Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

sexta-feira, 23 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - Uma dor necessária para um triunfo sem precedentes

O ano é 634 da era do Escorpião, toda a Ivalice estava a viver as festividades do solstício de verão, e, também do nascimento do primogênito da família imperial: Orion Colesffar Hyral. Contudo, uma grande dor foi semeada sobre o império com o improvável e soturno rapto da criança dos aposentos imperiais.

Mellina Aragon conseguiu se apossar da criança com a ajuda de uma pequena comitiva formada por seis proeminentes artífices combatentes. Estes últimos eram homens e mulheres cujo conheceu na passagem de alguns meses, e que em função da afinidade, ela pôde compartilhar com eles a sua missão, os intitulando de Os Redentores de Ivalice. Porém, algo assustadoramente inesperado lhe ocorreu: seu corpo estava se desmaterializando... Tornando-se etéreo! Logo, a cavaleira rúnica se transformou diante de todos os seus aliados em uma espécie de espírito.

Enquanto a princesa partiu em busca do herdeiro do império, a bruxa Matoya preferiu se dirigir ao palácio de Fovoham para promover um grande massacre na família real Aragon. O que ela na companhia de dois de seus leais Generais Devassos e uma reduzida tropa de piogres - que conseguira fatidicamente convocar ao longo de alguns meses -, não tiveram dificuldade em fazê-lo. E uma vez destruída a origem, teoricamente nada mais haveria de se preocupar quanto a sua inimiga.

Embora Mellina já não possuísse mais corpo físico, o seu espírito continuou a agir, sobretudo, orientando seus aliados na continuidade de seu audacioso plano. Nessas condições seguiu com parte do seu grupo até o reino de Fovoham para confiscar daquele que alguns anos depois se tornará o primeiro cavaleiro rúnico e seu mestre - Frater Adias -, a Pedra do Zodíaco de Leão. E deixou o pequeno Orion sob a responsabilidade de dois de seus aliados a seguirem para um lugar conhecido como a Cidade Relógio de Goug no reino de Lionel.

A Cidade Relógio de Goug, para onde seguiram os dois aliados de Mellina Aragon com o pequeno Orion, ficava a cerca de dois dias de viagem das Minas de Goug, local em que se pretendia chegar por estar localizado o laboratório secreto dos Bunanzas.

O império de Ivalice estava abalado com o sequestro do primogênito da família imperial, com a chacina da família real de Fovoham e o avanço de uma horda de demônios semeando terror entre a população. Para o concílio das ordenações de cavalarias do império a responsabilidade por todas essas tragédias recaía somente sob um. E esse responsável era ainda uma entidade desconhecida por todos, mas que deveria ser identificado e combatido o quanto antes. Por uma mesma causa marcharam estrondosos os Hotuken, Nanten, Garffa, Rúnicos e Templários.

A frente da Ordem de Cavalaria Rúnica estava Sir Simon Adias, tio e padrasto de Frater Adias, cujo pesar da perda de seu amigo e suserano de Fovoham – Durman Aragon -, não foram suficientes para abalar o seu estado de espírito, e desnorteá-lo do objetivo de encontrar o responsável por tamanha desgraça imposta a seu reino. Esse cavaleiro era renomado entre todas as demais ordens de cavalaria pelas suas virtudes de prudência, paciência e autocontrole, que lhe renderam a alcunha de “Prudens”. Sua habilidade com a lança era algo inquestionável, e tornava-se ainda mais notavelmente mortal quando munido da lendária Longibunne, que lhe foi presenteada pelo já falecido Pillos Aragon, antecessor do rei Durman.

Ilustração 01: Simon Adias “Prudens”, o Primeiro Cavaleiro Rúnico de Fovoham.

O ferimento do ataque realizado pelo Barão Zelmurg antes de Matoya ter sido teletransportado para o passado não pôde ser curado, e em relação a isso ela estava em desvantagem quanto aos soldados que marchavam persistentes em seu encalço. A sua constituição física debilitada afetava em muito o seu desempenho. Como solução imediata, a lendária bruxa tinha em mãos o seu grimório, que muito além de ter em suas infindáveis páginas seus conhecimentos a respeito do ocultismo, ensinamentos e ritus arcanos, também era em si uma espécie de receptáculo de energia vital e arcana.

Não tardou para que os primeiros cavaleiros em perseguição aos inimigos do império encontrassem as pequenas hordas de piogres e seus Generais Devassos. Como os primeiros estavam em um grupo reduzido e munidos de um poderio de combate limitado, eles se viram obrigados a se debandar da batalha à medida que eram rechaçados, e soar o alerta geral para preocupação de Matoya e seus aliados.

Matoya precisava reencontrar as pedras sagradas o quanto antes para reviver os Lucavis, e, com isso reaver também a sua saúde plena. Para isso ordenou que a sua General Devassa Morrigan Aensland, A Succubus, se infiltrasse na corte imperial para buscar qualquer tipo de informação que fosse pertinente a está busca, uma vez que as pedras do zodíaco não se permitiam ser localizadas por meio de magia. Esse demônio de rara beleza, transmutada na forma de uma belíssima serva chamada Hokunna Lutevil, seduzia, colhia informações e assassinava suas vitimas (em alguns casos para não chamar atenção).

Ilustração 02: Morrigan Aensland, a Succubus e General Devassa convocada dos Mundos Inferiores por Matoya.

Nas proximidades da cidade de Bervenia, Mellina Aragon vislumbrou com seus olhos algo do qual durante anos fantasiou em infantes sonhos e que somente conheceu por relatos de terceiros – dentre eles seu amado pai -, ora fossem por meio de belíssimas canções ora também por fantásticas eddas poéticas entonadas pelos mais envolventes bardos de seu reino... Ela ficou perplexa quando assistiu em um campo de batalha entre as tropas imperiais, Sir Simon Adias evocando e se transmutando na forma do herói Hércules dos Bravos do Zodíaco. Esta imagem a perturbou de maneira paralisante, pois, lembrou-se que outrora quando fez uso da Pedra do Zodíaco de Áries o único poder que conseguiu conjurar foi a do Lucavi Velius, O Bruxo Negro. Isso fez com que a cavaleira rúnica percebesse o quanto seu corpo estava impregnado de corrupção.

Ilustração 03: Hércules, o herói invocado pelo cavaleiro Simon Adias por meio da Pedra do Zodíaco de Leão.

Apesar da relativa superioridade em combate dos piogres, asseclas do mal, e do General Devasso que os conduzia, essa horda de inimigos não foi suficiente párea para deter a Ordem de Cavalaria Rúnica sob a liderança de Sir Simon Adias transmutado na forma do herói do Zodíaco de Leão. Hércules se movia entre as fileiras inimigas como uma rajada de vento mortal, destroçando pelo menos três de seus oponentes em cada ataque, e em raras ocasiões, em que ele não conseguia se esquivar dos golpes, era possível ver as armas de seus inimigos se despedaçarem ao tocar seu corpo, uma estranha pele ou carapaça que reluzia feito bronze a luz do sol e do fogo. Seus baques desferidos com sua imponente clava eram precisos, certeiros e letais.

A cavaleira rúnica se espantou também ao ver piogres e demônios menores em meio aquele combate, pois, desconhecia histórias de seu tempo que citavam batalhas com criaturas semelhantes aos primeiros, o fato é que algo de muito estranho acontecia naquele momento da história, e assim, suspirou dolorosamente ao lembrar-se e suspeitar de que sua inimiga, a condessa Ledda Traggora, pudesse estar por de trás disto.

Mellina Aragon precisava chegar até Sir Simon Adias e adquirir dele a pedra sagrada, contudo, estava pasma diante de tamanho poder que emanava daquele ser que era indiretamente o seu mestre, e uma lenda dentre os grandes cavaleiros que serviram ao império. Seus dois aliados a questionavam quanto o momento de agir, e ela relutante pedia que fossem pacientes e aguardassem pelo momento oportuno. Em seu âmago inflamava um penoso dilema, pois, sabia que estaria a fazer algo do qual talvez viesse a se arrepender caso o seu plano falhasse, mas que infelizmente deveria ser feito para o êxito de uma causa maior.

Matoya não contava que naquele tempo ao invés de um lucavi desperto haveria um herói do zodíaco caminhante entre seus inimigos. Temerosa, a lendária bruxa procurou asilo entre aqueles que poderiam lhe auxiliar naquele infausto momento. Recorrendo dos vestígios de memoria da vampira que sucumbiu mortalmente diante de sua ressurreição, ela buscou pelos Traggoras no reino de Limberry. O encontro deles se deu de uma maneira muito intrigante, pois, para o conde Vilmor e a condessa Ledda ao conversarem com aquela criatura, apesar do conhecimento intimo do qual ela aparentava deter sobre os dois nobres, era como se estes últimos estavam na presença de alguém que já conheciam de eras passadas.

Os Traggoras sucumbiram aos anseios da bruxa por livre e espontânea vontade, fornecendo-lhe asilo, além de cooperação na busca pelas pedras do zodíaco. Em contrapartida, Matoya se propôs a instruí-los em seus conhecimentos arcanos, algo que ha muito era desejado pela condessa Ledda. Vilmor achou sensato por hora não revelar que o casal já possuía as pedras do zodíaco de câncer e escorpião. Intrigados, eles gostariam de saber até onde se estendia o poder daquela criatura, e se de fato, ela era quem dizia ser. Entretanto, mal sabiam eles, que com o passar do tempo, aquela aliança de auxilio se tornaria um luxuriante triangulo amoroso, do qual a própria bruxa não presumiria viver.

Semanas se passaram após o triunfo de Sir Simon Adias e os cavaleiros rúnicos em Bervenia, assim, como em outras localidades também houve confrontos com as legiões demoníacas onde as tropas do império foram vitoriosas, no entanto, não foi possível se chegar a um responsável, pois, os corpos dos inimigos jazidos desapareciam ao se transformarem em pó. E neste interim, Mellina Aragon tomou conhecimento do que aconteceu dias depois de colocar o seu plano em ação, ou seja, o motivo pelo qual adquiriu aquela forma etérea: sua família havia sido chacinada!

Matoya acreditava que Mellina não poderia ter agido sozinha no rapto de Orion do castelo imperial, e, que, portanto, ela deveria estar acomunada com outros nessa empreitada, pois, todos desconheciam o paradeiro da criança. Para fundamentar ainda mais a sua teoria, a sua espiã infiltrada dentro da corte – Morrigan Aensland -, conseguiu descobrir que há algum tempo atrás uma guerreira vinda de terras longínquas (Altimerg), chamada Didorah, estava formando um pequeno grupo de leais e valorosos combatentes que se intitulavam “Os Redentores de Ivalice”.

Ilustração 04: Morrigan Aensland, a General Devassa infiltrada na corte imperial de Ivalice como “Hokuna Lutevil”.

Durante uma madrugada, no acampamento militar das tropas do reino de Fovoham - situado nas proximidades da fronteira de Fovoham com o reino de Lesalia -, Mellina Aragon surge acompanhada de seus dois aliados na tenda onde repousavam Simon Adias e dois de seus subordinados - dentre eles Frater. Ambos são surpreendidos com aquela aparição fantasmagórica, contudo, antes que eles pudessem agir bruscamente e algo desse de muito errado, a princesa tomou a palavra:

- Viemos em paz, Mestre Adias. Eu sou Mellina Aragon, o espírito de um futuro que não me será mais possível, contudo, venho aqui em uma missão sagrada para todos, e que tem por finalidade a continuidade do Império de Ivalice (...)

Simon, Frater e Luzlear ouvem com atenção o espírito que fala em nome da princesa que ainda seria concebida pelos monarcas de Fovoham. Estes se espantam de forma admirada com relatos de detalhes de suas vidas, eventos passados e futuros que os cativam ao ponto de convencê-los a se unir a causa dos Redentores de Ivalice, sobretudo, tomando conhecimento de que o Conde e a Condessa Traggora estão por de trás de todos os infortúnios que recaíram sobre o império.

Simon Adias confia a Pedra do Zodíaco de Leão nas mãos de Frater, e o designa a seguir com o espírito de Mellina até o seu destino, enquanto que os demais Cavaleiros da Ordem Rúnica partirão sob o seu comando até o reino de Limberry. O líder dos cavaleiros rúnicos apesar de crédulo nas histórias do espírito da princesa pede ao seu enviado que:
- Colete mais informações;
- Quando diante da criança imperial certifique-se de que a mesma esteja gozando de saúde e em total segurança; e,
- Que ainda, havendo qualquer desconforto ou dúvida sobre a integridade da missão, não hesite em resgatar Orion, mesmo que signifique ter que liquidar a todos.

Ilustração 05: Frater Adias é designado a seguir com o espírito de Mellina munido da Pedra Sagrada.

Simon Adias seguiu com um destacamento formado por cerca de mil cavaleiros até o reino de Limberry. Contudo, antes que eles chegassm às proximidades das terras do Conde Traggora, uma tropa de cavaleiros Garffa os deteve, um grupo formado por uma milícia duas vezes superior. Estes últimos inquiriram o motivo daquela patrulha militar tão longe do reino de Fovoham, mas, antes que o líder dos cavaleiros rúnicos viesse a comunicar, a resposta já era conhecida por Morrigan.

Morrigan “Hokuna Lutevil” tomou conhecimento da marcha de uma tropa de Cavaleiros Rúnicos em direção ao reino de Limberry. Acreditando que a sua mestra Matoya pudesse correr algum perigo, ela a alertou. Os Traggoras usando de seus poderes vampirescos se infiltraram entre as tropas e colheram as informações necessárias. Logo, o Conde Vilmor comunicou o rei de Limberry sobre uma possível duvida da corte real de Fovoham quanto à lealdade do reino, sobretudo, de que estavam por de trás dos funestos acontecimentos do sequestro da criança imperial e da chacina dos Aragon.

Aquelas calúnias semeadas como legitimas verdades retumbaram desastrosamente nos ouvidos do Rei Bellius Tedesco e de seus subordinados, que por medida: detiveram o avanço da marcha e encarceraram a tropa de cavaleiros rúnicos. Por fim, Limberry clamou reparações oficiais de Fovoham para que uma guerra não recaísse entre os dois reinos.

Na corte imperial, Morrigan “Hokuna Lutevil” agiu em paralelo manipulando a mente de vários nobres, inclusive do Imperador, Norphius Colesffar Hyral. Matoya a orientou trabalhar de maneira corruptiva na mente de todos que pudessem ser influentes, semeando suspeitas, desfazendo alianças, e até mesmo incitando guerras. A Bruxa queria forças de resistência enfraquecidas para que no retorno dos Lucavis ao mundo nada pudesse se opor.

Matoya surpreendeu-se ao saber por Simon Adias de que o espírito da princesa de Fovoham havia o alertado sobre a infidelidade dos Traggoras, e dos planos contra o Império. Contudo, a bruxa não conseguiu buscar na mente do líder dos cavaleiros rúnicos qualquer informação que pudesse sinalizar o paradeiro dos Redentores de Ivalice. Por fim, ela o matou.

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