Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

terça-feira, 18 de junho de 2013

RPG: Aventuras em Yrth - Bodas de Arcádia - Busca pelo Presente Especial

Os Al-Lacnour, os demônios e as fadas.

Os Al-Lacnour são uma poderosa tribo do reino de Al-Wazif. Tendo em sua base ilustres guerreiros e habilidosos mercadores, assim como também, respeitáveis magos que já prestaram serviços militares ao Califa, dentre os membros mais honoráveis, destaca-se o ulemá Sumei Al-Lacnour.

As terras da tribo são conhecidas por possuírem diversas reservas minerais, de onde são extraídos minério de ferro e outras pedras preciosas. Contudo, a evidência para a fonte de renda desta família é sem sombra de dúvidas a sua capacidade de negociar, sobretudo, especiarias - Produtos estes, que são cultivados em abundância nas vastas e férteis terras que se estendem da cidade de Shaniyabad até as proximidades da costa litorânea.

Certa vez, em uma tarde de outono, enquanto os escravos e demais trabalhadores das minas escavavam uma distinta região da propriedade, eles foram surpreendidos ao se depararem com uma câmara oculta onde aparentemente jazia uma fera semi-humana sobre uma elevação rochosa estranhamente ornamentada que mais se assemelhava a um altar. Logo, fizeram por comunicar aos senhores da terra que tomaram medidas drásticas quanto à criatura que não estava morta, mas adormecida. Uma vez acordada com toda aquela confusão que se fez a sua volta, a criatura se viu na obrigação de confrontar os invasores de seu recinto, no entanto, a mesma foi severamente açoitada e subjugada pelo poderio da tribo.

Ilustração por Jerad S Marantz
Sagraff, o demônio Interior,
aprisionado pela família Al-Lacnour,
que pela vida, rendeu aos seus captores
o um raro conhecimento
a respeito das Fadas Perdidas.
A criatura cujo nome era Sagraff foi feita prisioneira da família Al-Lacnour, e durante o seu cativeiro ela foi duramente castigada. Tamanha foi a sua tortura que a mesma relatou sobre diversas coisas as quais tinha conhecimento de modo que pudesse ser liberta daquilo. Ela expôs desde a natureza de sua espécie, costumes, habitat a demais assuntos relacionados ao ocultismo. Contudo, o que mais chamou a atenção dos mais velhos foi saber sobre a existência de fadas, do poder que somente poderia ser encontrado nessas criaturas, de um ritual capaz de absorver está força vital que emana delas, de como as reconhecer, e, sobretudo, localizar as chamadas Fadas Perdidas.

A princípio, a família achou aquilo tudo mencionado a despeito das Fadas por Sagraff, como algo descabido, pois, em tantos anos nunca se havia tomado conhecimento da existência de fato de tais criaturas, senão, lendas e rumores desencontrados. Todavia, preferiram manter aquele demônio enclausurado até que o mesmo conseguisse provar que havia verdade em suas palavras. Assim, longos e penosos foram os dias daquela besta mantida cativa no calabouço de um palacete dos Al-Lacnour, que por muitas vez enlouqueceu com distinta fome e opressão.

Para Sagraff o dia de sua possível liberdade parecia chegar toda vez que uma criança era localizada segundo as condições mencionadas por ele como sinais claros de uma Fada Perdida:

Um órfão de estranha/radiante beleza, cujos progenitores estavam falecidos, e que a morte destes últimos tenha acontecido no nascimento desta – momento de transição da alma de um corpo velho para um novo, como em uma espécie de renascimento.


Toda vez que alguém da família trazia uma criatura para o demônio, por mais que ele almejasse que fosse uma Fada Perdida, aquele dia Sagraff tinha pelo menos uma certeza: a de que não dormiria com apetite, uma vez que ele se aproveitava daquele momento para se alimentar da alma daqueles inocentes. Assim, muitos foram os que padeceram sobre as garras daquela besta, e que por ventura trouxeram também uma má reputação para os Al-Lacnour dentre os clãs da região, mas nada que abalasse a sua relação junto ao Califa.

Passado cerca de dois anos, em meio a muitas buscas, houve uma jovem humana que de fato trazia dentro de si a alma de uma Fada Perdida, e o demônio tendo percebido isso tentou ser mais esperto que os seus algozes. No entanto, os Al-Lacnour haviam intuído o que Sagraff tramará as escondidas, e antes que ele pudesse concluir o seu plano de traição, algo o atingiu fatalmente na cabeça. Por infelicidade do destino a besta somente fez por despertar a fada, e tardiamente eles agiram, o que custou a vida de alguns irmãos de sangue antes que a criatura fosse destruída em um fervoroso combate.

Os sobreviventes ficaram pasmos, e ao mesmo tempo, admirados com tudo aquilo, pois, em anos de perscrutação, agora eles tinham a certeza que tais seres existiam na natureza de Ytarria, e que deveriam buscar por eles, pois, reconheciam que ali havia uma fonte de poder inimaginável. Entretanto, sabiam que agora, mais do que nunca, teriam que conhecer o ritual para drenar a essência de uma fada, e assim evitar a fatalidade da experiência passada.

Transcorrido este episódio, por muitos anos depois uma parte da família seguiu em busca daqueles que seriam possíveis eleitos a trazerem em seu corpo a alma de alguma Fada Perdida, porém, foram ações infrutíferas. Todos os capturados, sem nenhuma exceção, não passaram no ritual que permitia conhecer se tratava de uma Fada. Em contrapartida, houve um grupo que ficou responsável por esquadrinhar o conhecimento do ritual completo que tratava da absorção do poder de uma Fada, este por sinal, obteve mais êxito, mesmo que a um alto custo, tendo que negociar com outros demônios, seres inferiores, semi-humanos, e, também alguns magos de Mégalos.

Durante o aprendizado do ritual completo do dreno de poder das Fadas, os Al-Lacnour foram alertados quanto a dois males: o vício e a loucura. Primeiramente, o poder é viciante e sempre requer mais, sendo assim, quem beber desta fonte sempre terá mais sede dela. Segundo, quando o operador está drenando a essência do poder de uma Fada, ele está absorvendo para si a alma de uma criatura, portanto, isso implica que ele estará trazendo para dentro de seu corpo mais alguém, e passado algum tempo - cedo ou tarde -, esse outro irá se manifestar, e quando isso incidir, é certeza que internamente haverá conflitos. Uma batalha a ser travada em planos astrais e que decidirá aquele que liderará o corpo, e quem de fato estará dominado, e consequentemente, fadado ao esquecimento. Esse período é marcado pela instabilidade de emoções, confusões e crises de personalidade na mente do operador.


Os Al-Lacnour e os Dardânios

Ilustração por Shardanas
Saluth Al-Lacnour, Mercador de Al-Wazif,
encantado pela beleza de Sophia Dardânio,
acreditou haver nela uma essência de fada,
uma Fada Perdida.
Saluth, pai de Saphimir, era um mercador de especiarias muito conhecido na região de Shaniyabad, e tomou conhecimento de Eduardo Dardânio quando o mesmo o procurou em seus domínios para negociar produtos de sua terra. Dardânio havia vindo em uma caravana de mercadores oriundos do reino de Caithness, que costumava fazer esse trajeto pelo menos quatro vezes ao ano, a fim de abastecer os mercados deste reino, e também levar para o mercado de sua origem produtos de ótima qualidade e boa saída. Na ocasião, Saluth também conheceu Sophia Dardânio, a jovem e belíssima esposa de seu convidado – a mais bela mulher vinda de outros reinos que já vira pisar nas terras de sua família.

O mercador muçulmano ficou tão encantado com a jovem Sophia, que chegou a propor a Eduardo Dardânio uma inominável fortuna, algo como cinco camelos abarrotados de riquezas (ouro, joias e finos tecidos adornados), somente para ter aquela mulher em seu harém. Contudo, o comerciante de Caithness foi relutante, e não entendeu aquele gesto de Saluth como afronto a sua pessoa ou mesmo uma grosseria por parte de seu anfitrião, uma vez que ele compreendia muito bem o efeito que a sua esposa causava nos homens. O fato é que Dardânio a amava muito, e estava disposto a sacrificar a própria vida a ter que machuca-la com tamanha falta de hombridade.

Ilustração por Boris Vallejo.
Eduardo Dardãnio, Mercador de Caithness,,
embriagado e na cia dos Al-Lacnour,
cita como conheceu a sua bela esposa,
e alguns outros detalhes,
que realça a crença de que ela seja uma
Fada Perdida.
O mercador de Al-Wazif respeitou a decisão do jovem Eduardo Dardânio, contudo, aquela mulher de beleza rara havia atraído o seu coração de tal modo, que se se fosse da vontade de Alá, ele se sujeitaria a espera-la por mil sombrios invernos e a sobressair a fatais percalços da vida.

Dardânio retornou no ano seguinte com a caravana de comerciantes oriundo de Caithness, agora sob a liderança da mesma, e tendo ganhada a confiança de Saluth, o mesmo convidou a ele e a sua comitiva para repousarem em suas terras, e também, a cearem com a sua família em um festivo banquete de boas vindas.

Na ocasião, embriagado e tomado por uma grande alegria, o mercados de Caithness relatou com detalhe para seu amigo como encontrou Sophia... E à medida que Eduardo falava, Saluth percebia como era grande o sentimento de amor que os envolvia. Contudo, tudo mudou, ou ganhou um novo sentido, quando o narrador citou que a sua esposa era órfã de pai desde muito pequenina, e que sua avó paterna também era desconhecida, pois, havia falecido no dia da concepção do seu pai... Todas da família de Saluth que estavam a mesa e que tinham conhecimento sobre a história das Fadas Perdidas, e que por ventura conversavam qualquer outra coisa em paralelo, passaram a prestar maior atenção a história, e em um silêncio mutuo trocaram olhares confidentes.

Naquela noite, os Dardânios e demais membros da caravana foram se deitar mais cedo, embriagados por tanta bebida e abastados com a fartura de boa comida servida por seu anfitrião. Entretanto, para a família de Saluth as horas foram mais longas, cheias de pontos de interrogações, suspeitas e discussões acaloradas quanto a real natureza de Sophia. E tudo isso feito bem longe dos olhos e ouvidos de algum visitante indesejado.

Ilustração por Shardanas.
Abbadino Al-Lacnour,
Mestre em Artes Mágicas,
Conhecedor dos Ritos para
Descobrir a Natureza de uma Fada,
ao ouvir o relato do irmão sobre
a esposa do mercador de Caithness
também acreditou que podiam estar
diante de uma Fada Perdida, mas
desejava ter certeza indo ao
encalço dos mesmos no outro reino. 
Abbadino, um irmão de Saluth mestre nas artes mágicas e conhecedor dos rituais para descobrir se uma pessoa trazia a alma de uma Fada Perdida foi convocado, contudo, o mesmo não chegou a tempo da partida de Dardânio e a sua caravana. Porém, ouviu o relato de seu irmão quanto ao mencionado por Eduardo em relação a Sophia, o que não permitiu a eles muitas dúvidas sobre a natureza dela, havendo somente a necessidade de uma constatação.

Alguns meses depois a caravana de mercadores de Caithness retornou a Al-Wazif, contudo, Eduardo Dardânio não estava com eles, e, logo, Saluth e Abbadino ficaram sabendo que o mesmo não havia vindo em função de uma tragédia e também de um milagre que aconteceu na vida do comerciante: a morte de Sophia no momento em que a mesma deu a luz a sua única filha, Selga, Os Al-Lacnour prontamente trataram de organizar uma expedição ao reino de Caithness levando pêsames pelo óbito da esposa, e também presentes pelo nascimento da primogênita, e quem estava à frente da mesma era o irmão de Saluth, Abbadino, designado, sobretudo, com o interesse de averiguar a criança.

No fim, Saluth se sentiu abatido por uma grande tristeza e arrependido pelo que fez, e, sendo assim, não estava disposto a seguir com o plano pérfido que seu irmão havia traçado para sequestrar a filha de Dardânio - seu amigo de Caithness -, caso a mesma fosse de fato uma Fada Perdida. E, antes que Abbadino e seu grupo de sequestradores cruzassem as fronteiras retornando para o reino de Al-Wazif de posse da criança, o mesmo foi emboscado por um grupo ainda maior de assassinos contratados pelo irmão, cuja missão era devolver Selga ao seu lar, além de desaparecer com o seu irmão e seu bando, o que aparentemente conseguiram fazer com êxito. Entre os familiares o mercador de Al-Wazif semeou uma falsa história:

Ilustração por Jonathon Earl B.
Sophia Dardânio, uma Fada Perdida,
esposa do mercador Eduardo Dardânio,
perseguida pela família Al-Lacnour.
Na qual seu irmão teria chegado a Caithness e constatado que a criança não se tratava de uma Fada Perdida, e que em breve retornaria, pois, ele e os demais se sentiram perseguido ao percorrerem um caminho por dentro de Mégalos, algo em função do preconceito de alguns fanáticos cristãos que abominavam os seus modos, costumes e credos, contudo, antes que pudessem chegar ao reino, os mesmos foram emboscados e assassinados por vis bandoleiros, que chegaram até requerer uma quantia exorbitante como resgate, mas antes que algo pudesse ser feito, o temperamento explosivo e egocêntrico de Abbadino os condenou a morte.

Anos mais tarde Abbadino ressurgiu muito debilitado, cheio de cicatrizes - algumas profundas até a alma -, trajado em trapos, e com a ajuda de velhos companheiros de milícia, para se vingar de seu irmão e tomar dele tudo que era por direito, inclusive suas terras, esposas e filhos. Desmentindo a mentira que Saluth havia forjado tão bem entre os familiares e amigos próximos, e contada ao longo de aproximadamente hum ano, e que somente poderia ter um desfecho mortal, logicamente, para o mentiroso, que foi julgado e condenado pela corte do reino. 

Ilustração Autor Desconhecido.
Saphimir Al-Lacnour, O Arcano,
Filho de Saluth criado por Abbadino.
Aceitou o assassínio do pai
pelas mãos daquele que o criou.
Foi ele quem deu continuidade a criação de seus sobrinhos ainda muito pequenos, Saphimir e Adora, os doutrinando nas artes políticas, marciais e mágicas, inclusive, visto que o pai, Saluth, apesar de deter tal aptidão para magia sempre abdico do talento natural de manipulação das forças do universo, preocupando-se somente em lidar com o comércio e a politica. Apesar dos filhos nunca conhecerem ao certo o destino do pai, eles foram extremamente gratos à criação do tio que os acolheu como legítimos filhos e os fez homens preparados para a vida, e, que por tal motivo, nunca o questionaram por nada.

Passado cerca de vinte anos ou mais aproximadamente, e em seu leito de morte, Abbadino reuniu os seus sobrinhos e lhes falou sobre Eduardo Dardânio e a sua filha que viviam em Caithness, assim como também, lhes revelou sobre o que aconteceu de fato entre ele e Saluth, o pai deles. O tio havia sabido criar muito bem os sobrinhos, de tal modo, que eles compreenderam e aceitaram a condenação do progenitor como algo justo perante as leis de Alá, e, principalmente, justificado pela sua tolice, uma vez que estava em jogo algo muito mais importante para a família Al-Lacnour, que a amizade de um mercador oriundo de terras cristãs, que em suma, era encontrar uma Fada Perdida, e com isso fortalecer o poder da família.

Ilustração por.Eric Basaldua
Adora Al-Lacnour, A Feiticeira,
Também filha de Saluth criada pelo tio,
Abbadino Al-Lacnour.
Encarregada de auxiliar o irmão
em tudo, ainda no leito de morte do tio.
Antes de falecer o tio instruiu secretamente Saphimir no ritual que permitiria a ele despertar a Fada Perdida existente na filha de Dardânio, assim também como nos riscos que isso implicaria, e, sobretudo, na cerimônia que possibilitaria ao mesmo drenar o poder da criatura. Logo em seguida, convocou novamente Adora, sua sobrinha, e também aos seus servos mais proeminentes, para juntos se ajoelharem diante de seu sobrinho e jurarem lealdade, como novo senhor daquelas terras, dispondo suas espadas, poderes, conhecimentos e vidas.

A partir daquele momento, Saphimir, juntamente com Adora e Abdu Lu-Mogimir começaram a planejar de que forma iriam contatar o velho mercador de Caithness, e como fariam dele e sua filha reféns.

Os Al-Lacnour não tiveram muita dificuldade em descobrir por meio de outros comerciantes de Al-Wazif que Eduardo, ainda que com avançada idade, participava da caravana de mercadores vindas de Caithness, juntamente com o seu filho Olaff Dardânio. Ele os acompanhava, mais como uma espécie de conselheiro, e com bem menos frequência.

As duas famílias já não tratavam negócios em função de acontecimentos passados, visto que, o episódio do sequestro de Selga ainda pequena, estava muito vivo na mente do velho Dardânio, uma vez que o mesmo ocorreu momentos depois da partida de Abbadino e sua comitiva de sua residência para as terras muçulmanas, o que acabou gerando certa desconfiança e abalando de vez à relação de amizade entre as duas partes, mesmo, tendo Saluth cometido um grave crime perante as leis do Alcorão e de seus consanguíneos para trazer a criança de volta para junto de seus familiares, nada foi suficiente para reconstruir os laços, e trazer aquilo que havia se perdido fatalmente, a confiança.

Ilustração Autor Desconhecido.
Olaff Dardãnio, filho de Eduardo,
seguiu a vida de mercador de Caithness,
participando em diversas caravanas,
inclusive para os reinos muçulmanos.
Saphimir entrou em contato com o Olaff Dardânio, a fim de oferecer a ele uma oportunidade de bons negócios e de reconciliação entra as famílias. E foi aí que o sórdido negociante agiu, percebendo que a oferta parecia muito agradar o jovem Dardânio, pedindo que ele trouxesse de Caithness um valioso item ao qual presentearia a sua irmã, Adora, que em muito em breve se casaria (algo forjado) com um nobre local, no intuito de selar também alguns desentendimentos passados, e que devida a importância da missão, o próprio mercador de Al-Wazif forneceria uma guarda especial para assegurar a passagem deles.

Eduardo Dardânio, o patriarca, foi o único opositor a proposta do jovem Al-Lacnour, porém era algo motivado por seus ressentimentos. Contudo, ele foi persuadido, pelo filho e demais companheiros de caravana que aquela negociação seria importante para todos, sobretudo, para o comércio de Caithness, pois, a família de Saphimir era muito importante na região, e que eles já havia feito algumas sanções ao comércio entre os dois reinos, portanto, mágoas passadas não poderiam seguir impedindo o abrilhantamento de um próspero futuro.

No entanto, como um mau-presságio previsto pelo velho Dardânio - dias depois de firmado o acordo -, no meio do caminho de regresso as terras do reino de Al-Wazif, e estando eles munidos com o tal presente de casamento, a caravana foi abordada, saqueada, e somente os homens muçulmanos padeceram em batalha. Este infeliz incidente ocorrido ainda dentro dos limites de Caithness ofendeu a honra da família Al-Lacnour. Que acusaram os Dardânios e demais envolvidos de descomprometidos, e, ainda, cúmplices do preconceito vil e assassino dos cristãos para com os muçulmanos, e que tamanho afronto abalaria por vez as relações de comércio entre os dois reinos, e que algo do tipo, só poderia ser quitado com derramamento de sangue.

Temendo pelo pior, Eduardo Dardânio, organizou uma comitiva, incluindo a presença do grão-mestre da guilda de mercadores de Caithness, para se dirigir a Al-Wazif, e assim, negociarem o fim daquele terrível desentendimento. 

Os Al-Lacnour, juntamente com os familiares dos combatentes que foram assassinados nessa expedição, queriam a qualquer preço a cabeça de todos os envolvidos que foram capturados pela guarda do reino - inibindo qualquer tentativa de fuga -, quando Olaff e os demais chegaram às terras muçulmanas para tentarem se explicar do lamentável fato.

Ilustração Autor Desconhecido.
Eduardo Dardânio, implorou pela vida
do filho Olaff, e, aceitou as condições
impostas pelos Cadis de Al-Wazif, inclusive
o casamento de suas duas únicas filhas:
Selga e Nina com Saphimir.
Por fim, e em um gesto desesperado, Eduardo Dardânio se prostrou diante de Saphimir, pedindo clemência pela vida de todos os culpados, e que fizesse dele o único condenado por tal grosseria. Os senhores da lei – Cadis -, sobre influência dos Al-Lacnour, julgaram que haveria o perdão para todas as famílias de Caithness envolvidas, exceto a dos Dardânios, cujo preço foi o confisco de todos os seus bens, e, principalmente, como era Olaff o responsável pela caravana, o mesmo foi condenado ao apedrejamento até a morte em praça pública pelos familiares das vitimas. Outro ponto importantíssimo foi à entrega das duas filhas de Eduardo Dardãnio, e da esposa de Olaff para compor o harém do nobre.

Cathernine, a esposa de Olaff quando soube do julgamento e o que lhe iria acontecer foi tomada por uma grande aflição, e em desespero, cometeu suicídio, lançando-se de uma torre de guarda nas proximidades da cidade onde moravam.

Eduardo Dardânio implorou somente mais uma vez a Saphimir que tivesse consciência, e esperasse que sua filha mais nova, Nina Dardânio, completasse a maioridade, e, que assim que o fizesse, ele pessoalmente lhes entregaria em mãos suas duas filhas.

Saphimir Al-Lacnour demonstrou generosidade para com Eduardo Dardãnio, e aceitou o seu pedido, contudo, frisou que as duas jovens deveriam lhes ser entregue antes do raiar do dia em que Nina completasse a maioridade, o dia que fora programado para a realização de seu casamento, e que também foi denominado como a Celebração de Perdão as Feridas das Bodas de Adora.

A pouco mais de um mês da realização de seu tão aguardado casamento com as duas jovens filhas de Eduardo Dardânio, Saphimir designou um grupo formado por quatro dos seus mais fiéis e poderosos servos para assegurar a passagem de suas noivas de Caithness até Al-Wazif, dentre eles, Adora, sua irmã, e também, Abdu Lu-Mogimir, um grande e fiel amigo.

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