Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

segunda-feira, 26 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - Bodas de Arcádia - Ellondar Oelundree, A Dríade

Natural da Grande Floresta
Nascido sobre o signo de Aries.
Ofício: Arcana


Certa vez nas proximidades da Grande Floresta, uma aveleira com pouco mais de cem primaveras, chamada Ellondar Oelundree, recebeu uma dádiva do Eterno, em função do perdão concebido a sua família élfica e da sua generosa contribuição para com o bosque onde habitava – Oelundree.

A semente de Ellondar foi concebida por um grupo de Dríades de presente de casamento a rainha élfica Quawin Dreea para que a mesma conseguisse, com o devido sacrifício, compensar um inadvertido erro do passado contra outra aveleira, a qual a monarca tirou a vida fazendo cladestinamente uso da espada de seu pai.

Ilustração 01: Ellondar Oelundree, A Dríade, filha dos soberanos élficos Waldegard Oeluns e Quawin Dreea.

A princípio Quawin julgou que apenas o fato de plantar, regar, e conversar ao longo de algumas horas por dia com Ellondar fosse suficiente para reparar seu erro, no entanto, o tempo passou e com ele, a majestade daquela comunidade élfica percebeu que somente aquele gesto não estava sendo o suficiente, pois, a planta não brotava. E, para agravo da situação, o desejo dos líderes daquela comunidade perante o Eterno não estava sendo ouvido, pois, durante três anos eles tentavam sem hesito conceber uma criança.

Havia uma maldição sobre a família real, e somente a Rainha poderia retirá-la.

Quawin como uma destemida e virtuosa Alta Elfa da Floresta se embrenhou nas profundezas da Grande Floresta onde tentou buscar orientação junto às dríades que lhe entregaram a semente de Ellondar, mas, ela não foi bem recebida. Aqueles seres da natureza ignoraram a sua presença. A Rainha saiu de lá desolada, e somente não sucumbiu à morte por amor ao Rei.

Ilustração 02: Rainha Élfica Quawin Dreea, mãe de Ellondar.

O Rei Waldegard Oeluns, ao acolher sua rainha de uma fracassada missão, buscou orientação junto às outras comunidades élficas da região, e por meio do ancião de uma delas, soube de um exercício que consistia em regar a planta com lágrimas verdadeiras, súplicas de perdão e devoção por tempo indeterminado. Por fim, este mesmo nobre disse em tom imperativo e claro para aquele rei élfico:


- Enquanto vocês não aceitarem a semente como uma filha presenteada pelo próprio Eterno, o que mais poderão esperar dele?

Ilustração 03: Rei Élfico Wldegard Oeluns, compreendeu o verdadeiro presente do Eterno para sua vida.

Aquilo calou por vez todos os questionamentos que assombravam os pensamentos do rei Waldegard que retornou o mais breve possível para junto de sua amada. Ele por sua vez estava repleto de uma felicidade desmedida e facilmente transmissível. E chegando a sua comunidade não tardou em ir ao encontro de sua a rainha, que estava deitada sobre o chão, imunda em meio ao lamaçal que se formou a sua volta, chorando copiosamente sobre o solo onde Ellondar estava enterrada.

O rei Waldegard ao proferir as sábias palavras do ancião para a sua amada, percebeu tempos depois como o semblante da mesma mudou totalmente ao compreender também aquele mistério do Eterno. As lágrimas de tristeza e dor se converteram em sentimentos de plena alegria, satisfação e amor. Quando essas primeiras lágrimas tocaram o solo, um pequeno tremor se sucedeu por todo reinado de élfico de Oelundree. Os soberanos se colocaram deitados com os ouvidos postos no chão, e ouviram naquele momento, em tom nítido e perfeito, a batida de um coração.

Uma grande festividade se estendeu por cerca de três meses para celebrar o nascimento de Ellondar, a primogênita dos monarcas de Oelundree. A comunidade liderada pelos seus pais élficos possuía aproximadamente cerca de setenta membros naquele tempo.

Desde muito nova Ellondar conversava com seus pais, a princípio algo ininteligível, e, por volta de sua quinta primavera ela tornara-se muito falante (comunicativa). Ela foi criada como uma filha muito amada pelos monarcas Waldegard e Quawin, e estes a educaram tal como um membro da comunidade élfica. Instruíram-na nos caminhos da magia que cabiam ao povo de Oelundree (Animais, Alimentos, Terra), a cultura, os costumes, a política, a crença, o habitat e a ecologia. Embora, a ela não pudessem ser ensinadas perícias físicas em sua plenitude, muitos conceitos lhe foram apresentados, pois, o casal acreditava que chegaria o dia em que sua filha romperia a casca da natureza que o Eterno havia lhe imposto, tal como uma Dríade.

Ellondar adorava ouvir sua mãe cantar, sobretudo, para ela. A rainha élfica possuía uma voz sublime, cuja capacidade de realizar milagres era conhecida por muitos. Rumores entre as comunidades élficas falavam que a mesma poderia diluir conflitos, acalmar tormentas, dissipar tempestades, fazer germinar plantas em solo infértil, e jorrar água pura de rochas.

Quando foi por volta da décima quinta primavera de Ellondar, a família soberana de Oelundree foi abençoada mais uma vez pelo Eterno, e agora uma criança legitimamente élfica foi concebida, a qual denominaram Hellion. Quawin, apesar de sempre acompanhada de amigas amas, ficou com a sua atenção quase toda voltada para este pequenino.

O coração de Ellondar estava prestes a se embrutecer de rancor/ciúmes pelo seu irmão élfico, foi quando então seu pai percebeu aquele sentimento ruim emanado do silêncio e dos gestos de sua primogênita, e resolveu agir. Convidou uma dríade chamada Gueen-ha para fazer companhia a sua filha, e o mais importante, para instruí-la nos conhecimentos desta amistosa e misteriosa raça aliada dos Elfos das Florestas.

Gueen-ha era oriunda de um carvalho de ficava aos pés de uma pequena montanha não muito longe de Oelundree, próxima a uma trilha selvagem, por onde um córrego de águas mansas e cristalinas acolhia a passagem de errantes viajantes. Ela devia ter cerca de cem anos a mais que Ellondar. Conseguia assumir a forma humanoide de uma belíssima mulher de cabelos verde-água, a pele alva, que encantava a todos que a vislumbravam seminua em seu caminhar quase dançante. Parecia sempre estar feliz e de bem com a vida, esbanjando bom-humor.

Para muitas das queixas da jovem dríade, Gueen-ha já não tinha a paciência de outrora, e sempre respondia quando estava no seu limite: “A tempestade veio, e a folha levou”.

Ilustração 04: Gueen-ha, a Dríade instrutora de Ellondar.

Gueen-ha explicou a Ellondar muitas coisas sobre a cultura, o habitat, a ecologia, a crença e a sociedade das dríades, e que por sinal, chamou a atenção de sua aluna quando lhe foi explicado que apesar de serem da mesma raça, assim como os elfos, elas também eram dividas em sub-raças. No caso de Ellondar, esta era uma Hamadríade, ao contrário de sua tutora, que era uma autentica dríade. A mestra lhe instruiu ainda nos círculos das magias voltadas para as plantas da qual detinha admirável domínio, e algumas de cura e controle do corpo, que ela conseguiu aventurando-se amorosamente com um elfo arcano em um tempo remoto.

O tempo passou, e aquele sentimento que Ellondar sentia pelo seu irmão élfico Hellion tomou outra dimensão. Apesar do laço de fraternidade que os unia, a mesma pressentia que por aquele jovem havia algo mais que lhe fazia estremecer o coração quando o mesmo a tocava ou se deitava sobre a sua sombra para conversarem por horas a fio. Um sentimento de ciúme começou a consumi-la quando ela passou a perceber ou fantasiar no olhar de outras elfas uma espécie de desejo lascivo por ele.

Ellondar não aguentava mais ter que esperar para ser abençoada pelo Eterno, e assim, adquirir a forma física com a qual sua mestra e outras dríades caminhavam entre os demais seres, e com estes últimos, interagia.

Anos mais tarde, Ellondar ao completar sua centésima primavera foi abençoada com a dádiva do Eterno de poder assumir a forma física feminina de uma semi-humana élfica. Uma criatura de raríssima beleza, que assim como as dríades tinha a capacidade de transmutar os tons de pele, cabelos e olhos de acordo com as estações do ano ou a floresta/Selva em que se localizavam – uma espécie de camuflagem natural. Aquilo deixou a todos repleto de felicidade, exceto sua mestra – Gueen-ha -, que se sentiu um pouco roída por dentro.

Ilustração 05: Hellion Oelundree, irmão élfico de Ellondar.

Qwawin e as demais amas que serviam a corte de Oelundree buscaram fazer de Ellondar a mais completa princesa. Não perderam tempo em seguir com muitos dos ensinamentos que até então só haviam transmitido em teoria. A princípio a dríade se mostrou desajeitada, tal como uma criança no início de sua vida, contudo, passado o tempo necessário, veio o domínio sobre o equilíbrio e o desenvolver de uma coordenação plena, e, tão logo, a mesma se apresentou como uma refinada elfa, assim como também, uma prodigiosa combatente.

Quando Waldegard, pai de Ellondar, assistiu-a em treinamento com os soldados da corte, não pôde deixar de comentar ao término do mesmo, de que a agilidade e a beleza dos movimentos eram heranças indubitáveis de Flor de Séqua – Título recebido pela rainha Quawin quando a mesma era uma Alta Elfa da corte de Dreea.

Hellion, assim como os demais, ficou encantado com a beleza de Ellondar. Efeito este que a dríade desejou no fundo de seu âmago e em suas preces mais profundas à divindade suprema. Algo mudou na maneira em que eles se entreolhavam, e na profundidade do sentimento existente entre os dois, algo muito além de laços fraternais. Não tardou para que isso fosse consumido cladestinamente em atos de lasciva e tórrida paixão.

Nas festividades do Solstício de Verão, o rei e a rainha de Oelundree convidaram a shide Scamini Dreea, uma Alta Elfa da Corte do Grão-Rei Eldemer da Grande Floresta, para participar do evento, e também amadrinhar seu filho. Esta honorável elfa era prima de Quawin, e havia lutado com ambos durante algumas batalhas, sobretudo, naquelas em que se abateram nos reinados de Oeluns e de Dreea.

Servir a corte do Grão-Rei élfico era uma grande dádiva, e negar tal fardo era tido como um crime extraordinário, onde a honra e a nobreza da linhagem tornavam-se subjugadas, e o criminoso era punido com o banimento e ostracismo da comunidade com a Marca da Insolência. Portanto, não tardou para que Scamini percebesse em Hellion os atributos necessários para amadrinhá-lo, e fazer dele um membro da Corte de Eldemer. Essa também foi à única maneira encontrada pelos pais de Ellondar para dar fim à relação amorosa entre os dois irmãos, cujo conhecimento por outros só lhes traria desdouro.

Ilustração 06: Scamini Dreea, shide da Corte do Grão-Rei Eldemer, prima de Quawin, e madrinha do príncipe Hellion.

A dríade esperou aflita, e também, paciente ao longo de semanas, meses e anos até que o seu irmão e amante pudesse retornar para a sua comunidade. Hellion, juntamente com outros dois amigos naquela ocasião, foram amadrinhados por Scamini Dreea para a Corte do Grão-Rei Eldemer.

Para Ellondar algo de estranho ocorreu quando os amigos retornaram tempos mais tarde para uma visita aos seus familiares, e Hellion não, e a única notícia que se teve foi de que estava tudo bem, e que logo retornaria para sua família. Contudo, anos mais se passaram e as preces da dríade não foram ouvidas. Uma vez ou outra, ela recebia notícia por intermédio de outras plantas, animais e outros seres da natureza com os quais podia se comunicar.

O Rei e a Rainha de Oelundree não conseguiam perceber fim naquele sentimento de Ellondar por Hellion, e isso era demasiadamente temeroso.

Ellondar angustiada foi aconselhar-se com a sua amiga e mestra sobre aquele sentimento que a consumia. Contudo, desde o envolvimento da jovem dríade com o irmão, algo, entre as duas havia mudado.

Gueen-ha havia se distanciado de Ellondar, pois, constantemente as duas estavam a se desentender, e à medida que aquilo crescia, as palavras da princesa feriam mais e mais o seu coração, que também nutria um amor platônico pelo príncipe, e que somente não levava a frente por sentir remorso de sua discípula.

Na ocasião em que Gueen-ha e Ellondar conversaram mais uma vez, não tardou para que uma nova discursão ocorresse. No entanto, desta vez a mestra não ouviu calada a sua aluna, e tão pouco se ateve a aconselhamentos, pois, os gênios estavam exacerbados entre as duas. A princesa ouviu tudo que estava entalado na garganta de sua amiga, coisas das quais a machucaram profundamente, muito em função do orgulho da mais nova. Um pedregulho composto de amargas verdades selou o fim da amizade entre as duas dríades.

Passado algum tempo, uma boa notícia chegou aos ouvidos de Ellondar: o príncipe estava retornando! Seu coração se inflamou de esperança.

Antes que Hellion pudesse chegar até a comunidade de Oelundree – que estava à cerca de um dia de viagem -, ele resolveu dar uma parada e acampar nos domínios de Gueen-ha. A dríade surgiu para lhe fazer companhia munida de uma jarra de deleitosa bebida, enquanto conversavam algo de curioso aconteceu em seu intimo, e, logo ele se viu afagado nos braços dela.

Gueen-ha não se demorou naquilo que há tanto tempo a sua mente e o seu corpo desejavam concupiscentemente. Hellion se entregou aos braços e sentimento daquela dríade de quem por vezes se encantou quando ainda bem jovem, enquanto furtivamente a vislumbrava ensinando a sua irmã, ou se banhando em quedas de águas cristalinas. A noite se fez dia, e o dia se fez noite. Ambos passaram longos dias entregues aquela paixão aparentemente derradeira, e magicamente possível graças ao poderoso encanto que estes seres exercem sobre aqueles a quem desejam. O sentimento de culpa ou remorso para com a aluna já não havia mais.

Ellondar começou por conta própria uma busca ao príncipe, e ao chegar às proximidades da morada da antiga mestra teve uma visão calamitosa daquilo que foi o seu pior pesadelo: Gueen-ha e Hellion eram amantes! Um turbilhão de coisas assombrosas invadiu a sua mente naquele fatídico momento. Pensamentos violentos, mas ao mesmo tempo antagônicos, permeavam aquele campo insólito. Por fim, tendo o espírito tomado por um acesso de fúria vertiginosa e selvagem, ela os assassinou de maneira deliberadamente fria as margens do riacho.

A dríade percebeu o crime que havia cometido contra os seres a quem mais amava se debandou para o mais longe possível de sua antiga comunidade. No entanto, a distância da sua árvore a fez sucumbir de exaustão.

A marcha pesada de uma grande infantaria a fez recobrar a consciência. Escondida, Ellondar observou soldados Orcs bem armadurados caminhando rumo ao bosque de Oelundree. Temerosa sobre tudo o que havia acontecido, tendo as roupas ainda banhadas parcialmente com o sangue de seu irmão e de sua mestra, ela esperou a passagem de seus inimigos para se prostrar de joelhos clamando ao poder do Eterno para que nada de mal acontecesse aos seus pais e familiares, porém, não tardou para que sentisse e avistasse fumaça, e, seguidamente, gritos.

A dríade com muito receio se viu compelida a retornar para sua comunidade, e, assim, tentar ajuda-los de alguma maneira. Contudo, Ellondar chegou tardiamente. O reino de seus pais ardia em chamas, enquanto os elfos se digladiavam com os Orcs. Nesse momento ela pavorosamente se lembrou da responsabilidade que tinha sobre muitas coisas ali, dentre elas, os sinais de vigilância por meio das plantas e dos animais. Em meio aquele confronto ela se viu desnorteada com a visão de inúmeros cadáveres de seu povo lançados ao chão. Subitamente mais um pensamento trágico lhe veio à mente, pois tantos que ali estavam jazidos lhe foram oportuno em algum momento de sua vida conversar, sorrir, compartilhar experiências, ajudar, e, em fim, agora somente mórbidas lembranças.

Antes que ela pudesse tentar fazer algo, Ellondar sentiu a pele arder. Sabia que a sua árvore corria risco de vida. Durante o percurso até a casa de seus pais, percebeu alguém espreita-la, contudo, não conseguir identificar quem ou o quê era. A sua mente mal conseguia ater-se aos confrontos que aconteciam diante de seus olhos. Aquelas criaturas lutavam como se estivessem possuídas por algo maligno, pois, eram demasiadamente sanguinários e mortais em suas investidas.

Ellondar encontrou próxima a sua árvore, com alguns focos de chamas em volta, a sua mãe caída com um vestígio de vida, aparentemente ela havia se arrastado por um percurso significativo, além de ter sofrido ataques viscerais. Antes que a dríade pudesse dizer algo para a rainha, a mesma a silenciou:

- Não te preocupa minha amada filha... Está é a vontade do Eterno... Obrigada por tudo... Está vida foi plena, renasceria nela quantas vezes mais se fosse possível por tantas dádivas alcançadas... – Quawin morre acolhida nos braços de sua filha.

Ellondar com a sua mãe no colo, abraçada para bem junto dela, pranteou copiosamente por tamanha desgraça recaída sobre a sua vida e de todos aqueles a quem tanto amava. No fim, clamou ao Eterno que tudo lhe fosse tirado, sobretudo, as lembranças dessa vida para não sofrer mais.

As chamas se alastraram por todo lugar, atingindo a árvore de aveleira a qual Ellondar era ligada. O corpo da dríade entrou em combustão enquanto mantinha o pensamento firme naquilo que era o seu mais poderoso desejo, e bem abraçado ao de sua mãe.

A dríade sentiu seu corpo romper em penosas chamas. Uma dor visceral se alastrou de sua cabeça aos pés de forma inimaginável. Os gritos de agonia ecoados por ela tomaram o céu, juntamente com os demais de seu povo em um funesto coro... Até que a mesma caiu desacordada ao chão.

(...)

Ela recobrou a consciência, abriu os olhos, estava com a boca seca, com fome e com um gosto amargo nos lábios... Contudo, ela era uma elfa, que desconhecia seu nome, não tinha lembranças, e estava completamente perdida em meio a um cenário de destruição descomunal, com inúmeros focos de chamas. Um grande incêndio havia se alastrado por aquele lugar.

Ela ficou por muito tempo naquele estado catatônico deitada ao chão, tentando de alguma forma recobrar alguma memória que pudesse norteá-la para onde se dirigir, mas a manhã se foi e logo veio o entardecer. Ela tomou coragem e se levantou em meio a um enorme grupo de criaturas chamuscadas a se lamentar por perdas das quais desconhecia. Uma cena demasiadamente mórbida e surreal,

Ilustração 07: Ellondar, A Dríade, transmutada na forma de uma elfa como dádiva do Eterno.

Ela se assustou quando um grupo de moribundos voltou-se para ela apontando o dedo em sua direção, com seus rostos contorcidos em dor e tentou agarra-la, acusando-a de irresponsável, fraca, e pérfida. No entanto, nada lhe soava intimo em relação àquelas assombrações, somente um medo crescente que a fez com que saísse daquele lugar o quanto antes. Correu desesperadamente e como se a sua vida dependesse daquilo.

Na sua fuga daquela região inóspita, a jovem elfa aos poucos foi se lembrando de algumas coisas em relação a aprendizados mágicos. Verbetes e signos mágicos que lhe surgiam à mente em uma vultosa oscilação, que lhe provocavam fortes dores de cabeça e desequilíbrio. Por muitas vezes teve que parar e descansar, e cada vez que o fazia, sentia que o tempo lhe corria a uma maneira diferente.

A elfa em sua andança a esmo acabou por infelicidade encontrando um grupo de Orcs que mantinham cativos alguns humanos, utilizando-os na exploração de minério e outros serviços forçados. Ela foi conduzida até o acampamento deles, onde daqui algum tempo seria sacrificada e oferecida a uma grande divindade daquela raça. Em sua mente: medo, ansiedade, e confusão.

sexta-feira, 23 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - Uma dor necessária para um triunfo sem precedentes

O ano é 634 da era do Escorpião, toda a Ivalice estava a viver as festividades do solstício de verão, e, também do nascimento do primogênito da família imperial: Orion Colesffar Hyral. Contudo, uma grande dor foi semeada sobre o império com o improvável e soturno rapto da criança dos aposentos imperiais.

Mellina Aragon conseguiu se apossar da criança com a ajuda de uma pequena comitiva formada por seis proeminentes artífices combatentes. Estes últimos eram homens e mulheres cujo conheceu na passagem de alguns meses, e que em função da afinidade, ela pôde compartilhar com eles a sua missão, os intitulando de Os Redentores de Ivalice. Porém, algo assustadoramente inesperado lhe ocorreu: seu corpo estava se desmaterializando... Tornando-se etéreo! Logo, a cavaleira rúnica se transformou diante de todos os seus aliados em uma espécie de espírito.

Enquanto a princesa partiu em busca do herdeiro do império, a bruxa Matoya preferiu se dirigir ao palácio de Fovoham para promover um grande massacre na família real Aragon. O que ela na companhia de dois de seus leais Generais Devassos e uma reduzida tropa de piogres - que conseguira fatidicamente convocar ao longo de alguns meses -, não tiveram dificuldade em fazê-lo. E uma vez destruída a origem, teoricamente nada mais haveria de se preocupar quanto a sua inimiga.

Embora Mellina já não possuísse mais corpo físico, o seu espírito continuou a agir, sobretudo, orientando seus aliados na continuidade de seu audacioso plano. Nessas condições seguiu com parte do seu grupo até o reino de Fovoham para confiscar daquele que alguns anos depois se tornará o primeiro cavaleiro rúnico e seu mestre - Frater Adias -, a Pedra do Zodíaco de Leão. E deixou o pequeno Orion sob a responsabilidade de dois de seus aliados a seguirem para um lugar conhecido como a Cidade Relógio de Goug no reino de Lionel.

A Cidade Relógio de Goug, para onde seguiram os dois aliados de Mellina Aragon com o pequeno Orion, ficava a cerca de dois dias de viagem das Minas de Goug, local em que se pretendia chegar por estar localizado o laboratório secreto dos Bunanzas.

O império de Ivalice estava abalado com o sequestro do primogênito da família imperial, com a chacina da família real de Fovoham e o avanço de uma horda de demônios semeando terror entre a população. Para o concílio das ordenações de cavalarias do império a responsabilidade por todas essas tragédias recaía somente sob um. E esse responsável era ainda uma entidade desconhecida por todos, mas que deveria ser identificado e combatido o quanto antes. Por uma mesma causa marcharam estrondosos os Hotuken, Nanten, Garffa, Rúnicos e Templários.

A frente da Ordem de Cavalaria Rúnica estava Sir Simon Adias, tio e padrasto de Frater Adias, cujo pesar da perda de seu amigo e suserano de Fovoham – Durman Aragon -, não foram suficientes para abalar o seu estado de espírito, e desnorteá-lo do objetivo de encontrar o responsável por tamanha desgraça imposta a seu reino. Esse cavaleiro era renomado entre todas as demais ordens de cavalaria pelas suas virtudes de prudência, paciência e autocontrole, que lhe renderam a alcunha de “Prudens”. Sua habilidade com a lança era algo inquestionável, e tornava-se ainda mais notavelmente mortal quando munido da lendária Longibunne, que lhe foi presenteada pelo já falecido Pillos Aragon, antecessor do rei Durman.

Ilustração 01: Simon Adias “Prudens”, o Primeiro Cavaleiro Rúnico de Fovoham.

O ferimento do ataque realizado pelo Barão Zelmurg antes de Matoya ter sido teletransportado para o passado não pôde ser curado, e em relação a isso ela estava em desvantagem quanto aos soldados que marchavam persistentes em seu encalço. A sua constituição física debilitada afetava em muito o seu desempenho. Como solução imediata, a lendária bruxa tinha em mãos o seu grimório, que muito além de ter em suas infindáveis páginas seus conhecimentos a respeito do ocultismo, ensinamentos e ritus arcanos, também era em si uma espécie de receptáculo de energia vital e arcana.

Não tardou para que os primeiros cavaleiros em perseguição aos inimigos do império encontrassem as pequenas hordas de piogres e seus Generais Devassos. Como os primeiros estavam em um grupo reduzido e munidos de um poderio de combate limitado, eles se viram obrigados a se debandar da batalha à medida que eram rechaçados, e soar o alerta geral para preocupação de Matoya e seus aliados.

Matoya precisava reencontrar as pedras sagradas o quanto antes para reviver os Lucavis, e, com isso reaver também a sua saúde plena. Para isso ordenou que a sua General Devassa Morrigan Aensland, A Succubus, se infiltrasse na corte imperial para buscar qualquer tipo de informação que fosse pertinente a está busca, uma vez que as pedras do zodíaco não se permitiam ser localizadas por meio de magia. Esse demônio de rara beleza, transmutada na forma de uma belíssima serva chamada Hokunna Lutevil, seduzia, colhia informações e assassinava suas vitimas (em alguns casos para não chamar atenção).

Ilustração 02: Morrigan Aensland, a Succubus e General Devassa convocada dos Mundos Inferiores por Matoya.

Nas proximidades da cidade de Bervenia, Mellina Aragon vislumbrou com seus olhos algo do qual durante anos fantasiou em infantes sonhos e que somente conheceu por relatos de terceiros – dentre eles seu amado pai -, ora fossem por meio de belíssimas canções ora também por fantásticas eddas poéticas entonadas pelos mais envolventes bardos de seu reino... Ela ficou perplexa quando assistiu em um campo de batalha entre as tropas imperiais, Sir Simon Adias evocando e se transmutando na forma do herói Hércules dos Bravos do Zodíaco. Esta imagem a perturbou de maneira paralisante, pois, lembrou-se que outrora quando fez uso da Pedra do Zodíaco de Áries o único poder que conseguiu conjurar foi a do Lucavi Velius, O Bruxo Negro. Isso fez com que a cavaleira rúnica percebesse o quanto seu corpo estava impregnado de corrupção.

Ilustração 03: Hércules, o herói invocado pelo cavaleiro Simon Adias por meio da Pedra do Zodíaco de Leão.

Apesar da relativa superioridade em combate dos piogres, asseclas do mal, e do General Devasso que os conduzia, essa horda de inimigos não foi suficiente párea para deter a Ordem de Cavalaria Rúnica sob a liderança de Sir Simon Adias transmutado na forma do herói do Zodíaco de Leão. Hércules se movia entre as fileiras inimigas como uma rajada de vento mortal, destroçando pelo menos três de seus oponentes em cada ataque, e em raras ocasiões, em que ele não conseguia se esquivar dos golpes, era possível ver as armas de seus inimigos se despedaçarem ao tocar seu corpo, uma estranha pele ou carapaça que reluzia feito bronze a luz do sol e do fogo. Seus baques desferidos com sua imponente clava eram precisos, certeiros e letais.

A cavaleira rúnica se espantou também ao ver piogres e demônios menores em meio aquele combate, pois, desconhecia histórias de seu tempo que citavam batalhas com criaturas semelhantes aos primeiros, o fato é que algo de muito estranho acontecia naquele momento da história, e assim, suspirou dolorosamente ao lembrar-se e suspeitar de que sua inimiga, a condessa Ledda Traggora, pudesse estar por de trás disto.

Mellina Aragon precisava chegar até Sir Simon Adias e adquirir dele a pedra sagrada, contudo, estava pasma diante de tamanho poder que emanava daquele ser que era indiretamente o seu mestre, e uma lenda dentre os grandes cavaleiros que serviram ao império. Seus dois aliados a questionavam quanto o momento de agir, e ela relutante pedia que fossem pacientes e aguardassem pelo momento oportuno. Em seu âmago inflamava um penoso dilema, pois, sabia que estaria a fazer algo do qual talvez viesse a se arrepender caso o seu plano falhasse, mas que infelizmente deveria ser feito para o êxito de uma causa maior.

Matoya não contava que naquele tempo ao invés de um lucavi desperto haveria um herói do zodíaco caminhante entre seus inimigos. Temerosa, a lendária bruxa procurou asilo entre aqueles que poderiam lhe auxiliar naquele infausto momento. Recorrendo dos vestígios de memoria da vampira que sucumbiu mortalmente diante de sua ressurreição, ela buscou pelos Traggoras no reino de Limberry. O encontro deles se deu de uma maneira muito intrigante, pois, para o conde Vilmor e a condessa Ledda ao conversarem com aquela criatura, apesar do conhecimento intimo do qual ela aparentava deter sobre os dois nobres, era como se estes últimos estavam na presença de alguém que já conheciam de eras passadas.

Os Traggoras sucumbiram aos anseios da bruxa por livre e espontânea vontade, fornecendo-lhe asilo, além de cooperação na busca pelas pedras do zodíaco. Em contrapartida, Matoya se propôs a instruí-los em seus conhecimentos arcanos, algo que ha muito era desejado pela condessa Ledda. Vilmor achou sensato por hora não revelar que o casal já possuía as pedras do zodíaco de câncer e escorpião. Intrigados, eles gostariam de saber até onde se estendia o poder daquela criatura, e se de fato, ela era quem dizia ser. Entretanto, mal sabiam eles, que com o passar do tempo, aquela aliança de auxilio se tornaria um luxuriante triangulo amoroso, do qual a própria bruxa não presumiria viver.

Semanas se passaram após o triunfo de Sir Simon Adias e os cavaleiros rúnicos em Bervenia, assim, como em outras localidades também houve confrontos com as legiões demoníacas onde as tropas do império foram vitoriosas, no entanto, não foi possível se chegar a um responsável, pois, os corpos dos inimigos jazidos desapareciam ao se transformarem em pó. E neste interim, Mellina Aragon tomou conhecimento do que aconteceu dias depois de colocar o seu plano em ação, ou seja, o motivo pelo qual adquiriu aquela forma etérea: sua família havia sido chacinada!

Matoya acreditava que Mellina não poderia ter agido sozinha no rapto de Orion do castelo imperial, e, que, portanto, ela deveria estar acomunada com outros nessa empreitada, pois, todos desconheciam o paradeiro da criança. Para fundamentar ainda mais a sua teoria, a sua espiã infiltrada dentro da corte – Morrigan Aensland -, conseguiu descobrir que há algum tempo atrás uma guerreira vinda de terras longínquas (Altimerg), chamada Didorah, estava formando um pequeno grupo de leais e valorosos combatentes que se intitulavam “Os Redentores de Ivalice”.

Ilustração 04: Morrigan Aensland, a General Devassa infiltrada na corte imperial de Ivalice como “Hokuna Lutevil”.

Durante uma madrugada, no acampamento militar das tropas do reino de Fovoham - situado nas proximidades da fronteira de Fovoham com o reino de Lesalia -, Mellina Aragon surge acompanhada de seus dois aliados na tenda onde repousavam Simon Adias e dois de seus subordinados - dentre eles Frater. Ambos são surpreendidos com aquela aparição fantasmagórica, contudo, antes que eles pudessem agir bruscamente e algo desse de muito errado, a princesa tomou a palavra:

- Viemos em paz, Mestre Adias. Eu sou Mellina Aragon, o espírito de um futuro que não me será mais possível, contudo, venho aqui em uma missão sagrada para todos, e que tem por finalidade a continuidade do Império de Ivalice (...)

Simon, Frater e Luzlear ouvem com atenção o espírito que fala em nome da princesa que ainda seria concebida pelos monarcas de Fovoham. Estes se espantam de forma admirada com relatos de detalhes de suas vidas, eventos passados e futuros que os cativam ao ponto de convencê-los a se unir a causa dos Redentores de Ivalice, sobretudo, tomando conhecimento de que o Conde e a Condessa Traggora estão por de trás de todos os infortúnios que recaíram sobre o império.

Simon Adias confia a Pedra do Zodíaco de Leão nas mãos de Frater, e o designa a seguir com o espírito de Mellina até o seu destino, enquanto que os demais Cavaleiros da Ordem Rúnica partirão sob o seu comando até o reino de Limberry. O líder dos cavaleiros rúnicos apesar de crédulo nas histórias do espírito da princesa pede ao seu enviado que:
- Colete mais informações;
- Quando diante da criança imperial certifique-se de que a mesma esteja gozando de saúde e em total segurança; e,
- Que ainda, havendo qualquer desconforto ou dúvida sobre a integridade da missão, não hesite em resgatar Orion, mesmo que signifique ter que liquidar a todos.

Ilustração 05: Frater Adias é designado a seguir com o espírito de Mellina munido da Pedra Sagrada.

Simon Adias seguiu com um destacamento formado por cerca de mil cavaleiros até o reino de Limberry. Contudo, antes que eles chegassm às proximidades das terras do Conde Traggora, uma tropa de cavaleiros Garffa os deteve, um grupo formado por uma milícia duas vezes superior. Estes últimos inquiriram o motivo daquela patrulha militar tão longe do reino de Fovoham, mas, antes que o líder dos cavaleiros rúnicos viesse a comunicar, a resposta já era conhecida por Morrigan.

Morrigan “Hokuna Lutevil” tomou conhecimento da marcha de uma tropa de Cavaleiros Rúnicos em direção ao reino de Limberry. Acreditando que a sua mestra Matoya pudesse correr algum perigo, ela a alertou. Os Traggoras usando de seus poderes vampirescos se infiltraram entre as tropas e colheram as informações necessárias. Logo, o Conde Vilmor comunicou o rei de Limberry sobre uma possível duvida da corte real de Fovoham quanto à lealdade do reino, sobretudo, de que estavam por de trás dos funestos acontecimentos do sequestro da criança imperial e da chacina dos Aragon.

Aquelas calúnias semeadas como legitimas verdades retumbaram desastrosamente nos ouvidos do Rei Bellius Tedesco e de seus subordinados, que por medida: detiveram o avanço da marcha e encarceraram a tropa de cavaleiros rúnicos. Por fim, Limberry clamou reparações oficiais de Fovoham para que uma guerra não recaísse entre os dois reinos.

Na corte imperial, Morrigan “Hokuna Lutevil” agiu em paralelo manipulando a mente de vários nobres, inclusive do Imperador, Norphius Colesffar Hyral. Matoya a orientou trabalhar de maneira corruptiva na mente de todos que pudessem ser influentes, semeando suspeitas, desfazendo alianças, e até mesmo incitando guerras. A Bruxa queria forças de resistência enfraquecidas para que no retorno dos Lucavis ao mundo nada pudesse se opor.

Matoya surpreendeu-se ao saber por Simon Adias de que o espírito da princesa de Fovoham havia o alertado sobre a infidelidade dos Traggoras, e dos planos contra o Império. Contudo, a bruxa não conseguiu buscar na mente do líder dos cavaleiros rúnicos qualquer informação que pudesse sinalizar o paradeiro dos Redentores de Ivalice. Por fim, ela o matou.

segunda-feira, 12 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - Recomeçar a esperança de sonhar a vitória

Em um local conhecido como o Bosque da Árvore da Vida situado no reino de Gallione, cujo outrora fora notório pelas belezas de suas matas e os animais silvestres que nele habitavam, agora se resume em uma passagem de destruição e morte, ou seja, neste cenário desolador, depois de incontáveis semanas, Orion e Mellina se reencontraram. Contudo, como o ex-imperador estava sob a forma do Lucavi Hashmalum, o golem Worker 9 o atacou imediatamente percebendo um grande perigo emanando dele. O ferimento provocado pelas rajadas de raios foi grave, e suficiente para fazer com que o cavaleiro Hotuken caísse inconsciente, deixando desabar à Pedra do Zodíaco de Leão e voltando a forma humana original. A princesa de Fovoham olhou desolada a situação de seu amado.

Ilustração 01: Worker 9, o robô guardião reprogramado para zelar pela segurança da princesa de Fovoham, Mellina Aragon.

Mellina Aragon pegou a sagrada pedra caída ao chão e a alocou no local específico disposto no Globo Celestial, e, prontamente, começou a configurar a máquina, conforme havia lhe sido instruída em sonhos. Com a ajuda do Worker 9, ela colocou Orion em uma espécie de plataforma abaixo da máquina, e a partir deste momento, estranhas luzes foram expelidas do equipamento percorrendo o corpo flagelado do soberano de Lesalia.

A fuga de Orion Colesffar Hyral da batalha pôde ser pressentida pelos Lucavis renascidos, inclusive o seu destino, em função do mesmo tê-la feita sob a forma de Hashmalum. Contudo, antes que as bestas do zodíaco viessem ao seu encalço por meio do poder de teletransporte, algo de abrupto aconteceu para que a certeza quanto à localização do Cavaleiro Hotuken se perdesse de suas mentes completamente. Embora os demônios não pudessem mais localiza-lo, a bruxa Matoya detinha poderes para contornar esta dificuldade, e, o fez, para impedir a concretização dos planos de Mellina Aragon.

O Worker 9 se colocou a frente do Globo Celestial na tentativa de proteger a Orion e Mellina, enquanto, o processo de teleporte seguia em andamento. No entanto, os Lucavis surgiram acompanhados de Matoya. Uma nova batalha recomeçou, porém, o golem de aço foi facilmente neutralizado pelos inimigos, sobretudo, por sua energia vital está em nível baixíssimo, e a cavaleira rúnica, mesmo de posse da espada Excalippur, também pouco pôde fazer além de tentar proteger a ela e a seu amado das investidas.

Os estrondos de combate foram suficientes para que Orion recobrasse a consciência e despertasse, percebendo ele que os três estavam cercados por aquela força maligna. Mellina tentou detê-lo sobre a plataforma, estando ela muito ferida, contudo, o seu impulso de combater e protegê-la foi maior. A cavaleira rúnica se viu obrigada em paralisar o processo do Globo Celestial, e pedir que o ex-imperador fizesse uso do poder da pedra sagrada para ao menos neutralizar o ataque dos inimigos. O cavaleiro Hotuken o fez contra a vontade, pois, sabia os riscos que aquilo implicava.

A Princesa de Fovoham foi surpreendida quando Matoya se saltou por de trás dos lucavis em direção a Orion, e, com isso, o ferindo mortalmente na garganta com garras medonhas. Mellina não a conhecia, mas soube a partir daquele momento que aquela mulher não era uma besta do zodíaco.

Apesar do Worker 9 ter sido neutralizado pelos demônios, a sua reserva de energia ainda era suficiente para uma última ação, uma que significasse o término de sua existência, algo que ele assimilou ao longo dos combates com os piogres: a autodestruição explosiva. E foi o que ele fez se lançando para próximo dos inimigos, tentando ao máximo afetá-los, e, também, evitar que a sua mestra fosse impactada por gesto tão poderoso.

A explosão suicida do Worker 9 projetou à todos para longe, e inflamando mais uma vez o que ainda restava do bosque a ser queimado. Tal ação também provocou danos seríssimos aos lucavis, essencialmente, a Velius, que mais uma vez se viu transformado na forma humana de Bernard Pádua... Os outros caíram ao chão, desacordados, mas em suas formas demoníacas. Matoya também foi arremessada para longe dali agarrada ao corpo de Orion, cujo tentou usar como proteção para diluir o efeito devastador daquele golpe. Mellina foi lançada com o Globo Celestial a metros dali.

A cavaleira rúnica restaurou a consciência com os berros de Bernard Pádua a percorrer possesso aquele cenário de chamas, devastação e coberto em densa fumaça. Já não era o templário que falava por si, mas, parte do lucavi. Mellina juntou forças e se ergueu determinada a obter a Pedra do Zodíaco de Áries, pois, agora cabia somente a ela retornar ao passado e mudar os eventos.

Bernard Pádua reencontrou a pedra sagrada, entretanto, antes que pudesse clamar pelo lucavi novamente, ele foi mortalmente ferido pelas costas com uma facada em sua nuca. Suas palavras foram emudecidas pela quantidade de sangue que brotou do corte profundo aberto de uma extremidade a outra. A pedra caiu das mãos do cavaleiro templário para as mãos da cavaleira rúnica. Mellina sentiu uma presença sinistra se aproximar como se fosse cobrir o mundo em trevas. A princesa de Fovoham sabia que sem o Worker 9 e Orion, ela não poderia contar com mais ninguém, portanto, correu o máximo que pôde em direção ao Globo Celestial.

Os Lucavis Altima e Baal Zebub ainda muito feridos pelo ataque do golem ergueram-se com dificuldade, e caminharam em busca dos demais.

Quando o Anjo Sangrento vislumbrou o corpo de Bernard Pádua jazido ao chão sem vida, ele paralisou estupefato. Um impulso de vida diferente emergiu, se alastrou e tomou conta. Como se no intimo daquela criatura demoníaca ainda voltasse a pulsar a vida do cavaleiro templário, Diórgines Pádua. Uma cólera abissal tomou conta do lucavi, porém, ela era puxada pelos sentimentos de dor de um pai que acabará de ver seu filho morto! A sua revolta se voltou contra tudo e todos, e sob a forma da basta do zodíaco, ele atacou de maneira extraordinária e letífera o seu consanguíneo, Baal Zebub.

Matoya se pôs entre Mellina Aragon e o Globo Celestial. A bruxa estava transformada em uma espécie de criatura abissal: aterrorizante, gigantesca e enfurecida. Seus tentáculos golpeavam o chão causando fortes tremores e varrendo tudo aquilo que estava à frente.

Ilustração 02: Matoya, a Bruxa Lendária, transmutada em uma criatura abissal.

Diórgines Pádua começou a atacar a gigantesca criatura utilizando-se de todos os seus poderes na forma do Lucavi Altima, O Anjo Sangrento. Em seu intimo ele acreditava que tudo aquilo havia se derivado daquela gigantesca besta demoníaca, cujo ele desconhecia a origem, mas que trazia em si a essência de um mal muito remoto.

De onde Mellina Aragon estava não era possível perceber o que ou quem enfrentava a criatura, pois, havia muitos focos de chamas e a fumaça estava carregada demais, todavia, ela conseguia perceber que um confronto estava em andamento. Isto era mais do que suficiente para distrair a atenção daquele demônio de proporções gigantescas, e, assim, ela chegar até o Globo Celestial.

Mellina alcançou o Globo Celestial com dificuldade, pois, em inúmeros momentos teve que se conter em função do combate e dos desafios propiciados pelo incêndio. Chegando até a máquina, ela conseguiu programá-la para teletransportá-la para anos atrás, precisamente para meses depois do nascimento de Orion. Sua intenção era raptar a criança do Palácio Imperial, e, viajar com a mesma até o continente de Altimerg (Ytarria).

O Globo Celestial levitou a uma altura um pouco acima da cabeça de Mellina Aragon, e pôr-se a emitir feixes luminosos de variados tons sobre ela. A cavaleira rúnica sentiu o seu corpo estranho, anestesiado e leve o suficiente para não sentir o chão abaixo de seus pés. Uma poderosa rajada de luz que se elevou até a imensidão do universo a tragou daquele tempo e espaço, conduzindo-a para uma viagem por meio de uma fenda aberta no cosmos, que mais se assemelhava a um labirinto formado por mesclas indecifráveis de sensações e imagens desconexas.

Matoya seria destruída pelo Lucavi Altima, senão fosse à intromissão repentina e crucial do Barão Zelmurg naquele combate. O nobre cavaleiro surgiu em meio às nuvens de fumaça montado em uma montaria alada, e, se aproveitou do momento de distração da besta do zodíaco para ataca-la mortalmente pelas costas com a Lança Longibunne, que a atravessou sem muita dificuldade. A bruxa por sua vez, com a distração promovida por este combate desnecessário com Diórgines Pádua perdeu o foco em Mellina.

Zelmurg e Matoya foram surpreendidos com o poderoso feixe de energia que se estendeu do chão até os confins do céu. A bruxa voltou a sua forma hominídea para buscar em meio aquele cenário caótico a Pedra do Zodíaco de Câncer, pois, sabia que se tardasse em alcançar a cavaleira rúnica, a realidade a qual se encontrava seria destruída para sempre. O barão, por sua vez, entendeu que a gigantesca criatura pudesse ser fruto de algum poder demoníaco dos lucavis, pois, assim que o Anjo Sangrento foi destruído, a mesma desapareceu, ou ainda, que o raio pudesse tê-la atingido mortalmente.

Matoya assim que localizou a pedra sagrada partiu em busca do Globo Celestial. Como o Barão Zelmurg desceu para se certificar da morte dos Lucavis, e, também, para recuperar a sua arma, ele avistou de longe o vulto de uma bela mulher a percorrer as mediações, e, que trazia pendurado em seu colo um pingente com as formas de uma figura disposta no grimório da lendária bruxa que Leda Traggora havia encontrado, assim sendo, curiosamente a seguiu. O nobre Lucca Dorea observou que a mulher estava próxima a uma espécie de engenhoca de aço, em formato esférico com diversas pequenas lanças, ela aparentemente tentava verificar algo do qual não compreendia, pois, estava a se queixar quanto ao funcionamento da mesma, e, muito nervosa. Contudo, ela ainda assim inseriu no centro daquilo a Pedra do Zodíaco de Câncer, e, automaticamente, a coisa se ascendeu por completa e se ergueu do chão até acima de sua cabeça.

O Barão Zelmurg se espantou com tal evento que se projetava diante de seus olhos, e, ponderou se aquela mulher não seria a condessa Ledda Traggora transmutada sob tal forma. Ele atraiu a sua atenção, no entanto, assim que ela o viu lançou um intenso raio na direção do nobre, que com muita sorte se esquivou. O barão concluiu que aquela não era a sua aliada de outrora, e, antes que o corpo da mesma fosse teletransportado pelo poder do Globo Celestial, ela foi atingida pela Lança Longibunne arremessada por ele.

sábado, 10 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - A Guerra dos Infames Arguidos

Ilustração 01: Zelmurg "O Urso Implacável" que liderou a vitória da aliança pelo fim do império, formada pelos reinos de Zeltennia, Limberry e Lionel.

No final da primavera do ano de 675 da era do Escorpião a capital do reino de Lesalia estava cercada pelas tropas da Derrocada das Clavas que assistiam assustada o início de uma nova guerra que se estenderia por todo continente, a qual ficou conhecida por todos como a Guerra dos Infames Arguidos. Os três lucavis Altima, Velius, e Baal Zebub, lideravam as tropas de piogres, adeptos do mal, e outros demônios menores que eles conseguiram converter para a sua aliança denominada de Vil Redentora.

Para o Barão Zelmurg a Guerra dos Legados havia chegado ao fim, e com o seu ideal cumprido com êxito além do necessário, uma vez que as tropas da Maestria das Clavas haviam sido subjugadas pelas suas, e o rei Orion estava colhendo a desgraça de ter se aliado a demônios. Portanto, ele deu ordem as suas tropas que não intervissem no confronto até que alguém da corte se dirigisse até eles para decretar publicamente o fim do Império de Lesalia e rogar auxílio.

Ilustração 02: O Lucavi Velius, O Bruxo Negro, que se apossou do corpo do cavaleiro templário Bernard Padua.

Entretanto, algo inesperadamente desastroso aconteceu quando os piogres que estavam sob a regência de Zelmurg se voltaram contra ele por influência do Lucavi Velius, O Bruxo Negro. Os Cavaleiros Nanten e os outros aliados que formavam a tropa da Derrocada das Clavas tiveram que forçadamente entrar naquela guerra. O barão tomado por um impulso desesperado estava prestes a usar o poder da pedra sagrada que lhe foi concebida pela condessa, contudo, ele percebeu nos olhos do demônio que o assistia de longe que era aquilo que almejava sedentamente que o fizesse. E assim, ele desistiu da ideia para desgosto do mesmo, mas que não hesitou em ataca-lo por desapontamento.

Ledda Traggora compreendeu tardiamente o que o Grimório da Bruxa Matoya representava para aquela sequencia de acontecimentos, e se sentiu ultrajada por ter sido feita um peão em meio aquela guerra, pois, Matoya era em si uma discípula, e também esposa, do Lucavi Velius, O Bruxo Negro.

Ilustração 03: A condessa Ledda Traggora de posse do Grimório da Lendária Bruxa Matoya tenta reaviver seu marido.

O Conde Traggora não resistiu aos ferimentos do combate contra o Lucavi Baal Zebub que não puderam ser curados pelos meios habituais, e, assim sendo, veio a óbito após alguns dias. E na tentativa desesperada de reavivar seu marido, a arcana vampira apelou para uma última bruxaria disposta no livro de feitiços que se relacionava a ressurreição. No entanto, ao fazê-la, mais uma vez a condessa foi apanhada de surpresa ao proferir os verbetes mágicos necessários, e, logo, sentir o sangue de seu corpo ferventar, como se algo rasgasse as suas entranhas, a pele inchar, as veias se dilatarem, seu corpo ficar totalmente disforme, e, por fim, explodir mortalmente. para então, ressuscitar Matoya, a Bruxa Lendária.

Ilustração o4: Bruxa Matoya, esposa do Lucavi Velius, O Bruxo Negro, que se apossou do corpo de Ledda Traggora.

A mitológica arcana estava novamente viva, e para sua admiração plena, o seu marido estava caminhando sobre a face daquele mundo juntamente com outros Lucavis, ainda que não plenamente em suas formas e poderes, mas preparando este continente para a recepção daquele que é o Grande Lorde. Matoya tinha que reencontrar o mais breve possível as demais pedras sagradas, e ter a certeza de que as mesmas seriam colocadas sobre os cuidados de seres corruptos para assim ressuscitarem os demais demônios aprisionados pelos Bravos do Zodíaco em eras passadas. Porém, ela tinha um pequeno empecilho oriundo das lembranças de Ledda Traggora que se referiam a uma mulher chamada Mellina Aragon, cujo tinha a intenção de retornar ao passado para evitar algum acontecimento vivido neste presente, e, isso a perturbou profundamente, pois, nada mais poderia atrapalhar a ascensão do grandioso mal que estava por vir.

Orion lutou bravamente contra o Lucavi Altima, contudo, quando ele estava prestes a vencê-lo nas dependências do palácio imperial de Lesalia usando a espada Excalippur, ele foi açoitado gravemente pelas costas por um General Devasso que interviu no combate em favor de seu mestre. O Anjo Sangrento aguardou pela próxima ação do imperador que seria o clamor pelo poder da pedra sagrada, cujo brilho era intermitente em uma pequena bolsa presa a sua cintura. O Lucavi aprisionado na Pedra do Zodíaco de Leão já conseguia falar diretamente a mente do Primeiro Cavaleiro Hotuken abatido ao chão, tentando de alguma forma influencia-lo na utilização de seu poder.

Mellina Aragon em seu retiro para estudo do poder do artefato que possibilitaria a realização de seu desejo não percebeu os rumos que a Guerra dos Legados havia tomado, e que está última em si terminara com a ascensão de uma nova guerra de proporções dantescas entre bem e mal. Desta forma, ao tomar conhecimento, ela imediatamente se apressou em retornar para Lesalia em busca de Orion e da Pedra do Zodíaco de Leão. A cavaleira rúnica estava convicta de que Zelmurg e os Traggoras estavam por de trás de todo este infortúnio. Nesse interim, a princesa de Fovoham seguiu também em paralelo com pesquisas a respeito de heróis e artefatos mágicos de grande poder que pudessem beneficiar a sua causa.

Ilustração 05: O Lucavi Altima, O Anjo Sangrento, que se apoderou do corpo do líder dos cavaleiros templários.

Antes que Orion fizesse uso do poder da pedra sagrada para bel-prazer do Lucavi Altima, um pequeno grupo de combatentes formados por cavaleiros e magos se teletransportou para dentro do saguão onde a batalha ocorria, e sem perder tempo, eles ergueram o imperador protegidos por poderes diversos de defesa e contra-ataque. Estes arcanos do tempo e espaço fazendo uso da magia que os enviou para aquele lugar retiraram a todos os aliados dali bruscamente para amargo dos oponentes. O imperador gravemente ferido foi conduzido para bem longe do Palácio Imperial, e além do cerco das tropas da Derrocada das Clavas que agora se digladiavam entre si.

Ilustração 06: Azmar, Cavaleiro da Ordem Hotuken que resgatou o imperador Orion da morte certa pelas mãos de Altima.

Estranhamente, um cavaleiro hotuken chamado Azmar foi quem liderou esse grupo de resgate do imperador Orion Colesffar Hyral, contudo, pouco se sabia sobre este herói, cujo rosto era estranhamente familiar a muitos, apesar do capuz que o encobria parcialmente a face, e, curiosamente, a armadura que trajava era de um modelo antigo, do qual já não se usava há décadas. Estando o rei ainda com a saúde debilitada, esse guerreiro se prostrou diante de seu leito e lhe falou ao ouvido em tom imperativo:

Majestade, a prosperidade de teu povo é o seu maior legado, contudo, o que estamos a viver em todas as partes são ruínas daquilo que já se sonhou algum dia.
Uma guerra imbuída de propósitos falsos e controversos desencadeou o continente a viver uma guerra de proporções ainda mais devastadoras e sem precedentes.
Uma oportunidade de mudança se precipita em seu horizonte, mas isso não basta para vencer o seu pior inimigo que é aquele que habita em seu âmago.
Creia que está nova vida seja para ti também um meio de aplacar o teu ego, de se reconciliar com os sonhos e o juramento que fez para com a sua nação ao receber a honrar maior de governa-los.
Não a desperdice, pois, não haverá outra, Orion Colesffar Hyral descendente de Delita Hyral!


O imperador caiu inconsciente devido aos ferimentos, e, somente recobrou a lucidez dias depois, quando uma tropa de batedores do reino de Gallione o encontrou desfalecido ao chão na região conhecida como planalto de Lenalia – fronteira com o reino de Lesalia. Um grupo de soldados foi designado para escolta-lo com segurança até a cidade mágica de Gariland - capital deste reino -, onde provavelmente receberia mais cuidados, e, amparo do monarca Saul Marion. Orion foi informado superficialmente da tragédia que se abateu sobre o seu reino, a queda do império, a nova guerra e os inimigos que avançavam sobre as fronteiras. Ele reparou o quanto os cavaleiros estavam abatidos e revoltos por conta das guerras que se sucederam em tão breve tempo.

Na Floresta Araguay, enquanto descansava a sua montaria após dias de viagem, a cavaleira rúnica foi surpreendida com uma espécie de sonho no qual ela era instruída a utilizar o poder do Globo Celestial por Sir Besrodio Bunanza em um laboratório que lhe parecia familiar, repleto de engenhocas e desenhos – tal como o da Mina Goug, porém, em um tempo remotamente passado -, onde o mesmo após tal gesto lhe orientou a se dirigir imediatamente para Gallione, precisamente para a cidade de Gariland. Mellina acordou ao som estrondoso de combate travado entre o Worker 9 e piogres.

Zelmurg seria morto pelo ataque do lucavi Velius, senão fosse à intervenção abrupta de um mago summon, cujo honorável traje lhe impunha a máxima graduação dentre a sua classe – algo muitíssimo raro nos tempos atuais de Ivalice -, que se utilizou naquele fatídico momento da invocação de Odin – O Senhor de Asgard -, para atravessar imponente em seu alazão de oito patas – Sleipnir -, com um ataque visceral e fulminante, as fileiras inimigas munido de sua lança Gungnir desferindo seu golpe principal contra o grande demônio. Tamanha foi à perplexidade do poder daquela invocação que a criatura inimiga abandonou o campo de batalha com receio de ser liquidada ali mesmo. Este arcano apanhou o barão em seus braços e se teleportou para um lugar remoto, distante e obscuro. O nobre questionou a identidade de seu benfeitor, porém, este último nada mencionou enquanto tratava as feridas dele por meio da invocação do poder summon da divindade Faerie.

Matoya se encontrou com o Lucavi Velius no palácio imperial de Lesalia - local que os demônios estabeleceram como quartel general -, onde o auxiliou na recuperação plena de sua saúde (resultado trágico após a batalha com um dos poderosos aliados do Barão Zelmurg), e também, aproveitou a oportunidade para aplacarem a saudade de eras passadas. A mesma ainda mencionou temerosa sobre o plano da cavaleira rúnica de retornar ao passado para alterar algum evento. Velius ficou perplexo com tal iniciativa dos inimigos, e informou aos demais consanguíneos ressurgidos. Os Lucavis se distribuíram no sentido de suspenderem parcialmente suas ações nesta guerra, deixando a cargo dos Generais Devassos, pelo menos até Mellina ser destruída, e o poder que ela tivesse alcançado não fosse furtado para benefício das legiões do mal.

Ilustração 07: Saul Marion, Rei de Gallione, e irmão da falecida imperatriz Hedellas Marion.

No palácio real situado na cidade de Gariland, Orion reencontrou o rei de nação Gallione, e que outrora fora também seu cunhado, Saul Marion. Contudo, o ex-imperador não foi recebido com o prestígio aguardado de uma nação que em um momento recente fora parte da aliança em pró da soberania do império, sobretudo, em função dos rumores que ofendiam a memória da falecida irmã do monarca, e, consequentemente, a honra da família Marion. O líder dos cavaleiros hotuken foi ultrajado verbalmente e condenado ao encarceramento nas masmorras no intuito de ser utilizado futuramente como moeda de troca em sinal de trégua. O reino buscava o fim da guerra a qualquer preço, e, se o mesmo significasse ter que entregar em bandeja de ouro a cabeça do rei de Lesalia, assim, eles o fariam sem nenhum tipo de remorso ou entrave.

Orion, demasiadamente transtornado com toda aquela situação, principalmente, com o desejo vingativo que comandava imperativamente as ações de Saul Marion, antes que fosse conduzido às masmorras pela guarda do monarca, ele fez uso da pedra do zodíaco de Leão, que consequentemente, o transformaram no Lucavi Hashmalum, O Possuídor. Uma vez demudado no demônio, o ex-imperador conjurou outros quatro servos menores oriundos das trevas para lhe auxiliarem no combate mortal que se sucederia no saguão real, e, invocou o poder summon de Brontes, O Poderoso Ciclope. O rei de Lesalia promoveu uma verdadeira chacina dentro do palácio de Gallione.

Ilustração 08: O Lucavi Hashmalum, O Possuidor, invocado pelo rei Orion por meio da Pedra do Zodíaco de Leão.

Antes que o Primeiro Cavaleiro Hotuken percebesse racionalmente o que havia feito, os lucavis Altima e Baal Zebub estavam manifestados diante dele, dotados de um sorriso malicioso e insolente em suas faces. Orion tentou ataca-los também naquela investida mortífera e insana iniciada contra os homens do rei Saul Marion, mas vivenciou o que os templários Diórgines e Bernard haviam contemplado outrora quanto ainda possuíam suas almas: os demônios não se digladiavam entre si! Antes que ele fosse cercado e rendido pelas legiões de bestas que se aglomeravam nas dependências do castelo, o ex-imperador teve a brilhante ideia de se teleportar para onde Mellina Aragon estava, mesmo desconhecendo seu paradeiro, somente pela conexão de seus sentimentos mais ternos e lembranças.

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - Uma guerra a ser vencida a um custo desmedido

Mellina Aragon ficou pensativa quanto às palavras do espirito que esteve em seu quarto e o recado de Eva, e começou a refletir em meios que tornassem aquela batalha favorável a ela e a seus aliados. Para isso, começou a averiguar registros do continente a respeito de grandes heróis. Ponderou na possibilidade de enviar Orion ao passado para torna-lo um combatente ainda mais valoroso, e também, trazer consigo alguns grandes combatentes munidos de itens e armas que pudessem fazer a diferença nesta guerra.

Os Cavaleiros Hotuken e os Cavaleiros Rúnicos que estavam em Lionel, foram em sua maioria, dizimados pelas tropas formadas pela aliança da Derrocada das Clavas e do rei Deccio Sadalfas de Lionel. Nesta ocasião, o barão de Zeltennia passou a ser denominado pela alcunha de O Urso Implacável, pois, ele se lançou em meio às fileiras procurando incansavelmente a Orion, e, mesmo tomando conhecimento de que seu inimigo havia abandonado dias atrás a sua tropa para retornar a Lesalia, ele se deu por satisfeito com tão honorável vitória.

No Castelo dos Traggoras em Limberry, Diórgines e Bernard foram surpreendidos com algo terrível: na forma de lucavis eles não podiam atacar os Traggoras que também estavam transmutados naquelas figuras bizarras. Salvo seus líderes, os cavaleiros templários foram dizimados pelas hordas de piogres sob a liderança de algumas criaturas de relevante poder intituladas Generais Devassos.

Ilustração 01: Conde Vilmor Traggora de Limberry, esposo da arcana Ledda Traggora, e membro vital da Aliança da Derrocada das Clava.

O conde Vilmor e a condessa Ledda relataram aos dois únicos sobreviventes da Ordem Templária, naquela fracassada investida, sobre a limitação dos Lucavis, de que seria questão de tempo para o espírito dos dois cavaleiros serem consumidos pelos demônios aprisionados nas sagradas pedras que portavam. O fato é que os nobres Traggoras eram vampiros, portanto, compreendiam que para isso ocorrer levaria mais tempo que o normal. Mesmo assim, eles detendo as pedras por longa data, sempre evitaram fazer uso de sua força, pois, compreendiam que a outra voz em conjunto a deles era a da criatura confinada no artefato. Para os dois mortos-viso a proposta de dias de eterna noite lhes era favorável, mas para isso estavam buscando transmiti-las para outros, no entanto, o poder que as pedras lhes forneciam era algo sedutor em demasia, e quanto a isso, Diórgines sabia muito bem.

Diórgines e Bernard após serem abatidos com tal informação dos Traggoras se teletransportaram para a cidade forte dos templários no reino de Lesalia. Lá dentro de uma câmara secreta eles ficaram a questionar quanto tempo ainda lhes restariam antes de sucumbirem a besta? Como puderam ser ludibriados pelo poder das pedras e de seus demônios confinados? E a triste conclusão de que realmente Sto. Ajora Glabados havia lhes abandonado.

Ilustração 02: Imperador Orion Colesffar Hyral líder das tropas que formam a Aliança da Maestria das Clavas pela continuidado do império de Ivalice.

Antes que o rei Orion Colesffar Hyral chegasse a Lesalia, ele recebeu a lastimável informação de que o barão Zelmurg havia triunfado em Lionel. Como se não bastasse a sua preocupação com o estado de saúde de Mellina – por quem retornava -, havia ainda a sua prestação de conta perante os nobres que faziam parte da Maestria das Clavas, e, a insubordinação de Diórgines e os Templários. Cavalgando sobre as estradas que levavam a cidade principal, o imperador de Ivalice percebeu o caro preço que aquela guerra estava cobrando da população como um todo, pois, se deparou com muitas fazendas/campos de plantio em situações calamitosas, vilas desertas, salteadores a espreitarem as estradas, e moradores revoltados de reinos aliados.

Mellina partiu rumo ao templo da Cabala dos Magos do Tempo na Cidade Mágica de Gariland no reino de Gallione, após fazer uma pesquisa meticulosa em livros e pergaminhos na biblioteca do Mosteiro Orbonne ao sul de Lesalia. No templo ela relatou ao grão-mestre o seu plano audacioso. Jhoan Codellus, o grande mestre desta escola de magias, informou categoricamente que o seu pedido carecia de bom-senso e juízo pleno, pois, os eventos resultantes seriam desastrosos. Tratou como incogitável o fato de enviar o imperador Orion para um continente ao qual pouco se conhecia para ficar a mercê de estranhos e a buscar itens miraculosos relatados em contos de origem duvidosa. O arquimago daquela distinta ordem arcana negou auxílio à cavaleira rúnica em sua empreitada, e ainda a advertiu de que tal ato seria equiparado a um crime de alta-traição à coroa, estando ele próprio a denuncia-la caso seguisse a frente com tal transgressão.

No palácio real de Lesalia, Orion tomou conhecimento de que dias atrás Mellina havia acordado, aparentando bom estado de saúde, contudo, alegando que a Pedra Sagrada de Áries havia sido roubada de seus aposentos, e que a rainha falecida – Hedellas -, esteve lá, e tratou a sua enfermidade. Ela apanhou uma montaria e partiu sem solicitar a companhia de uma guarda. Não mencionou exatamente para onde se dirigiu, mas a rota que seguiu levava para o sul do reino. O Imperador ficou ainda mais preocupado com o estado de saúde de sua amada, que agora muito se assemelhava ao de sua finada esposa, se não pior... Angustiado, ele organizou um pequeno grupo e os enviou ao encalço dela.

Orion sabia que mais cedo ou mais tarde Zelmurg lhe procuraria, pois, outra notícia agora tomava os corredores do palácio de maneira assustadora: uma tropa composta por mais de três mil cavaleiros templários sob a liderança de Diórgines Pádua havia sido exterminada ao tentar invadir o castelo dos Traggoras no reino de Limberry. As forças de coalizão pela perpetuidade da unificação do império de Ivalice estavam sendo rechaçadas pelos inimigos. Apesar de estar de posse da Pedra do Zodíaco de Leão, um artefato de grande poder que brilhava intermitentemente na sua presença e transmitia-lhe uma espécie de magnetismo sobrenatural, algo em seu íntimo lhe inibia de clamar pelo poder que nela residia. Para tanto, ele a depositou no cofre real.

Ilustração 03: Mellina Aragon, filha do rei Durman Aragon e primeira princesa do reino de Fovoham.

Mellina tomou conhecimento de que os heróis Mustadio Bunanza, e seu pai, Sir Besrodio Bunanza teriam localizado nas Minas de Goug há tempos atrás durante a Guerra dos Leões uma espécie de equipamento de tecnologia desconhecida, cujo denominaram Globo Celestial, que consistia em um poderoso artefato referente à civilização passada que possibilitava realizar viagens através de dimensões, e também, no tempo. Contudo, poucos sabiam a respeito do paradeiro deste item ou o que teria restado dele, uma vez que, as histórias existentes se contradiziam ora mencionando que o mesmo havia sido destruído após trazer um mercenário chamado Cloud que lutou ao lado do herege Ramza Beoulve, ora falando sobre um laboratório secreto próximo as Minas de Goug onde os Bunanzas costumavam escavar.

Por meio de alguns informantes espalhados dentro do império, Ledda Traggora tomou superficialmente conhecimento do que a cavaleira rúnica estava a planejar, e quanto a isso resolveu agir.

Diórgines e Bernard sucumbiram ao poder dos Lucavis existentes em suas Pedras Sagradas. E sob a forma de Altima e Velius, eles começaram a atacar tudo àquilo que apresentava vida e beleza, semeando o terror e a destruição. Os templários remanescentes ou foram trucidados pelos seus antigos líderes, ou obrigados a se refugiarem surtados por um grande temor para locais distantes e a ermo do império.

O imperador ficou sabendo o que sua amada planejava por meio do Grão Mestre da Cabala dos Magos do Tempo, contudo, apesar de ter compreendido que aquilo soava como algo descabido de juízo pelas alegações do arcano, ele não se viu motivado em detê-la, uma vez que, as forças imperiais estavam sendo rechaçadas, e os seus aliados estavam se indispondo contra ele.

Não tardou para que o rei de Gallione, Saul Marion - seu ex-cunhado -, tomasse a inciativa que seus nobres requeriam: a desassociação do reino junto a Maestria das Clavas antes que as batalhas chegassem aos campos produtivos do lugar. Porém, para este rei tratava-se de algo muito além da política, era excessivamente pessoal, pois, ficará sabendo da relação extraconjugal do imperador com Mellina Aragon – a amiga de sua irmã Hedellas -, quando sua consanguínea ainda era viva! A princípio o rei havia apenas solicitado que o fornecimento de provisões fosse reduzido, por fim, tomou a ação drástica de se neutralizar ante a Guerra dos Legados, sessando com qualquer subsídio as tropas imperiais, e, sobretudo, convocando o retorno de suas tropas imediatamente.

Ilustração 04: Worker 9, Robô Guardião do Secreto Laboratório dos Bunanzas nas Minas Goug no reino de Lionel.

Com dificuldade Mellina chegou às ruínas das Minas de Goug, e no local conseguiu encontrar em um desabamento o laboratório secreto dos Bunanzas, contudo, no local ela é foi surpreendida com a presença de um golem de aço denominado Worker 9, de voz aterradora que mencionava como missão o zelo por tudo que estava ali localizado. A cavaleira rúnica só não foi chacinada pela criatura que detinha um grande poderio de armas letais e uma habilidade de combate descomunal, pois, a mesma foi auxiliada pela tropa de soldados enviada pelo imperador para guarda-la. Para surpresa maior da princesa de Fovoham, o tal guardião era alimentado pela Pedra do Zodíaco de Sagitário que ao ser retirada do lugar propiciou o desligamento deste.

Vasculhando o local minuciosamente, Mellina se deparou com uma infinidade de itens desconhecidos cujo acreditou que com o devido conhecimento, possibilitariam o Império de Ivalice vencer a Guerra dos Legados, contudo, o que mais lhe interessou foi sem sombra de dúvidas aquilo pelo qual tanto buscou: o Globo Celestial. Que em manuscritos relacionados ao mesmo, informavam que para sua utilização se fazia necessário o uso do poder de uma Pedra Sagrada com o signo daquele que seria teletransportado, e a disposição das informações que desejasse no estranho painel. Enquanto analisava o artefato, e o seu complexo manual, o grupo foi surpreendido com a presença de um General Devasso e uma tropa de piogres.

A cavaleira rúnica viu seus guardiões serem liquidados pelos serviçais dos Traggoras, e, tomada por uma iniciativa desesperada, ela reativou o golem Worker 9, que a assimilou imediatamente como a sua líder, e pediu diretrizes de ação. E bastou Mellina anunciar que aqueles eram seus inimigos para a criatura partir em um ataque devastador, e conclusivo. Na companhia do golem, ela buscou outro local para se isolar e estudar os dois itens, sobretudo, o que possibilitaria realizar o seu plano ousado.

No palácio do império situada na capital de Lesalia, Orion tomou conhecimento do que aconteceu aos templários Diórgines e Bernard, e, o caos que as duas criaturas demoníacas estavam instaurando no reino, pois, ambos além de liquidar a ordem de cavalaria templária, também lideravam as hordas de piogres enviados pelos Traggoras para um ataque decisivo nos próximos dias.

Ilustração 05: O Lucavi Baal Zebub, O Senhor das Moscas, que se apossou do corpo do cavaleiro Frater Adias.

Vilmor Traggora, depois de muito refletir, dispôs a sua Pedra do Zodíaco de Câncer sob o tumulo do cavaleiro Frater Adias na expectativa de que a mesma ressuscitasse aquele que em seu lugar poderia dar vida ao Lucavi Baal Zebub, O Senhor das Moscas. A pedra brilhou de maneira intermitente e crescente, até que perfurou inesperadamente o chão, e minutos depois foi possível sentir o mesmo tremer abaixo dos pés do conde. Fendas se abriram nas proximidades, e delas brotaram labaredas azuis que se elevaram por cerca de dez metros, seguidas de feixes de luzes incandescentes. Logo, houve uma grande explosão que lançou o vampiro para longe, e após isso, o demônio se ergueu em sua forma horrenda.

O Conde Traggora percebeu algo de muito estranho no Lucavi - algo não lhe parecia seguro ou gratificante, como assim aguardava ser após generoso ato -, e, não tardou para a criatura demonstrar a sua insatisfação por ter sido mantida há tanto tempo sob a guarda de um morto-vivo. Baal Zebub atacou o vampiro em frenesi, dispondo de todas as suas energias para liquida-lo. Vilmor por muito pouco não foi exterminado, senão fosse à intervenção da condessa Ledda, que conseguiu se teletransportar para o local a tempo, protege-lo e resgata-lo com vida daquela infortuna decisão.

Quando o Barão Zelmurg marchava com suas as tropas formada pelos Cavaleiros Nanten e os Piogres para a capital do reino de Lesalia a fim de realizar uma investida crucial contra as forças imperiais, ele foi surpreendido com a aparição de Ledda Traggora bastante ferida lhe advertindo sobre os últimos acontecimentos – eventos estes que a condessa caracterizou como catastróficos -, pois, a Guerra dos Legados havia seguido uma via antagônica aos propósitos de ambas as partes, tanto da Maestria como da Derrocada das Clavas, e não tardaria para que os Lucavis despertos viessem ao encalço de todos que os conjuraram como aliados nessa empreitada. A bruxa deixou a sua pedra sagrada sobre a responsabilidade do nobre de Zeltennia e líder das forças de oposição à continuidade do império, onde o artefato brilhou intensamente na presença deste lhe revelando a capacidade de fazer uso daquele poder sobre-humano.

Ilustração 06: Barão Zelmurg, O Urso Implacável, a liderar as tropoas vitoriosas da Aliança da Derrocada das Clavas.

O Barão Zelmurg marchou confiante para o seu acerto de contas final com o Imperador Órion Colesffar Hyral, pois, agora detinha a Pedra do Zodíaco de Escorpião, e a liderança de uma tropa vitoriosa sobre diversas batalhas. A sua única preocupação, no entanto, residia quanto ao problema oriundo do uso desmedido das Pedras do Zodíaco, pois, se os Traggoras estivessem certos, uma guerra de proporções ainda maiores estaria prestes a cobrir o solo do continente, que ameaçaria toda a população, sem distinção de ideais e crédulos, tal como na Guerra dos Leões.

Ledda Traggora se ateve a localizar Melina Aragon, uma vez que o General Devasso enviado com uma tropa de Piogres falhou mortalmente ao tentar assassinar e dar fim aos planos delirantes da amante do imperador. A Condessa acreditou fielmente que a cavaleira rúnica encontrou bem mais do que procurava no laboratório secreto dos Bunanzas, e seja este poder qual fosse ela deveria obter.

sexta-feira, 9 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - A Guerra dos Legados tem início.

Ilustração 01: Mellina Aragon, Princesa de Fovoham, Primeira Cavaleira Rúnica, e amante do imperador de Ivalice.

Mellina Aragon vai ao encontro de Eva Deravon na gruta do druida que havia a acolhido e tratado de seus ferimentos, contudo, está última estava muito debilitada, e saberia que não resistiria por muito tempo com tantas sequelas. A serva da rainha Hedellas lhe falou sobre as palavras que ao longo dos dias em que esteve a cuidar de sua majestade ela falou de maneira tão clara e com uma sombria vivacidade. E, por fim, relatou o que havia lhe ocorrido tão tragicamente; A cavaleira estava compadecida da dor e da lealdade da serva, entretanto, tomado por um gesto assassínio inerente a sua vontade, a princesa findou a vida de todos que ali estavam. A cavaleira confusa fugiu do local estarrecida com o seu gesto macabro.

No enterro de Hedellas Marion houve uma comoção generalizada em todo império de Ivalice, e este sentimento se estendeu para muitos outros lugares que viam a esta rainha com grande estima. Para o rei Orion Colesffar Hyral que sustentou uma falsa emoção de pesar ao longo do velório, em seu íntimo tratava-se de um alívio, pois, sabia que o caminho dele e de Mellina estariam livres a partir de então. Nem mesmo nesta funesta ocasião, o monarca e Diórgines Pádua deixaram de falar sobre alguns aspectos da guerra que estava a se precipitar sobre o continente, e de que um poder superior estaria a lhes favorecer muito além de suas tropas: um dos Bravos do Zodíaco teria se juntado a causa da unidade do império.

Semanas depois - no inicio do outono do ano de 673 da era do Escorpião -, Mellina convenceu seu pai, o rei Durman Aragon de Fovoham, a se aliar a Orion e a Igreja na Guerra dos Legados, que foi marcada com a descoberta do assassinato do Bispo Elevedo Teccelar pelo Sindicato das Lâminas – um grupo de mercenários e assassinos financiados pelo barão Lucca Dorea Zelmurg.

Ilustração 02: Barão Lucca Dorea Zelmurg de Zeltennia, líder da Aliança da Derrocada das Clavas para o fim do Império de Ivalice.

Embora o barão tivesse financiado inicialmente o bando e por muitas vezes contratado os serviços de Rovell Curse e o Sindicato das Lâminas, ele nada sabia sobre o que eles faziam ou deixavam de fazer. De fato, Zelmurg nada tinha haver com o assassínio do bispo Teccelar, mas deixou que recaísse sobre ele o fardo, pois, cedo ou tarde a guerra teria de ter inicio, então que fosse esse o fato a desencadeá-la.

Tempos depois, o barão Zelmurg esteve com o rei de Fovoham em uma reunião sigilosa, contudo, o Líder da Derrocada das Clavas desconfiou que Durman estivesse sobre algum tipo de influência, assim como também Frater Adias que o acompanhou nesta comitiva, que desconheceu a postura do soberano deste reino diante da exposição de fatos lógicos, e de tudo o que já havia sido acordado entre as partes. Ainda nesta ocasião antes do encerramento da sessão, eles foram surpreendidos com um ataque conciso de Mellina transmutada no Lucavi Velius, O Bruxo Negro, no entanto, a condessa Ledda Traggora que participava disfarçada agiu antes que o pior pudesse ocorrer, conseguindo retirar seus aliados a salvos daquele lugar por meio de sua magia de teletransporte.

Ilustração 03: Frater Adias, ex-líder e Primeiro Cavaleiro da Ordem Rúnica de Fovoham, e líder dos Cavaleiros Nanten.

Os Traggoras ressaltaram a Zelmurg e ao ex-líder dos cavaleiros rúnicos do perigo que havia nas Pedras do Zodíaco, mas que caso não conseguissem enxergar outra maneira de vencer esta guerra sem ter que apelar para as mesmas, então que assim fosse feito. Ambos se transformaram nos Lucavi Baal Zebub, O Senhor das Moscas e no Lucavi Queklain, O Rei Impuro. Eles lhes falaram ainda que é bem provável que venham atrás de Frater Adias para buscar a Pedra do Zodíaco de Leão, pois é o signo do rei Orion, e somente ele para ativar o poder do Lucavi adormecido.

A condessa Ledda Traggora com o seu poder ampliado pela pedra sagrada e tendo a disposição o grimório da bruxa Matoya, conseguiu evocar para alimentar as linhas de frente da Derrocada das Clavas um tipo de golem combatente denominado Piogre. Essas criaturas se dividiam em diversos sub ramificações dentre a espécie, cada qual com as suas respectivas características, mas que em comum apresentavam: lealdade convicta, habilidade em combate, não se cansavam, não tinham fome, não tinham sede, e quando em duelo, lutavam até a morte.

Ilustração 04: Condessa Ledda Traggora de Limberry, Vampira e Arcana.

Não tardou para que o previsto pelos Traggoras acontecesse: Diórgines e Mellina vieram em busca de Frater Adias na localidade de Bedda Sandwaste, para assassina-lo e tomar dele a pedra sagrada. Contudo, o desertor de Fovoham, e líder da Ordem dos Cavaleiros Nanten conforme desígnio do rei de Zeltennia, de posse da Lança Longibunne tornou-se um inimigo mortal, e com isso, conseguiu ferir gravemente a sua antiga discípula transmutada na forma do Lucavi Velius. Os dois se afugentam com a chegada dos Traggoras temendo uma fatalidade.

Após a batalha, Mellina Aragon foi socorrida no palácio de Lesalia, e levada para os aposentos reais para receber os tratamentos devidos. Contudo, o ferimento provocado pela Lança Longibunne era lendário, pois era do tipo que não se regenerava. Mesmo o poder da pedra sagrada não era suficiente para curá-la. Por alguns dias Orion abandonou o seu posto de Primeiro Cavaleiro da Ordem Hotuken para ficar na companhia de sua amada, que estava muito febril, a delirar e a ter constantes espasmos de fortes dores. Não suportando tal situação, e a sua incapacidade de poder fazer algo de imediato, o mesmo retomou a liderança de suas tropas a marcha nos limites do reino em direção ao reino de Limberry, pois, o monarca estava disposto a derrotar o ex-líder dos cavaleiros rúnicos como forma de honrar e vingar a futura rainha de Ivalice.

Para piorar a situação, algo de muito estranho estava ocorrendo por todo o reino de Lesalia e regiões adjacentes onde havia devoção a Sto. Ajora Glabados: os clérigos e templários estavam tendo dificuldade para fazer uso de seus poderes divinos, falhando nas bênçãos de cura, proteção e ressurreição. Alguns mais fervorosos entenderam aquilo como desgosto do Deus, desaprovação da guerra e sinal do fim dos tempos.

Para Diórgines o mais importante era obter o grimório de Matoya, e o que de fato o moveu até Bedda Sandwaste naquele episodio desastroso com Mellina. Nos campos de batalha raramente se via o líder dos templários em ação, somente o seu filho, Bernard, e o rei Orion, que estavam a enfrentar com dificuldade os piogres e os cavaleiros Nanten de Zeltenia. A Mão da Justiça Divina estava a tramar uma invasão ao castelo dos Traggoras em Limberry.

Ilustração 05: O espírito da imperatriz Hedellas Marion surge para tratar as feridas e alertar Mellina Aragon dos perigos da guerra.

Mellina em seus delírios febris teve a impressão de quem estava lhe tratando era Hadellas. Dias depois, a cavaleira rúnica estava melhor, e próximo a sua cama um feixe de luz que transpassava as grandes cortinas entreabertas sob os janelões ao fundo do quarto iluminavam uma cadeira, e davam forma a um ser brilhante que ali estava sentado a bordar. Tardou para que ela reconhecesse as silhuetas e as feições da imperatriz jazida meses atrás. Ela estava estupefata, mas antes que dissesse algo, o espírito da amiga gesticulou que nada era preciso ser dito, e que prestasse atenção no que iria lhe dizer:

“Mia, se você ama mesmo a Orion faça com que ele desista desta guerra...”
“Ele e o barão são meros peões em uma guerra equivocada e de proporções trágicas...”
“O tempo não mudará os fatos, pois, os propósitos são atemporais e malévolos...”


O espírito da rainha desapareceu antes que a cavaleira rúnica pudesse dizer algo. Contudo, Mellina percebeu que a Pedra do Zodíaco de Áries havia sido roubada de seu leito em algum momento, e convicta acreditou que aquilo poderia ter sido algum tipo de truque da condessa Traggora, pois, o barão Zelmurg queria a pedra sagrada. E ainda, não satisfeito somente com o furto, ele queria enfraquecer as linhas de Orion semeando discórdia entre seus aliados.

Ilustração 06: Orion Colesffar Hyral, Imperador de Ivalice e líder da Aliança da Maestria das Clavas.

Orion de posse da espada Excalippur – uma cópia poderosa da lendária espada dos épicos arturianos -, enfrentou o cavaleiro Frater Adias na cidade Zaland no reino de Lionel, semanas depois de ter perdido um confronto direto com ele nas fronteiras de Limberry. Uma batalha árdua na qual o ex-líder dos cavaleiros rúnicos conseguiu matar o templário Bernard Pádua, mas que resultou em sua morte pelas mãos do imperador de Ivalice.

O Barão Zelmurg havia contratado os serviços de Karz, A Lenda, e a Companhia Bart para roubarem do leito de Mellina a Pedra do Zodíaco de Áries. Contudo, Diórgines descobriu a tempo, e renegociou em uma proposta irrecusável a vida dos ladinos pela pedra furtada, eles a entregaram sem pestanejarem diante do lucavi. O líder dos templários sabia que seu filho havia nascido sobre o alinhamento do signo de Áries, portanto, era sua intenção levar até ele a pedra sagrada para juntos tomarem o castelo dos Traggoras.

Ilustração 07: Karz, A Lenda e Líder da Companhia Bart. Contratado por Zelmurg para furtar a Pedra do Zodíaco de Áries do leito de Mallina Aragon.

Diórgines pressentiu a morte de seu filho, e partiu imediatamente em direção a Zaland. No entanto, ele chegou tardiamente ao local, e não conseguiu ressuscitar seu filho com o seu poder clerical. Sob a forma do Lucavi Altima, O Anjo Sangrento, ele culpou a Orion por aquele mal, e, antes que uma batalha se iniciasse entre os aliados, a Pedra do Zodíaco de Áries brilhou de maneira consistente e flutuou em direção a Bernard repousando sobre o seu peito, que miraculosamente segundos depois o reviveu para satisfação plena de seu pai.

Orion ficou sem entender o que a Pedra do Zodíaco de Áries fazia com o líder dos templários. Mas antes que ele pudesse questionar algo, Diórgines deu ordem aos seus cavaleiros que se dirigissem ao Castelo dos Traggoras no reino vizinho de Limberry para uma grande investida. O rei de Lesalia conseguiu se apossar da Pedra do Zodíaco de Leão e da Lança Longibunne, contudo, ele compreendeu que Mellina pudesse ter morrido, e, com pesar marchou em direção a Lesalia com um reduzido destacamento de cavaleiros Hotuken, e antes de partir, deu ordem aos demais para que tornasse Lionel um reino aliado das forças de unificação do império.