Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cintilar de Devaneios - Lágrimas e Chuvas


Minha homenagem as vitímas do desastre ocorrido no término do ano de 2009 em Angra dos Reis-RJ.

São gotas de chuva que se misturam as lágrimas
E ambas de mãos dadas a contragosto percorrem a face
Dos olhos vertem rios de lágrimas que nunca serão chuvas
Bem como, a chuva se faz rios e transborda aqueles que já existem que nunca serão lágrimas.
O doce do rio e o sal do mar mesclam-se ao tornarem-se nuvens nos céus
Contudo, o sabor da chuva também nunca terá o gosto das lágrimas.

Tal como a chuva cai por um motivo, assim também, a lágrima tem um sentido.
Quem observa sente de maneira alheia, sem tato e sem a intensidade do pretexto que rolam.
A quem cabe julgar a chuva e a lágrima, se ambas não lhes pertencem?
O silêncio desta resposta tem de sinônimar respeito, e essencialmente, compreensão.

Chuva que anima o agricultor em períodos de estiagem.
Também a lágrima que transborda de tamanha alegria contida, que não cabem palavras...
Tromba d’água que inunda, alaga, destrói lares e com elas trás lágrimas de desespero.
Choro de quem sente calado tudo ruir, a perda do porto seguro em um horizonte sumir.

Lágrimas e Chuva rolam a face, misturam-se, confundem-se,
todavia não se deixam perder a essência de suas origens,
pois, para cada qual reside um significado, um fluir, a uma maneira,
e tão lógica quão ilógica nos permite ponderar, sem explicações, fazendo ser o que são,
um fato demasiadamente expressivo contido em um silêncio em forma de risco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário