“A quem caminhe por uma floresta e somente consiga ver lenhas”.
- Jack London, O Chamado da Floresta.
Ao longo do filme Piratas do Vale do Silício nos deparamos com inúmeros erros fatais para o êxito e perpetuidade de uma organização ou pessoa, porém, o mais importante são as oportunidades visualizadas e aproveitadas por aqueles que almejam o sucesso por meio do esforço próprio e de uma idéia “original”. Um caminho percorrido por Bill Gates a frente da Microsoft, e por Steve Jobs a frente da Apple, sobre colossos multinacionais do mercado de tecnologia como a HP, a IBM e a XEROX.
A Hewlett-Packard indagou a jovem Apple: “O que as pessoas comuns vão querer com um computador?”. Essa falta de visão a longo prazo não permitiu a HP vislumbrar a vantagem de um mercado que se desdobrava nitidamente ao compasso do tempo, uma era onde em cada casa de classe média haveria pelo menos uma máquina, e onde cada departamento de uma micro empresa pudesse haver uma estação conectada a outras inúmeras espalhadas pelo mundo. A visão que tornou-se fato.
A International Business Machines (IBM) também falhou ao perceber a visão de um novo mundo. Seu paradigma: “O lucro esta no hardware e não no software”, fez com que adquirisse da “inofensiva” e jovem Microsoft, por uma pequena fortuna, um caseiro sistema operacional que nem de autoria desta última era As licenças para utilizações de softwares rendem fortunas a Microsoft, e a tantas outras empresas desse mercado.
De mãos beijadas a Apple adquiriu da XEROX a tecnologia de um sistema operacional de ambiente gráfico, acreditando ela estar se desfazendo de algo que não possuía nenhum tipo de credibilidade no mercado. Essa tecnologia revolucionou de tal forma o campo da micro-informática, que hoje os principais sistemas operacionais operam nesse tipo de plataforma, por se tratar de algo mais prático e visualmente agradável, tanto para analistas de sistemas, programadores, quanto para usuários finais. Ficou claro que a XEROX não visualizou credibilidade em um dispositivo denominado “mouse”, simplesmente pelo nome ter assassinado a engenhosa idéia, o mínimo dos erros; e que as copiadoras – definido como o negócio da empresa naquele momento -, seriam minas de ouro inesgotáveis e mais interessantes a serem exploradas, o maior dos erros.
A inteligente por si só não basta. Pois, mais do que ter uma idéia inovadora, é convencer aos outros de que ela o é. E essa transmissão de confiança ao público-alvo somente foi possível pela Microsoft e a Apple, expressa respectivamente nas pessoas de Bill Gates e Steve Jobs, por meio da crença em uma idéia (uma visão) e de uma boa performance calcada em um conjunto de fatores, tais como: aparência, convicção, persuasão e oratória.
Erros como a falta de atenção para com o ambiente, possíveis concorrentes, tendências do mercado, são mortais para qualquer um que busque o sucesso, mas nada supera o fato de ignorar a constante da inovação, a premissa na qual as pessoas ou organizações não devem se ater a comemoração de objetivos alcançados, mas na busca continua de novos desafios (ou objetivos) a superar. Pois, a diferença esta na eficiência, na qualidade, na rapidez de resposta aos anseios do ambiente, e principalmente, na forma de enxergar. Esse último ponto é muito bem colocado por Bill Gates na frase: “Nós precisamos descobrir o que ele não sabe que precisa, mas precisa, aí mostrar e garantir a ele que só nós iremos dar a resposta”.