana de mercadores oriundos do reino de Caithness, que costumava fazer esse trajeto pelo menos quatro vezes ao ano, a fim de abastecer os mercados deste reino, e também levar para o mercado de sua origem produtos de ótima qualidade e boa saída. Na ocasião, Saluth também conheceu Sophia Dardânio, a jovem e belíssima esposa de seu convidado – a mais bela mulher vinda de outros reinos que já vira pisar nas terras de sua família.

O mercador muçulmano ficou tão encantado com a jovem Sophia, que chegou a propor a Eduardo Dardânio uma inominável fortuna, algo como cinco camelos abarrotados de riquezas (ouro, joias e finos tecidos adornados), somente para ter aquela mulher em seu harém. Contudo, o comerciante de Caithness foi relutante, e não entendeu aquele gesto de Saluth como afronto a sua pessoa ou mesmo uma grosseria por parte de seu anfitrião, uma vez que ele compreendia muito bem o efeito que a sua esposa causava nos homens. O fato é que Dardânio a amava muito, e estava disposto a sacrificar a própria vida a ter que machuca-la com tamanha falta de hombridade.

Ilustração por Boris Vallejo.
Eduardo Dardãnio, Mercador de Caithness,,
embriagado e na cia dos Al-Lacnour,
cita como conheceu a sua bela esposa,
e alguns outros detalhes,
que realça a crença de que ela seja uma
Fada Perdida.
O mercador de Al-Wazif respeitou a decisão do jovem Eduardo Dardânio, contudo, aquela mulher de beleza rara havia atraído o seu coração de tal modo, que se se fosse da vontade de Alá, ele se sujeitaria a espera-la por mil sombrios invernos e a sobressair a fatais percalços da vida.

Dardânio retornou no ano seguinte com a caravana de comerciantes oriundo de Caithness, agora sob a liderança da mesma, e tendo ganhada a confiança de Saluth, o mesmo convidou a ele e a sua comitiva para repousarem em suas terras, e também, a cearem com a sua família em um festivo banquete de boas vindas.

Na ocasião, embriagado e tomado por uma grande alegria, o mercados de Caithness relatou com detalhe para seu amigo como encontrou Sophia... E à medida que Eduardo falava, Saluth percebia como era grande o sentimento de amor que os envolvia. Contudo, tudo mudou, ou ganhou um novo sentido, quando o narrador citou que a sua esposa era órfã de pai desde muito pequenina, e que sua avó paterna também era desconhecida, pois, havia falecido no dia da concepção do seu pai... Todas da família de Saluth que estavam a mesa e que tinham conhecimento sobre a história das Fadas Perdidas, e que por ventura conversavam qualquer outra coisa em paralelo, passaram a prestar maior atenção a história, e em um silêncio mutuo trocaram olhares confidentes.

Naquela noite, os Dardânios e demais membros da caravana foram se deitar mais cedo, embriagados por tanta bebida e abastados com a fartura de boa comida servida por seu anfitrião. Entretanto, para a família de Saluth as horas foram mais longas, cheias de pontos de interrogações, suspeitas e discussões acaloradas quanto a real natureza de Sophia. E tudo isso feito bem longe dos olhos e ouvidos de algum visitante indesejado.

Ilustração por Shardanas.
Abbadino Al-Lacnour,
Mestre em Artes Mágicas,
Conhecedor dos Ritos para
Descobrir a Natureza de uma Fada,
ao ouvir o relato do irmão sobre
a esposa do mercador de Caithness
também acreditou que podiam estar
diante de uma Fada Perdida, mas
desejava ter certeza indo ao
encalço dos mesmos no outro reino. 
Abbadino, um irmão de Saluth mestre nas artes mágicas e conhecedor dos rituais para descobrir se uma pessoa trazia a alma de uma Fada Perdida foi convocado, contudo, o mesmo não chegou a tempo da partida de Dardânio e a sua caravana. Porém, ouviu o relato de seu irmão quanto ao mencionado por Eduardo em relação a Sophia, o que não permitiu a eles muitas dúvidas sobre a natureza dela, havendo somente a necessidade de uma constatação.

Alguns meses depois a caravana de mercadores de Caithness retornou a Al-Wazif, contudo, Eduardo Dardânio não estava com eles, e, logo, Saluth e Abbadino ficaram sabendo que o mesmo não havia vindo em função de uma tragédia e também de um milagre que aconteceu na vida do comerciante: a morte de Sophia no momento em que a mesma deu a luz a sua única filha, Selga, Os Al-Lacnour prontamente trataram de organizar uma expedição ao reino de Caithness levando pêsames pelo óbito da esposa, e também presentes pelo nascimento da primogênita, e quem estava à frente da mesma era o irmão de Saluth, Abbadino, designado, sobretudo, com o interesse de averiguar a criança.

No fim, Saluth se sentiu abatido por uma grande tristeza e arrependido pelo que fez, e, sendo assim, não estava disposto a seguir com o plano pérfido que seu irmão havia traçado para sequestrar a filha de Dardânio - seu amigo de Caithness -, caso a mesma fosse de fato uma Fada Perdida. E, antes que Abbadino e seu grupo de sequestradores cruzassem as fronteiras retornando para o reino de Al-Wazif de posse da criança, o mesmo foi emboscado por um grupo ainda maior de assassinos contratados pelo irmão, cuja missão era devolver Selga ao seu lar, além de desaparecer com o seu irmão e seu bando, o que aparentemente conseguiram fazer com êxito. Entre os familiares o mercador de Al-Wazif semeou uma falsa história:

Ilustração por Jonathon Earl B.
Sophia Dardânio, uma Fada Perdida,
esposa do mercador Eduardo Dardânio,
perseguida pela família Al-Lacnour.
Na qual seu irmão teria chegado a Caithness e constatado que a criança não se tratava de uma Fada Perdida, e que em breve retornaria, pois, ele e os demais se sentiram perseguido ao percorrerem um caminho por dentro de Mégalos, algo em função do preconceito de alguns fanáticos cristãos que abominavam os seus modos, costumes e credos, contudo, antes que pudessem chegar ao reino, os mesmos foram emboscados e assassinados por vis bandoleiros, que chegaram até requerer uma quantia exorbitante como resgate, mas antes que algo pudesse ser feito, o temperamento explosivo e egocêntrico de Abbadino os condenou a morte.

Anos mais tarde Abbadino ressurgiu muito debilitado, cheio de cicatrizes - algumas profundas até a alma -, trajado em trapos, e com a ajuda de velhos companheiros de milícia, para se vingar de seu irmão e tomar dele tudo que era por direito, inclusive suas terras, esposas e filhos. Desmentindo a mentira que Saluth havia forjado tão bem entre os familiares e amigos próximos, e contada ao longo de aproximadamente hum ano, e que somente poderia ter um desfecho mortal, logicamente, para o mentiroso, que foi julgado e condenado pela corte do reino. 

Ilustração Autor Desconhecido.
Saphimir Al-Lacnour, O Arcano,
Filho de Saluth criado por Abbadino.
Aceitou o assassínio do pai
pelas mãos daquele que o criou.
Foi ele quem deu continuidade a criação de seus sobrinhos ainda muito pequenos, Saphimir e Adora, os doutrinando nas artes políticas, marciais e mágicas, inclusive, visto que o pai, Saluth, apesar de deter tal aptidão para magia sempre abdico do talento natural de manipulação das forças do universo, preocupando-se somente em lidar com o comércio e a politica. Apesar dos filhos nunca conhecerem ao certo o destino do pai, eles foram extremamente gratos à criação do tio que os acolheu como legítimos filhos e os fez homens preparados para a vida, e, que por tal motivo, nunca o questionaram por nada.

Passado cerca de vinte anos ou mais aproximadamente, e em seu leito de morte, Abbadino reuniu os seus sobrinhos e lhes falou sobre Eduardo Dardânio e a sua filha que viviam em Caithness, assim como também, lhes revelou sobre o que aconteceu de fato entre ele e Saluth, o pai deles. O tio havia sabido criar muito bem os sobrinhos, de tal modo, que eles compreenderam e aceitaram a condenação do progenitor como algo justo perante as leis de Alá, e, principalmente, justificado pela sua tolice, uma vez que estava em jogo algo muito mais importante para a família Al-Lacnour, que a amizade de um mercador oriundo de terras cristãs, que em suma, era encontrar uma Fada Perdida, e com isso fortalecer o poder da família.

Ilustração por.Eric Basaldua
Adora Al-Lacnour, A Feiticeira,
Também filha de Saluth criada pelo tio,
Abbadino Al-Lacnour.
Encarregada de auxiliar o irmão
em tudo, ainda no leito de morte do tio.
Antes de falecer o tio instruiu secretamente Saphimir no ritual que permitiria a ele despertar a Fada Perdida existente na filha de Dardânio, assim também como nos riscos que isso implicaria, e, sobretudo, na cerimônia que possibilitaria ao mesmo drenar o poder da criatura. Logo em seguida, convocou novamente Adora, sua sobrinha, e também aos seus servos mais proeminentes, para juntos se ajoelharem diante de seu sobrinho e jurarem lealdade, como novo senhor daquelas terras, dispondo suas espadas, poderes, conhecimentos e vidas.

A partir daquele momento, Saphimir, juntamente com Adora e Abdu Lu-Mogimir começaram a planejar de que forma iriam contatar o velho mercador de Caithness, e como fariam dele e sua filha reféns.

Os Al-Lacnour não tiveram muita dificuldade em descobrir por meio de outros comerciantes de Al-Wazif que Eduardo, ainda que com avançada idade, participava da caravana de mercadores vindas de Caithness, juntamente com o seu filho Olaff Dardânio. Ele os acompanhava, mais como uma espécie de conselheiro, e com bem menos frequência.

As duas famílias já não tratavam negócios em função de acontecimentos passados, visto que, o episódio do sequestro de Selga ainda pequena, estava muito vivo na mente do velho Dardânio, uma vez que o mesmo ocorreu momentos depois da partida de Abbadino e sua comitiva de sua residência para as terras muçulmanas, o que acabou gerando certa desconfiança e abalando de vez à relação de amizade entre as duas partes, mesmo, tendo Saluth cometido um grave crime perante as leis do Alcorão e de seus consanguíneos para trazer a criança de volta para junto de seus familiares, nada foi suficiente para reconstruir os laços, e trazer aquilo que havia se perdido fatalmente, a confiança.

Ilustração Autor Desconhecido.
Olaff Dardãnio, filho de Eduardo,
seguiu a vida de mercador de Caithness,
participando em diversas caravanas,
inclusive para os reinos muçulmanos.
Saphimir entrou em contato com o Olaff Dardânio, a fim de oferecer a ele uma oportunidade de bons negócios e de reconciliação entra as famílias. E foi aí que o sórdido negociante agiu, percebendo que a oferta parecia muito agradar o jovem Dardânio, pedindo que ele trouxesse de Caithness um valioso item ao qual presentearia a sua irmã, Adora, que em muito em breve se casaria (algo forjado) com um nobre local, no intuito de selar também alguns desentendimentos passados, e que devida a importância da missão, o próprio mercador de Al-Wazif forneceria uma guarda especial para assegurar a passagem deles.

Eduardo Dardânio, o patriarca, foi o único opositor a proposta do jovem Al-Lacnour, porém era algo motivado por seus ressentimentos. Contudo, ele foi persuadido, pelo filho e demais companheiros de caravana que aquela negociação seria importante para todos, sobretudo, para o comércio de Caithness, pois, a família de Saphimir era muito importante na região, e que eles já havia feito algumas sanções ao comércio entre os dois reinos, portanto, mágoas passadas não poderiam seguir impedindo o abrilhantamento de um próspero futuro.

No entanto, como um mau-presságio previsto pelo velho Dardânio - dias depois de firmado o acordo -, no meio do caminho de regresso as terras do reino de Al-Wazif, e estando eles munidos com o tal presente de casamento, a caravana foi abordada, saqueada, e somente os homens muçulmanos padeceram em batalha. Este infeliz incidente ocorrido ainda dentro dos limites de Caithness ofendeu a honra da família Al-Lacnour. Que acusaram os Dardânios e demais envolvidos de descomprometidos, e, ainda, cúmplices do preconceito vil e assassino dos cristãos para com os muçulmanos, e que tamanho afronto abalaria por vez as relações de comércio entre os dois reinos, e que algo do tipo, só poderia ser quitado com derramamento de sangue.

Temendo pelo pior, Eduardo Dardânio, organizou uma comitiva, incluindo a presença do grão-mestre da guilda de mercadores de Caithness, para se dirigir a Al-Wazif, e assim, negociarem o fim daquele terrível desentendimento. 

Os Al-Lacnour, juntamente com os familiares dos combatentes que foram assassinados nessa expedição, queriam a qualquer preço a cabeça de todos os envolvidos que foram capturados pela guarda do reino - inibindo qualquer tentativa de fuga -, quando Olaff e os demais chegaram às terras muçulmanas para tentarem se explicar do lamentável fato.

Ilustração Autor Desconhecido.
Eduardo Dardânio, implorou pela vida
do filho Olaff, e, aceitou as condições
impostas pelos Cadis de Al-Wazif, inclusive
o casamento de suas duas únicas filhas:
Selga e Nina com Saphimir.
Por fim, e em um gesto desesperado, Eduardo Dardânio se prostrou diante de Saphimir, pedindo clemência pela vida de todos os culpados, e que fizesse dele o único condenado por tal grosseria. Os senhores da lei – Cadis -, sobre influência dos Al-Lacnour, julgaram que haveria o perdão para todas as famílias de Caithness envolvidas, exceto a dos Dardânios, cujo preço foi o confisco de todos os seus bens, e, principalmente, como era Olaff o responsável pela caravana, o mesmo foi condenado ao apedrejamento até a morte em praça pública pelos familiares das vitimas. Outro ponto importantíssimo foi à entrega das duas filhas de Eduardo Dardãnio, e da esposa de Olaff para compor o harém do nobre.

Cathernine, a esposa de Olaff quando soube do julgamento e o que lhe iria acontecer foi tomada por uma grande aflição, e em desespero, cometeu suicídio, lançando-se de uma torre de guarda nas proximidades da cidade onde moravam.

Eduardo Dardânio implorou somente mais uma vez a Saphimir que tivesse consciência, e esperasse que sua filha mais nova, Nina Dardânio, completasse a maioridade, e, que assim que o fizesse, ele pessoalmente lhes entregaria em mãos suas duas filhas.

Saphimir Al-Lacnour demonstrou generosidade para com Eduardo Dardãnio, e aceitou o seu pedido, contudo, frisou que as duas jovens deveriam lhes ser entregue antes do raiar do dia em que Nina completasse a maioridade, o dia que fora programado para a realização de seu casamento, e que também foi denominado como a Celebração de Perdão as Feridas das Bodas de Adora.

A pouco mais de um mês da realização de seu tão aguardado casamento com as duas jovens filhas de Eduardo Dardânio, Saphimir designou um grupo formado por quatro dos seus mais fiéis e poderosos servos para assegurar a passagem de suas noivas de Caithness até Al-Wazif, dentre eles, Adora, sua irmã, e também, Abdu Lu-Mogimir, um grande e fiel amigo.