Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sessão Cinefilia - Hijo de Cain (2013)

Para manter um título é sempre mais difícil do que ganhar pela primeira vez. É só uma teoria (...), Andrés.
Eu também tenho uma teoria, Julio...
Você está transando com ela.

Ilustração 01
Nico, jogando com a melhor
diante dos mestres, e,
uma platéia de infantis entusiastas
.

Título Original: Fill de Caín (Hijo de Caín)
Ano: 2013  
Tempo de Duração: 90 min.
País: Espanha.
Diretor: Jesús Monllaó.
Roteirista: Sergio Barrejón, David Victori (Novel: Ignacio García-Valiño)
Compositor: Ethan Lewis Maltby.
Fotografia: Jordi Bransuela.
Elenco: Julio Manrique, José Coronado, David Solans, María Molins, Jack Taylor, Helena De la Torre, Abril García, Mercè Rovira.
Estúdio/Produtor: Ajuntament de Tarragona / Audiovisual Aval SGR / FoscaFilms / Generalitat de Catalunya - ICIC / ICF / ICO / ICAA / Life & Pictures / Salto de Eje / TV3.
Site: http://www.filldecain.com/
Gênero: Suspense, Thriller, e Mistério.

O que você vai encontrar nas sinopses dos melhores sites para visualização gratuita deste filme será:

Nico é um adolescente especial e problemático – um garoto de inteligência fora do comum e com uma obsessão por xadrez. No entanto, ele tem problemas com a adaptação social, em especial no que diz respeito ao seu pai. Estes confrontos forçam a família a contratar o renomado psicólogo e mestre no xadrez. Através do xadrez, o psicólogo vai entrar no mundo de Nico, permitindo que ele descubra a verdade sobre o relacionamento entre o menino e seu pai.

Sinceramente não é algo muito convincente, porém, faça como eu: “acredite”, baixe/confira no cinema e assista desprendido dessa balela. O filme é bem mais do que isso, sem sombra de dúvidas.

Muitas passagens desse longa-metragem me levaram a pensar em uma mescla envolvente de outros dois bons filmes que já assisti: The Good Son (O Anjo Malvado, 1993) e Fresh (1994). O primeiro claro, pela questão da tênue linha entre bem e mal e todas as suas reviravoltas, e o segundo, pelo belíssimo pano de fundo que o Xadrez pode levar a qualquer questão que envolva inteligência, estratégia e emoção.

Então você me perguntaria: “Como seria a sua sinopse a respeito do filme?

Para aqueles que respiram competição, o que melhor representaria as suas vidas senão um grande jogo? Tal como o xadrez, em uma partida inteligente, longa, angustiante, épica e cheia de reviravoltas, onde o principal adversário é a sua própria sombra. Uma figura distorcida e contraditória, prestes a deixar por vez o seu secundário, apático e medíocre papel de coadjuvante para figurar destemido diante do grande público, da ribalta e dos holofotes, ao mais alto preço que a vida pode pagar: a morte. Desfila com beleza peculiar o Complexo de Édipo, as Maledicências Familiares, os Encontros e Desencontros em Jogos e Trapaças para o desfecho de uma trama brilhante.

Ilustração 02
Nico, jogando com os mestres
e apostando muito alto.
Por fim, copie e cole o link do trailer do filme na sua barra de endereço do seu navegador de internet e confira essa ótima produção: http://www.youtube.com/watch?v=tQ2VUfhMt34

Tenha uma ótima quinta, Navegante Cinéfilo!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

RPG: Crônica de Mortais - No encalço do veneno, das serpentes e o antídoto para dor.

Uma bebida, por favor, uma dose caprichada...
Às vezes é somente isso que o seu corpo
precisa para abrir a mente,
pois, mais do que o necessário
você fica suscetível a outras surpresas,
algumas não tão refrescantes
quanto a dose deste refinado Whisky...

Madrugada de sábado, 13 de outubro de 2012.

Chegamos a cena do crime trajados com uniformes do F.B.I., e, senão, fosse por essa sacada de quem chefiava a operação, nós não teríamos ido tão além dos cordões de segurança. E, em se falando de chefe, quem já nos aguardava ávido por algumas informações era o Parckson. No semblante dele havia explicito uma interrogação seguida por três pontos de exclamação, pois, ele não era um tipo normal. Enfim, Eu e G. Sullivan nos juntamos aos demais do nosso grupo para fazer uma varredura do perímetro.

Eu confesso que há muito tempo não via nada tão estranho: o carro estava virado, com as rodas para cima, porém, a ação que o colocou daquela forma não foi o choque de outro veículo contra ele... Não havia sinais que implicassem isso! Com a jovem ainda estavam todos os documentos e dinheiro que ela portava ($500!). Ela tinha algumas leves escoriações no braço, mas nada além. Outro indicio estranho era de que ela havia corrido, dado que um dos pares de calçados se encontrava a metros de distâncias do corpo. Agora do quê ou de quem? Teria ela sozinha revirada o veículo de pouco mais de 2 toneladas? Comecei a entender o motivo pelo qual o chefe trazia na face uma necessidade urgente de respostas.

O fato é que nós precisávamos de respostas para aquele quebra-cabeça macabro, e, naquele momento os únicos capazes de trazerem luzes a treva de dúvidas em que nos encontrávamos eram os legistas e os peritos tecnológicos. Esse trabalho demandaria tempo, a equipe responsável pediu pelo menos oito horas, Parckson foi enfático em exigir respostas em até 4 horas, incluindo relatórios sobre a mesa dele. Tamanha pressão se justificava pelo fato de que em meses de investigação poderíamos estar lidando com a primeira vitima fatal do Fantasy.

Eu, G. Sullivan e demais colegas ficamos com a responsabilidade de levar as más notícias para a única parente de Jéssica Redford legalmente residente nos EUA, sua tia Solange Redford. Claramente a nossa incursão até a residência da tia era para obtermos maiores informações quanto a vitima, pois, nós tínhamos que encontrar um contato ou algo que nos levasse a alguma coisa concreta. Fizemos um primeiro contato anunciando a nossa visita.

Carl achou por bem antes de seguirmos para a residência da Sra. Redford nos munir de vestimentas e utensílios apropriados. Nós iriamos para o bairro de Palms, e a reputação do lugar não tem sido uma das melhores em anos, em função de constantes conflitos de gangues. Coletes pesados, armas não convencionais de grosso calibre, um destacamento com mais sete colegas preparados para o pior e um veículo diferenciado... Era madrugada, e ninguém portava uma chancela de boas-vindas do dono do lugar.

O meu sexto sentido para o perigo já havia piscado em singular prontidão quando ainda estávamos na cena do crime, precisamente no momento em que o colega Joe mencionou que a parenta residia no bairro de Palms. O normal daquele lugar é ter uns cinco homicídios na semana mencionados em jornais, e quando a coisa segue diferente disso, em silêncio, por exemplo, os distritos próximos devem se preparar para uma enxurrada de sangue. No 13.º sempre nos referíamos ao mesmo como Panela de Pressão, pois Los Angeles era um grande fogão, e aquele lugar era onde ardia a pior boca. Chegamos ao nosso destino, e não tardou para que olhares sombrios pousassem sobre nós.

A Sra. Redford residia no quarto andar de um pequeno prédio de quatro andares. Dividimo-nos em dois grupos, os que adentrariam o prédio e os que resguardariam a fuga, próximo ao veículo. Por mais cautelosos que fossemos, não tardou para que a nossa chegada chamasse a atenção de alguns moradores, porém, nada que gerasse um tratamento hostil, muito pelo contrário, um senhor, trajado com roupas de dormir e com uma escopeta em mãos nos escoltou até o apartamento de Solange.

Encontramos a Sra. Solange avida por informações referente a sobrinha, e, assim que ela nos viu permitiu a nossa entrada em seu pequeno apartamento.

Solange Redford.
Tia da Jéssica, e única parenta da vítima
residente no país. Há meses a sobrinha
havia abandonado o lar por envolvimento
em uma vida escusa que feriam os princípios
morais da Sra. Solange, uma imigrante
egal nos EUA que levava uma vida
difícil, porém, sem qualquer demérito
a sua índole.
Como dentre os colegas era o mais preparado para a situação de extrema emoção, eu fui quem reportei a senhora Redford a penosa notícia da perda de sua sobrinha. Ela desabou em lágrimas, porém, com as palavras certas a conduzi a um estado de recomposição que nos foi suficiente para fazermos uma averiguação no espaço, sem parecermos abusivos. De qualquer forma, o colega Joe já tinha na maga um mandato expedido por um Juiz, caso a minha abordagem falhasse. A Sra. Solange nos apresentou o quarto onde a Jéssica costumava ficar no tempo em que moravam juntas, e, por sinal, o mesmo foi mantido intacto desde a sua separação, talvez na expectativa de que um dia ela retornasse.

Conseguimos levantar algumas informações quanto a vitima, no entanto, o quarto nada pode acrescer ao que tanto almejávamos que eram contatos, nomes e lugares.

O quarto de Jéssica Redford nos apresentou o perfil de uma jovem modesta, assídua com a aparência e estudiosa, vários livros de biomédica e química. Ela tencionava seguir a mesma carreira profissional dos pais (doutores em biomédica), era órfã, havia perdido a mãe e o pai em um trágico acidente na Rússia, a sua única parente viva era a tia materna que vivia há anos nos EUA. A Sra. Solange acresceu ainda, que a separação da sobrinha ocorreu de forma conturbada, e em função da mudança de hábitos e comportamento de Jéssica, pois, meses antes de se separarem, a jovem havia se envolvido com alguns tipos desconhecidos que a fizeram adentrar no mundo das drogas e crimes.

Como não constatamos mais nada de relevante para a investigação no recinto da família Redford, e tínhamos uma questão protocolar de levar a tia até o necrotério para o reconhecimento (e liberação) do corpo da sobrinha, nós concluímos por bem nos adiantar daquele lugar periculoso. Na saída do edifício Carl e alguns colegas, que nos aguardavam do lado de fora próximo ao nosso veículo, já haviam deitado uns oito na calçada por precaução, a grande maioria desses jovens tinha passagem na polícia, mas como não cabia a nós esse tipo coisa, nós os liberamos assim que saímos, pois, a última coisa que queríamos para aquele fim de turno seria um tiroteio sem precedentes na Panela de Pressão.

No necrotério, entregamos a Sra. Solange aos cuidados de outra colega para a etapa mais dolorosa de sua vida: reconhecer o corpo de sua única sobrinha por parte de uma irmã que também jovem lhe foi tomada a vida em um ciclo agourento de acidentes trágicos.

No local, reencontrei um jovem conhecido e peculiar sujeito dos plantões, o Ernest Tompson. A nossa conversa de saudação foi breve, pois, a noite parecia seguir de forma interminável, e, ainda permanecia com mais dúvidas do que certezas a respeito do assassínio da jovem imigrante. De cara, Tom adiantou que o movimento no lugar desde a chegada do corpo da garota havia triplicado além do normal, que inclusive o Coronel Campbel esteve pessoalmente para averiguar a situação, e, ainda mencionou com jeito irônico que o capitão Parckson adentrou e se mesclou as sombras dos especialistas. O garoto teve curiosidade em saber quem era, pois, o rosto da vítima não lembrava nenhuma celebridade, mas infelizmente, por mais gente boa que fosse, Eu tive que deixa-lo com essa dúvida.

Peter Simith.
Legista do necrotério municipal de Los Angeles,
recém formado pela universidade da Califórnia.
É obcecado por seu serviço e tem como objetivo
torna-se um cientista especializado na área, algo
notório pela sua percepção e iniciativa ao tratar a
estranha substancia, que é a evidência concreta
da metanfetamina Fantasy.

Tom nos levou até o legista chefe da operação, seu nome era Peter Smith, um sujeito novo também, objetivo, que sem pompas nos recepcionou e nos conduziu até a sala onde se encontrava o corpo da jovem, a fim de precisar esclarecimentos diante da “peça de trabalho”. Nesse momento a Sra. Solange já havia passado pelo local e feito o reconhecimento da sobrinha.

Para nossa surpresa, Parckson já estava na sala fria sentado numa cadeira ao canto, com o semblante tenso e insaciável por informações. Nada diferente do habitual estado desde o nosso último encontro na cena do crime.

O Dr. Smith relatou o que havia identificado em relação as escoriações e o óbito, porém, os testes toxicológicos, aqueles que mais nos interessavam para chegarmos à fonte do problema, sobretudo, as substancias químicas utilizadas, não apontaram nada. Tal informação foi desconsoladora. No entanto, o legista intrigado com a nossa insistência e a notória decepção em nossos semblantes diante das informações apresentadas, mostrou a nós outro corpo, o cadáver de um indigente que havia sido encontrado na semana passada, e, que por ventura, apresentava características semelhantes a da jovem. Porém, mais importante do que a similaridade do óbito, foi o que o doutor encontrou no bolso da jaqueta que ele trajava: uma ampola com um líquido dentro.

O jovem doutor nos apresentou longe das vistas dos demais, em um laboratório a parte do convencional e modestamente equipado, algumas experiências que ele havia feito em suas cobaias com a substância encontrada com o indigente, e os resultados foram aterradores

Aquilo surpreendeu Parckson de tal forma, que por muito pouco ele não cobriu o legista de porradas, pois, aquilo tudo evidenciava o Fantasy e o seu poder letal, algo que durante meses o capitão e a sua equipe estiveram envolvidos minuciosamente. Coube a nós, Eu e G. Sullivam apaziguar os ânimos. Uma ideia do bêbado inveterado foi acatada pelo capitão, a de contratar imediatamente o Dr. Smith para nossa organização, pois, querendo ou não, ele com um pouco astúcia e boa vontade se colocou a frente de muitos outros que já caminhavam conosco.

Aquela notícia selou tão bem o nosso fim de expediente que o Parckson nos convidou para se distrair na boate Lewd Angels, do anfitrião Moe. Esse é o tipo de convite que nem Eu e G. Sullivan recusaríamos, pois, a casa tinha entretenimento mais do que suficiente em bebidas e mulheres para acolher os nossos corpos exaustos.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cintilar de Devaneios - Da Apropriação Indébita do Paraíso.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Aquele que Observa, Almeja e Luta.

Era uma vez, em uma terra muito distante daqui...

Havia um Líder Religioso que possuía para o exercício de sua atividade – esta sem fins lucrativos e com benesses a comunidade -, uma considerável porção de terras prósperas. Essas terras foram a ele designadas há muito tempo pelo império em função de seu propósito maior que consistia em resgatar homens da vilania, e delas (as terras) o Abade não poderia se abdicar jamais, pois, o decreto do imperador dispunha claramente que aquela área não era exclusiva do Monsenhor, mas de todas as pessoas que compunham a ordenação religiosa (o todo), e, que, portanto, se algum dia, a região não fosse mais quista por esse grupo e para essa finalidade, estas (produtivas terras) deveriam retornar aos domínios do império.

Durante anos a obra divina prosperou naquela região, na santa paz, e resgatando vidas de homens subjugados pela sociedade.

Próximo às terras afortunadas da obra divina, precisamente, ao lado, havia uma grande propriedade de um lorde. Terras essas também muito férteis, diga-se de passagem. O Príncipe daquela região era conhecido pelo seu espírito empreendedor, ganancioso e inescrupuloso. Cuja má fama dentre a turba dizia ser munido de uma língua afiada como uma lamina amolada, e que possuía tesouros de valores incalculáveis, sendo ambos, artifícios capazes de corromper as mais puras almas humanas do mundo.

A paz sessou quando o Príncipe ambicionou as terras prósperas da obra divina.

Por muitas vezes a figura desse Senhor Feudal foi caracterizada como a encarnação viva da divindade do mal pelo Líder Religioso e seus asseclas ao longo dos incontáveis cultos. Vigílias foram realizadas pelos fiéis. Jejuns de dias, semanas e até meses foram executados. Orações e mais orações foram proclamadas do silêncio dos jardins até as praças públicas em grandes cortejos. Sacrifícios foram ofertados a grande divindade para que a ganancia do Lorde se findasse.

A Assembleia se manteve fiel à causa. Eles oravam fervorosamente para que as peregrinações de negociação de paz do Monsenhor até o principado vizinho resultassem no fim do assédio, e até mesmo na queda do vil Príncipe.

Quando o Monsenhor foi ao encontro do Príncipe, ele sabia do perigo que enfrentaria, de que estaria se lançando a boca da besta. Por sua vez, ele clamou a grande divindade a investidura de poder necessária para se sair vitorioso nesse confronto. Porém, o lorde também tinha suas armas para afrontar a deidade e o avatar, pois, embora o primeiro fosse infinitamente poderoso, o outro, que era a sua ferramenta, era feito de carne, sangue, desproporcionalmente fraco e suscetível a queda. Por fim, o Líder Religioso teve a sua fé subjugada e aplacada pelo Inimigo. Ele se viu vislumbrado com os presentes ofertados pelo Príncipe, fatalmente ferido no cerne de suas convicções/princípios morais pela ganancia semeada em seu íntimo com doses homeopáticas de palavras envenenadas.

Dias depois do encontro com o Príncipe, o Monsenhor realizou um último culto nas terras prósperas da obra do divino diante de toda a Assembleia, imbuído de uma carapaça mágica ofertada pela própria divindade maligna que sustentava o Príncipe, de modo que não permitisse a nenhum outro perceber o mal que havia se instalado em sua alma. O Líder Religioso celebrou um culto do qual os homens mais viris se prostraram de joelhos ao chão derramando lágrimas copiosas, algo tão esplendoroso como os de costume, e, por fim, envio todas aquelas generosas almas de volta as suas casas.

No dia seguinte, os homens fortalecidos pela fé, em função do inominável culto realizado na noite anterior, retornaram para mais uma vez comungarem dessa experiência religiosa, todavia, a eles não foi permitida a entrada nas terras prósperas da obra do divino por decreto do Príncipe, e, a ainda, a mais funesta visão, que incidia na demolição por completo do Grande Templo. Um espaço majestoso edificado com grande esforço pelos devotos para se reunirem em adoração a sua divindade e a celebração da fraternidade constituída.

Esses homens, mulheres, idosos, crianças, e portadores de necessidades especiais, retornaram para os seus lares desconsolados. Com a fé abatida, sobretudo, por não perceberem dentre a grande turba moribunda, a presença daquele que deveria mantê-los unidos e fortalecidos, o Grande Líder Religioso. Aquele que com moral poderia lidera-los em uma cruzada mortal contra o Inimigo.

Os homens abaixo do Monsenhor tentaram sem êxito se aproximar do Príncipe na esperança de reconquistarem as suas terras, mas foram facilmente abatidos. Alguns desses foram comprados por valores insignificantes que não pagariam as ferraduras do corcel do Grande Lorde. E, houve também aqueles que buscaram a ajuda do Imperador, porém, mãos mais ardilosas chegaram muito antes a corte e resguardaram os imorais direitos do principado. Essa recorrência de resultados ruins nas batalhas que se seguiram fizeram com que os Homens de Boa Fé simplesmente aceitassem o fardo de uma guerra perdida, e, assim, migrassem para um outro lugar, uma região qualquer, a esmo nos cantos, menos desprovida e adversa do que um dia dispuseram com abundancia.

Não existe ainda um “final feliz” para esse conto, pois, os Homens de Boa Fé não se permitiram tão ansiada vitória.

Embora possa parecer um enredo de ficção mirabolante sem conotação com a realidade, pasmem, isso faz parte da história do bairro em que moro a quase três décadas.

Todos os moradores mais velhos do bairro conhecem a fundo o nome do Monsenhor e do Príncipe (ou a Princesa) em questão, assim como também sabem que nunca houve a intervenção de quaisquer divindades nessa guerra por terras, senão a submissão ao ego, aos caprichos humanos e aos interesses próprios. E que o mais triste nisso tudo é saber que muito pouco se fez, ou não se fez nada (verdade seja dita), no momento em que se deveria ter sido feito com retumbante estrondo/estardalhaço, e hoje, o deposto Líder Religioso segue longe das luzes da ribalta e dos holofotes, inspirando asseclas na sua faceta mais obscura e mesquinha... Onde acredito perdurar o principal legado do Príncipe sobre as demais gerações de Homens de Boa Fé: a fragilidade da mente e a complacência com o absurdo.

Sinceramente, Eu não tenho certeza se as minhas mãos terão a graça de escrever um desfecho bem-aventurado para este conto, mas segue aqui a minha necessidade em relatar um fato, e em tentar fazer a diferença, sobretudo, para as gerações vindouras.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cintilar de Devaneios - A minha felicidade tem origem em você

Fecho os olhos e retorno a abri-los,
Tentando sem êxito desacreditar no fato:

Que a felicidade é um estado momentâneo,
Às vezes muito breve,
Dotada de uma brevidade tal,
Muito além do que possa imaginar ou compreender.

Que começa em um piscar de olhos,
E dissipa em um respirar ofegante, sem lógica.

Sem que tenha tempo para retê-la em um repentino afago.
E entender os meandros da genealogia do “se sentir feliz”.

Portanto, volta tempo, se possível for,
Pois, dói demais não vivenciar este entendimento,
E, ainda mais, prolonga-lo por tempo indeterminado,
Essa doce sensação de plenitude que somente a felicidade me traz.

Ilustração por Ródjer Goulart.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

RPG: Crônica de Mortais - Fantasy, A Sensação do Momento e a Primeira Missão

Um dia de azar, todo mundo tem o seu,
portanto, é cair e se erguer sem pestanejar muito,
senão você atrai a atenção de um mal maior.

Após a nossa conversa causticante com o Nicolas Parckson, nós fomos liberados em específico para conhecer e usufruir da academia da organização. Um parque de treinamento com alguns equipamentos aeróbicos, de musculação, tatame e afins. Anexo ao lugar há ainda uma sala de treino para tiro ao alvo, ao qual fomos convocados para uma verificação de nossas habilidades pelo próprio Parckson, que tinha necessidade em saber o quão estaríamos preparados caso nos envolvêssemos em uma situação que requeresse tal habilidade.

Eu ainda estava nervoso com a tal pasta de protegidos entregue pelo nosso superior imediato (Parckson), e, confesso que o zunido de um mosquito naquele momento me incomodava mais do que um furacão Katrina. O inseto a perturbar a minha concentração com as suas insolências típicas juvenis era o garoto Rios. Enfim, na hora de disparar a arma por muito pouco não acertei a um dos colegas do grupo. Sim, eu estava no limiar da paciência e muito pouco bastou para o meu pavio extinguir.

Diante da situação constrangedora e das aporrinhações de Rios, perdi o controle e avancei para cima do garoto a fim de lhe calar a boca com um soco. Entretanto, o murro que iria deferir contra ele, acabou se voltando contra mim, quando em um caminhar em falso me vi tropeçando nas minhas próprias pernas e indo direto com a face ao chão. Levantei-me do chão, com o braço limpei o escorrimento de sangue do nariz provocado pela queda, e, deixei os demais do grupo na atividade sem pedir permissão ou aviso prévio. A minha mente estava a mil por horas e eu precisava relaxar.

Chegando ao meu quarto, deparei-me com uma pasta de arquivo (com alguns documentos em seu interior) disposta sobre a minha cama, porém, antes de ter mais qualquer tipo de surpresa, preferi me deitar à cama e a admirar uma fotografia que quase sempre tinha o poder de alinhar o meu pensamento, um registro de um tempo ao qual tenho muita saudade, um período em que tinha uma família para me acolher após um dia duro de trabalho. Quando caminhei em direção ao quarto, as minhas intenções eram claras, ou seja, trancar-me e usar umas das minhas drogas para contornar toda aflição, porém, aquela foto, naquele momento, foi-me suficiente.

Passado o tormento dos minutos anteriores, sentei-me a cama e me coloquei a folhear os documentos da pasta. Por sinal, uma pasta que fora colocada ali propositalmente, provavelmente, a pedido do próprio Parckson ou do Campbel a fim de amenizar todo o estrese das últimas horas. Os documentos contidos ali formavam uma espécie de compêndio bem elaborado das atividades realizadas nos últimos quatro anos pelo G.A.T.I., por sinal, a organização existe a essa quantidade de tempo.

Os pontos relevantes desse dossiê existencial do G.A.T.I. é, sobretudo, a derrocada de uma organização criminosa internacional bem estruturada que culminou na queda de um senador e pelo menos dez deputados da federação somente dentro dos Estados Unidos, deixando claro que tal ocorrência foi extensiva para demais nações onde a facção criminosa agia. Nessa pasta ainda havia menção de algumas pessoas chaves da organização, que por sua vez, também eram gabaritadas na sociedade civil, tais como o Coronel Samuel Campbel e Senador Macarley (Republicano).

Pronto, algo ou alguém me colocou dentro de uma organização nos moldes da C.I.A., com atuação em escala global composta por doze unidades estratégicas espalhadas pelo mundo, e, com que mérito ou propósito? Quem é o financiador dessa organização? Quais os fins? Quem são os seus inimigos? Nesse momento, um turbilhão de indagações começou a se formar em minha cabeça, e, antes que isso se tornasse algo maior e insólito, resolvi procurar pelos meus contratantes para inquiri-los. Fui à procura do Campbel ou do Parckson.

A primeira sala que avistei foi a do Parckson, e ao perceber que o mesmo conversava com G. Sullivan, eu bati a porta e adentrei o lugar para lhe devolver a pasta deixada em meu quarto. E, sem perder muito tempo, comecei a fazer os questionamentos que julguei pertinentes após a apreciação do material que me foi entregue. Por sua vez, o nosso superior imediato se mostrou mais uma vez um habilidoso negociador, e, com as palavras certas (isto é, que necessariamente não são a verdade) respondeu a maioria das indagações sem deixar margem para suspeitas. E, na oportunidade, uma vez que, o garoto Rios também chegou a tempo para pegar os finalmentes dessa conversa, ele nos chamou a atenção (Eu e o menor intrépido) quanto ao episódio ocorrido horas atrás no centro de treinamento, e também transmitiu a nossa primeira missão: que consistia em fazer uma averiguação preliminar de terreno na boate Posseidon.

Parckson nos adiantou que essa era a conversa que ele levava com G. Sullivan antes de eu entrar em sua sala, e, que essa tarefa nós executaríamos ainda esta noite, sem a sua participação direta. O motivo de sua ausência era justamente o aumento de chance de êxito da missão, uma vez que, o seu rosto é popular entre os criminosos da região. Ele ainda nos dispôs uma pasta com o que o seu pessoal havia apurado até o momento sobre aqueles que buscaríamos em uma boate de alto padrão, frequentado por pessoas de várias faixas etárias (adultas, logicamente) e da alta sociedade.

Dossiê Fantasy

Posseidon, A Danceteria.
- O estabelecimento esta localizado em um bairro nobre de Los Angeles.
- O Techno e o Hip-Hop são os estilos musicais mais frequentes de sua pista de dança.
- O proprietário é Frederic Simpson, uma figurinha carimbada da alta sociedade Angelina.
- Circulando em movimento suspeito pelo local e aos redores foram identificados muitos dos principais contatos do proprietário, além de alguns de seus de seus empregados, consumindo o Fantasy, porém, nenhum deles fazendo qualquer tipo de comércio do mesmo.

Frederic Simpson, O Narcotraficante.
- Natural da cidade de Miami (Flórida).
- Idade aparente: 35 a 40 anos.
- Desde muito jovem foi inserido no mundo do crime, e, na sua vivência estabeleceu alianças (amizades de influência) com pessoas muito poderosas, algumas delas com autoridade suficiente para calar até mesmo o presidente dos Estados Unidos em um pronunciamento em rede nacional.
- Hoje, o fato de maior relevância é que patrocinando alguns cientistas da Rússia, Frederic conseguiu criar uma espécie de metanfetamina poderosíssima, o Fantasy, que em essência é um concentrado de cocaína com a adição de outras substâncias psicotrópicas. O uso dessa substancia tem se alastrado de forma vertiginosa pelo país, de tal maneira que o F.B.I infiltrou uma de suas agentes na facção criminosa liderada pelo narcotraficante.

Cristine Lavosie, A Gerente.
- Natural de alguma cidade da Rússia.
- Idade aparente: 25 a 30 anos.
- Trabalhar para Frederic como administradora da Posseidon.
- Sedutora, a Srta. Lavosie sempre consegue o que quer dos homens.
- É sabido também que é ela quem comanda todo o esquema de segurança do próprio Frederic Simpson, e, que por algum motivo, os subordinados da facção têm por ela mais que respeito, pois, o medo sobressai ao olhar deles quando na presença dela.

Alisson Lavosie, A Bioquímica.
- Natural de alguma cidade da Rússia.
- Idade aparente: 30 a 35 anos.
- Cientista Bioquímica com prestígio em sua classe.
- É principal responsável pelo laboratório que produz o Fantasy de Frederic Simpson.
- Embora seja irmã de Cristine Lavosie em momento algum as irmãs demonstram ter algum tipo de laço afetivo.
- Uma mente genial a serviço do crime, um talento desperdiçado.

Tomas Firsh, O Chefe de Segurança.
- Idade aparente: 30 a 35 anos.
- Segurança pessoal de Frederic Simpson, e braço direito de Srta. Cristine Lavosie.

Como ainda estávamos no término da manhã, e, até a noite teríamos um intervalo de tempo considerável, eu achei por bem fazer uma varredura minuciosa do perímetro onde estávamos localizados – a sede do G.A.T.I. -, e, nada melhor para começarmos do que as boates locais, bares e afins. Não querendo ser descortês com os colegas fiz um convite extensivo a todos, inclusive para o impertinente do Rios. Por sinal, somente o garoto se dispôs a ir comigo, enquanto os demais optaram por outros afazeres internos. Enfim, como tínhamos o resto do dia livre, eu iria fazer a minha atividade na companhia do nerd com quem quase cai no braço, senão fosse pelo meu descuido e a sua sorte.

Rios queria ir à boate de estripe comigo, porém, a sua veia tecnológica pulsou mais forte antes de sairmos, e, a sua condicionante era primeiramente irmos a um shopping center, pois, tinha que se atualizar em relação a algumas novas tecnologias... A princípio isso me pareceu frustrante, para tanto fui relutante a ideia, mas considerando tudo que passamos até então, isto é, com um belo pé esquerdo para inicio de relação, e, com a possibilidade de seguirmos como uma equipe por tempo indeterminado, eu achei por bem aceitar a proposta do garoto. Além do mais, daqui a algumas horas nós teríamos que despontar para um lugar tipo Classe A e eu me toquei que não tinha nenhuma roupa apropriada. Não que realmente não tivesse o que vestir, mas queria vestir algo novo para uma nova situação, na expectativa de quem sabe a sorte voltasse a face para mim.

Eu e Rios fomos a um grande shopping fazer compras, e, isso demandou bem mais tempo do que havia estipulado - os quarenta minutos dele e uns vinte minutos meus -, porém, saímos de lá com alguma folga para pelo menos ir assistir a um estripe, beber e jogar conversa fora em uma boate próxima ao quinto distrito. Entretanto, ao chegarmos no quartel general para deixarmos as nossas comprar nós fomos imediatamente requisitados pelo Parckson, e, em sua sala nos deparamos com uma personalidade até então desconhecida (embora, algo nele me soasse familiar), o Sr. Malcon Shetz.

O distinto senhor era na verdade o nosso colega de equipe G. Sullivan caracterizado de forma irreconhecível. O mesmo surpreendeu a todos com primorosa habilidade que fez com que o próprio Parckson revesse a estratégia da ação para a missão de mais logo na Posseidon. Sob o papel de Malcon Shetz, um empresário bem sucedido no ramo do entretenimento e interessado na aquisição ou na participação societária da boate, sendo assim, nós tentaríamos uma primeira abordagem a facção criminosa, que tem o referido local como sede e é responsável pela distribuição da metanfetaminas conhecida como Fantasy. E nessa estratégica encenação, eu entraria na pele de Phillip Thompson, um advogado especialista contratado por Shetz para avaliação do potencial negócio enquanto que o nosso jovem ás da informática, Rios, ficaria responsável por dar essência virtual aos nossos disfarces. Finalmente, o grupo tinha um meio claro para averiguar a ratoeira cinco estrelas, e quem sabe, chegar a uma das cabeças da organização.

Ainda tinha algum tempo até o horário da missão - devia ser pouco mais de 18:00 -, sendo assim, eu resolvi por bem dar sequencia ao que havia estipulado como programação, ou seja, fazer uma varredura nas redondezas do quartel. Não tive a companhia do garoto Rios, pois, o mesmo havia encontrado na atividade delegada a ele uma adrenalina semelhante a uma luxuriante transa, ou quase isso. Sozinho, caminhei até a uma boate chamada Lewd Angels que ficava a umas três quadras do distrito, aparentemente um lugar reservado, sem muito glamour, mas aprazível, com algumas belas garotas propiciando um entretenimento a altura e uma cativante variedade de bebidas.

Comprei uma meia garrafa de whisky barato (nada comparado ao que havia bebido mais cedo da garrava de café do colega G. Sullivan), ascendi uns cigarros e fui para próximo do palco principal dar uma lubrificada nos olhos. Enquanto assistia ao show de estripe de uma bela loira de corpo escultural, e que por sinal também dançava muito bem, ou seja, de forma bem envolvente, uma imagem me veio à cabeça: Marianna (ex-esposa). Sorri para garota estripe e ela me retribuiu, ao passo que pegava o telefone celular em meu bolso. Com o aparelho em mãos pensei por diversas vezes ligar para a minha esposa (a ex), mas não o fiz, pois ali não era o lugar e nem o momento certo, porém, não deixei de passar uma mensagem (sms) para dizer o quanto sentia a sua falta e que a amava. Por fim, a ficha caiu, e eu resolvi fazer o meu caminho de volta para o distrito com a minha garrafa em mãos.

Ao chegar a base, eu tratei logo de deixar a garrafa de whisky de presente para a garota simpatia do pedaço, a Srta. Gude, que me retribuiu uma espécie de sorriso indecifrável, ou que de fato, eu não tinha interesse nenhum em saber o que ele realmente deveria significar.

Devia ser por volta de umas 21:00, quando Eu, G. Sullivan e uma comitiva de mais quatro colegas partimos em direção a boate Posseidon. Como já mencionado, eu seria o advogado do empresário (Shetz), no entanto, os demais envolvidos seriam seguranças pessoais e o motorista.

"Peneloppe"
Uma belíssima jovem, de refinada educação
e modos, responsável por assessorar de
maneira personalizada os visitantes
mais ilustres da Posseidon, a renomada
casa de shows do empresário
(e narcotraficante) Frederic Simpson.
Nunca havia chegado próximo ao lugar, mas ao me aproximar pude perceber que não era atoa que a boate Posseidon figurava nas colunas sociais dos principais tabloides, com notas e mais notas a despeito de alguns de seus eventos, o estabelecimento tinha o seu diferencial, sobretudo, a começar pela lista de convidados, essencialmente selecionados. Algumas celebridades do mundo artístico, desportistas consagrados das mais diversas modalidades, figurões do meio político e empresarial batiam cartão semanalmente no local, esbanjado sorriso em suas máquinas automotivas, e até mesmo em suas aeronaves. Aquilo era um ambiente surreal, obsceno e distante para muitos.

Na entrada, após a confirmação de nossos nomes na lista do recinto, nós fomos recepcionados por Penellope, uma mulher cuja beleza era apaixonante (transcendia a normalidade), um tipo que seria facilmente confundida com uma angel da Victoria’s Secret (se realmente não fosse). E, tomado pela luxúria foi inevitável não tentar flertar com aquela garota e lançar umas indiretas, embora sem êxito. Porém, consola-me o fato do mesmo ter ocorrido ao G. Sullivan caracterizado como aquele gordo babão cheio de dedos. A bela mulher não só nos recepcionou na entrada, como também nos dirigiu pelos diversos ambientes da refinada boate.

Quando chegamos ao segundo andar, onde funcionava a pista de dança, rapidamente meu olhar buscou indícios a respeito do consumo de drogas, pois, no meu palpite, ali deveria ser o lugar ideal, a começar pelos banheiros. Pedi licença aos dois para que seguissem com a tour pela boate, enquanto iria buscar naquele lugar especifico entretenimento. Tão logo, G. Sullivan e Penellope saíram, eu adentrei em meio à multidão para sentir o clima da juventude que dançava, pois, queria encontrar em meio a turma quem eram as figuras que estavam passando droga. No banheiro presenciei alguns alucinados fazendo uso dos mais variados tipos de drogas, sobretudo, de cocaína, porém, nenhum sinal de quem estivesse fornecendo, o mesmo notei na pista, ou seja, muitos consumidores, mas nenhum fornecedor a vista. Cheguei a conclusão de que o barato deveria acontecer fora das dependências, o que julguei conveniente e sensato, sobretudo, com tantas pessoas de nome envolvidas, mais ainda precisava de uma prova contundente.

Antes de deixar a pista observei uma bela e jovem garota ruiva dançando desacompanhada, e os seus trejeitos me chamaram a atenção, pois, era notório que ela estava sob o efeito de drogas, algo bem pesado por sinal. Aproximei-me como quem “não quisesse nada” para tentar observar com mais cuidado, chamar-lhe a atenção, e, nada, ela estava entorpecida, distante há anos luz da nossa realidade. Isso aguçou ainda mais a minha curiosidade em tentar saber onde estava o fornecedor e o que ele estava fornecendo para aquela turma.

Fui ao encontro de G. Sullivan que estava a mesa na companhia de uma belíssima escort girl tipo latina sul americana. A princípio cogitei que o colega estivesse investindo na garota, tentando fazer com que ela cedesse, e, assim fornecesse algumas informações concretas, porém, a coisa toda não parecia ser bem isso, e, ele queria de qualquer forma a atenção dos donos da casa, inclusive agindo de maneira intrépida (senão, constrangedora). Eu também tentei buscar alguma coisa dela em relação ao entretenimento suspeito que presencie na pista de dança, mas essa não estava soando como um plano eficiente. Por fim, também solicitei a companhia de uma outra garota da casa, uma que fosse mais o meu tipo, e ainda, requeri a privacidade de um cômodo para usufruir de todo o corpo daquela ninfa.

A sós em um reservado, usufrui por cerca de quase quarenta minutos da companhia da garota, durante a relação tentei inquirir dela algumas informações, porém, a minha investida não foi convincente, não tanto quanto a minha disposição sexual, pois, estava lidando com uma profissional que não custava barato, e, eu tinha a plena convicção de que alguma coisa ali deveria valer o esforço, ainda que saísse de lá sem nenhuma informação.

Finalizada a minha prazerosa (e ímpar) experiência sexual sem êxito em qualquer outra área além para qual me propus se sacrificar, parti novamente ao encontro de G. Sullivan, pois, quem sabe o mesmo tivesse tido mais sucesso em seu modo de agir. Contudo, ao nos encontrarmos minutos depois, eu percebi que a sorte naquela noite havia fechado as portas para ambos os lados, pois, embora tivesse tido ele um encontro com a Srta. Cristine Lavosie, a conversa dos dois não flui tão bem quanto o mesmo havia desejado.

A recorrência de insucessos dessa noite nos frustrou de tal forma que optamos por evadir-se do lugar com um toque sutil de um dos colegas que estava na condição de um dos membros de nossa comitiva de seguranças. Porém, G. Sullivan persistiu em atuar de forma excêntrica, e, aquilo atraiu a atenção de Tomas Firsh, o chefe de segurança da boate. Antes que este último chegasse até nós para qualquer desagradável ação, fomos nós mesmos que buscamos a saída na companhia da bela Penellope.

G. Sullivan ainda tentou abordar Penellope com uma proposta de fantástica de emprego, jogando a sua autoestima e com as suas ambições, embora, tenha achado mais um galanteio frustrado.

No carro a caminho do distrito, nós começamos a debater as nossas ações dentro da boate, e, não tardou muito para que uma movimentação e uma conversa em paralelo entre a equipe de apoio mencionasse que estávamos sendo seguidos. A partir dali um plano foi arquitetado em fração de minutos para que o pior não nos ocorresse. Fomos para a parte mais nobre da cidade, diretamente para o hotel Imperial Palacce, um luxuoso hotel cinco estrelas a altura de nossos disfarces, e que nos colocasse acima de quaisquer suspeitas.

Devidamente instalados no hotel (suíte presidencial) em um plano desembolado em tempo recorde pela organização, nós recebemos a orientação de que ali deveríamos permanecer até que a poeira abaixasse. Da janela fiquei a observar o possível carro que havia nos seguido, enquanto retomava a conversa com G. Sullivan a respeito de nossas falhas em nossa noite frustrante, e, principalmente, a forma agressiva como ele agiu, algo que pessoalmente não faria.

Jéssica Redford
Jovem de origem russa, encontrada morta em
um local remoto da cidade. Distante da
boate Posseidon, o último lugar em que a vi
com vida e sob o efeito de drogas. Cujo não
descarto a possibilidade de ser mais uma
vitima fatal do Fantasy, a sensação do momento.
Eu recebi uma ligação de Parckson solicitando a nossa presença o mais breve possível em um local específico - distante uns minutos de onde estávamos -, e, em sequência, um suspeito questionamento de sua parte a respeito da garota que havia me aproximado na pista de dança (a que estava sob o efeito de alguma droga pesada). 

Como não havia ainda uma certeza quanto a presença de algum homem da facção criminosa em nosso encalço nas proximidades do hotel (ou mesmo dentro dele), a nossa equipe facilitou a nossa saída com disfarces de empregados do hotel, pelas portas dos fundos e em carro alternativo.

Chegamos ao local indicado por Parckson, e, de cara avistamos algumas viaturas da polícia, uma movimentação de policiais, um cordão de isolando restringindo o acesso de pessoal não autorizado ao local, uma equipe de jornal, e, alguns poucos curiosos. Estávamos em uma cena de crime, onde um veículo estava virado com alguns amassados na lataria e o corpo sem vida da jovem que havia visto horas atrás na boate estirada ao chão. O nome da garota era Jéssica Redford, ela era natural de Moscou (Rússia), e tinha a idade da minha meia irmã (Jessy). Algo de muito intrigante havia acontecido ali, mas eu tinha a ligeira impressão de que isso estava diretamente ligado à facção criminosa que estávamos investigando e ao seu veneno alucinógeno letal (Fantasy).

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

RPG: Crônica de Mortais - Ingresso no G.A.T.I., um causticante "Boas Vindas".

Mudanças são sempre mudanças, ou seja,
o início é sempre pouco indigesto e turbulento.
Agora se aceitar é uma opção?
Na maioria das vezes, não!

Hoje é quinta-feira, 11 de outubro de 2012, e, este seria mais um dia rotineiro de trabalho no 13.º Distrito de Polícia, contudo, se existe algo que Eu aprendi dentro desse lugar, e, sobretudo, como investigador de policia do departamento de homicídios em Los Angeles, é que a expressão “rotina cotidiana” não costuma calhar perfeitamente para este tipo de labor. Pois, crimes ocorrem a todo o momento, e, quando as coisas parecem calmas demais é que, Eu e os meus colegas devemos nos manter ainda mais alertas, pois, algo surpreendente tende a cair sobre as nossas cabeças quando menos se espera, e, ouvir aquele sermão calejado do chefe “Eu não disse que essa merda toda iria feder mais cedo ou mais tarde?! E onde estavam os nossos caras?! A cambada paga pelos contribuintes?!”, pode ser um drástico ponto final na carreira. Enfim, a manhã havia iniciado com alguns relatórios a serem finalizados do dia anterior - como de costume -, quando me surgiu a mesa um senhor fardado, cujo semblante me soou familiar, seu nome era Coronel Samuel Campbel

Coronel Samuel Campbel.
Um rosto familiar dos tempos áureos em que
Derick serviu ao exército no Oriente Médio.
No entanto, a sua visita naquele dia
aparentemente comum ao seu distrito
trazia uma intrigante oportunidade de
trabalho ao ex-combatente, afastado de
forma demérita e abrupta das forças.
Ao perceber no distinto uniforme do Sr. Campbel a patente de coronel e associa-lo a fisionomia de um velho conhecido do tempo de serviço militar fui tomado por um impulso automático, uma ação involuntária, de cumprimenta-lo como ainda estivesse no exército, ou seja, batendo continência. Ele, por sua vez, agiu de tal forma, ainda que fosse somente um velho costume. O mesmo se apresentou brevemente e mencionou que tinha a necessidade de ter comigo uma conversa em particular, algo mais reservado a respeito de reconhecimento profissional, para tanto, convidou-me para um café.

Bom, não é todo dia que alguém adentra as nossas vidas oferecendo uma oportunidade melhor de se ganhar mais, sobretudo, um velho conhecido. O que mais me chamou a atenção é que antes de falar qualquer coisa para o meu superior, ele de sua sala, por de trás das persianas abertas acenou consentindo a minha saída, o que me leva a crer que entre os “tubarões” uma conversa já havia acontecido. Afinal, Eu estava certo que deveria pelo menos aceitar o café, pois, como de costume, não tive uma noite prazerosa de sono, e ouvir a proposta do coronel também era algo que me instigava.

Atravessamos a avenida e fomos até a Lanchonete de Rulhos Santiago, um mexicano muito conhecido na redondeza, e, que serve um legitimo café.

O Coronel Campbel começou a nossa conversa reforçando a ideia de que a sua proposta de trabalho era algo do qual eu há muito ansiava, sobretudo, considerando três pontos importantes:

  1. A retomada de minha dignidade em função dos últimos eventos ocorridos no exército, e, que culminaram no acidente que me aleijou, além da baixa de meu título sem honrarias;
  2. A oportunidade de trabalhar em um ambiente menos preconceituoso, quando se trata de pessoas diferentes, com algum tipo de necessidades especiais, ou seja, com a possibilidade de reconhecimento em um curto espaço de tempo independente de qualquer um dos aspectos elencados;
  3. E, consequentemente, um reconhecimento financeiro a altura.


Ainda que a proposta de trabalho com todas as benesses parecesse tentadora, uma desconfiança pairou no ar, pois, até ali tudo soava muito bom e irrecusável, mas qual seria o preço cobrado pelo Sr. Campbel e a sua organização? Seja lá o que for Eu confesso que fiquei tentado a abandonar aquela conversa e apagar aquele encontro de minha mente (até cheguei a me inclinar para me levantar da mesa). Porém, as palavras daquele homem conseguiram me fisgar a atenção. Sim, ele havia semeado em meu cerne uma curiosidade, e, Eu estava disposto a pagar para ver.

Terminamos o café, e, saímos dali sem pagar a conta! Estranhamente, pois, o Rulhos é um tipo de mexicano bem muquirana, ainda que muito brincalhão (bem humorado).

O coronel me convidou a entrar na parte de trás de seu carro, uma pick up cabine dupla preta modelo do ano, e, para minha surpresa, alguém mais já se encontrava lá, todavia, desacordado e abraçado a uma garrafa de whisky de vinte e oito anos... Esse foi o meu primeiro contato com o Sr. Greenwald Sullivan.

Fomos conduzidos até as proximidades do Hospital San Pedro e do necrotério municipal, em um edifício de três andares, dotado de uma estrutura peculiar e muito bem conservado. Com uma entrada frontal grande para o tráfego de entrada e saída de veículos. Essa é a sede da organização denominada G.A.T.I.

Adentramos o prédio, e, na recepção conhecemos uma figura carismática, de voz estridente e rechonchuda chamada Melina Gude. Percorremos alguns corredores e cômodos até chegarmos a uma sala em específica, Lá tomamos conhecimento de mais um homem a ser recrutado por esta organização, um jovem com necessidades fisiológicas contidas e hormônios a flor da pele, Antoni Rios. Na oportunidade também conhecemos duas outras personalidades, o Sr. Nicolas Parckson e a Srta. Samantha Schowt, essa última por sinal, tratava-se de uma morena de beleza instigante.

Na sala, o coronel calou-se passando a palavra ao Sr. Nicolas Parckson, que na minha percepção, de longe demonstrou ser um homem de muitos amigos, com um humor debilitado e fazer um tipão bem introspectivo. Como um franco atirador, ele achou por bem já deixar estampado para todos que estavam encerrados ali todas as nossas dificuldades, como se fossemos todos membros de uma mesma família sem quaisquer particularidades. Um momento em que a força de vontade gritou mais alto para não selar uma porrada na boca daquele sujeito. Mas, o pior estava por vir.

O Sr. Parckson tentou me aludir com um tipo de conversa descabida de não fazer uso de minhas metanfetaminas (cristais)... Ora ele é algum tipo de psicólogo referenciado para me tratar? 

Colocada as minhas condições de ingressar a organização paramilitar sem vinculo com o governo norte americano (?), aceitei passar a noite em um cômodo arranjado por eles no prédio. Fomos conduzidos a uma repartição de alojamentos, pequenos quartos com banheiros individuais, e, ali uma nova surpresa tomou os meus olhos quando visualizei muitos de meus pertences pessoais ali devidamente arranjados... Ou seja, eles invadiram o meu apartamento e recolheram minhas coisas! Dentre os itens que eles se apossaram estavam as minhas drogas... Com que autoridade eles fizeram isso?! Estava prestes a surtar com toda aquela petulância e invasão de privacidade. E, não somente eu estava perplexo com aquela iniciativa ultrajante, mas o Sr. G. Sullivan também.

Eu requeri imediatamente os meus cristais ao Sr. Parckson. Infelizmente, esse era um assunto que não estava em discursão, não naquele momento. Pois, os traumas de guerras que vivenciei até hoje perduram, assim como outras dificuldades, e, as minhas noites tranquilas de sono somente são conquistadas por meio desses recursos químicos. Sou dependente, e, já tentei me livrar disso, mas confesso que essa é uma caminhada muito árdua que há muito tenho postergado, por mais vergonhoso que possa parecer para um homem a serviço da lei.

No dia seguinte (sexta-feira, 12 de outubro de 2012), pude me sentar uma mesa comunitária, e, desfrutar de um completo de café da manhã (como há muito tempo não fazia), e ouvir o Sr. G. Sullivan com maior clareza e as suas indagações pertinentes em relação aos nossos empregadores (o G.A.T.I.). Antes que pudéssemos chegar a uma conclusão. De fato, que ele pudesse chegar a ela, pois, era notória a sua necessidade de seu comunicar (um tipo excessivamente falante), o Sr. Parckson voltou a nos encontrar no refeitório para mais uma conversa, sem sombra de dúvidas, a mais desagradável. Como senão bastassem as surpresas do dia anterior, a novidade agora era um dossiê de proteção entregue a cada um de nós, que se remetia aos nossos entes que julgássemos necessária a proteção, pois, a organização tinha pessoas infiltradas aptas a operar nesse aspecto. Isso realmente me fez ferver o sangue, e, se ainda estivesse sob o efeito de drogas teria partido para cima dele, seja ele quem fosse.

Capitão Nicolas Parckson.
Na ausência do Coronel Campbel é ele quem
responde
 diretamente pelo G.A.T.I., e, cujo
início de nossos
 trabalhos resultou em um
processo estressante, 
senão demasiadamente,
turbulento, de “boas vindas” 
à organização
paramilitar com atuação em
 escala
global na qual ingressava.
O Sr. Parckson tentou nos explicar que aquilo se tratava de um programa de proteção aos parentes dos membros da organização, pois, a mesma detinha muitos inimigos, o que automaticamente, os colocavam como alvos fáceis (os nossos entes), caso as nossas identidades fossem reveladas. No entanto, por mais que isso fosse verdade, aquilo não me soava nenhum pouco reconfortante, saber que a minha mulher e a minha filha estavam sendo vigiadas por um alguém desconhecido. Por mais que ele insistisse na conversa de que senão estivéssemos confortáveis com a situação poderíamos a qualquer momento desistir e sair pela porta da frente, o fato é que aquilo tomou o tom ameaçador.

Não que a minha vida valesse alguma coisa nessa altura do campeonato, contudo saber que Maria Julia e Marianna estavam sob alguma possível ameaça me fizeram repensar a estratégia a respeito da vida e a escolha que havia feito. Talvez estivesse somente um pouco paranoico, mas família é família, ou seja, sagrada, independente de todas as merdas que tenha feito.

A nossa conversa sessou e eu fui treinar na área interna. Exaurir ao máximo as forças de meu corpo para naquela noite dormir, pois, os dias agora serão ainda mais causticantes e imprevisíveis.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

RPG: Los Angeles - Derick Saint Clair Investigador (G.A.T.I.)

Suma da História
Perguntas & Respostas

Derick Lummier Saint Clair.
Natural do estado da Virgínia, agora vive
e trabalha em Los Angeles como
investigador policial no Grupo Apoio
Tático Investigativo (G.A.T.I.).
Qual o nome do personagem? 

Derick Lummier Saint Clair.

Quando e onde ele nasceu e cresceu? 

Derick nasceu em 3 de julho de 1980.

Derick é natura da cidade de Richmond, capital do estado da Virgínia (EUA).

Derick viveu com seu pai (Brendow Phillip Saint Clair), a sua madrasta (Arlley Rachel Wendy) e a sua irmã mais nova (Jessy Wendy Saint Clair) em Richmond até um ano após o término do colegial (2000), quando conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Desde novo ele detinha aptidões sensoriais inatas que o destacavam diante dos demais, como uma espécie de garoto prodígio, embora fosse indisciplinado e inquieto.

Ele conheceu seus pais? Como foi sua infância? 

Sim, Derick conheceu os seus pais.

Derick tem saudades de uma infância a qual a sua mãe, Juddie Lummier Saint Clair, fazia parte. Alguém com quem ele conviveu mais tempo, o acompanhando em diversas atividades escolares, treinos e jogos de basebol pela liga interescolar infantil, e outras atividades mais.

Brendow Saint Clair, o pai, na época trabalhava como agente negociador jurista de uma grande corretora imobiliária, e passava mais tempo fora de casa em viagens interestaduais. Derick só não sentia mais falta do pai, pois, a sua mãe sempre se mostrou alguém muito presente e habilidosa para contornar situações calamitosas na relação familiar. Uma mulher que realizava suas atividades de senhora do lar com perfeição, dedicada integralmente a família.

Juddie Lummier morreu em um acidente automobilístico em 5 de julho de 1994, quando Derick havia completado 14 anos de idade. Exatamente, dois dias após o aniversário do filho, quando ela fazia uma curta viagem à cidade vizinha a qual residiam (Norfolk), para se certificar de uma impressão quanto a uma segunda gravidez, e foi fechada abruptamente por um motorista de caminhão visivelmente alterado que prestava serviço para a empresa farmacêutica Magadon Inc., que a lançou para a pista de mão oposta, e, que consequentemente, a fez colidir fatalmente de frente com uma caminhonete menor.

Após a morte de Juddie, Derick foi morar uns tempos na casa de uma tia por parte de mãe (Velma Ottun Lummier) na cidade de Norfolk. Nesse período, por aconselhamento da cunhada, o pai pagou para o filho tratamento psicológico, pois, o filho estava sofrendo em demasia com a ausência da mãe.

Em meadas do ano de 1996, o pai deixou a empresa em que trabalhava para juntamente com mais dois amigos de faculdade (Simon e Phillip) abrir um negócio próprio, um escritório de terceirização de rotinas administrativas e mão de obra, a Saint Clair & Associates Outsourcing. Com isso sessaram as rotinas de viagens, e, assim, Brendow pôde ficar mais tempo em casa, dedicar-se a seu filho. Porém, essa relação familiar estava fragilizada com o discorrer de anos de aparente negligência do papel paterno, sobretudo, com as intrigas familiares surgidas de que o pai havia aceitado uma proposta rentável de trabalho em parceria com uma subsidiária da Magadon, somente para não leva-la a júri popular.

Juddie Lummier Saint Clair.
Mãe de Derick. Falecida em um acidente
automobilístico em 1994, que a família
Lummier até hoje desconhece a postura
apática que Brendow, o esposo, tomou
em relação a corporação Magadon Inc,
a principal culpada.
Em junho de 1996, Bredow se casou novamente com Arlley Rachel Wendy, uma mulher bem mais jovem, cliente de seu escritório, dona de uma considerável herança herdada de seu falecido ex-marido, e, que de tanto se frustrar em se aproximar de Derick, preferiu deixa-lo de lado em seu mundinho de descobertas e conturbações adolescentes.

Com o nascimento de Jessy Wendy Saint Clair (22 de agosto de 1997), Derick se permitiu repensar algumas ponderações de sua vida, principalmente, a questão do pai e da madrasta em sua vida, e, a nova vida em família que lhe pedia passagem.

Os pais deles ainda estão vivos?

A mãe, Juddie Lummier Saint Clair, é falecida.
O pai, Brendow Saint Clair, é vivo.

Se sim, como e onde eles vivem? 

O pai de Derick vive em Richmond (Virgínia), e segue a vida trabalhando com o mesmo ritmo de sua juventude, acordando às 5:40 da manhã e indo se deitar às 01:00, cumprindo religiosamente o seu expediente semanal como presidente na empresa que ajudou a fundar, a Saint Clair & Associates Outsourcing. Hoje o trabalho na vida desse empreendedor se limita a dez horas diárias, e não mais que isso, pois, as demais horas estão dispostas para atividades que atribuem mais sabor e bem estar a sua vida, sobretudo, a família. Embora, ele compreenda a responsabilidade sobre os ombros de uma empresa de médio porte que em pouco mais de dez anos passou de um faturamento de alguns mil dólares para milhões, assim, como também, o número de chefes de família que creditaram fé ao sonho dele e dos outros dois sócios, ele não quer nunca mais em sua vida ter que reviver o funesto constrangimento, de ter o dedo apontado em seu nariz por algum filho seu, o acusando de ser um pai ausente, negligente aos anseios da família e demagogo por discursar ter apreço desmedido a família perante as reuniões com os seus colaboradores e fornecedores.

Brendow Saint Clair se divorciou de Arlley Rachel em dezembro de 2007, quando tomou conhecimento de uma fatídica traição com um de seus clientes parceiros de negócio, além do fato de que a relação do casal já se encontrava demasiadamente desgastada, embora, ele nunca tivesse a coragem de trair a companheira, não esperava o empresário bem sucedido receber esse tipo de apunhalada da parte dela.

Como nunca havia se desfeito da casa em que viveu com a sua primeira esposa (Juddie), Bredoww acabou retornando para ela, embora fosse grande para um homem solteiro. No entanto, quando Jessy completou dezesseis anos, ela foi morar com o pai, farta do ego e dos desiquilíbrios mentais da mãe.

Brendow Phillip Saint Clair.
Pai de Derick. Vive em Richmond (Virgínia)
na companhia da meia irmã, Jessy.
Presidente da empresa Saint Clair &
Associates Outsourcing. Não goza
de uma boa relação com o
 filho, por
indisposição do último
 (ego e orgulho).
Atualmente, Brendow vive um relacionamento sério com uma parceira de negócios, e, ambos estão crédulos de que isso possa se concretizar em um novo casamento, pois, o sentimento de constituir uma nova família é intrínseco aos dois.

A relação do pai com o primogênito é conturbada no sentido de que Brendow já tentou por diversas vezes recrutar Derick para trabalhar na empresa e a se inteirar do negócio da família, mas, ele é arredio e orgulhoso. Acredita que a atitude do pai é uma ação que o inferioriza diante dos demais, que o torna um ser subjugado e inapto a sobreviver nesse mundo sem que os outros sintam pena dele, por conta de sua deficiência.

Bredow tem grande estima por Marianna Sandiego, a ex-esposa de Derick, e, ainda mais pela neta Maria Júlia, a quem se responsabiliza pelo pagamento de despesas que o filho não pode arcar no momento.

Ele tem irmãos ou irmãs? Sabe onde eles estão e o que estão fazendo?

Sim. Jessy Wendy Saint Clair, filha do segundo casamento de seu pai com Arlley Rachel Wendy.

Quando Derick saiu de casa para estudar e trabalhar em Los Angeles, Jessy era muito nova. Passado anos, o que lhes foi possível nesse interim foram alguns encontros em família para comemorações típicas como dia de ação de graça, aniversário do pai e natal. Assim mesmo, houve um tempo em que Derick se isolou completamente da família quando foi servir ao exército.

Jessy vive com o pai em Richmond (Virgínia). E, embora ela tenha uma relação melhor que Derick com Brendow, ao ponto de ter interesse em assumir um cargo dentro da empresa e buscar conhecimentos para tal, como o de também conquistar uma bolsa de estudo em Universidades com alto conceito em negócios, contabilidade, e economia, ela sente que o irmão, ainda é tido pelo pai em alta estima e conceito, mesmo sendo este último, um filho apático, problemático e distante. Ela costuma não demonstrar, mas por vezes, já deixou explicito que sente ciúmes desse sentimento do pai para com o meio irmão, que mesmo distante consegue provocar discursões acaloradas entre ela e Brendow.

Jessy, ao contrário de Derick, gosta de ostentar o que tem e o que pode fazer, e, nesse aspecto ela puxou algo que lembra a sua mãe, Arlley, porém, com menos pompa e arrogância. Ela por vez e até por característica da fase – juventude -, é demasiadamente autentica, ousada, temerária, cheia de atitude e sem travas na língua. O que geralmente, faz com que ela costume constranger pessoas que estão a sua volta sem se dar conta disso, e, rara são às vezes em que ela se dispõe a se desculpar por qualquer coisa (ainda que esteja errada), pois para ela não existem meias verdades a serem proferidas se a verdade não puder ser dita, ou algo que a incomode pouco, e, que por si só, já é suficiente para desagrada-la e alterar o seu ânimo. 

Ele teve amigos em sua juventude? 

Sim.

Juliar Le Ménneus Dacoss, um francês excêntrico, bem humorado, com quem Derick dividiu o quarto nos tempos áureos de universidade, e, que lhe fez experimentar outras drogas ilícitas além da maconha, como a cocaína e alguns tipos de metanfetaminas. Hoje, ele trabalha em um dos escritórios do consulado francês em alguma parte do continente americano.

Ívia Johannsen McLennth, uma ex-namorada de Derick do tempo de colegial, ex-militante ativa do Greenpeace e outras entidades não governamentais, que agora é secretária de um deputado do partido republicano pelo estado da Virgínia. Casada e com uma vida familiar estável, os dois, com alguma oportunidade de se reencontrarem não deixam de transarem sem qualquer tipo de compromisso ou envolvimento emocional.

(CONTINUA)

Ele é casado, noivo ou perdeu alguém que amou? Como isso aconteceu?

Ele foi casado com Marianna Sandiego por cerca de três anos.

Mariana Sandiego.
Ex-Esposa de Derick, e mãe de Maria
Júlia, fruto dessa relação repleta de altos
e baixos, com ainda algum resquício de
sentimento de ambas as partes. Policial
em Richmond (Virgínia).
Derick e Marianna se conheceram no final do ano de 2006 em um voo doméstico de Washington DC para Richmond (Virgínia). Ele estava retornando de um desgastante processo de baixa do serviço militar, pois havia sido dispensado em função da mutilação de seu braço direito quando em atividade no oriente médio. Ela, por sua vez, retornava da capital após uma emérita especialização em criminologia. Ele se sentiu atraído por ela, e, não tardou em puxar assunto com conterrânea, e, aparentemente essa atração se mostrou recíproca ao longo da conversa.

Do início ao meio do ano de 2008, uma série de encontros e desencontros entre os dois se deu, porém, nada muito sério, apenas casualidades descompromissadas. Derick havia retornado a Mariana Sandiego Richmond no intuito de retomar os laços familiares com a família, sobretudo, com o pai e a meia irmã, buscar um lugar em meio a sociedade além de um párea alcunhado funestamente por alguns como “coitado inválido portador de deficiência”, e, de longe, cogitava ele em se envolver em um relacionamento sério. No entanto, em maio deste mesmo ano foi Marianna que saturada dessa forma de se relacionar, sobretudo, por já se sentir demasiadamente envolvida, deu um basta, chamando-o para a fidelização de um namoro ou um fim definitivo.

Derick sabia que Marianna era uma garota de princípios morais, de boa família, inteligente, bem humorada, atraente e que dificilmente encontraria outra tão afim dele, porém, essa intimação por parte dela mexeu profundamente em seu íntimo, pois, ele ainda queria ser o descompromissado, sobretudo, tendo por perto mulheres como a sua antiga paquera de colegial, Ívia McLennth. Ele pediu um tempo a Marianna, o que para ela foi algo quase indigesto, mas que no fim ela aceitou, sobre outros pretextos alegados por ele.

Os dois começaram a namorar em julho de 2008. Com muito custo, noivaram em fevereiro de 2009, e, em 23 de dezembro deste mesmo ano, Derick e Marianna se casaram as pressas, pois, a gravidez de Maria Júlia Sandiego Saint Clair veio antes do previsto, e houve uma comoção de ambas as partes da família para que o mesmo se desse antes do nascimento da criança, pois, a gestação já se encontrava na décima segunda semana.

Entretanto, a vida de casado se mostrou a Derick como uma arriscada aventura bem além daquelas experimentadas do outro lado do atlântico enquanto servia ao exército americano no oriente médio, ou que pudesse imaginar. Por vezes, ela esbravejou “divórcio” em seu ouvido, e chorou lamentações das quais ele não compreendia o sentido, mas coube a ele ser paciente, e ponderar alguns aconselhamentos oriundos de seu pai, de sua tia Velma, do seu cunhado João Mário, e da tia-mãe de sua esposa, Maria Sandiego.

Maria Júlia Sandiego Saint Clair.
Filha de Derick com Marianna Sandiego.
Vive em Richmond (Virgínia) com a mãe,
recebe assistência financeira da parte do
pai, mas é assistida com maior
relevância por Brendow
Com o nascimento da filha Maria Júlia em 18 de julho de 2010, o casamento de Derick e Marianna ganhou outro sentido, e a vida em matrimônio seguiu feliz durante um período de pouco mais de dois anos. Pois, não tardou para que mais uma vez, a natureza autista e o comportamento confidente de Derick fossem colocados a prova pela esposa, em situações de extremo desgaste da relação.

No início do ano de 2012, Marianna pediu o divórcio. Nesse momento, quem não queria mais abdicar da relação era Derick, ainda que vivendo em paralelo ao seu matrimônio, algumas aventuras extraconjugais. Ele achou por bem conceber a sua esposa um momento de reflexão, e, para isso, saiu de casa como medida cautelar, e, se mudou para a residência do pai. Todavia, Marianna estava decidida e apoiada por seus familiares, sobretudo, com a descoberta das infidelidades do marido. 

Ele tem filhos? Se tem, como eles são? Diga também se os filhos estão com ele ou estão distantes.

Maria Júlia Sandiego Saint Clair vive com a mãe Marianna Sandiego na cidade de Richmond (Virgínia).

Derick, embora distante e quase sempre atolado em problemas, se esforça ao máximo para não deixar de cumprir com o seu papel de pai, e, enviar parte de seu ordenado para ajudar nas despesas da criação da filha por parte de sua ex-esposa.

Quando há atraso na pensão, Marianna também não tem com o que se preocupar, pois, o avô - Brendow Saint Clair -, é uma figura carismática e muito presente na vida das duas, prestando uma assistência financeira mais do que suficiente, embora ela muitas das vezes não concorde e não seja adepta a prática. Uma atitude que a ex-esposa e a tia acreditam que seja uma espécie de reparação a criação do deturpada do filho.

Como foi a adolescência e a juventude do personagem? 

A morte da mãe, Juddie Lummier Saint Clair, foi algo com o qual Derick levou algum tempo para superar totalmente, ainda que tenha tido ele passado por algumas sessões de tratamento psicológico e muitos aconselhamentos por parte da família, principalmente, do lado materno, uma vez que, a sua mãe era dentro do lar a sua grande referência para família, e um evidente porto seguro. A ausência do pai também foi um fator colaborativo para que ele se tornasse alguém mais evasivo, agressivo, recluso, rebelde, apático e solitário. Por fim, o trágico acidente com a mãe e a ausência da figura paterna foram algo que pesaram favoravelmente para o desvio de conduto disciplinar dele enquanto acadêmico, que consequentemente lhe rendeu a reprovação de um ano escolar.

Velma Ottun Lummier.
Tia de Derick por parte de mãe. Muito além
de uma companheira e amiga na superação
da tragédia que extirpou abruptamente
Juddie da vida de ambos, uma paixão
secreta e comprometedora entre ambos
se estabeleceu.
Uma das pessoas que conseguiu com maior afabilidade (compreensão) se aproximar e melhor orientar Derick durante esse período conturbado de sua vida foi a sua tia Velma Ottun Lummier. Ela era uns sete anos mais nova que a irmã falecida, Juddie, e, treze anos mais velha que o sobrinho. Tinha todos os trejeitos que lembravam a mãe de Derick, além de um tato inato para lidar com tipos semelhantes ao garoto, pois, como professora do ensino médio em uma escola publica local, ela já havia enfrentado algumas situações bem delicadas e adversas. E, ela bem compreendia que o caso em particular exigira muito mais dela do que qualquer outro, pois, se tratava de um ente querido comum aos dois.

Derick conviveu com a tia na cidade de Norfolk (Virgínia), em um apartamento comprado pelos pais dela, para que as irmãs tivessem um mínimo de conforto longe da família (oriunda de Ohio), e, menos com o que se preocupar além dos trabalhos e estudos na capital desse estado que as abraçou.

E, nesse tempo em que conviveram debaixo do mesmo teto - ao término de um ano e meio -, Derick e Velma tonaram-se bem mais que companheiros, amigos e confidentes. Algo afetou profundamente a relação dos dois nesse interim, pois, para surpresa de ambos, o que começará como uma afinidade empática de superação mútua para uma tragédia familiar acabou por percorrer um caminho ainda mais atenuo entre a amizade e a paixão. No inicio, o afloramento do um sentimento proibido como este soou de maneira perturbadora no intimo de ambos, no mínimo a ser compelido avidamente afim de não gerar represarias da família e causar um transtorno ainda maior, entretanto, esse desconforto não perdurou tempo suficiente, e, logo foi aplacado pela necessidade latente de consumi-lo.

Velma e Derick secretamente se tornaram amantes. E, esse relacionamento que nunca envolveu qualquer sentimento de posse ou ciúme pelas próprias circunstancias que os envolviam, permitiu a ambos, seguirem suas vidas com outros parceiros, e, casualmente, reviverem o tórrido período dos dezesseis aos dezoito anos dele em que passavam mais tempos juntos.

Além do prazer do sexo (sobretudo, proibido), Derick conheceu por meio da tia outros mais além deste, tais como: o apreço pela bebida alcoólica, o cigarro e a maconha. Por meio de Velma soube segredos a respeito da mãe que jamais cogitaria, tais como amarguras a despeito do matrimônio e o consumo de maconha as escondidas de Brendow (pai), pois, nesse aspecto, o esposo fazia um tipo tradicionalista e careta quase insuportável, embora tenha o casal se conhecido em um festival de música do tipo Woodstock.

Como esta sendo adulto?

Embora Derick tivesse recuperado o apreço aos estudos após passar por um tumultuado período de sua vida que teve inicio com o trágico acidente de sua mãe, tal momento de sua vida se refletiu fatidicamente anos mais tarde, quando ele precisou além de uma boa atuação nas avaliações do SAT , um histórico escolar impecável e uma carta de recomendações para tentar angariar uma bolsa de estudos em uma conceituada Universidade do país. Como Derick também nunca gozou de uma aptidão inata para os desportos, tal como o pai fora um dia – um medalhista no remo em provas de regata por todas as instituições de ensino que passou -, ele precisou contar com a diplomacia e o talento dos mais próximos.

Arlley Rachel Wendy.
Segunda esposa de Brendow, mãe de Jessy.
Ela e Derick não tinham um relacionamento
agradável, no máximo toleravam-se, mas
algo em função da própria maneira de ser
dela, pois em geral, ela era materialista,
possessiva, insegura e ciumenta.
Arlley Rachel, a madrasta de Derick, conhecia algumas pessoas influentes no cenário politico local que poderiam auxiliar o enteado, e, assim, o fez por pleito do esposo e segurança a sua relação. Por mais que ela compreendesse a situação delicada do garoto, que por vezes incontáveis discutiram e foi indevidamente ofendida, ela não gostava da maneira como Brendow o tratava de forma tão protegida, ocultando as suas falhas, ainda que não tivesse o costume de fazê-lo próximo aos olhos do filho, e, outro ponto, sem sombra de dúvidas o mais perturbador desse matrimônio, era como a presença de Derick mantinham vivas as memorias da esposa falecida na mente de seu marido, algo que a deixava extremamente transtornada e enraivecida. Portanto, o interesse maior da madrasta era afastar o máximo possível os dois, e, eliminar por vez o fantasma da falecida que afligia a estabilidade de seu casamento.

Derick poderia ter optado em cursar o ensino superior por meio de uma instituição de ensino privada, no entanto, ele não queria ter esse tipo de dívida com o pai – alguém cuja ainda trazia muitas mágoas encerradas em seu peito, sobretudo, dos males causados a sua mãe confessadas por sua tia Velma -, que por diversas vezes cogitou em fazê-lo. E, Arlley também não queria que o marido assumisse tal responsabilidade financeira pelo enteado, uma vez que, ela tinha planos para a filha recém-nascida (Jessy), no qual tudo de melhor deveria ser atribuído primeiramente e exclusivamente para menina, por ser um fruto originário dessa relação.

Enquanto não era convocado por nenhuma universidade, Derick passava os seus dias trabalhando para o pai na empresa Saint Clair & Associates Outsourcing em Richmond (Virgínia), a fim de manter a mente ocupada e com esforço próprio, receber um salário digno, nem mais e nem menos por ser filho do dono.

Dentro da empresa Derick tomou conhecimento logo nos primeiros dias de trabalho – sem que inquirisse qualquer um dos colegas -, o quão o pai era quisto pela equipe, além de também conhecer o outro lado da história e a sua real profundidade: que o pai também sofreu muito com a morte da ex-esposa (Juddie).

Brendow viveu praticamente dois anos inserido dentro da empresa, trabalhando arduamente para ocupar a mente com serviço, e a certeza de que o filho jamais passaria qualquer tipo de dificuldade financeira, independente de quais rumos a vida dos dois tomasse dali em diante. Ele geralmente era o primeiro a chegar e o último a sair, isto é, quando ele de fato deixava as dependências da empresa, pois, durante muito tempo, antes dele conhecer Arlley Rachel, ele fez do seu escritório o seu quarto de dormir também. Antes do falecimento da esposa, ele tinha o costume de fumar de dois a quatro cigarros por dia, depois do ocorrido, ele não fumava menos de dez, vivia uma vida sedentária, relapso a saúde, e, a noite, bebia tranquilamente sozinho uma garrafa de whisky, além de sofrer com insônia. Nesse período ele não teve vida social, ele realmente se isolou feito uma ilha. Seu relacionamento com as pessoas se limitava exclusivamente a negócios, e nada mais. Com muito esforço, os dois outros sócios da empresa, Simon Thypson e Phillip Trevor, conseguiram fazer com que Brendow fizesse um tratamento psicológico, antes que o pior viesse a lhe ocorrer. E, somente com o desenvolvimento bem sucedido desse tratamento, o pai de Derick pode retomar o prazer de viver, ainda que isso se materializasse na vida do filho tardiamente.

Derick ao ouviu os relatos dos subordinados de seu pai sem que ele tomasse conhecimento, e, com o passar do tempo, também percebeu o quão o pai ainda nutria por sua mãe um sentimento primoroso e aparentemente inabalável – achando vários itens que denunciavam isso -, mesmo que já estabilizado em um relacionamento com Arlley. Isso foi algo que o surpreendeu muito, pois, até aquele momento, Derick trazia consigo outra imagem a respeito do pai. E, nesse sentido, ele teve que dar um crédito ao velho. E, foi justamente nesse momento, que ele conciliou a necessidade de retornar a morar com Brendow e a nova família, assim como, atender também a um pleito silencioso de Velma.

Embora, Derick e a madrasta não se dessem muito bem, o primogênito engoliu o seu orgulho, e, com muita paciência tentou vencer o preconceito e se aproximar de Arlley, em função das descobertas dele a despeito dos sentimentos do pai para com a mãe falecida, o quão havia sofrido em silêncio todo esse tempo, e, sobretudo, o esforço desmedido de Brendow para aproxima-lo da nova família, pois, ele agora tinha uma irmã (Jessy).

Nesse retorno a vida em família na capital, Derick acabou reencontrando uma ex-colega de colégio, Ivia Johannsen McLennth. Uma garota que conheceu aos quatorzes anos de idade e sempre nutriu por ele algo além da mera consideração de colegas de turma, pois, durante o pior momento de sua vida, ela foi uma das poucas pessoas que se atreveu a se aproximar dele (além de sua tia Velma), e o mais importante: o inquiriu desafiadoramente quanto a sua atitude depressiva, autodestrutiva, decepcionante e revoltante. A impertinência da garota foi crucial para que os dois estabelecessem um vinculo de amizade atemporal. Ela se sentiu atraída desde o inicio em que a amizade se tornou concreta, mas ele não.

Ivia Johannsen McLennth.
Ívia e Derick se conheceram no colegial, e a
partir dali desenvolveram uma grande
amizade, que futuramente culminaria em
uma paixão, cheia de altos e baixos,
pelo descompromisso dele com ela.
Entretanto, esse segundo encontro de Derick com Ívia McLennth proporcionou aos dois uma segunda oportunidade em termos de relacionamento afetivo. Pois, por mais que Derick se sentisse envolvido por Velma, ele já havia compreendido o quão instável era a relação dos dois, sujeita a desaprovações e uma causticante onda de problemas familiares, sobretudo, com os seus avós maternos. Porém, o envolvimento dele com a amiga de colégio foi incialmente motivado por uma peculiar atração sexual, ao contrário do que sentia por sua tia.

O namoro dos dois seguiu de maneira firme e coesa ao longo de um ano, contudo, passado esse tempo, Ívia passou a desconfiar de que Derick estivesse lhe traindo. E realmente estava, pois passado seis meses, ele havia voltado a se encontrar as escondidas com a tia, e, não somente com ela, mas, com outras mulheres (algumas destas, clientes da empresa e colegas de trabalho). Uma mescla de ciúmes e revolta tomou conta de Ìvia, pois, ela estava disposta a ir até o fim pelo êxito de sua relação, e a sua honra.

A tentativa de lutar pelo coração de Derick sessou totalmente quando Ívia McLennth descobriu o seu envolvimento com Velma. Aquilo realmente lhe soou como uma forte pancada que a desnorteou por dias, algo do qual estava muito além de suas forças e capacidades. E, nesse ponto, foi ela quem deu um basta na relação de mentiras fantasiada por ele, saindo extremamente magoada, incapaz, desiludida e ultrajada. Ela o amou de forma incondicional e estava disposta a se sacrificar pela felicidade dos dois, tendo que abdicar de diversos sonhos já imaginados.

Graças ao intermédio de Ívia McLennth  junto ao seu padrinho John Nathan McLennth – um delegado distrital e um conceituado homem de negócios da região -, Derick conseguiu ingressar no curso de direito da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Algo, que nem a ex-namorado quis o mérito de tê-lo feito, concebendo essa graça diretamente a madrasta, Arlley Rachel.

(CONTINUA) 

Como ele aprendeu o que ele faz hoje e a ser o que ele é? 

Derick aprendeu a tomar gosto pela investigação ainda quando servia ao exército americano no Oriente Médio, pois, devido a sua aptidão intuitiva, logo ele foi designado para operar em uma atividade que não era muito atrativa para os demais soldados, mas que era de suma importância, sobretudo, estando ele em um território de paz fragilizada e instável, onde os conflitos estouravam de forma abrupta, e, por motivos muitas vezes duvidosos quanto a real origem.

Por vezes, Derick juntamente com o seu pelotão descobriram que alguns atentados explosivos que resultaram em dezenas de mortes de inocentes de um determinado grupo, eram na verdade, eventos provocados por homens de dentro destes  grupos interessados que a guerra seguisse entre facções rivais, pois, em algum ponto isso os favorecia.

O que o personagem faz atualmente para viver? e Por quê?

(a responder)

Qual o aspecto da aparência de seu personagem que é mais distintiva ou facilmente notada?

A beleza dos olhos claros, o sorriso cativante, e a parcialidade do braço direito, este último, somente com observação detalhada, pois, geralmente faz uso de uma bela prótese presenteada pelo amigo Juliar Méneus conseguida por meio do cônsul francês em 2009.

Quais são seus objetivos iniciais?

Mostrar aos seus superiores e colegas de equipe, que embora Ele tenha suas limitações físicas, nada o impede de trazer resultados positivos para o conjunto, pois, se dentre alguns selecionados, ele foi escolhido para compor uma equipe de profissionais como o G.A.T.I., algo de valoroso ele tem a oferecer;

Por que ele tenta fazer isso?

Após o seu acidente e superada a sua crise de baixa estima, Derick sempre buscou surpreender as pessoas a sua volta, isto é, apresentado a elas uma pessoa totalmente otimista, predisposta e independente, ávida para compreender as suas necessidades, e, assim lhes auxiliar da melhor maneira possível, longe do prejulgamento de incapaz, inválido ou peso morto. Portanto, o seu intuito dentro do grupo é se mostrar como alguém necessário.

O que ele vai fazer se conseguir?

Para demonstrar o quão ele pode ser valioso para o grupo, Derick tentará ao máximo compreender as carências e a natureza de cada um dos personagens envolvidos, e, desta forma, conquista-los com o seu carisma e o seu comportamento confidente, e, assim prover a lógica dos colegas de trabalho que não somente estão munidos de um alguém com uma brilhante intuição, mas também uma sensibilidade única de se fazer especial. 

E se falhar?

Ele se sentirá desnecessário ao grupo, por mais que seus talentos sejam requeridos, e, com isso compelido a abandoná-lo por não encontrar nele uma conexão real ou mesmo um sentimento agourento de desprezo e repúdio.

O que ele considera o maior obstáculo em seu sucesso?

O preconceito das pessoas, pois, ele compele fatidicamente qualquer sentimento que o subjugue a sua capacidade em função de sua deficiência.

O que ele faz para sobrepujar esses obstáculos?

Se esforçando ao máximo para demonstrar as pessoas que estão a sua volta, que embora ele não tenha um dos braços, ele ainda tem sobre o pescoço uma cabeça que articula muito bem as suas ações e lhe propicia sobreviver as adversidades do mundo com muita disposição.

Se ele pudesse mudar alguma coisa no mundo o que seria?

A forma preconceituosa como algumas pessoas lhe encara, ou ainda pior, cheias de pesar.

Se ele pudesse mudar alguma coisa em si mesmo o que seria?

  • A sua tolerância para com as pessoas que ficam a lhe atormentar com seus preconceitos e sentimentos de compaixão desnecessária, pois, embora ele tenha superado o sua nova realidade como portador de necessidades especiais, o sentimento de pena alheia jamais foi digerido com apreço; e,
  • O excesso de orgulho que traz encerrado em seu peito, e que muitas das vezes o coloca a vivenciar experiências demasiadamente amargas, tal como o seu divórcio e o afastamento de seu pai.


Quais são os medos e receios do personagem?

  • Se tornar aquilo que as pessoas preconceituosas tanto pensam erroneamente de si, um alguém digno de pena;
  • Incapaz de ser uma pessoa da qual a sua filha não possa se orgulhar no futuro;
  • De sua ex-esposa nunca mais o aceitar de volta para reestruturar a família que um dia eles foram; e,
  • Se tornar um câncer para a sociedade a qual jurou proteger.


Como convive na sua cidade atual?

(a responder)

Qual a atitude do personagem em relação ao mundo?

(a responder)

Qual a atitude dele em relação às outras pessoas?

(a responder)

Ele tem atitudes diferenciadas para certos grupos de pessoas?

(a responder)

Como ele passa suas horas vagas? Quando está vivendo como alguém comum. Ele 
consegue ser comum?

(a responder)

O que o personagem gosta de vestir?

(a responder)

O que o personagem mais gosta no que faz?

(a responder)

O que o personagem gosta de comer?

Costelas de porco assada e batatas grelhadas.
Adquiriu uma afinidade especial com a comida espanhola em função dos anos de convivência com a família Sandiego (de sua ex-esposa).

O personagem tem algum passatempo?

(a responder)

Tem algum animal de estimação? 

Derick gosta de cães, porém, morando em um pequeno apartamento no subúrbio de Los Angeles torna-se algo temporariamente incogitável.

No último aniversário de sua filha, Derick deu de presente para ela um filhote da raça Bulldog Francês, que coube ao pai dele entregar. Na ocasião, ele não compareceu a festividade em família, pois, estava internado em uma clinica de reabilitação terminando em segredo um tratamento para dependentes químicos. 

Que tipo de companhia o personagem prefere?

De sua ex-esposa e de sua filha, mas como temporariamente não isto não é algo possível, ele não descarta a companhia de belas mulheres, descompromissadas e em busca de prazer passageiro.

Ele tem algum sonho?

Derick sonha em retomar o casamento com Marianna Sandiego, na companhia de sua filha Maria Júlia, e, consequentemente, a sua feliz vida em família da qual abdicou por seus atos inconsequentes, negligentes e tolos.

Ele tem alguma obsessão?

(a responder)

O personagem fez algum voto ou juramento que não pode quebrar?

(a responder)

Existe alguma coisa que o personagem deixou para trás em sua vida?

(a responder)

E o seu presente! Como anda seu presente? 

(a responder)

O que o personagem pensa a respeito de seu passado? Gosta ou não de falar dele?

(a responder)

O personagem tem religião? Qual? 

Derick não tem uma religião consolidada.

Caso tenha religião ou não, o que levou o personagem a optar por esse tipo de orientação religiosa?

Ele acredita em uma força superior, mas possui um crédulo independente de religião. Derick gosta da perspectiva Budista de encarar a vida, mas não acredita no desprendimento total das coisas como é pregado, assim como vê a beleza em alguns ensinamentos cristãos, mas não vê na maioria dos crentes uma postura convincente. Embora, ele tenha nascido em um berço de família protestante, e, ter convivido ao longo de seu casamento com uma doutrina catolicista, ele não conseguiu enxergar a sua vida por essa ótica.

Ele prefere viver em cidades ou em lugares selvagens?

Derick tem uma experiência de vida em meio a situação de conflito no Oriente Médio enquanto soldado, que mesmo se tivesse condições de retornar para a sua antiga função não o faria, justamente por ser uma vida mais precária, tensa e distante do convívio social.

Como ele chegou na cidade de Los Angeles? Se ja era morador da cidade. Descreva isso.

(a responder)

CRONOLOGIA DOS FATOS
Datas Relevantes

03/07/1980: Nascimento de Derick.
05/07/1994: Morre Juddie Lummier Saint Clair (mãe).
22/06/1996: Casamento de Brendow (pai) com Arlley Rachel.
22/08/1997: Nascimento de Jessy Wendy Saint Clair (meia irmã).
10/12/1999: Término do colegial (high school).
01/02/2001: Ingressa na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
30/05/2003: Derick desiste do curso de direito (estando ele no 5.º período), e abandona a universidade.
01/08/2003: Derick ingressa no exército (início da carreira militar).
20/05/2006: Acidente gravíssimo que lhe amputa o braço esquerdo.
13/12/2006: Baixa do serviço militar.
14/12/2006: onhece Marianna Sandiego (ex-esposa).
12/12/2007: Brendow Saint Clair (pai) se divorcia de Arlley Rachel (madrasta).
23/12/2009: Casamento com Marianna Sandiego (ex-esposa).
18/07/2010: Nascimento de Maria Júlia Sandiego Saint Clair (filha com Marianna).
02/02/2012: Marianna Sandiego (ex-esposa) pede o divórcio.