Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cintilar de Devaneios - O que te faz único, Céu



Sobre o galho de uma árvore muito antiga como o próprio Tempo, em todas as noites de céus estrelados, se recostava para ver o espetáculo do universo se desdobrar acima de sua cabeça... Tantas foram às vezes em que se propôs em fazer isso, e não conseguia imaginar por quantas vezes mais seria capaz de fazê-lo, mas lhe doía o peito pensar que algum dia viesse não poder desfrutar daquilo novamente, da forma envolvente e singular como se apresentava todas as noites.

Em sua face reluzia uma satisfação desmedida, um prazer mítico, algo que não podia ser explicado com palavras, mas que somente poderia ser sentido. Fazia daquele momento algo diferente de tudo, ímpar e extraordinário; propunha-se a uma troca: queria da magnitude do céu noturno um respingo em seu olhar, para que qualquer um que a olhasse em seus olhos pudesse sentir algo encantadoramente profundo e inexplicável; de sua parte, cantaria com voz baixa e harmoniosa uma cantiga de ninar.

Essa era uma troca silenciosa, feita de coração para coração, pois o céu dava de bom grado tudo aquilo a quem quisesse por algum punhado de tempo, contemplar, mas você quis retribuí-lo, ousou sobre o solo pitoresco dos amantes, e com uma canção quase inaudível, a cada fim de noite colocava os astros para repousarem, fazendo os compreender que a noite não morria a cada nascer de dia, mas pelo contrário, os fazia entender que no palco da vida, de sua vida, eles estariam sempre a retornarem triunfantes, os brindando com todas as essências que lhes fazem especiais.

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