Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

RPG: Crônica de Mortais - Fantasy, A Sensação do Momento e a Primeira Missão

Um dia de azar, todo mundo tem o seu,
portanto, é cair e se erguer sem pestanejar muito,
senão você atrai a atenção de um mal maior.

Após a nossa conversa causticante com o Nicolas Parckson, nós fomos liberados em específico para conhecer e usufruir da academia da organização. Um parque de treinamento com alguns equipamentos aeróbicos, de musculação, tatame e afins. Anexo ao lugar há ainda uma sala de treino para tiro ao alvo, ao qual fomos convocados para uma verificação de nossas habilidades pelo próprio Parckson, que tinha necessidade em saber o quão estaríamos preparados caso nos envolvêssemos em uma situação que requeresse tal habilidade.

Eu ainda estava nervoso com a tal pasta de protegidos entregue pelo nosso superior imediato (Parckson), e, confesso que o zunido de um mosquito naquele momento me incomodava mais do que um furacão Katrina. O inseto a perturbar a minha concentração com as suas insolências típicas juvenis era o garoto Rios. Enfim, na hora de disparar a arma por muito pouco não acertei a um dos colegas do grupo. Sim, eu estava no limiar da paciência e muito pouco bastou para o meu pavio extinguir.

Diante da situação constrangedora e das aporrinhações de Rios, perdi o controle e avancei para cima do garoto a fim de lhe calar a boca com um soco. Entretanto, o murro que iria deferir contra ele, acabou se voltando contra mim, quando em um caminhar em falso me vi tropeçando nas minhas próprias pernas e indo direto com a face ao chão. Levantei-me do chão, com o braço limpei o escorrimento de sangue do nariz provocado pela queda, e, deixei os demais do grupo na atividade sem pedir permissão ou aviso prévio. A minha mente estava a mil por horas e eu precisava relaxar.

Chegando ao meu quarto, deparei-me com uma pasta de arquivo (com alguns documentos em seu interior) disposta sobre a minha cama, porém, antes de ter mais qualquer tipo de surpresa, preferi me deitar à cama e a admirar uma fotografia que quase sempre tinha o poder de alinhar o meu pensamento, um registro de um tempo ao qual tenho muita saudade, um período em que tinha uma família para me acolher após um dia duro de trabalho. Quando caminhei em direção ao quarto, as minhas intenções eram claras, ou seja, trancar-me e usar umas das minhas drogas para contornar toda aflição, porém, aquela foto, naquele momento, foi-me suficiente.

Passado o tormento dos minutos anteriores, sentei-me a cama e me coloquei a folhear os documentos da pasta. Por sinal, uma pasta que fora colocada ali propositalmente, provavelmente, a pedido do próprio Parckson ou do Campbel a fim de amenizar todo o estrese das últimas horas. Os documentos contidos ali formavam uma espécie de compêndio bem elaborado das atividades realizadas nos últimos quatro anos pelo G.A.T.I., por sinal, a organização existe a essa quantidade de tempo.

Os pontos relevantes desse dossiê existencial do G.A.T.I. é, sobretudo, a derrocada de uma organização criminosa internacional bem estruturada que culminou na queda de um senador e pelo menos dez deputados da federação somente dentro dos Estados Unidos, deixando claro que tal ocorrência foi extensiva para demais nações onde a facção criminosa agia. Nessa pasta ainda havia menção de algumas pessoas chaves da organização, que por sua vez, também eram gabaritadas na sociedade civil, tais como o Coronel Samuel Campbel e Senador Macarley (Republicano).

Pronto, algo ou alguém me colocou dentro de uma organização nos moldes da C.I.A., com atuação em escala global composta por doze unidades estratégicas espalhadas pelo mundo, e, com que mérito ou propósito? Quem é o financiador dessa organização? Quais os fins? Quem são os seus inimigos? Nesse momento, um turbilhão de indagações começou a se formar em minha cabeça, e, antes que isso se tornasse algo maior e insólito, resolvi procurar pelos meus contratantes para inquiri-los. Fui à procura do Campbel ou do Parckson.

A primeira sala que avistei foi a do Parckson, e ao perceber que o mesmo conversava com G. Sullivan, eu bati a porta e adentrei o lugar para lhe devolver a pasta deixada em meu quarto. E, sem perder muito tempo, comecei a fazer os questionamentos que julguei pertinentes após a apreciação do material que me foi entregue. Por sua vez, o nosso superior imediato se mostrou mais uma vez um habilidoso negociador, e, com as palavras certas (isto é, que necessariamente não são a verdade) respondeu a maioria das indagações sem deixar margem para suspeitas. E, na oportunidade, uma vez que, o garoto Rios também chegou a tempo para pegar os finalmentes dessa conversa, ele nos chamou a atenção (Eu e o menor intrépido) quanto ao episódio ocorrido horas atrás no centro de treinamento, e também transmitiu a nossa primeira missão: que consistia em fazer uma averiguação preliminar de terreno na boate Posseidon.

Parckson nos adiantou que essa era a conversa que ele levava com G. Sullivan antes de eu entrar em sua sala, e, que essa tarefa nós executaríamos ainda esta noite, sem a sua participação direta. O motivo de sua ausência era justamente o aumento de chance de êxito da missão, uma vez que, o seu rosto é popular entre os criminosos da região. Ele ainda nos dispôs uma pasta com o que o seu pessoal havia apurado até o momento sobre aqueles que buscaríamos em uma boate de alto padrão, frequentado por pessoas de várias faixas etárias (adultas, logicamente) e da alta sociedade.

Dossiê Fantasy

Posseidon, A Danceteria.
- O estabelecimento esta localizado em um bairro nobre de Los Angeles.
- O Techno e o Hip-Hop são os estilos musicais mais frequentes de sua pista de dança.
- O proprietário é Frederic Simpson, uma figurinha carimbada da alta sociedade Angelina.
- Circulando em movimento suspeito pelo local e aos redores foram identificados muitos dos principais contatos do proprietário, além de alguns de seus de seus empregados, consumindo o Fantasy, porém, nenhum deles fazendo qualquer tipo de comércio do mesmo.

Frederic Simpson, O Narcotraficante.
- Natural da cidade de Miami (Flórida).
- Idade aparente: 35 a 40 anos.
- Desde muito jovem foi inserido no mundo do crime, e, na sua vivência estabeleceu alianças (amizades de influência) com pessoas muito poderosas, algumas delas com autoridade suficiente para calar até mesmo o presidente dos Estados Unidos em um pronunciamento em rede nacional.
- Hoje, o fato de maior relevância é que patrocinando alguns cientistas da Rússia, Frederic conseguiu criar uma espécie de metanfetamina poderosíssima, o Fantasy, que em essência é um concentrado de cocaína com a adição de outras substâncias psicotrópicas. O uso dessa substancia tem se alastrado de forma vertiginosa pelo país, de tal maneira que o F.B.I infiltrou uma de suas agentes na facção criminosa liderada pelo narcotraficante.

Cristine Lavosie, A Gerente.
- Natural de alguma cidade da Rússia.
- Idade aparente: 25 a 30 anos.
- Trabalhar para Frederic como administradora da Posseidon.
- Sedutora, a Srta. Lavosie sempre consegue o que quer dos homens.
- É sabido também que é ela quem comanda todo o esquema de segurança do próprio Frederic Simpson, e, que por algum motivo, os subordinados da facção têm por ela mais que respeito, pois, o medo sobressai ao olhar deles quando na presença dela.

Alisson Lavosie, A Bioquímica.
- Natural de alguma cidade da Rússia.
- Idade aparente: 30 a 35 anos.
- Cientista Bioquímica com prestígio em sua classe.
- É principal responsável pelo laboratório que produz o Fantasy de Frederic Simpson.
- Embora seja irmã de Cristine Lavosie em momento algum as irmãs demonstram ter algum tipo de laço afetivo.
- Uma mente genial a serviço do crime, um talento desperdiçado.

Tomas Firsh, O Chefe de Segurança.
- Idade aparente: 30 a 35 anos.
- Segurança pessoal de Frederic Simpson, e braço direito de Srta. Cristine Lavosie.

Como ainda estávamos no término da manhã, e, até a noite teríamos um intervalo de tempo considerável, eu achei por bem fazer uma varredura minuciosa do perímetro onde estávamos localizados – a sede do G.A.T.I. -, e, nada melhor para começarmos do que as boates locais, bares e afins. Não querendo ser descortês com os colegas fiz um convite extensivo a todos, inclusive para o impertinente do Rios. Por sinal, somente o garoto se dispôs a ir comigo, enquanto os demais optaram por outros afazeres internos. Enfim, como tínhamos o resto do dia livre, eu iria fazer a minha atividade na companhia do nerd com quem quase cai no braço, senão fosse pelo meu descuido e a sua sorte.

Rios queria ir à boate de estripe comigo, porém, a sua veia tecnológica pulsou mais forte antes de sairmos, e, a sua condicionante era primeiramente irmos a um shopping center, pois, tinha que se atualizar em relação a algumas novas tecnologias... A princípio isso me pareceu frustrante, para tanto fui relutante a ideia, mas considerando tudo que passamos até então, isto é, com um belo pé esquerdo para inicio de relação, e, com a possibilidade de seguirmos como uma equipe por tempo indeterminado, eu achei por bem aceitar a proposta do garoto. Além do mais, daqui a algumas horas nós teríamos que despontar para um lugar tipo Classe A e eu me toquei que não tinha nenhuma roupa apropriada. Não que realmente não tivesse o que vestir, mas queria vestir algo novo para uma nova situação, na expectativa de quem sabe a sorte voltasse a face para mim.

Eu e Rios fomos a um grande shopping fazer compras, e, isso demandou bem mais tempo do que havia estipulado - os quarenta minutos dele e uns vinte minutos meus -, porém, saímos de lá com alguma folga para pelo menos ir assistir a um estripe, beber e jogar conversa fora em uma boate próxima ao quinto distrito. Entretanto, ao chegarmos no quartel general para deixarmos as nossas comprar nós fomos imediatamente requisitados pelo Parckson, e, em sua sala nos deparamos com uma personalidade até então desconhecida (embora, algo nele me soasse familiar), o Sr. Malcon Shetz.

O distinto senhor era na verdade o nosso colega de equipe G. Sullivan caracterizado de forma irreconhecível. O mesmo surpreendeu a todos com primorosa habilidade que fez com que o próprio Parckson revesse a estratégia da ação para a missão de mais logo na Posseidon. Sob o papel de Malcon Shetz, um empresário bem sucedido no ramo do entretenimento e interessado na aquisição ou na participação societária da boate, sendo assim, nós tentaríamos uma primeira abordagem a facção criminosa, que tem o referido local como sede e é responsável pela distribuição da metanfetaminas conhecida como Fantasy. E nessa estratégica encenação, eu entraria na pele de Phillip Thompson, um advogado especialista contratado por Shetz para avaliação do potencial negócio enquanto que o nosso jovem ás da informática, Rios, ficaria responsável por dar essência virtual aos nossos disfarces. Finalmente, o grupo tinha um meio claro para averiguar a ratoeira cinco estrelas, e quem sabe, chegar a uma das cabeças da organização.

Ainda tinha algum tempo até o horário da missão - devia ser pouco mais de 18:00 -, sendo assim, eu resolvi por bem dar sequencia ao que havia estipulado como programação, ou seja, fazer uma varredura nas redondezas do quartel. Não tive a companhia do garoto Rios, pois, o mesmo havia encontrado na atividade delegada a ele uma adrenalina semelhante a uma luxuriante transa, ou quase isso. Sozinho, caminhei até a uma boate chamada Lewd Angels que ficava a umas três quadras do distrito, aparentemente um lugar reservado, sem muito glamour, mas aprazível, com algumas belas garotas propiciando um entretenimento a altura e uma cativante variedade de bebidas.

Comprei uma meia garrafa de whisky barato (nada comparado ao que havia bebido mais cedo da garrava de café do colega G. Sullivan), ascendi uns cigarros e fui para próximo do palco principal dar uma lubrificada nos olhos. Enquanto assistia ao show de estripe de uma bela loira de corpo escultural, e que por sinal também dançava muito bem, ou seja, de forma bem envolvente, uma imagem me veio à cabeça: Marianna (ex-esposa). Sorri para garota estripe e ela me retribuiu, ao passo que pegava o telefone celular em meu bolso. Com o aparelho em mãos pensei por diversas vezes ligar para a minha esposa (a ex), mas não o fiz, pois ali não era o lugar e nem o momento certo, porém, não deixei de passar uma mensagem (sms) para dizer o quanto sentia a sua falta e que a amava. Por fim, a ficha caiu, e eu resolvi fazer o meu caminho de volta para o distrito com a minha garrafa em mãos.

Ao chegar a base, eu tratei logo de deixar a garrafa de whisky de presente para a garota simpatia do pedaço, a Srta. Gude, que me retribuiu uma espécie de sorriso indecifrável, ou que de fato, eu não tinha interesse nenhum em saber o que ele realmente deveria significar.

Devia ser por volta de umas 21:00, quando Eu, G. Sullivan e uma comitiva de mais quatro colegas partimos em direção a boate Posseidon. Como já mencionado, eu seria o advogado do empresário (Shetz), no entanto, os demais envolvidos seriam seguranças pessoais e o motorista.

"Peneloppe"
Uma belíssima jovem, de refinada educação
e modos, responsável por assessorar de
maneira personalizada os visitantes
mais ilustres da Posseidon, a renomada
casa de shows do empresário
(e narcotraficante) Frederic Simpson.
Nunca havia chegado próximo ao lugar, mas ao me aproximar pude perceber que não era atoa que a boate Posseidon figurava nas colunas sociais dos principais tabloides, com notas e mais notas a despeito de alguns de seus eventos, o estabelecimento tinha o seu diferencial, sobretudo, a começar pela lista de convidados, essencialmente selecionados. Algumas celebridades do mundo artístico, desportistas consagrados das mais diversas modalidades, figurões do meio político e empresarial batiam cartão semanalmente no local, esbanjado sorriso em suas máquinas automotivas, e até mesmo em suas aeronaves. Aquilo era um ambiente surreal, obsceno e distante para muitos.

Na entrada, após a confirmação de nossos nomes na lista do recinto, nós fomos recepcionados por Penellope, uma mulher cuja beleza era apaixonante (transcendia a normalidade), um tipo que seria facilmente confundida com uma angel da Victoria’s Secret (se realmente não fosse). E, tomado pela luxúria foi inevitável não tentar flertar com aquela garota e lançar umas indiretas, embora sem êxito. Porém, consola-me o fato do mesmo ter ocorrido ao G. Sullivan caracterizado como aquele gordo babão cheio de dedos. A bela mulher não só nos recepcionou na entrada, como também nos dirigiu pelos diversos ambientes da refinada boate.

Quando chegamos ao segundo andar, onde funcionava a pista de dança, rapidamente meu olhar buscou indícios a respeito do consumo de drogas, pois, no meu palpite, ali deveria ser o lugar ideal, a começar pelos banheiros. Pedi licença aos dois para que seguissem com a tour pela boate, enquanto iria buscar naquele lugar especifico entretenimento. Tão logo, G. Sullivan e Penellope saíram, eu adentrei em meio à multidão para sentir o clima da juventude que dançava, pois, queria encontrar em meio a turma quem eram as figuras que estavam passando droga. No banheiro presenciei alguns alucinados fazendo uso dos mais variados tipos de drogas, sobretudo, de cocaína, porém, nenhum sinal de quem estivesse fornecendo, o mesmo notei na pista, ou seja, muitos consumidores, mas nenhum fornecedor a vista. Cheguei a conclusão de que o barato deveria acontecer fora das dependências, o que julguei conveniente e sensato, sobretudo, com tantas pessoas de nome envolvidas, mais ainda precisava de uma prova contundente.

Antes de deixar a pista observei uma bela e jovem garota ruiva dançando desacompanhada, e os seus trejeitos me chamaram a atenção, pois, era notório que ela estava sob o efeito de drogas, algo bem pesado por sinal. Aproximei-me como quem “não quisesse nada” para tentar observar com mais cuidado, chamar-lhe a atenção, e, nada, ela estava entorpecida, distante há anos luz da nossa realidade. Isso aguçou ainda mais a minha curiosidade em tentar saber onde estava o fornecedor e o que ele estava fornecendo para aquela turma.

Fui ao encontro de G. Sullivan que estava a mesa na companhia de uma belíssima escort girl tipo latina sul americana. A princípio cogitei que o colega estivesse investindo na garota, tentando fazer com que ela cedesse, e, assim fornecesse algumas informações concretas, porém, a coisa toda não parecia ser bem isso, e, ele queria de qualquer forma a atenção dos donos da casa, inclusive agindo de maneira intrépida (senão, constrangedora). Eu também tentei buscar alguma coisa dela em relação ao entretenimento suspeito que presencie na pista de dança, mas essa não estava soando como um plano eficiente. Por fim, também solicitei a companhia de uma outra garota da casa, uma que fosse mais o meu tipo, e ainda, requeri a privacidade de um cômodo para usufruir de todo o corpo daquela ninfa.

A sós em um reservado, usufrui por cerca de quase quarenta minutos da companhia da garota, durante a relação tentei inquirir dela algumas informações, porém, a minha investida não foi convincente, não tanto quanto a minha disposição sexual, pois, estava lidando com uma profissional que não custava barato, e, eu tinha a plena convicção de que alguma coisa ali deveria valer o esforço, ainda que saísse de lá sem nenhuma informação.

Finalizada a minha prazerosa (e ímpar) experiência sexual sem êxito em qualquer outra área além para qual me propus se sacrificar, parti novamente ao encontro de G. Sullivan, pois, quem sabe o mesmo tivesse tido mais sucesso em seu modo de agir. Contudo, ao nos encontrarmos minutos depois, eu percebi que a sorte naquela noite havia fechado as portas para ambos os lados, pois, embora tivesse tido ele um encontro com a Srta. Cristine Lavosie, a conversa dos dois não flui tão bem quanto o mesmo havia desejado.

A recorrência de insucessos dessa noite nos frustrou de tal forma que optamos por evadir-se do lugar com um toque sutil de um dos colegas que estava na condição de um dos membros de nossa comitiva de seguranças. Porém, G. Sullivan persistiu em atuar de forma excêntrica, e, aquilo atraiu a atenção de Tomas Firsh, o chefe de segurança da boate. Antes que este último chegasse até nós para qualquer desagradável ação, fomos nós mesmos que buscamos a saída na companhia da bela Penellope.

G. Sullivan ainda tentou abordar Penellope com uma proposta de fantástica de emprego, jogando a sua autoestima e com as suas ambições, embora, tenha achado mais um galanteio frustrado.

No carro a caminho do distrito, nós começamos a debater as nossas ações dentro da boate, e, não tardou muito para que uma movimentação e uma conversa em paralelo entre a equipe de apoio mencionasse que estávamos sendo seguidos. A partir dali um plano foi arquitetado em fração de minutos para que o pior não nos ocorresse. Fomos para a parte mais nobre da cidade, diretamente para o hotel Imperial Palacce, um luxuoso hotel cinco estrelas a altura de nossos disfarces, e que nos colocasse acima de quaisquer suspeitas.

Devidamente instalados no hotel (suíte presidencial) em um plano desembolado em tempo recorde pela organização, nós recebemos a orientação de que ali deveríamos permanecer até que a poeira abaixasse. Da janela fiquei a observar o possível carro que havia nos seguido, enquanto retomava a conversa com G. Sullivan a respeito de nossas falhas em nossa noite frustrante, e, principalmente, a forma agressiva como ele agiu, algo que pessoalmente não faria.

Jéssica Redford
Jovem de origem russa, encontrada morta em
um local remoto da cidade. Distante da
boate Posseidon, o último lugar em que a vi
com vida e sob o efeito de drogas. Cujo não
descarto a possibilidade de ser mais uma
vitima fatal do Fantasy, a sensação do momento.
Eu recebi uma ligação de Parckson solicitando a nossa presença o mais breve possível em um local específico - distante uns minutos de onde estávamos -, e, em sequência, um suspeito questionamento de sua parte a respeito da garota que havia me aproximado na pista de dança (a que estava sob o efeito de alguma droga pesada). 

Como não havia ainda uma certeza quanto a presença de algum homem da facção criminosa em nosso encalço nas proximidades do hotel (ou mesmo dentro dele), a nossa equipe facilitou a nossa saída com disfarces de empregados do hotel, pelas portas dos fundos e em carro alternativo.

Chegamos ao local indicado por Parckson, e, de cara avistamos algumas viaturas da polícia, uma movimentação de policiais, um cordão de isolando restringindo o acesso de pessoal não autorizado ao local, uma equipe de jornal, e, alguns poucos curiosos. Estávamos em uma cena de crime, onde um veículo estava virado com alguns amassados na lataria e o corpo sem vida da jovem que havia visto horas atrás na boate estirada ao chão. O nome da garota era Jéssica Redford, ela era natural de Moscou (Rússia), e tinha a idade da minha meia irmã (Jessy). Algo de muito intrigante havia acontecido ali, mas eu tinha a ligeira impressão de que isso estava diretamente ligado à facção criminosa que estávamos investigando e ao seu veneno alucinógeno letal (Fantasy).

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

RPG: Crônica de Mortais - Ingresso no G.A.T.I., um causticante "Boas Vindas".

Mudanças são sempre mudanças, ou seja,
o início é sempre pouco indigesto e turbulento.
Agora se aceitar é uma opção?
Na maioria das vezes, não!

Hoje é quinta-feira, 11 de outubro de 2012, e, este seria mais um dia rotineiro de trabalho no 13.º Distrito de Polícia, contudo, se existe algo que Eu aprendi dentro desse lugar, e, sobretudo, como investigador de policia do departamento de homicídios em Los Angeles, é que a expressão “rotina cotidiana” não costuma calhar perfeitamente para este tipo de labor. Pois, crimes ocorrem a todo o momento, e, quando as coisas parecem calmas demais é que, Eu e os meus colegas devemos nos manter ainda mais alertas, pois, algo surpreendente tende a cair sobre as nossas cabeças quando menos se espera, e, ouvir aquele sermão calejado do chefe “Eu não disse que essa merda toda iria feder mais cedo ou mais tarde?! E onde estavam os nossos caras?! A cambada paga pelos contribuintes?!”, pode ser um drástico ponto final na carreira. Enfim, a manhã havia iniciado com alguns relatórios a serem finalizados do dia anterior - como de costume -, quando me surgiu a mesa um senhor fardado, cujo semblante me soou familiar, seu nome era Coronel Samuel Campbel

Coronel Samuel Campbel.
Um rosto familiar dos tempos áureos em que
Derick serviu ao exército no Oriente Médio.
No entanto, a sua visita naquele dia
aparentemente comum ao seu distrito
trazia uma intrigante oportunidade de
trabalho ao ex-combatente, afastado de
forma demérita e abrupta das forças.
Ao perceber no distinto uniforme do Sr. Campbel a patente de coronel e associa-lo a fisionomia de um velho conhecido do tempo de serviço militar fui tomado por um impulso automático, uma ação involuntária, de cumprimenta-lo como ainda estivesse no exército, ou seja, batendo continência. Ele, por sua vez, agiu de tal forma, ainda que fosse somente um velho costume. O mesmo se apresentou brevemente e mencionou que tinha a necessidade de ter comigo uma conversa em particular, algo mais reservado a respeito de reconhecimento profissional, para tanto, convidou-me para um café.

Bom, não é todo dia que alguém adentra as nossas vidas oferecendo uma oportunidade melhor de se ganhar mais, sobretudo, um velho conhecido. O que mais me chamou a atenção é que antes de falar qualquer coisa para o meu superior, ele de sua sala, por de trás das persianas abertas acenou consentindo a minha saída, o que me leva a crer que entre os “tubarões” uma conversa já havia acontecido. Afinal, Eu estava certo que deveria pelo menos aceitar o café, pois, como de costume, não tive uma noite prazerosa de sono, e ouvir a proposta do coronel também era algo que me instigava.

Atravessamos a avenida e fomos até a Lanchonete de Rulhos Santiago, um mexicano muito conhecido na redondeza, e, que serve um legitimo café.

O Coronel Campbel começou a nossa conversa reforçando a ideia de que a sua proposta de trabalho era algo do qual eu há muito ansiava, sobretudo, considerando três pontos importantes:

  1. A retomada de minha dignidade em função dos últimos eventos ocorridos no exército, e, que culminaram no acidente que me aleijou, além da baixa de meu título sem honrarias;
  2. A oportunidade de trabalhar em um ambiente menos preconceituoso, quando se trata de pessoas diferentes, com algum tipo de necessidades especiais, ou seja, com a possibilidade de reconhecimento em um curto espaço de tempo independente de qualquer um dos aspectos elencados;
  3. E, consequentemente, um reconhecimento financeiro a altura.


Ainda que a proposta de trabalho com todas as benesses parecesse tentadora, uma desconfiança pairou no ar, pois, até ali tudo soava muito bom e irrecusável, mas qual seria o preço cobrado pelo Sr. Campbel e a sua organização? Seja lá o que for Eu confesso que fiquei tentado a abandonar aquela conversa e apagar aquele encontro de minha mente (até cheguei a me inclinar para me levantar da mesa). Porém, as palavras daquele homem conseguiram me fisgar a atenção. Sim, ele havia semeado em meu cerne uma curiosidade, e, Eu estava disposto a pagar para ver.

Terminamos o café, e, saímos dali sem pagar a conta! Estranhamente, pois, o Rulhos é um tipo de mexicano bem muquirana, ainda que muito brincalhão (bem humorado).

O coronel me convidou a entrar na parte de trás de seu carro, uma pick up cabine dupla preta modelo do ano, e, para minha surpresa, alguém mais já se encontrava lá, todavia, desacordado e abraçado a uma garrafa de whisky de vinte e oito anos... Esse foi o meu primeiro contato com o Sr. Greenwald Sullivan.

Fomos conduzidos até as proximidades do Hospital San Pedro e do necrotério municipal, em um edifício de três andares, dotado de uma estrutura peculiar e muito bem conservado. Com uma entrada frontal grande para o tráfego de entrada e saída de veículos. Essa é a sede da organização denominada G.A.T.I.

Adentramos o prédio, e, na recepção conhecemos uma figura carismática, de voz estridente e rechonchuda chamada Melina Gude. Percorremos alguns corredores e cômodos até chegarmos a uma sala em específica, Lá tomamos conhecimento de mais um homem a ser recrutado por esta organização, um jovem com necessidades fisiológicas contidas e hormônios a flor da pele, Antoni Rios. Na oportunidade também conhecemos duas outras personalidades, o Sr. Nicolas Parckson e a Srta. Samantha Schowt, essa última por sinal, tratava-se de uma morena de beleza instigante.

Na sala, o coronel calou-se passando a palavra ao Sr. Nicolas Parckson, que na minha percepção, de longe demonstrou ser um homem de muitos amigos, com um humor debilitado e fazer um tipão bem introspectivo. Como um franco atirador, ele achou por bem já deixar estampado para todos que estavam encerrados ali todas as nossas dificuldades, como se fossemos todos membros de uma mesma família sem quaisquer particularidades. Um momento em que a força de vontade gritou mais alto para não selar uma porrada na boca daquele sujeito. Mas, o pior estava por vir.

O Sr. Parckson tentou me aludir com um tipo de conversa descabida de não fazer uso de minhas metanfetaminas (cristais)... Ora ele é algum tipo de psicólogo referenciado para me tratar? 

Colocada as minhas condições de ingressar a organização paramilitar sem vinculo com o governo norte americano (?), aceitei passar a noite em um cômodo arranjado por eles no prédio. Fomos conduzidos a uma repartição de alojamentos, pequenos quartos com banheiros individuais, e, ali uma nova surpresa tomou os meus olhos quando visualizei muitos de meus pertences pessoais ali devidamente arranjados... Ou seja, eles invadiram o meu apartamento e recolheram minhas coisas! Dentre os itens que eles se apossaram estavam as minhas drogas... Com que autoridade eles fizeram isso?! Estava prestes a surtar com toda aquela petulância e invasão de privacidade. E, não somente eu estava perplexo com aquela iniciativa ultrajante, mas o Sr. G. Sullivan também.

Eu requeri imediatamente os meus cristais ao Sr. Parckson. Infelizmente, esse era um assunto que não estava em discursão, não naquele momento. Pois, os traumas de guerras que vivenciei até hoje perduram, assim como outras dificuldades, e, as minhas noites tranquilas de sono somente são conquistadas por meio desses recursos químicos. Sou dependente, e, já tentei me livrar disso, mas confesso que essa é uma caminhada muito árdua que há muito tenho postergado, por mais vergonhoso que possa parecer para um homem a serviço da lei.

No dia seguinte (sexta-feira, 12 de outubro de 2012), pude me sentar uma mesa comunitária, e, desfrutar de um completo de café da manhã (como há muito tempo não fazia), e ouvir o Sr. G. Sullivan com maior clareza e as suas indagações pertinentes em relação aos nossos empregadores (o G.A.T.I.). Antes que pudéssemos chegar a uma conclusão. De fato, que ele pudesse chegar a ela, pois, era notória a sua necessidade de seu comunicar (um tipo excessivamente falante), o Sr. Parckson voltou a nos encontrar no refeitório para mais uma conversa, sem sombra de dúvidas, a mais desagradável. Como senão bastassem as surpresas do dia anterior, a novidade agora era um dossiê de proteção entregue a cada um de nós, que se remetia aos nossos entes que julgássemos necessária a proteção, pois, a organização tinha pessoas infiltradas aptas a operar nesse aspecto. Isso realmente me fez ferver o sangue, e, se ainda estivesse sob o efeito de drogas teria partido para cima dele, seja ele quem fosse.

Capitão Nicolas Parckson.
Na ausência do Coronel Campbel é ele quem
responde
 diretamente pelo G.A.T.I., e, cujo
início de nossos
 trabalhos resultou em um
processo estressante, 
senão demasiadamente,
turbulento, de “boas vindas” 
à organização
paramilitar com atuação em
 escala
global na qual ingressava.
O Sr. Parckson tentou nos explicar que aquilo se tratava de um programa de proteção aos parentes dos membros da organização, pois, a mesma detinha muitos inimigos, o que automaticamente, os colocavam como alvos fáceis (os nossos entes), caso as nossas identidades fossem reveladas. No entanto, por mais que isso fosse verdade, aquilo não me soava nenhum pouco reconfortante, saber que a minha mulher e a minha filha estavam sendo vigiadas por um alguém desconhecido. Por mais que ele insistisse na conversa de que senão estivéssemos confortáveis com a situação poderíamos a qualquer momento desistir e sair pela porta da frente, o fato é que aquilo tomou o tom ameaçador.

Não que a minha vida valesse alguma coisa nessa altura do campeonato, contudo saber que Maria Julia e Marianna estavam sob alguma possível ameaça me fizeram repensar a estratégia a respeito da vida e a escolha que havia feito. Talvez estivesse somente um pouco paranoico, mas família é família, ou seja, sagrada, independente de todas as merdas que tenha feito.

A nossa conversa sessou e eu fui treinar na área interna. Exaurir ao máximo as forças de meu corpo para naquela noite dormir, pois, os dias agora serão ainda mais causticantes e imprevisíveis.