Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Explorando o funesto Reino Anão de Thargoddel

Dia ?: Sobre a regência de nenhuma das casas zodiacais.

O grupo percorreu uma série de longos corredores, compostos por alguns lances de escadas, antessalas e salas com portais, estando algumas destas portas de acesso, abertas, propositalmente para o encontro funesto de armadilhas mortais ou somente para se deparar com o possível “fim do caminho” em função de desmoronamentos, e, outras, trancadas, seladas por poderosos encantos mágicos capazes de repelir com estrema agressão quaisquer tentativas de abertura. Além do receio relacionado ao encontro com grupos de asquerosos e vis grimloks, outra grande dificuldade recorrente, era a poderosa magia que envolvia o lugar, algo que a arcana Marina Blackheart sentiu desde o primeiro instante em que pôs os pés nas ruina, além do sensitivo Delvin Mallory, com a sua inata e indescritível habilidade para prever riscos iminentes.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Os asquerosos e famigerados Grimlocks
que habitam as ruinas anãs, e, que vez
ou outra essas criaturas saem de seu
covil para caçarem e atormentarem
a vida dos moradores de vilarejos
próximos a montanha.
A tenebrosa magia das ruinas transmitia uma série de sensações e efeitos para os membros do grupo, dentre eles: a inexatidão em relação ao tamanho dos ambientes, que em alguns momentos sugeriam ser grandes em demasia, outras nem tanto; assim como também, à própria passagem do tempo, pois, por diversas vezes, os mercenários de Arvey se sentiram demasiadamente exaustos, como se estivesse há dias explorando sem dormirem ou se alimentarem adequadamente; a luz oriunda dos lampiões que traziam parecia ter uma penetração muito dúbia sobre as trevas que lhes circundavam, além de lhes permitir, muitas das vezes, uma percepção diferenciada de um mesmo local averiguado, ora na completa escuridão, ora parcialmente iluminado; as sombras em si pareciam ter vida própria, moviam-se com tentáculos ávidos para agarrarem presas desafortunadas, ao mesmo tempo em que lembravam um grande pântano de óleo adesivo; e, no teto, brilhos que se assemelhavam a pedriscos de pedras preciosas quando iluminadas, e, olhos argutos, quando em total escuridão, o que aumentava ainda mais, a tensão de que os aventureiros estavam sob a observação de seus inimigos; o frio também era constante, onde por vezes, uma rajada de vento era capaz de romper o silêncio mórbido que assolava o ambiente, o que provavelmente, faziam dessas ruínas uma grande catacumba; e, por fim, alguns espectros ou ilusões fantasmagóricas que emergiam do mais profundo inconsciente para atemorizar como se fossem estes perigos reais.

Houve confrontos contra grimlocks. Combates corpo a corpo que resultaram em feridas significativas, contudo, ao nômade bárbaro Marduk, ao megalano espadachim Worean, ao anão combatente Dionísio, e até mesmo, ao halfling ladino Delvin munido com o seu arco curto, couberam lhes deter as forças inimigas que emergiam do arquitetônico abismo. A arcana Marina também teve um papel fundamental agindo com suporte aos seus aliados por meio do uso de suas magias, o que possibilitou muito feitos heroicos com desfechos rápidos e letais. E, não tardou aos mercenários perceberem que os bandos de criaturas eram suscetíveis a luz, além de acovardadas, sobretudo, a percepção da derrota do seu flanco aliado, porém, o mais importante, o de que eram seres escravizados por uma força superior.

No salão real, os Mercenários de Arvey e o Anão de Zarak se depararam com a mais extraordinária joia que já viram em toda a sua vida, ou que houvessem ouvido relatar, ainda que em trovas descabidas de bardos embriagados em espeluncas nos confins do mundo. Tratava-se de um rubi de proporções gigantescas, cujo seu início estava plantado no chão e seguia até o teto da gigantesca sala, tal como se fosse uma coluna... A sua majestosa beleza era tão admirável quanto o temor que ele causava nas almas de seus observadores.

Marina sabia que a joia emanava uma poderosa e malquista força mágica. Todos que ali estavam foram confrontados com o terror da ambição, por diversas vezes, sobretudo, o ambicioso halfling, que por vezes, passou-lhe pela cabeça a possibilidade de tentar fragmentar a pedra, e, levar o máximo que pudesse carregar. Porém, estes foram pensamentos que não foram adiante, principalmente, tendo o pequeno ladino a razão e o senso do perigo sempre prontos para lhe advertir das mais descabidas ações. No fim, todos sabiam que seja o que fosse aquela joia, ela representava algum tipo de ameaça para todos que ali um dia estiveram ou que estavam naquele momento.

Pela primeira vez alguns dos membros do grupo se depararam com a presença de milhares de espectros de anões em todo o salão, seres com feições deploráveis e com olhares voltados para as ações do grupo. Delvin, que manifestou um estranho poder de visão sobre a escuridão do lugar, também, conseguiu se livrar de uma espécie de maldição que parecia circundar essas figuras fantasmagóricas, algo como uma depressão profunda que parecia querer se apossar de quem os visse.

Eles inspecionaram todo o grande salão.

Ao fundo encontraram uma passagem secreta atrás da estátua de um ídolo - No canto opositor aonde havia os vestígios de um grande desmoronamento. -, mas na pequena sala a qual chegaram somente Worean e Marduk foram atacados por estranhos golens de ossos, aos demais lhes foi oportuno assistir um embate ilusório do qual os dois companheiros se feriram ao se lançarem constantemente contra amontoadas pilhas de ossos. A maldição do lugar estava afetando o discernimento dos dois combatentes quanto os perigos que eram reais ou não para preocupação dos demais aliados.

Ao saírem da secreta sala de ossos, eles seguiram para a outra extremidade do salão, e lá encontraram  o altar real e mais duas portas dispostas uma de cada lado do mesmo, e, enquanto averiguavam o lugar, Marina foi surpreendida com um ataque vindo de cima. Um terrível ataque que golpeou diretamente a sua mente, tal como uma forte dor de cabeça que a fez desequilibrar e por pouco não ir ao chão, senão fossem os companheiros próximos a ela. Todos ficaram em prontidão ante o perigo alertado pela arcana,

Marina conseguiu visualizar a estranha criatura que a golpeou, logo, tentou lançar em direção da mesma uma esfera de gelo com o auxilio de Worean, entretanto, o local era muito distante, e, antes mesmo que a esfera tocasse o teto, o projétil encantado pareceu se dissipar em uma espécie de domo de energia.

O espadachim que também havia percebido a presença dos espectros pelo reflexo no corpo do imenso rubi agora nada mais via, o que possivelmente aconteceu com o surgimento deste inimigo.

Todos estavam cansados das traiçoeiras armadilhas da ruína e os seus ardilosos inimigos, e requeriam uma resposta imediata, ainda que para alguns fosse o morrer em combate. Marduk, o feroz bárbaro, que momentos antes de pisar naquele salão estivera envolto pelos braços da própria morte ao confrontar um grupo de grimlocks, a não ser pelo fato miraculoso do despertar de um poder descomunal, manteve-se vivo, se viu compelido ao atacar a grande pedra – o possível fruto da manifestação de todos os males que lhes cercavam -, sobretudo, ao ter nela o vislumbre do reflexo da imagem de uma criatura que durante muito tempo sondou o seu caminho... Uma besta enfurecida que escarniava de suas desgraças, e o atormentava fazendo com que seguisse caminhos tortuosos rumo à desgraça de nunca merecer o Valhalla.

Os irmãos de arma do bárbaro o seguiram em passos apressados, uma vez que, ele caminhava acelerado e com um objetivo claro: golpear o rubi. Dionísio, que não se atentou ao que o gigante nômade pretendia, resolveu continuar a atividade de averiguar uma das passagens encontradas. Uma vez diante da monumental pedra, Marduk não pensou duas vezes afim de não ser mais ludibriado pelo poder da mesma, e, com o machado preparado deferiu contra a joia um poderoso golpe.

Antes que os companheiros de Marduk tentassem dissuadi-lo de sua atitude impulsiva e insensata, já era tarde demais. O golpe do bárbaro liberou uma poderosa explosão de luz que fez com que seus aliados ficassem temporariamente atordoados e/ou cegos. O gigante, por sua vez, havia desaparecido da presença dos demais, assim como a luminosidade emanada pela pedra havia se tornada fosca.

Delvin ficou com Marina para protegê-la, na esperança de que a arcana se recuperasse dos efeitos reativos da pedra em relação à ação do bárbaro. Worean recuperado do atordoamento se assustou com o desaparecimento súbito do companheiro, logo, não tardou em partir na busca do gigante em meio à tenebrosa escuridão que tomava todo o recinto.

Aos poucos a grande pedra foi recuperando a sua enigmática luminosidade.

Passado algum tempo Marina se recompõe, e ela e Delven perceberam o reflexo de Marduk Snowfiger dentro da joia, juntamente, com os demais espectros de anões, e ele se encontrava em uma situação semelhante a estes que estavam agora a sua volta: milhares de seres em estado aparentemente catatônicos e lamentáveis olhando por meio de um espelho.

Worean após fazer uma busca por quase todo o lugar, resolveu retornar ao encontro do ladino e da arcana, e lá ele tomou conhecimento de que Marduk estava dentro da pedra. Agindo com pouca sensatez ou nenhuma, o megalano tomado de um impulsivo desmedido tentou golpear a joia para destruí-la... E, mais uma vez, houve um grande estremecer ante a explosão de luz seguida de uma rajada de vento, e, consequentemente, o desaparecimento de espadachim. Nem Delvin e nem Marina puderam se opor a ação de Worean Hosborn, a não ser se protegerem contra os efeitos posteriores já experienciado. 

Hosborn e Snowfinger estavam agora dentro da pedra, de onde podiam observar com um mínimo de consciência tudo que se passava do lado de fora. E, ambos agora ansiavam, mais do que nunca, retomarem as suas vidas e a vida.

Marina e Delvin se ergueram do chão, parcialmente desolados, mas com o objetivo de encontrarem meios para libertar os companheiros aprisionados.

Dionísio chegou algum tempo depois para próximo da arcana e do astuto ladino sem compreender o que se passava, porém, por duas vezes havia ele sido submetido a uma cegueira temporária e um atordoamento que o levou ao chão por conta de duas explosões de luz... E, Thirdway bem sabia que algo de muito ruim aconteceria ao gigante bárbaro quando de longe o assistiu preparar o machado para atingir o monumento. Em seu instinto anão, ele pressentiu que um grande problema surgiria de um ato tão inconsequente.

Os três partiram em direção a uma das portas que o anão havia sondado próximo ao altar real, e, cujo somente com as habilidades ladinas do Halfling seria possível abrir, descobrir as armadinhas, caso houvesse, e, se existindo, desarma-las, para que pudessem seguir com o intento do grupo. Delvin conduziu muito bem o seu trabalho até o momento em que pressentiu algo muito ruim, e Marina percebeu que um mal com presença mágica os espreitavam bem próximo dali.

Ilustração por Dave Melvin.
O bestial e monstruoso pesadelo que sondava
os aventureiros enquanto vasculhavam o
salão real, que atacou mentalmente a
Marina, e posteriormente, tentou atacar a
Delvin, porém, a criatura teve os seus
traiçoeiros planos interrompidos pelas
forças do anão e da arcana.
A arcana viu a monstruosa criatura de aspecto horrendo disposta há alguns metros acima da cabeça de Delvin, e, isto foi o tempo suficiente para alertar aos dois, onde no momento, apenas concentravam-se no êxito da tarefa, principalmente, o ladino, tendo em vista que, uma de suas últimas falhas em abrir portas por um triz, não fez com que o mesmo se despedisse do mundo dos vivos sem méritos.

O anão guerreiro, que já trazia em punhos a sua arma e a atenção para a surpresa de um ataque, ao ouvir a arcana alerta-lo sobre o inimigo, reuniu forças para se antecipar a ofensiva do inimigo surpreendendo a besta com um salto e o golpeando de forma fulminante, e suficientemente, capaz de atordoa-la, o que conferiu a ela espaço para que outros golpes igualmente tão destruidores fossem aplicados. Contudo, ainda assim, a monstruosidade conseguiu se evadir em tempo para bem distante de onde estava Dionísio, que viu a mesma tomar distancia espalhando sangue pelo trajeto percorrido até os confins opostos do salão.

Delvin conseguiu abrir a porta, e, prontamente, tomou a frente para averiguar a existência de quaisquer outros mecanismos surpresas, o que não encontrou ao longo de uma escadaria que dava acesso a um cômodo. Marina e Dionísio seguiram o pequenino, certificando-se de que não seriam acompanhados pela criatura, cujo tamanho não lhe permitiria fazer o mesmo trajeto, assim como qualquer outra. E ao chegarem a tal sala ao término das escadas, eles se deparam com um suntuoso quarto feminino, um local intocado, embora, estivesse parcialmente empoeirado. Eles haviam chegado aos aposentos da rainha anã.

No aposento real, Delvin ficou ambiciosamente maravilhado, pois, havia encontrado alguns tesouros – o que já almejava há bastante tempo, por sinal -, desde alguns utensílios até belas roupas cravejados com joias preciosas. Todavia, o que lhe chamou muito a atenção e pegou para si foi uma espada curta, que trazia ao longo de sua lâmina de brilho diferenciada algumas runas anãs. Ele, assim como Dionísio, aproveitou para encher os bolsos com alguns itens menores, joias e dobrões de ouro.

Marina estava demasiadamente exaurida de suas forças e precisava urgentemente descansar. A arcana ajudou ao anão no combate contra a besta de corpo disforme, que mais se assemelhava a um grande cérebro com membros inferiores ao de um grande felino – um terror vivo, do qual ela jamais havia ouvido ou lido a respeito, alguma coisa inimaginável -, e, esse esforço foi suficiente para lhe deixar muito próxima de um desmaio por exaustão. Enfim, no cômodo real, ela tentou assistir e compartilhar d a alegria dos companheiros em terem encontrado valorosidades, porém, ao sentar-se na confortável cama, ela instintivamente deitou-se para um breve descanso, e, desmaio em sono profundo.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Em um breve sono, Marina teve um encontro
elucidativo com a rainha anã Lanths Morthrinn
de Thargoddel, que lhe informou da maldição
existente em seu reino e o risco que a arcana
e os seus companheiros corriam.
O sono de Marina a conduziu para um contato com o espectro da rainha, e, sem jamais tê-la visto, a arcana sabia que era ela, Lanths Morthrinn de Thargoddel. A majestade anã lhe alertou dos riscos que ela e seus companheiros corriam, e que um grande mal assolava o seu reinado em forma de uma maldição sobre tudo, inclusive, das riquezas. Algo profundamente revelador para Blackheart, e que a possibilitou despertar sem demais demora.

Antes de Marina acordar, Delvin e Dionísio ouviram o inconfundível ranger da grande porta de acesso ao salão se abrir, e, em seguida, fechar-se, acompanhado da sonoridade com eco de alguns passos muito pesados e muitos outros menores a percorreram o vasto espaço. Desconfiados do que poderia ser aquilo, o halfling desceu para apurar furtivamente, e, o ladino se surpreendeu com a breve visão de vários grimlocks, outras três criaturas semelhantes à última que eles haviam confrontado, e, outro ser humanoide de proporções gigantescas, mas, pouco visível. Sem demoras, o halfling voltou para alertar aos demais, principalmente, a amiga que ainda conseguia repousar.

Marina acordou parcialmente assustada para alertar a todos que não deveriam tocar em nada relacionado aos tesouros deste lugar, pois, estavam comprometidos com uma terrível maldição. Isso foi extremamente desagradável – o desapego do tesouro recentemente conquistado com tantos desafios superados e baixas entre os aliados -, mas nada tão pior quanto o terror que o Delvin havia espreitado lá atrás, no grande salão.

Uma voz forte e muito antiga se manifestou com autoridade sobre o lugar, ela ecoava como se fosse a mescla de muitas outras tão igualmente potentes e oriundas de um pesadelo sem precedentes. Ela exigia a presença dos invasores diante dela, e o mais breve possível ou sentiriam o peso mortal de sua desobediência.

Os três ficaram parcialmente assustados, contudo, sabiam que deveriam agir logo. Delvin conseguiu achar uma passagem secreta do aposento da rainha para o aposento do rei, onde este último refletia um cenário bem diferente do anterior, ele estava totalmente depredado com móveis destruídos e roupas laceradas, ambos espelhados pelo chão.

A impaciência da criatura de voz sem igual logo se manifestou por meio de um poderoso golpe que rompeu a parede do grande salão até o quarto real, e isto foi algo tão surpreendente e repentino, acertando em cheio Dionísio, que foi arremessado contra a parede.

Sem mais delongas e com o receio de que algo pior lhes ocorresse sem ao menos terem tentado dialogar com a grande besta, os três se dirigiram ao encontro do nebuloso ser.

De dentro da Prisão Espectral ou o Grande Rubi, Marduk e Worean assistiram com espectadores mórbidos o que se passava no salão real, no entanto, com o mínimo de consciência, com as suas capacidades físicas limitadas aos gestos mais simplórios possíveis, e com a sensação de que as suas forças vitais estavam esvaindo à medida que o tempo se passava naquele confinamento.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Yondder, O Senhor da Montanha, um titânico
anão, que designou uma missão de vida
ou morte para os remanescentes invasores
de seu domínio, que era encontrar o
Tesouro dos Thargoddas, caso almejassem
sair das montanhas com vida.
Ele se apresentou como Yondder, O Senhor da Montanha. A sua fisionomia lembrava um anão, entretanto, com proporções titânicas com pouco mais de oito metros de altura; trajava uma pesada e imponente armadura de combate; a sua pele parecia ser uma liga de aço que reluzia feito cobre; em suas órbitas havia dois grandes rubis de cores vermelhas, incandescentes e que transmitiam um pavor inominável. Ele se portava de forma megalomaníaca, impaciente, e, despótica, o que era perceptível pela submissão das demais criaturas que o seguiam, pois, a maioria delas, em especial os bestiais grimlocks, eram coniventes com a própria morte pela vontade à revelia deste ser, que vez ou outra, apanhava um deles em meio ao grupo para devorar por inteiro ou arremessar contra o grandioso rubi. E, ele também detinha uma espada semelhante a qual Delvin havia encontrado nas dependências da rainha e se apossado.

Yondder manifestou que a vida dos invasores de seu domínio somente seria poupada se conseguisse encontrar o tesouro dos Thargoddas, e, para tanto, lhes concebeu um tempo em sua curtíssima paciência para que o fizessem, algo que somente foi possível mediante a habilidade de dissuadir de Marina e Delvin. Uma vez concebida a tarefa, o grande ser aparentemente adormeceu diante deles tornando-se uma espécie de monstruoso ídolo em aço, cujas bestas se amontoavam próximo a ele para zela-lo.

Delvin conseguiu se aproximar da outra espada real que havia sido arremessada ao chão por Yondder. Porém, antes disso, além do Senhor das Montanhas, havia as três outras criaturas que espreitavam as suas atitudes, levitaram a espada e o acusaram de “mentiroso” com a intensão de assassina-lo antes mesmo de iniciar a tarefa conferida pelo mestre. Essas criaturas eram seres vis, inteligentes, provavelmente, bem mais do que o próprio titã, e que dificilmente seriam preteridas.

O tempo transcorrido na discursão entre o halfling e as criaturas foi suficiente para novamente despertar Yondder de seu repouso, no entanto, para provar aos invasores do que o tempo deles era escasso, o Senhor das Montanhas apanhou Dionísio com uma das mãos e o arremessou contra o Grande Rubi. Marina não iria assistir a mais uma desastrosa perda de um companheiro de grupo de maneira estática, sendo assim, usou os seus poderes para deter o fatal acidente com o anão. O monstruoso gigante em aço antes de retornar ao seu repouso informou que a sua paciência estava exaurida e que um próximo despertar lhes seria suficiente para ceifar as suas vidas, caso, o tesouro não fosse a ele apresentado. 

Tal momento de infortúnio vivido pelo anão foi suficiente para que houvesse uma distração entre das criaturas, e assim, o pequeno ladino se apoderasse da espada real.

Worean Hosborn, o espadachim megalano sentiu todas as suas energias vitais se exaurirem e o seu corpo se transformar em um espectro por completo.

Sem perder mais tempo, os aventureiros deixaram as dependências do salão real, e, correram apressadamente em direção aos portais que detinham os encantamentos de tranca, pois, eles estavam crédulos de que as duas espadas eram conjuntas à chave de acesso para tudo que havia por de trás delas, em função de suas características mágicas que se assemelhavam aos das portas, conforme explanado pela jovem arcana. Ainda que estivessem preocupados com os portais encantados, eles também estavam cautelosos quanto a estarem sendo seguidos, principalmente, pelas bestas em forma cérebro. E assim, Delvin, Marina e Dionísio foram ao encontro de cada uma das três portas avistadas no sombrio percurso pelas ruínas.

Na primeira porta, disposta em uma antessala após a travessia do corredor demolido pela armadilha que quase matou o halfling, um portal que levava diretamente ao sopé da montanha, o que soou bastante reconfortante para o grupo.

A segunda e a terceira porta, ambas estavam em uma antessala, após um extenso corredor onde eles haviam travado um grande confronto com um grupo de grimlocks.

A segunda porta, a esquerda deles, possibilitou aos aventureiros uma visão esplendorosa de um acervo de tamanho desmedido em tesouros diversos compostos desde incontáveis pedras preciosas, sobretudo, rubis, e, outra variedade indefinida de esmeraldas e diamantes, também havia muitas peças de ouro e prata, assim como, armas, armaduras, e utensílios diversos de beleza extraordinária. Para Delvin aquilo era mais do que suficiente, algo como “entrar em uma porta e pegar o mais essencial raro e valioso, e sair pela outra”, embora isso, fosse algo que parcialmente o deixaria feliz, ainda que sobreviesse.

A terceira porta, que estava à frente deles, era uma estranha passagem que parecia se remeter ao passado do reinado anão, de onde eles conseguiam observar parte do cotidiano daqueles pequenos e robustos seres. Essa, de fato, era uma das passagens mais paradoxais, principalmente, para Delvin, o ambicioso ladino. No entanto, essa era a passagem que Marina compreendia como a mais sensata a seguirem, pois, ela parecia lhes permitir algo muito além do simples fato de se verem livres daquele lugar, seja pela rápida fuga, ou mesmo, por meio da entrega do tesouro anão ao temível Yondder, esta sensação parecia lhe vir em sinergia ao da rainha anã.

Delvin, o astuto ladino, e Dionísio, o guia guerreiro, foram convidados e persuadidos emotivamente pela decisão heroica de Marina Blackheart, a sensível arcana, a aceitarem o fardo de descobrirem os mistérios da terceira porta, pois, algo no cerne de sua alma, dizia-lhe que ali estava a chave para a dissolução da maldição que imperava sobreo o Reino Anão de Thargoddel.

Ao adentrarem a passagem do terceiro portal, eles automaticamente se viram os cinco transformados em anões: Marina, Delvin, Dionísio, Marduk e Worean.



Essa saga continua... Em eras passadas!!!

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