Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Existem perigos naturais mais traiçoeiros.

Instruções necessárias para sobressaírem aos desafios naturais.

Dia 13: 29/02/2111, sobre a regência de Peixes.

Disposto a não perder mais tempo, Dionísio Thirdway pediu que os mercenários pegassem o seu material de escalada para iniciarem o treinamento. Esses exercícios na companhia do instrutor seriam realizados em um paredão não muito distante da vila, um local que o Delvin já havia sido apresentado dias antes, e, tratava-se de uma parede natural com pouco mais de cinco metros com algumas imperfeições típicas.

O treinamento durou quase o dia inteiro, e eles subiram e desceram por incontáveis vezes aquele paredão até que Dionísio pudesse perceber quem deles seriam os mais aptos a seguirem a frente do grupo quando estivessem no desafio real das montanhas, pois, um dos locais pelos quais seguiriam era pelo menos dez vezes maior que essa parede de exercícios. Nesse caminho, tido como o menos provável de encontrarem Grimlocks, eles lidariam com o algo mais traiçoeiro, as correntes de vento, portanto, subir requeria muito cuidado em relação às condições do tempo e horário.

Marina e Marduk se mostraram despreparados em relação à escalada com o uso dos itens básicos dessa atividade, e por mais de uma vez penderam içados pelas cordas de segurança. Worean conseguiu se sair bem. E, Delvin, conseguiu superar a todos, inclusive as expectativas do próprio tutor, que não tinha dúvidas em relação a função deste, o halfling teria que ser para essa atividade a peça chave e o primeiro a seguir a frente preparando o caminho para demais, pois, Dionísio ficaria como retaguarda e apoio, caso algo desastroso ocorresse.

O último treinamento do dia, e, que Dionísio fez intercalado com o exercício de escalada era o de Sobrevivência nas Montanhas. Embora, caso somente um pudesse dar conta de todo o grupo, isto é, na busca de abrigo, segurança, alimento e outros, ele precisava ter certeza que todos os demais estariam aptos a dar conta do recado caso o mais preparado viesse a faltar, e, isso o incluía. O treinamento em sobrevivência se mostrou favorável a todos.

Ao término das atividades do dia era consenso de todos se dirigirem a uma taberna mais próxima para se alimentarem dignamente. Marduk e Worean também queriam beber, e, o primeiro estava afoito por copular, e ambos seguiram a frente do grupo, uma vez que, os demais preferiram antes de seguirem para taberna passarem primeiramente na hospedaria.

Dionísio indicou para Marduk e Worean a Taberna dos Lobos Bufões, conduzida por um humano, pois, nesse local encontrariam além de bebida, comida e música, o entretenimento feminino que desejavam, exceto de anãs, que foi rispidamente respondido pelo anfitrião anão sob a possibilidade de sofrerem represálias caso mencionassem isso diante de outros.

Ilustração por Daroz.
A Taberna Lobos Bufões na Vila de Baramphas, dentro do Reino Anão de Morriel, o único local que poderia ofertar aos viajantes além de comida e bebida, os prazeres lascivos da carne, na companhia de algumas mulheres.

Na taberna, os dois escolheram uma mesa que pudesse comportar os cinco, e, iniciaram a sua atividade de entretenimento a base da alcoolização. Tempos mais tarde, Dionísio, Delvin e Marina surgiram e se juntaram a mesa. O Halfling estava com tanta fome que gostaria de se servir com o que a casa tinha de mais generoso para lhes servirem, e, as gnomas que atendiam ao grupo, mencionaram uma iguaria chamada de A Moda dos Lobos Bufões...

Para os estrangeiros advindos de outros reinos, sobretudo, os humanos, é perceptível que em Zarak, as tabernas para não embromarem muito com nomes exóticos em suas principais refeições, elas simplesmente denominam o seu prato mais servido em comida de A Moda da Taberna ou Cidade, prático assim.

Enquanto a refeição não vinha, o grupo se servia de bebida para aumentar o apetite.

A taberna possuía um número moderado de fregueses naquela noite, a maioria destes, por sua vez, tratava-se de indivíduos da própria localidade, humanos, gnomos e anões. Uma trupe de bardos gnomos liderados por um humano tentavam executar sofrivelmente algumas melodias que pareciam estar em desarmonia com o ambiente desde a chegada do Bárbaro e o Espadachim, matadores de gigantes... Até que lhes foi possível encontrar uma nota adequada com a visão encantadora de Marina.

Delvin, muito atento ao ambiente, começou a observar o local e os seus frequentadores com a sua dissimulada atenção, ou seja, primeiro os perigos ou os promissores frutos externos, e em segundo, a aleatoriedade da conversa de seus companheiros. E, foi desta forma que o sagaz halfling percebeu algo de favorável para o grupo, ao ver em um animado grupo de comerciantes gnomos, que jogavam dados descontraidamente, mencionarem que haviam negociado equipamentos com os anões de Morriel que seriam favoráveis a escalada.

Como a refeição ainda não havia chegado, Delvin se levantou e pediu a Marduk atenção, pois, ele iria se aproximar da mesa dos gnomos.

Ilustração por Alphabethater.
Yoleuss, o gnomo comerciante que
Delvin negociou um item incomum
de escalada oriundo das profundezas
do Reino Anão de Morriel. Contudo,
o halfling não satisfeito com o preço
adquirido na barganha tentou intimida-lo,
o que resultou em um desgaste que
por muito pouco não liquidou todo
o negócio.
O halfling se aproximou da mesa para se certificar da amistosidade como seria recebido pelos gnomos, porém, antes mesmo de ser convidado a se sentar e jogar, ele percebeu que aquela mesa de jogos era desfavorável a sorte, pois, um dos membros estava trapaceando nas jogadas. No entanto, Delvin aceitou o convite de se assentar para negociar o tal equipamento do qual os gnomos havia mencionado minutos atrás, e, embora, eles parecessem desconfiados pela forma como foram abordados, eles aceitaram negociar. Yoleuss, o gnomo mais falante e que parecia ser o dono do item, chegou a um valor de seu interesse, e pediu que na manhã do dia seguinte o halfling estivesse na oficina com as moedas.

Delvin tentou melhorar ainda mais o preço negociado com Yoleuss, e para isso, ameaçou-o de informar aos seus companheiros de que ele estava trapaceando na mesa de jogos... O gnomo, por sua vez, em tom ameaçador rebateu aquele afrontamento com uma elevação do valor, a possibilidade do fim do negócio e outros perigos mais que ele e o seu grupo poderiam adquirir agindo daquela forma nessas terras.

As gnomas que atendiam a mesa do grupo ficaram de arranjar uma companhia adequada para atender o imundo bárbaro, uma vez que, nenhuma delas ou qualquer outra das meretrizes que trabalhavam no local, gostaria de fazê-lo, e, para isso só havia uma fêmea na cidade capaz de se sujeitar a tal atentado: Lesley, A Belezona.

Dionísio não tinha muito interesse em saber como a história iria correr depois dali para o grupo, sobretudo, as peripécias sexuais do bárbaro, portanto, ele comeu e bebeu o suficiente para logo em seguida deixa-los à vontade para aproveitarem o resto da noite.

Não tardou para que a afamada Lesley adentrasse o recinto da taberna fazendo com que alguns homens já murmurassem injurias a respeito da simples presença dela no mesmo ambiente, pois, além de Marina, as gnomas e algumas mulheres que estavam no local, nada poderia ser equiparado aquele tipo único de mulher... Ela até se assemelhava a uma mulher de corpo esbelto, porém, o seu rosto era algo pavoroso, uma criatura sem pai e nem mãe. O fato mais gritante é: se ela fosse uma orca, ou mesmo uma meia orca, já estaria morta, mas não era, para tristeza de muitos que ali estavam.

As gnomas acenaram para que Lesley se aproximasse da mesa onde estava o bárbaro que a desejava, e, ela imediatamente se sentou ao lado dele, e com um apetite voraz bebeu e comeu à custa de seu acompanhante. Assim como o bárbaro, a Lesley não demonstrava nenhum tipo de modos a mesa e fazia sem qualquer resquício de culpa, sobretudo, percebendo no semblante de Marduk que o mesmo se satisfazia desses trejeitos. Ela também exalava um odor muito peculiar.

Marduk apostou uma moeda de prata de que aquela mulher não seria suficientemente capaz de derruba-lo na cama. E, ela achou aquilo um afronto desmedido, sendo assim, a Belezona se predispôs a receber no mesmo leito a ele e mais os seus outros companheiros, pois, ela tinha fôlego o suficiente para arrebatar toda a raça de homens que haviam naquele lugar. 

Afoito e com sede de saber até onde iria o folego dessa mulher, o bárbaro não perdeu mais tempo puxou Lesley pelo braço com uma jarra de cerveja em mãos e a conduziu para um dos quartos.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Lesley, A Belezona, uma insaciável e
afamada meretriz que vive na Vila
de Baramphas, cuja aparência é um
tanto duvidosa, pois, embora possua
traços de uma meia orc, essa é
aparência que ela forjou a alguns
anos atrás,
SnowFinger foi com tanta sede ao pote que não tardou para reconhecer o fato de que estava diante de uma mulher forjada em leitos de chamas ardentes, pois, ela sabia de fato como dar prazer sem qualquer resquício de frescura ou pudor. Ele apagou com uma breve visão dela se vestindo e saindo pela porta resmungando algo...

Lesley desceu a escada sorridente pela tarefa cumprida. Imediatamente, ela requereu do grupo de Marduk sentado a mesa a moeda de prata prometida... Worean duvidou das palavras da mulher e pediu para que Delvin fosse checar, algo que ela achou desnecessário, pois, poderia dar conta quem mais estivesse disposto. O halfling nem perdeu muito tempo avaliando o estado do Grandão, pois, o odor não era nada agradável, apenas constatou a verdade e avisou aos demais.

Assim que ela recebeu a moeda de prata, Lesley se insinuou para todos demais homens do recinto, perguntando de maneira afrontadora, se haveria homem suficiente para lhe dar prazer naquele lugar, pois, o único que aparentava ser mais homem dentre todos que ali estavam, nesse momento, estava caído em uma cama acima deles, recuperando-se de uma surra memorável de sua voraz crespa – ela sorria desdenhosamente enquanto acariciava a sua vulva, enquanto os homens seguiam murmurando injurias. Como ela percebeu o desafeto do taberneiro, sobretudo, por parte da clientela dele, ele gesticulou para que Lesley saísse logo com uma caneca de cerveja por conta da casa.

Passado algum tempo depois da saída de Belezona, Marduk, retornou a mesa onde estavam sentados os seus companheiros de grupo, que nesse momento já conversavam sobre muitos assuntos em relação aos sonhos que tiveram em dias anteriores, porém, a simples presença do gigante exalando um odor lastimável e indescritível de dias sem banho, sangue ressecado e suor acumulado em crostas de caracas culminaram em algo suficientemente capaz de fazer com que alguns de seus companheiros regurgitassem o alimento recém digerido e apreciado com bom gosto... Foi uma náusea seguida por anciã de vomito sem precedentes para Marina e Delvin.


O dono da taberna considerou ultrajante aquele episódio, o que fez com que ele pedisse para que o grupo se retirasse do local ineditamente.

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