Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

sexta-feira, 9 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - A Saga dos Bravos de Orion - Uma verdade inconveniente

Ilustração 01: Diórgines Pádua "A Mão da Justiça Divina", e o Primeiro Cavaleiro da Ordem Templaria da Igreja de Santo Ajora Glabados.

O templário Diórgines ficou sabendo da repentina partida de Eva Deravon até o reino de Fovoham para relatar previsões da imperatriz a alguém de confiança, com receio de que isso comprometesse os seus planos, ele enviou um grupo para interceptá-la. Antes que a serva da rainha chegasse a capital, a mesma foi abordada pela comitiva de templários, lideradas por Bernard, filho único do Mão da Justiça Divina.

Bernard, tal como o pai era ambicioso, arrogante, e impaciente, sendo assim não tardou em perceber que Eva não estava cooperando por meio de um interrogatório simples, e, logo, ele começou a agir de forma mais suja e truculenta com a prisioneira. Conseguiu retirar a força da jovem serva um pedaço de pano com algo escrito em bordado de sua saia, e não satisfeito com a indisposição demonstrada por ela inicialmente, ele a violou, e a entregou aos demais comparsas para fazerem o mesmo (ao todo dez templários!). Como se não bastasse eles ainda a açoitaram com feridas profundas e a lançaram em um brejo nas proximidades da pequena vila de Hamas.

Ilustração 02: Bernard Padua, Cavaleiro Templário da Ordem de Santo Ajora Glabados, e filho de Diórgines.

Eva teria morrido se o que tivesse para ser dito não fosse de suma importância, e, a sua fé não houvesse lhe ajudado. Durante três dias ela ficou ali lançada à própria sorte, até que surgiu um druida que a levou para sua gruta, e lá pôde ela receber cuidados, contudo, a jovem estava muito debilitada, e tão cedo poderia se locomover, ainda mais, fazer uma viagem até a capital pelos modos convencionais. Desta forma, ela pediu ao seu benfeitor que enviasse uma mensagem até a princesa Mellina que viesse ao encontro dela, algo que à principio ele se mostrou arredio, mas acabou concordando percebendo a profunda dor que havia nos olhos daquela criatura.

Bernard Pádua não conseguia entender muito bem o que significa aquilo disposto nos trapos de Eva, mas sabia muito bem, que seu pai e o bispo entenderiam:

“O Anjo Sangrento conduzira a vitória em uma guerra que significará a derrota para todos”
“Mares de sangue se ergueram em um eclipse de chamas para saciar sua grande sede”


Em Lesalia, Diórgines dispôs alguns homens no castelo real para vigiarem a imperatriz, e, um específico para catalogar tudo que ela viesse a falar naquele estado de enfermidade. Certa tarde o líder dos templários preferiu ele mesmo tomar conta de Hedellas por cerca de algumas horas.

Ilustração 03: Hedellas Marion, Imperatriz de Ivalice e Rainha de Lesalia, irmã do soberano de Gallione.

Diórgines nunca tolerou o fato de Hedellas ter escolhido à Orion, e não a ele. E a vendo naquela cama de maneira tão bela, dócil e indefesa, sua mende foi tomada por um desejo impulsivo e incontrolável de possui-la pecaminosamente – não percebendo que neste momento a sagrada pedra brilhava dentro da pequena bolsa presa a sua cintura. Ele se lançou sobre a rainha, e sem que a mesma pudesse impedi-lo ou se defender, a mesma foi estuprada. Para evitar qualquer probabilidade de seu ato sinistro ser descoberto, ele ponderou diversas formas de fazê-lo, no entanto, ele estava transtornado, e a assassina-la era a única coisa sensata que lhe ocorria naquele momento, e assim o fez por meio de seu ritual de Clamor Divino dos Puros enviando a alma da esposa de Orion direto para o céu, Quanto ao o que alegar, ele já tinha em mente algum tipo de possessão demoníaca de proporções desmedidas.

Mesmo estando Hedellas vivendo uma enfermidade, Orion e Mellina continuavam a se encontrar para viver um amor tórrido e proibido, inclusive para igreja. Por mais que a cavaleira rúnica se julgasse culpada por ceder aos apelos do imperador de Ivalice, tudo que os dois estavam a viver era intenso demais a seu ver, e para isso estava a sacrificar a amizade de anos que tinha para com a esposa de seu amante.

Orion informou a Mellina sobre a Pedra do Zodíaco de Áries, e, conhecendo o signo sob o qual ela havia nascido, estava ele disposto a entrega-la, desde que lutasse nas suas linhas, e convencesse seu pai a também fazê-lo, o rei de Fovoham. Ela queria estar ao lado de seu amante, mas sabia que esta guerra não seria benéfica, sobretudo, para os reinos ao leste. E em uma de suas últimas conversas com a rainha Hedellas, a mesma havia lhe falado do quão perigoso lhe parecia este estreitamento de laços entre o imperador e a igreja, e ainda, como reinos tão adversos poderiam se manter unidos por tanto tempo em uma aliança imperial tão prejudicial. Uma das últimas palavras da majestade para com a cavaleira foi:

“Um sino de traição pende sobre as nossas cabeças, minha amiga, e antes do badalar final, muitas desgraças ocorreram”.

Quando Bernard retornou com o seu destacamento à cidade forte dos templários no reino de Lesalia, ele não encontrou seu pai, mas o bispo Elevedo. O sumo sacerdote estava a se preparar para partir rumo a capital, pois pressentiu que algo de muito grave estava acontecendo, contudo, ele foi abordado pelo jovem templário que lhe pediu orientação quanto o que fazer com o item que havia adquirido em sua última missão: um pedaço de pano com palavras da rainha Hedellas que estava de posse de sua serva fiel. Ao tomar conhecimento do tecido bordado, e dos versos contidas nele, rosto daquele homem se transmutou repentinamente em espanto e terror.

Ilustração 04: Elevedo Teccelar, Sumo Sacerdote da Igreja de Santo Ajora Gablados.

O bispo partiu abruptamente em direção a capital do império. Preocupado, Bernard foi junto com ele, porém nenhum dos dois trocou palavras sobre o assunto. O templário confuso achava que havia se precipitado quanto ao que havia relatado a Elevedo, e, temia pelo pior caso o pai tomasse conhecimento do resultado de sua missão pela boca deste último, mas, se conteve tentando seguir os passos do velho.

Na capital eles se dirigiram diretamente a Catedral, Elevedo estava transtornado e tremia. Bernard nunca havia visto aquele homem daquela maneira. Ambos foram até as profundezas do lugar, no saguão dos tesouros para averiguar algo, mas o jovem pasmo com infindável quantidade de livros e tesouros nada pode fazer para ajuda-lo, pois, o ancião nada dizia. O bispo revirava livros, pergaminhos, armários e baús. À medida que as possibilidades se esgotavam de achar o que queria, ele ficava ainda mais estarrecido e furioso. Por fim, concluiu que a Pedra do Zodíaco de Virgem havia sido roubada da sala de tesouros!

O bispo em um acesso de fúria atacou Bernard, e, acusou sua linhagem de alta-traição. Elevedo iria mata-lo ali mesmo, e, depois iria atrás de Diórgines – seu pai -, porém, seus planos foram interrompidos quando o líder dos templários surgiu acompanhado de alguns outros cavaleiros.

A face de Diórgines Pádua estava transfigurada em uma mescla estranha que tornava impossível distinguir se aquilo se tratava de um rosto humano e que tipo de emoção sentia. A voz daquela criatura também soou em eco e profunda: “Basta, Elevedo! Não preciso mais de você e de seus poderes políticos”. O bispo tomou coragem e partiu para cima do templário munido de um punhal, no entanto, por mais forte que fosse o sumo sacerdote, o primeiro estava de posse da Pedra do Zodíaco de Virgem que brilhava em sua mão intensamente. O líder dos cavaleiros templários se transformou na forma do Lucavi Altima, O Anjo Sangrento, e pôs fim aquela repentinamente aquela batalha.

Antes de morrer o bispo proferiu suas últimas palavras para Pádua e seus aliados:

“Estás a cometer o mesmo erro de Vormav Tingel... O poder da pedra é incontrolável... Não vencerá no final, Pádua...”.

Bernard relatou ao pai o que havia acontecido até ali, e, retirou das vestimentas do bispo o pedaço de pano que ele tinha apanhado de Eva, e que a mesma havia bordado com as palavras da princesa. Diórgines ao ler aquelas palavras riu de jeito soberano e impávido nas profundezas da Catedral.

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