Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 6 de março de 2014

RPG: Earth Fantasy 2050 - Jason Ekke, O Atravessador

Jason Ekke é mais do que um sobrevivente nesse mundo em ruínas, ele é uma criatura nascida do amago do apocalipse, que compreendeu a inominável adversidade como algo intrínseco a sua própria existência desde cedo, e que há muito tempo, não mais se enxerga como um ser humano, pois, se assim o fosse, provavelmente não teria sobrevivido a muitos percalços.

 Nenhum outro homem estaria disposto a fazer o que ele faz tão bem: Atravessar com destemor e audácia as vias da desolação mortal que se tornaram cada uma das highways e ruelas das grandes periferias.

Suma da História

Nascido sobre um manto de dor e morte.

Jason Willysan Ekke é o fruto não quisto de uma relação extraconjugal entre a sua mãe, Stella Willysan Ekke, e o seu professor de Biologia Sintética, o Dr. Dennis Nollan.

Ilustração por Haryarti.
Stella Willysan Ekke, mãe de Jason, que faleceu
semanas depois do parto após contrair uma
infecção hospitalar. O único momento que teve
o filho em seus braços foram os minutos
posteriores ao seu nascimento, e, nada mais.
Faleceu ainda muito jovem e desgostosa com
a vida em função das reviravoltas de uma
paixão proibida com o ex professor
Dr. Dennis Nollan.
Os progenitores se conheceram na universidade da Filadélfia, precisamente no segundo período do Curso de Biologia, isto por volta do final do ano de 2016. Stella devia ter pouco mais de 19 anos, excelente aluna e entusiasmada com a possibilidade de acrescer ao seu mundo novas perspectivas, não tardou para que logo ela se visse envolvida na conversa de um tipo mais persuasivo, galanteador e inescrupuloso, o professor Dennis Nollan. Nessa época, Nollan devia ter seus 40 anos de idade, não mais. Ele era popularmente conhecido pela sua arrogância inteligente, a sua persuasão e a sua boa aparência no campus universitário. O seu segundo casamento era uma recorrência de altos e baixos, e, em função disso, ele costumava a se envolver com suas acadêmicas, uma vez que, na altura da idade não acreditava que um terceiro casamento fosse ser a panaceia de seus dessabores em relação à vida.

O fato, é que Stella, ciente das condições de seu companheiro, porém, envolvida totalmente as cegas pelo mesmo, deixou-se levar pela relação extraconjugal aquecida. Nollan, por sua vez, como já havia adaptado aquela situação fatigante a um modo operante em sua vida, também não fez nada para frear, e, muito pelo contrário, sustentou a relação com mentiras de que seu casamento estivesse a beira de um abismo, trazendo a sua parceira falsas expectativas. Contudo, essa aventura chegou ao término quando Stella lhe revelou a gravidez.

Quando Nollan tomou conhecimento da gravidez, a sua máscara de exímio amante caiu por terra, pois, ele fez revelações aterradoras a respeito de sua personalidade e de seus pensamentos a Stella, das quais ela jamais esqueceria (e que a perturbaram até o final de sua vida). Ele inclusive sugestionou a companheira de que abortasse a gestação da criança, inclusive entregou em mãos uma série de medicamentos e a clinica de uma amiga que faria o serviço sem maiores transtornos, caso ela ainda tivesse alguma perspectiva em relação aos dois, pois, o mesmo não assumiria tal fardo, sobretudo, em um mundo beirando ao caos.

A gravidez de Stella correu em segredo dos pais até que, duas semanas após o fim da relação com o professor, distante do meio acadêmico, afundada em uma crise depressiva que a fez ingerir de forma irracional e mortal uma série de medicamentos, não somente contraceptivos, mas não recomendados, a jovem teve que ser levada desacordada as pressas para um centro clinico para passar por um processo de desintoxicação. Ela não somente tentou contra a própria vida, mas contra a da criança também. Tal ação fez com Stella passasse parte da sua gestação desacordada em coma, somente retomando a consciência quando começou a sentir as suas primeiras contrações, isto é, duas semanas antes do parto.

Ilustração por RedPandaDee.
Roger Ekke, avô materno de Jason, que após a
morte da filha caçula – Stella Wyllisan Ekke -, não
mediu esforços financeiros e outros para agraciar o
netouma esperança de vida normal.
Para o senhor Roger Ekke, o pai de Stella, a filha querida somente recobrou a consciência para se despedir de familiares e amigos, e ver com olhares marejados e embaçados por lágrimas, o fruto de esperança que entregaria ao mundo.

Embora, Stella tenha sobrevivido às dores do parto cesariano feito as pressas em função de complicações surgidas na gestação da criança, a mesma sofreu ao longo de duas semanas em um leito por uma hemorragia intensa seguida por uma infecção hospitalar, que foi o fato decisivo para o óbito. Ela não chegou amamentar a criança, ou retornar a ver o filho após o procedimento de parto, a única lembrança que teve foi de três minutos em que pode segurar o rebento em seu colo, muito miúdo (nascido prematuro), ensanguentado e delicado.


Uma colisão de caos sobre o espírito do mundo.

A infância de Jason Ekke não foi uma das melhores, pois, o gesto desesperado e suicida da mãe incorreu nele uma série de problemas de saúde. Ele nasceu prematuro, com a imunidade muito baixa, e somente com pouco mais de vinte meses ele obteve alta para deixar o hospital, ainda muito frágil e carente de atenção a saúde de qualidade. Contudo, a sua saída de um ambiente hospitalar foi muito breve, pois, não tardou para que ele retornasse com uma série de agravos que muito cedo o levaram para uma recorrência de mesas cirúrgicas, também pudera, tinha desenvolvido em seu organismo 3 nódulos cancerígenos malignos, um inclusive em estado avançadíssimo. Praticamente, o garoto pouco conheceu de uma vida sadia, pois, quando não estava se recuperando de uma cirurgia, entrevado em um leito, ele estava a viajar com a sua avó de uma ponta a outra do país para tratar-se.

Ilustração por Oscar Elbardo.
Mary Bay Willysan, avó materno de Jason, que
assim como avô, despendeu todas as suas
forças na esperança de prover ao neto
uma vida mais digna, ainda que o mundo
estivesse correndo contra o tempo para um
inevitável fim.
Os avós maternos, Roger Ekke e Mary Bay Willysan, para garantir a saúde de Jason - o único filho de Stella, a filha caçula falecida precocemente -, não mediram esforços, e se sacrificaram de uma maneira tal, que a criança jamais imaginaria ou cogitaria com tão pouco idade. O avô e avó dispuseram economias de uma vida em favorecimento ao neto somente na esperança de que algum dia Jason pudesse levar uma vida normal como a de qualquer outra criança (ser humano), e fizeram isso também, em memória da filha de quem tanto amavam.

Jason lembra vagamente dessa época em que vivia com os avós, que constantemente estavam se mudando de um apartamento maior para um mais estreito, as constantes viagens com idas e vindas a hospitais e centros clínicos. Nesse tempo, ele não fazia ideia, mas isto eram os avós se esforçando pela sobrevida dele, vendendo e comprando imóveis cada vez menores, e em locais mais próximos de onde eles pudessem assisti-lo em seus diversos tratamentos.

No inicio do ano de 2025, os médicos que acompanhavam Jason informaram aos avós que as cirurgias haviam sido muito bem sucedidas, que o último tratamento havia sido muito promissor, e, que possivelmente no próximo ano encerrariam esses dias de clausura em ambientes hospitalares, somente havendo a necessidade de acompanhamentos anuais de rotina, como de práxis.

Em 12 de outubro de 2025, Jason e Mary Bay estavam em Washington D.C.. e lá estavam naquele fatídico dia para passarem por uma das últimas sessões de quimioterapia. Só não esperavam que essa fosse a data de um dos piores acontecimentos no país.

A avó e o neto chegaram a capital, dois dias antes somente para conseguirem com um amigo senador congressista, Jammes Davos, o aporte financeiro para obterem acesso a um coquetel de medicamentos - de valor astronômico na atual fase econômica vivida pela família -, e, conseguiram sem muitas delongas pela estima do político as famílias Willysan e Ekke que o apoiaram em suas diversas candidaturas.

Ilustração por Charlie Bowater.
Jason Willysan Ekke, com pouco mais de 8 anos
de idade, antes de sofrer os impactos colaterais
causados pela exposição a radiação.
Gradativamente o seu corpo foi sofrendo
alterações genéticas que surpreenderam
inclusive aos especialistas que o assistiam
nos centros de reclusão.
A lembrança mais palpável que Jason tem do dia do atentado é de que, ele e a avó se despediam de uma gentil atendente da clinica onde fazia tratamento, quando três aviões de guerra passaram sobre suas cabeças rapidamente, a baixíssima altitude, e, o zunido provocado pela passagem das aeronaves foi algo medonho e quase ensurdecedor. Aquilo foi o estopim para desencadear um estado de histeria generalizado em todos que estavam a sua volta. Mary Bay pegou o neto pelo braço com tanto força, que quase deslocou o frágil membro da criança. Como eles ainda estavam próximos a clinica, ela pensou em retornar para o local e conseguir asilo, e, foi nesse exato momento que um clarão surgiu vindo de suas costas seguido de um tremor de terra nunca sentido antes, por ambos.

A avó percebeu o prédio da clinica ruir sobre eles, com suas enormes colunas arquitetônicas se desfazendo em direção deles, e, instintivamente, ela lançou o corpo sobre o neto a fim de protegê-lo. Mary Bay faleceu pouco tempo depois de ser atingida por uma dessas colossais colunas que no impacto a mutilaram gravemente uma das pernas e causou lesões hemorrágicas por todo lado esquerdo do corpo, contudo, foi graças a sua ação salvadora que permitiu a sobrevida de Jason em meio aquele pesadelo. Antes de cair inconsciente pelo trauma do momento, houveram sons de sirene, gritos, explosões e as últimas palavras de sua avó “Jay, tudo ficará bem, meu deus... tudo ficará bem”.

Jason foi retirada dos escombros da clinica com vida quase 3 semanas depois do incidente. Porém, muito antes disso ele havia recobrado a consciência.

O odor insuportável de morte impregnava as narinas de Jason, aquilo era tão estranhamente bizarro, que tudo ficou ainda pior, pois, ele mesmo não tinha noção nenhum do que havia ocorrido, mas, sabia que tinha que tentar sair dali e reaver o avô ou alguém que pudesse ajuda-los, porém, o corpo jazido da avó o impedia, assim, como os demais entulhos sobre eles, e, como senão bastasse, tinha sede e fome. O gosto do sangue a boca de alguma forma parecia lhe manter consciente, ainda que bastante debilitado. Durante dias se alimentou da própria urina e de pedaços extraídos da própria pele em doloridas mordidas. O nível de alucinação na cabeça dele chegou ao extremo, ao ponto de conversar com a avó, e ela sugerir que ele se alimentasse dela. Sem nenhum tato com a realidade, sem saber se ainda estava de fato vivo, delirando ou morto, ele agiu movido por um instinto de sobrevivência nefasto, começou a se alimentar do corpo pútrido da avó.

Quando o exercito o encontrou na escuridão, aos gritos de socorro, debaixo dos escombros, o único ressoar que ouviu de vozes diferentes da sua foi um exclamado “meu deus... Que merda é essa?!?!”. A menor das claridades provocadas por um feixe de luz lançados sobre os olhos do garoto, fez com que ele caísse imediatamente desacordado.

Jason, assim como uma centena de sobreviventes ao atentado, foi levado para uma espécie de abrigo do governo. Um lugar que mais se assemelhava a uma das tantas clinicas e hospitais pelos quais ele já havia passado em sua curta vida, contudo, ali ele recebeu um tratamento diferenciado e estranho, nada convencional ao que já havia experimentado. Ele tinha medo do lugar e das pessoas, pois, os médicos e enfermeiras que visitavam os enfermos trajavam roupas que mais se assemelhavam a de astronautas, eles submetiam todos a exames com uma regularidade quase ininterrupta. Não paravam de chegar pessoas, e morrer pessoas. O local a qual ele estava confinado com o tempo passou a lhe causar um enorme terror, fazendo com que tivesse surtos de histeria seguidos de convulsões, no entanto, esse estado de choque emocional não era uma particularidade exclusiva dele, muito outros estavam passando por esse tipo de moléstia, e, para evitar que isso fugisse ao controle, todos os cidadãos afetados começaram a ser medicados com doses máximas de tranquilizantes. O garoto Ekke descansou sob o efeito de fortes medicamentos ministrados pelos paramédicos, e a partir dali as suas lembranças de onde e quando se tornaram extremamente desconexas.


A Mutagêneses: Caóticas mudanças evolutivas e parcialmente degenerativas.

Quando Jason recobrou totalmente a consciência, ele percebeu que algo havia mudado em sua fisionomia, a começar pela coloração da pele, além do surgimento de algumas protuberâncias que mais se assemelhavam a furúnculos... Ele não compreendia bem o que era, embora fossem pavorosos os aspectos daquelas feridas, mas aquele era o menor dos seus problemas, pois, diante de uma jovem negra muito bonita (Tenente Coronel Kalisa Frantz), um tipo de assistente social, ele tomou conhecimento de que seria levado para um orfanato para crianças especial, pois, nenhum de seus parentes fora localizado. A princípio ele se sentiu triste e abatido por não ter mais a companhia dos avós e de alguns primos, porém, isso aos poucos foi se transformando em um sentimento ainda pior de rancor e desprezo.

Com o tempo Jason compreendeu que a simpática Kalisa Frantz era bem mais que um rosto simpático em meio ao caos que a sua vida havia se tornado, ela era responsável pelo tal orfanato para crianças especiais, um lugar que mais assemelhava a uma clinica ou laboratório com escassos recursos, e que exigia uma liderança linha dura e sobrevivente. O lugar era resguardado pelo exercito, com muitas idas e vindas de oficiais. Próximo ao local era perceptível uma infinidade de tiros, bombardeios e gritos, embora estivessem eles alojados no subsolo em algum canto remoto do país.

Ilustração por Selenada.
Tenente Coronel Kalisa Frantz foi uma das
primeiras pessoas com quem Jason teve
contato humano de fato, depois de semanas
de reclusão, distante do seu habitual seio
familiar, sendo tratado como bicho de
laboratório. Ela lhe disse primeiramente que
ninguém de sua família havia lhe procurado,
mas que esse era o menor de seus problemas
naquele momento, e, que a sua estadia naquele
lugar seria passageira, suficiente para em um
futuro breve reencontrar a todos, e ajudar
na reconstrução do país.
Jason percebeu que as demais crianças que estavam com ele pareciam sofrer de uma mesma enfermidade, da qual os adolescentes e jovens falavam se tratar de alguma espécie de câncer. Porém, ele sentia que não poderia ser aquilo, pois, em todo tempo em que passou com os avós seguindo de uma cidade para outra, muitas das dores que sentia quando estava em tratamento, ele já não mais as percebia. Sentia-se inclusive mais forte e resistente. Chegou a ler em uma prancheta médica em que havia o seu prognostico o seguinte detalhamento “Paciente 356: Mutagênese Homo Sapiens Mutatis Mutandis Acondroplasia Acentuada, 228 semanas”. Ele tinha certeza, algo havia mudado, mas a que preço?

As atividades dos internos eram muito limitadas, quase não viam o brilho da luz do dia, e até evitavam contar a passagem do tempo para não sofrerem. Havia certo receio no tratamento da população enclausurada, sobretudo, quando uma das crianças sangrava, o que não era incomum, fosse por descuidados incidentes, ou por conflitos entre os mesmos. Rapidamente a sirene de alerta ressoava de maneira ensurdecedora, os enfermeiros eram obrigados a saírem prontamente do mesmo espaço, para logo em seguida, retonarem somente trajados de roupas protegidas para retirar o ferido e fazer uma higienização do espaço. No início isso parecia assustador, com o tempo foi se tornando na cabeça de Jason uma situação normal, pois, ele já estava se acostumando a ideia de ser um rato de laboratório. 


Uma besta selvagem e sanguinária criada pelo exército e alimentada com vidas, inocentes ou não.

Jason e alguns colegas ao atingirem uma determinada idade passaram a receber além das aulas de instrução normal, treinamento de sobrevivência em habitats desconhecidos - locais além das paredes acinzentadas e brancas -, assim como também, a manusear armas brancas, combate corpo a corpo, e, sobretudo, maiores conhecimentos a respeito do novo mundo que os aguardava. Pois, foram mais de dez anos vividos em estado de confinamento, reclusos em função da exposição a radiação, que somente agora apresentava sinais compatíveis aos índices ambientais dos grandes polos humanos. Somente a partir dessa nova etapa da vida, ele tomou conhecimento da criatura que havia se tornado, uma a qual a sociedade passou a denominar pejorativamente como Orc, e que muitos repudiavam.

Ilustração por Ruslan Svobodin.
Jason Willysan Ekke, O Atravessador Orc, cujo
espírito livre o conduz a batalhas diárias de vida
ou morte, que no fim, em sua crença pessoal
fantasiosa, somente fazem com que ele acredite
ainda mais se tornar o precursor de uma raça
soberana, capaz de reinar com legitimidade sobre
todos os demais povos, sem ter que se curvar a
ninguém mais.
Em 22 de abril de 2038 a base militar onde Jason estava alojado foi atacada por um grupo paramilitar xenofóbico pró humanidade livre dos seres contaminados e infectados. Pela primeira vez, ele ficou frente a frente com humanos diferentes daqueles com quem conviveu durante anos, e ao ver antigos companheiros serem atacados e mortos covardemente, ele se viu obrigado a lutar pela vida, não somente pela sua, mas por todos os demais. Ferozmente, ele atacou feito uma besta possessa em fúria e faminta por destruição.

O lado mais bestial de Jason Ekke foi apresentado a humanidade, e, esse faceta sanguinária foi relatado assustadoramente pelas vitimas sobreviventes do ataque a base militar como: “o exercito esta criando em cárceres demônios, seres preparados para dizimar qualquer coisa que se oponha a vontade dos novos líderes mundiais, e, eles não são homens”.

Após o incidente, ele teve vagas lembranças do que havia se sucedido, como se corresse em sua mente um grotesco filme de terror. Jason não se lembrava com exatidão o que havia ocorrido durante e após o combate, porém, quando recobrou a consciência percebeu que estava deitado no quintal de uma casa, um local a ermo e por ele desconhecida, com o corpo ensanguentado, seminu, com o gosto de sangue e carne fresca em sua boca. Ele tinha ferimentos espalhados em seu corpo, algumas lacerações, mas nada que dificultasse o seu deslocamento.

Jason adentrou a casa para inspecioná-la, e, poucos segundos depois dois zumbis se lançaram sobre ele, porém, rapidamente ele conseguiu se livrar das criaturas arrancando-lhes a cabeça com golpes esmagadores e decisivos. Não fazia ideia a quem pertencia o lugar ou quem era a tal “Família Smith”, porém, ali conseguiu se banhar e encontrar trajes que lhes vestissem bem. Do segundo andar da casa, conseguiu observar por uma das janelas que havia alguns zumbis espalhados pela redondeza, e, que homens do exercito e outros cidadãos comuns pareciam estar se divertindo com a chacina das criaturas. Ele ficou parcialmente chocado com aquela cena, e, preferiu se esconder até a noite. Tinha dúvidas em relação aos xenofóbicos que atacaram a base, porém, ainda tinha mais dúvidas como e quando havia parado ali? Tudo era muito confuso, mas estava convicto de que o mundo havia se tornado um lugar muito perigoso, onde somente os fortes o herdarão.


Amigos por conveniência para ceifar uma dor.

Dias depois, Jason saiu de seu esconderijo com cautela. Encobriu o seu rosto com uma máscara do tipo respirador contra gases que encontrou junto ao corpo de um soldado jazido ao chão, e deste e de alguns outros tantos corpos em igual estado (mortos, com profundos cortes em seus crânios), recolheu roupas e afins suficientes para mantê-lo protegido e bem camuflado. Como não tinha habilidade com armas de fogo, preferiu se munir exclusivamente de algumas facas de combate, caso houvesse situação de confronto no futuro, porém, recolheu uma pistola carregada para quem sabe algum dia fazer uso, ainda que fosse somente como moeda de troca.

Não tardou para que Jason encontrasse o retrato de um país muito distante daquilo que os seus tutores lecionaram entre as quatro muros da base que viveu por uma quantidade de tempo desconhecida, pois, ele estava diante de um lugar inimaginável, desolado pela guerra, com uma população sem fim de miseráveis refugiados, desorientados, necessitados de um tempo jazido em suas boas lembranças e cada dia mais em busca de qualquer coisa que pudesse sugerir o retorno disso, ainda que para isso tivessem que matar o seu companheiro de viagem... A maioria dos vivos se resumia a isso: loucos mortais ou no limiar da razão prestes a apertar o gatilho contra as suas próprias cabeças.

Ele soube que a derrocada dos Estados Unidos da América começou de fato no dia 12 de outubro de 2025, algo que por muitas vezes ouviu um ou outro soldado resmungar em seu antigo lar, porém, nunca nada muito às claras era dito aos internos, e, sempre rispidamente ocultado quando questionados. Agora, Jason que não viveu a esperança do sonho americano, estava ele a sobreviver em um lugar sem pouquíssimas expectativas de vida, porém, com a certeza de que o seu renascimento como sobrevivente era algo necessário, justamente para não ter que se lamentar daquilo que foi deixado para trás.

Jason tentou ser amistoso com as pessoas, porém, cada novo dia de convivência com elas revelava a ele um lado sombrio a respeito da própria humanidade. Todos que se aproximavam dele tinham o péssimo hábito de humilha-lo, com injurias e desprezo, sem ao menos o conhecer superficialmente. Com o passar dos anos, Jason aprendeu a lidar com esse preconceito de uma forma pouco convencional: a de não levar desaforos para casa. O pavio curto fazia com que ele volta e meia se visse em conflitos com tudo e com todos que estivessem a sua volta.

Ilustração por Márcio Louzada.
Cérberus foi um Machado de Guerra que nas
mãos 
de Jason Ekke ganhou vida própria, e,
hoje o 
segundo já não consegue desassociar a
sua vida 
do primeiro, um tesouro achado em
meio aos espólios 
de um jazido colecionador
de artefatos 
bélicos medievais.
Certo dia, vasculhando uma mansão abandonada em Richmand na Virgínia à procura de alimentos e espólios diversos, Jason e alguns companheiros encontraram em uma casamata, um arsenal de armas brancas pouco usuais, dentre elas estava um belo machado de guerra preso a parede, cujo acabamento era impressionante em toda a sua estrutura, o peso incomum para o porte do mesmo, e de lâmina extremamente afiada. Jason prontamente o retirou do suporte e o pegou para si. O possuidor do item buscou as voltas qualquer coisa que fizesse menção aquela preciosidade, porém, a única referência era um livro aberto sobre a mesa bastante empoeirado, onde trazia a figura mitológica de Cérbero, que era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, cuja tarefa era deixar as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. Assim, nasceu a amistosa relação de Jason, o atravessador, e Cerberus, o seu machado ceifador, uma relação tal, que beira a própria razão e a loucura em função dos diálogos proporcionados por Jason com a arma.


Uma infausta dieta a base de vidas alheias.

Com o passar dos dias a busca por alimentos se tornou um tormento para humanidade, algo ainda pior do que as infestações de mordedores (zumbis) e outras enfermidades surgidas.

A agua potável ganhou o status de item mais valioso do mundo.

Consequentemente, é fato que muitas pessoas desacostumadas a essa grande atribulação que a vida havia se tornado, sem qualquer horizonte de esperança tangível, sucumbiram às mortalhas de uma depressão profunda. Com alimento insuficiente para manter toda a população remanescente no mundo, como sobreviveriam todos, tendo cada um desses seres orientações politicas e religiosas tão adversas, além de serem incapazes de se aliarem em pró de uma causa comum? A guerra seria inevitavelmente cíclica, portanto, suicídios individuais e coletivos aconteceram (e acontecem até os dias atuais), com uma frequência desmedida, para muitos, não como um fim, mas como um meio, de intangível libertação.

Jason se via superior aos demais humanos devido a sua capacidade inata (biológica) de conseguir passar longos períodos sem ingerir liquido ou comida. E essa sempre lhe foi uma vantagem muito favorável, sobretudo, tendo que atravessar dias a fio sem contato com qualquer criatura que pudesse negociar uma quantidade de suprimentos. Porém, o fato de conseguir sobreviver por mais tempo em abstinência de alimentos, não significa que nunca sentirá fome ou sede. E, quando essa necessidade bate a sua porta, ela se manifesta de uma maneira visceral, extremamente dolorosa, e quase que irracional.

Certa ocasião, em que Jason fazia uma travessia na companhia de um grupo formado por outros oito viajantes que lhe remuneraram a travessia, uma série de eventos maus sucedidos lhes incorreram ao longo do percurso: ataques por parte de manadas de zumbis, e, também, grupos de humanoides saqueadores. Por diversas vezes a morte lhe cruzou o caminho nesse trabalho, porém, a última vez da qual se lembra, foi quando a cerca de quase dez dias em caminhada firme após ele e mais dois sobreviventes fugirem de uma emboscada de humanoides canibais, sem comer, beber e dormir muito mal, algo se ergueu de sua entranha como um avassalador instinto bestial. Sem ponderar muito bem o que estava fazendo, ele atacou mortalmente seus aliados, sem que estes ao menos pudessem se defender, estando eles debilitados e famintos. Jason amordaçou os dois, e um a um, decapitou as suas cabeças para sugar da fonte o sangue que jorrava de suas veias e artérias, e, logo em seguida, lançou sobre as chamas de uma improvisada fornalha os corpos jazidos, para adiante, com igual ferocidade, alimentar-se de cada centímetro de carne existente naqueles corpos.


Aquela grotesca atitude saciou a sua fome visceral. E, a partir daquele instante Jason percebeu que não havia mais resquício de humanidade em seu intimo, somente a besta o dominava, e, o seu clamor deveria ser respeitado, pois, era um chamado que transcendia a lógica e a racionalidade,


Dias e batalhas atuais em uma terra de desbravadores sem esperança.

Algum tempo caminhando sozinho, apartado da sociedade e do convívio com os humanos, fez com que Jason perdesse o tato para lidar com os demais seres vivos, fazendo com que os visse somente como meio exclusivo para não passar fome ou necessidade, e, nada mais. Comumente ele costumava atacar grupos de viajantes que faziam trajetos que lhes eram comuns, lugares que ele denominava deliberadamente, sem qualquer reconhecimento por autoridade legal, como seus territórios de caça/domínios. A sua conduta traiçoeira persistia em conduzir rebanhos de mordedores (zumbis) até as suas vitimas e assim extorqui-las pela sobrevivência.

Quando as pessoas não tinham nada a oferecer, ele as levava até um determinado ponto do trajeto desejado, para em seguida açoita-las sadicamente até a morte, e fazer destas infelizes, o seu prato principal. As mulheres costumava amordaçar, mantê-las cativas por mais tempo somente para se satisfazer sexualmente, ainda que essas viessem a se tornarem mordedoras após um brutal estupro. Com o tempo aprendeu a apreciar mais o sangue do que a água, e, sempre que matava as suas vitimas acostumava a lhes provocar ferimentos em locais onde pudesse beber diretamente da fonte, sem prejuízo.

Como as pessoas passaram a seguir por rotas diferentes a daquelas habitualmente traçadas por ele, Jason resolveu por o pé na estrada e também seguir caminhos antes nunca trilhados.

Nessas novas andanças, Jason percebeu a existência de outros seres humanos também afetados pela radiação, porém, com características fisionômicas distintas das suas, alguns extremamente menores, outros nem tanto, porém, esguios e aparentemente mais fracos e mais feios. Não tinha muita certeza se aquilo era algo bom ou ruim, mas observou que com o tempo essas novas formas de vida também morriam da mesma maneira, ou seja, com um golpe bem dado e certeiro na jugular, peito ou crânio, sem mais.

Aos poucos ele sentiu a necessidade de voltar ao convívio social, porém, com uma atenção especial voltada aos seguidores do principal xenofóbico da atualidade, o tal Messias. Chegou a sonhar que o matava em meio ao ataque na base paramilitar há anos atrás, embora o rosto dele não lhe fosse estranho.


Perguntas & Respostas.

Qual é o nome dele(a)?

Seu nome de batismo é Jason Willysan Ekke. Seu nome usual, e para negócios, é Jason Ekke, O Atravessador.

Quantos anos ele(a) tem?

Reais: 32 anos.

Quando e onde ele(a) nasceu e cresceu?

Jason nasceu na cidade da Filadélfia no estado da Pensilvânia (E.U.A.), em 06 de fevereiro de 2018. Desde pequeno ele foi uma criança nascida com inúmeros problemas fisiológicos, tinha sérios problemas relacionados a sua baixa imunidade, e, o seu nascimento foi um daqueles supostos casos miraculosos do qual a ciência nunca explicou com a devida precisão aos familiares, talvez pelo fato de ser um óbito quase que inevitável devido uma gestação complicadíssima.

Do nascimento até os 7 anos de idade, Jason havia passado por pelo menos 5 cirurgias, todas delicadas e exaustivas, além de uma série de tratamentos contra câncer. Uma criança nascido com o fardo de 3 tipos diversos câncer, sendo 1 em estado avançado.

Jason e a avó materna, Mary Bay, estavam em um clinica de tratamento próximo a Washington D.C., onde o garoto passava por um pós operatório de uma de suas cirurgias para retirada de nódulos malignos, quando em 12/10/2025 uma das bombas nucleares caíram sobre a capital americana, após ter sido seu alvo redirecionado em uma ação terrorista sem precedentes.

O garoto foi retirada dos escombros da clinica com vida quase 3 semanas depois do incidente, porém, a sua avó não. Ela havia falecido pouco tempo depois após ser atingida por uma coluna que no impacto mutilou gravemente uma das pernas e causou lesões hemorrágicas por todo lado esquerdo do corpo, contudo, foi a sua ação salvadora que permitiu a sobrevida de Jason em meio aquele pesadelo.

Ele(a) conheceu seus pais? Como foi sua infância?

Ele não conheceu os seus progenitores. A mãe de Jason, Stella Willysan Ekke, morreu algumas semanas após o parto da criança em função de complicações. O pai, Dennis Nollan, um professor da universidade onde a mãe estudava na Pensilvânia, afastou-se ao máximo de Stella quando soube da gravidez de sua aluna, pois, a jovem não era um caso a ser levado a sério em seu entendimento, pois, tratava-se somente de mais uma relação extraconjugal em seu casamento falido.

Após a morte da mãe, Jason foi criado pelos avós maternos, Mary Bay Willysan e Roger Ekke. Com a morte da avó, o avô não teve condições psicológicas para assumir a guarda do neto, e, como os tios também não tinham interesse em cuidar da criança, mais pelo pré conceito que a família havia atribuiu a mesma e o auto custo que o ela consequentemente  traria suas idas e vindas a hospitais e clinicas, além dos medicamento. Não tardou para que o garoto fosse encaminhado por um juiz a um orfanato especial dentro do próprio estado da Pensilvânia.

O que sente sobre eles?

Nada, hoje somente indiferença. Houve um tempo em que ele odiava com veemência a todos, inclusive a mãe e os avós quando estes já somente habitavam as suas lembranças, porém, ele simplesmente aprendeu a convergir esse sentimento de abandonado em combustível para sua sobrevida nessa terra em ruínas.

Os pais dele(a) ainda estão vivos?

A mãe não, quanto ao pai, nada sabe.

Ele(a) tem irmãos ou irmãs? Sabe onde eles estão e o que estão fazendo? (válido para outros tipos de parentes).

Não tem qualquer conhecimento do tipo, mas espera de todo o coração que todos estes reles consanguíneos tenham se tornado zumbis, somente para o dialogo do reencontro se resumir ao movimento abrupto do solavanco de seu braço desferindo um golpe mortal sobre os suas frágeis crânios. 

Ele(a) teve amigos em sua juventude? Descreva-os.

Não. Todos que se aproximavam dele tinham o péssimo hábito de humilha-lo, com injurias e desprezo. Com o passar dos anos, Jason aprendeu a lidar com esse preconceito de uma forma pouco convencional: a de não levar desaforos para casa. O pavio curto fazia com que Jason volta e meia se visse em conflitos com tudo e com todos que estavam a sua volta.

Ele(a) é casado (ou noivo ou viúvo)? Se for, como aconteceu?

Não. Jason não possui qualquer tato ou conceito humano a respeito de família, pois, ele esta convicto de que os seres humanos intitulados normais, são ainda bem mais monstros do que muitos outros dos quais ouviu rumores em contos fantásticos.

Ele(a) tem filhos? Se tem, como eles são?

Ele não tem certeza disso, pois, em suas travessias, Jason já estuprou muitas viajantes que recorreram a ele, ou não, somente para liberar uma necessidade animal fisiológica.

Ele(a) recebeu educação formal? Se teve até onde ele(a) foi?

Jason, em função dos problemas de saúde que tinha, quase sempre estava enclausurado em um leito de hospital ou clinica, portanto, não chegou a frequentar a uma creche, e o próprio início do ensino fundamental foi conturbado, com a recorrência de crises.

Ele(a) teve amigos em sua juventude? Descreva-os.

Tirando o seu cão de estimação que ganhou de presente de sua avó, as demais pessoas que se aproximaram de Jason, somente foram para usufruir de suas capacidades ou usurpá-lo. Portanto, não tem boas lembranças a respeito de ninguém, nem mesmo daqueles que o instruíram em muitos dos conhecimentos que hoje possui.

O que seu ele(a) faz para viver?

Jason ganha a vida como Atravessador, uma espécie de guia de caravanas.

Por que ele(a) escolheu essa profissão?

Como atravessador, Jason auxilia grupos de homens, que são em sua grande maioria pessoas temerosas e que requerem algum tipo de ajuda para sobreviverem além das muralhas de suas patéticas fortalezas, sobretudo, de alguém mais preparado fisicamente para as suas travessias. O pagamento geralmente é recompensador, seja pelo sucesso da empreitada ou não, pois os grupos sempre trazem consigo comida, bebida e outros suprimentos.

Como ele(a) é fisicamente em detalhes?

  • Cabelos negros e grandes, presos com pequenas tiras de pano e em longas mechas de forma que lembre um lendário guerreiro tribal*;
  • Olhos enegrecidos;
  • Pele: possui uma tonalidade parcialmente morron escuro meio cobre.
  • Altura: 2,25 cm;
  • Peso: 138 Kg;
  • Corpo Robusto com musculatura desenvolvida além dos padrões humanos;
  • Orelhas pontiagudas.

Jason nunca se considerou plenamente um orc, embora, todos os seus traços fisionômicos apontem para uma espécie nítida do pós-guerra nuclear, pois, ele acredita que este seja somente mais um título preconceituoso criado e disseminado pela sociedade dos normais a fim de catalogar todos aqueles que são diferentes.

O fato é que, Jason após ter superado todo o estigma social vivenciado desde as suas primeiras mutações genéticas, que eclodiram em um processo acelerado de alterações fisionômicas durante a adolescência até o início de sua juventude, ele aprendeu a aceitar a sua condição de que era mais do que um tipo humano afetado pela radiação nuclear, e, com um pouco mais de tolerância passou a conviver melhor em grupos.

Certa vez, Jason realizando os seus assaltos rotineiros as residências abandonadas, acabou por encontrar um livro de fantasia medieval onde havia a imagem de uma criatura fantástica denominada Ogro – o que lhe chamou bastante atenção -, onde citava que está seria uma espécie de parente dos Orcs, porém, com muito mais força, agressividade e insociabilidade, e ao ler tal descrição, ele simplesmente assimilou que aquilo era a sua essência, talvez não totalmente, mas que ele estava em um processo continuo de evolução para se tornar aquilo, e não somente algo estipulado vulgarmente pela sociedade.

Isso mexeu tanto com Ele, que passou a fidedignamente crer que seria o precursor de uma nova espécie, uma ainda mais destrutiva e letal capaz de expurgar tudo e todos que afrontem o seu caminho.

Qual é o aspecto da aparência física dele(a) que é mais distintiva ou mais facilmente notada?

A musculatura, a altura e os caninos inferiores.


Objetivos / Motivação

Ele(a) tem algum objetivo? Se tem, qual é?

Sim. Sobreviver para observar o nascimento de uma nova espécie aflorar de seus músculos e força.

E por que ele(a) tenta fazer isso?

A vida de Jason desde o início é uma recorrência de provações. São lutas diárias, de dificuldades e situações muito adversas. Portanto, ele somente compreende que nasceu para ser um sobrevivente guerreiro em uma terra em ruínas, onde muitos ainda persistem em atribuir valores a coisas que há muito tempo já não possuem mais valor algum. Como sendo ele, o precursor de uma nova espécie, acredita que as tuas proles reinaram sobre essa terra, libertos de todos os valores medíocres embutidos por essa sociedade fada a própria destruição. 

O que ele(a) vai fazer quando conseguir cumprir seu objetivo?

Vai seguir a sua vida batalhando ferozmente. Matando até o fim dos dias, ou morrendo pela lamina de seu inimigo do que ante a poça de seus excrementos.

O que ele(a) vai fazer se falhar?

Talvez um último bufar de alívio pelo fim de sua batalha.

O que ele(a) considera seu maior obstáculo no seu sucesso?

Tudo e todos que afrontem suas missões.

O que ele(a) faz para sobrepujar esses obstáculos?

Alimenta-se de coragem, que acredita vir do resquício de alma de todos os seus inimigos e daqueles que o acompanha somente por ver nele a possibilidade de concluírem as suas missões.

Se ele(a) pudesse mudar alguma coisa no mundo, o que seria?

Jason se acostumou as lutas diárias, e, como um guerreiro de espírito forjado a ferro, fogo e sangue, compreende a realidade dura como um fardo necessário. Não consegue sentir mais saudades e lembranças dos dias anteriores a todo o caos apocalíptico que se instaurou na terra, nem mesmo quando se olha no espelho, pois, acredita que a criança de outrora morreu com a sua avó ainda na infância.

Se ele(a) pudesse mudar alguma coisa em si mesmo, o que seria?

A pele. Desejaria uma pele mais rígida, feito a couraça de um dinossauro, ou como a lâmina de seu machado.

Ele(a) tem medo de alguma coisa?

Sim.

1. De morrer sem estar digladiando pela própria vida com seus punhos e armas, de maneira patética e além de um campo de batalha feroz. 
2. De se apaixonar por algo que faça com que as suas convicções e crenças sejam abaladas.
3. De abelhas. Pois, na infância, Jason foi atacado por um pequeno enxame de abelhas que quase o levou a morte, devido a sua alergia (curada).


Personalidade

Como as outras pessoas descrevem ele(a)?

O seu corpo gigante, a sua feição pouco amistosa, e a sua voz meio rouca fazem com que ele aparenta ser um sujeito a se temer, sobretudo, tendo em mãos o seu machado.

Porém, para todos aqueles que se sujeitam a fazer “a travessia”, e sobrevivem desse tipo de serviço de guia de caravanas em locais inóspitos, a morte já sondou tantas vezes a vida, batendo não na porta para chama-los, mas diretamente no peito com a insígnia de que “por muito pouco hoje eu não te levei”, que a felicidade se resumiu em um momento muito breve, e, bizarro. Portanto, ele não é um tipo que agrada os que estão a sua volta, não é de conversar muito, somente alguns monossílabos, e costuma agir com muito mais frequência, para o bem ou para o mal.

Como ele(a) se auto-descreveria?

Um guerreiro nato. Um sobrevivente acima de tudo. Um alguém que não tem nada mais a perder, além de sua dignidade, senão aceitar o fardo do derradeiro combate. Um ser em constante evolução para o nascer de uma nova espécie, o percursor dos herdeiros da guerra.

Qual é a atitude dele(a) em relação as outras pessoas?

Respeita todos aqueles que se provarem mais forte do que ele, pois, ver nesses outros seres a possibilidade de aprender algo que possa fazê-lo um ser ainda mais completo e preparado para o mundo. Não faz distinção de raça, cor ou crença, pois, sabe que no fundo todos sangram e morrem.

Ele(a) tem atitudes diferenciadas para certos grupos de pessoas?

Sim.

Como durante muito tempo, Jason foi perseguido por suas anomalias fisionômicas, ele procura se afastar de cenas que o façam se lembrar de tempos idos, pois, sabe que se assistir por muito tempo, isso pode de alguma forma ligar uma chave em seu intimo do qual ele e nem ninguém mais que esteja próximo gostaria de presenciar vir a tono.


Gostos e preferências

Como ele(a) passa suas horas de lazer?

Jason prefere estar trabalhando, com a mente ocupada em afazeres de risco, do que sem ter nada para fazer, pois, acha extremamente entediante, além fazer com que ele pense muito em relação a coisa que são triviais em sua vida. Quando não esta lutando ou devorando uma de suas presas habilmente caçadas e preparadas, ele, tem uma atração por possuir com violência fria e mortal as fêmeas que o seduzem, com o seu medo irracional em relação ao desconhecido.  

Que coisas ele(a) gosta de vestir?

Não tem muita preferência, mas acha desconfortável ter que andar desnudo, pelo constrangimento que pode causar nos demais machos a sua volta. Veste-se de maneira rústica, com alguns pedaços de armadura

O que ele(a) gosta mais no trabalho / ocupação?

Jason gosta de observar o quão as pessoas podem se assustar com a brutalidade de seus ataques, as suas injurias furiosas quando erra, e que aparentemente os fazem questionar, se Jason um dia foi humano de fato, ou se já nasceu uma besta.

O que ele(a) gosta de comer?

Carnes grelhadas e sangue.

Ele(a) coleciona algo ou tem algum passatempo?

Quando começou a se alimentar de seus inimigos de combate, Jason sentiu a necessidade de fazer uma espécie de chicote de presas que simbolizasse a glória de suas vitórias, porém, a ideia não deu muito certa, e, ele acabou negociando o item com um mercador. Ultimamente, o seu passa tempo é destroçar mordedores (zumbis), de preferência com uma única pancada na cabeça, o que tem conseguido com o passar do tempo e a quantidade de criaturas para se exercitar.

Ele(a) tem algum animal de estimação?

Não.

Na infância, Jason teve um cão chamado Tchêsso, talvez seu único amigo, que lhe foi apresentado em uma das clinicas onde se tratou de um câncer. Quem lhe presenteou com o cão foi a avó, que comprou o animal da clinica, e logo depois teve de se desfazer em função de conflitos com o avô que era alérgico a bichos que soltassem pelos.

Que tipo de companhia ele(a) prefere?

Ele prefere ser solitário. Um ser apartado de tudo e de todos, ainda que em meio aos seus semelhantes. Somente se relaciona com os demais para conseguir o que necessita, recursos financeiros, equipamentos e comida, não mais.

E que tipo de amante?

Fêmeas. Pois, acredita que o acesso à evolução de seu sangue somente lhe será possível, quando uma fêmea digna lhe for apresentada com traços que denotem iguais convicções e anseios. Outra qualquer, somente lhe servira como aperitivo e marionete de treino.


Compreensões a respeito de um mundo e de tipos que caminham sobe ele:

O Messias.

Maldito xenofóbico. Os fracos precisam ser liderados por alguém mais forte, seja em aspecto físico ou inteligência, e, estranhamente essa criatura conseguiu unir essas duas coisas, porém, ela não parece ser imune a morte e nem mais cabeça o suficiente para um dedo de prosa com Cérberus.

Os Humanos.

Fracos. A grande maioria são criaturas desiludidos com a vida, que gostam de ser manipuladas, de se agarrarem mortalmente a esperança de tempos idos e que não mais voltarão. São protótipos de mordedores que ainda não aceitaram o fardo de que são bestas selvagens a espera de serem libertas de suas amarras fudidas e já em estado avançado de decomposição.

Os Zumbis.

Fracos a serem temidos em seus bandos carniceiros. São verdadeiros humanos em estado livre, desprendidos de princípios morais, e bestiais com excessiva fome. Todos eles já foram alguma coisa boa no passado, sobretudo, uma refeição para longa viagem.

Os Orcs.

Seres instintivos, brutos e verdadeiros, porém, ainda facilmente abatidos devido a capacidade de agir sem pensar. Por quantas vezes não escapei de uma morte certa pelo meu temperamento calmo, para não dizer do contrário...

Os Elfos.

Fracos e delicados. Assim como os Halflings e os Goblins possuem pouquíssima carne no corpo, onde somente um em um espeto manteria um homem faminto e com sede. Sim, beleza não põe mesa, elfa de bunda magricela.

Os Anões.

Fracos, tolos, e de carne muito dura... Coloca-los no espeto somente depois de dar uma ferventada caprichada.


Os Halflings.

Fracos. Acreditam que somente por serem pequenos e ágeis podem sair por ai saqueando a todos... Lamentável é pensar que um único dessa espécie em um espeto não ofereça um banquete tão prazeroso e proporcional ao transtorno que causa.

Os Goblins.

Fracos e tão feio quanto um Orc. Assim como no caso dos Halflings é triste pensar que um único dessa espécie em um espeto não ofereça um banquete tão satisfatório e proporcional ao transtorno que causa.


Natureza / Comportamento

Predador

Jason é um assassino ou do contrário já estaria morto. Ele vive porque se considera forte e preparado paras adversidades, outros morrem porque são fracos, sendo assim, muitos precisam sofrer para os fortes viverem. Seus instintos primitivos mais antigos são fortes e ele algumas vezes encontra dificuldade em entender porque os outros agem por “misericórdia”, “compaixão” e “razão”. A Natureza é uma mãe rigorosa e ele acredita piamente que é sua ferramenta.

Competidor

Jason para disfarçar a sua natureza as vezes incompreendida pelos demais, comporta-se como um competidor, um alguém que simplesmente vive pela vitória. O deleite do triunfo é tudo o que importa para ele e se importa por poucas outras coisas. Portanto, se esforçará ao máximo para buscar ser vitorioso, em tudo, vivendo na grande corrida que eles chamam de sobrevida.


Peculiaridades

  • Às vezes conversa com o seu machado, a quem apelidou de “Cérberus”.
  • Por menos que um serviço lhe renda, prefere fazê-lo a ter que ficar parado.
  • Não costuma ter ou levar consigo nada além do que possa carregar ou se livrar rapidamente.
  • Tem aversão a abelhas ou de zunidos semelhantes que lhes tragam lembranças ruins da infância.
  • Não tem paciência para ouvir certos tipos de conversa, sobretudo, aquelas saudosistas de um tempo que ele não viveu, que relatam penosamente os sabores de um mundo anterior ao atual.
  • Fantasia a ideia de que seja um espécime único - um Ogro -, que no tempo certo, encontrará a parceira ideal para procriar os verdadeiros herdeiros dessa terra: criaturas poderosas.


Datas e Eventos Importantes

06/02/2018 – Nascimento de Jason.
12/10/2025 – Jason é exposto aos efeitos da Bomba Nuclear lançada sobre Washington D.C.
22/04/2038 - A base militar, onde Jason estava, foi atacada por uma milícia xenofóbica.