Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

segunda-feira, 26 de março de 2012

RPG: Aventuras em Yrth - Bodas de Arcádia - Ellondar Oelundree, A Dríade

Natural da Grande Floresta
Nascido sobre o signo de Aries.
Ofício: Arcana


Certa vez nas proximidades da Grande Floresta, uma aveleira com pouco mais de cem primaveras, chamada Ellondar Oelundree, recebeu uma dádiva do Eterno, em função do perdão concebido a sua família élfica e da sua generosa contribuição para com o bosque onde habitava – Oelundree.

A semente de Ellondar foi concebida por um grupo de Dríades de presente de casamento a rainha élfica Quawin Dreea para que a mesma conseguisse, com o devido sacrifício, compensar um inadvertido erro do passado contra outra aveleira, a qual a monarca tirou a vida fazendo cladestinamente uso da espada de seu pai.

Ilustração 01: Ellondar Oelundree, A Dríade, filha dos soberanos élficos Waldegard Oeluns e Quawin Dreea.

A princípio Quawin julgou que apenas o fato de plantar, regar, e conversar ao longo de algumas horas por dia com Ellondar fosse suficiente para reparar seu erro, no entanto, o tempo passou e com ele, a majestade daquela comunidade élfica percebeu que somente aquele gesto não estava sendo o suficiente, pois, a planta não brotava. E, para agravo da situação, o desejo dos líderes daquela comunidade perante o Eterno não estava sendo ouvido, pois, durante três anos eles tentavam sem hesito conceber uma criança.

Havia uma maldição sobre a família real, e somente a Rainha poderia retirá-la.

Quawin como uma destemida e virtuosa Alta Elfa da Floresta se embrenhou nas profundezas da Grande Floresta onde tentou buscar orientação junto às dríades que lhe entregaram a semente de Ellondar, mas, ela não foi bem recebida. Aqueles seres da natureza ignoraram a sua presença. A Rainha saiu de lá desolada, e somente não sucumbiu à morte por amor ao Rei.

Ilustração 02: Rainha Élfica Quawin Dreea, mãe de Ellondar.

O Rei Waldegard Oeluns, ao acolher sua rainha de uma fracassada missão, buscou orientação junto às outras comunidades élficas da região, e por meio do ancião de uma delas, soube de um exercício que consistia em regar a planta com lágrimas verdadeiras, súplicas de perdão e devoção por tempo indeterminado. Por fim, este mesmo nobre disse em tom imperativo e claro para aquele rei élfico:


- Enquanto vocês não aceitarem a semente como uma filha presenteada pelo próprio Eterno, o que mais poderão esperar dele?

Ilustração 03: Rei Élfico Wldegard Oeluns, compreendeu o verdadeiro presente do Eterno para sua vida.

Aquilo calou por vez todos os questionamentos que assombravam os pensamentos do rei Waldegard que retornou o mais breve possível para junto de sua amada. Ele por sua vez estava repleto de uma felicidade desmedida e facilmente transmissível. E chegando a sua comunidade não tardou em ir ao encontro de sua a rainha, que estava deitada sobre o chão, imunda em meio ao lamaçal que se formou a sua volta, chorando copiosamente sobre o solo onde Ellondar estava enterrada.

O rei Waldegard ao proferir as sábias palavras do ancião para a sua amada, percebeu tempos depois como o semblante da mesma mudou totalmente ao compreender também aquele mistério do Eterno. As lágrimas de tristeza e dor se converteram em sentimentos de plena alegria, satisfação e amor. Quando essas primeiras lágrimas tocaram o solo, um pequeno tremor se sucedeu por todo reinado de élfico de Oelundree. Os soberanos se colocaram deitados com os ouvidos postos no chão, e ouviram naquele momento, em tom nítido e perfeito, a batida de um coração.

Uma grande festividade se estendeu por cerca de três meses para celebrar o nascimento de Ellondar, a primogênita dos monarcas de Oelundree. A comunidade liderada pelos seus pais élficos possuía aproximadamente cerca de setenta membros naquele tempo.

Desde muito nova Ellondar conversava com seus pais, a princípio algo ininteligível, e, por volta de sua quinta primavera ela tornara-se muito falante (comunicativa). Ela foi criada como uma filha muito amada pelos monarcas Waldegard e Quawin, e estes a educaram tal como um membro da comunidade élfica. Instruíram-na nos caminhos da magia que cabiam ao povo de Oelundree (Animais, Alimentos, Terra), a cultura, os costumes, a política, a crença, o habitat e a ecologia. Embora, a ela não pudessem ser ensinadas perícias físicas em sua plenitude, muitos conceitos lhe foram apresentados, pois, o casal acreditava que chegaria o dia em que sua filha romperia a casca da natureza que o Eterno havia lhe imposto, tal como uma Dríade.

Ellondar adorava ouvir sua mãe cantar, sobretudo, para ela. A rainha élfica possuía uma voz sublime, cuja capacidade de realizar milagres era conhecida por muitos. Rumores entre as comunidades élficas falavam que a mesma poderia diluir conflitos, acalmar tormentas, dissipar tempestades, fazer germinar plantas em solo infértil, e jorrar água pura de rochas.

Quando foi por volta da décima quinta primavera de Ellondar, a família soberana de Oelundree foi abençoada mais uma vez pelo Eterno, e agora uma criança legitimamente élfica foi concebida, a qual denominaram Hellion. Quawin, apesar de sempre acompanhada de amigas amas, ficou com a sua atenção quase toda voltada para este pequenino.

O coração de Ellondar estava prestes a se embrutecer de rancor/ciúmes pelo seu irmão élfico, foi quando então seu pai percebeu aquele sentimento ruim emanado do silêncio e dos gestos de sua primogênita, e resolveu agir. Convidou uma dríade chamada Gueen-ha para fazer companhia a sua filha, e o mais importante, para instruí-la nos conhecimentos desta amistosa e misteriosa raça aliada dos Elfos das Florestas.

Gueen-ha era oriunda de um carvalho de ficava aos pés de uma pequena montanha não muito longe de Oelundree, próxima a uma trilha selvagem, por onde um córrego de águas mansas e cristalinas acolhia a passagem de errantes viajantes. Ela devia ter cerca de cem anos a mais que Ellondar. Conseguia assumir a forma humanoide de uma belíssima mulher de cabelos verde-água, a pele alva, que encantava a todos que a vislumbravam seminua em seu caminhar quase dançante. Parecia sempre estar feliz e de bem com a vida, esbanjando bom-humor.

Para muitas das queixas da jovem dríade, Gueen-ha já não tinha a paciência de outrora, e sempre respondia quando estava no seu limite: “A tempestade veio, e a folha levou”.

Ilustração 04: Gueen-ha, a Dríade instrutora de Ellondar.

Gueen-ha explicou a Ellondar muitas coisas sobre a cultura, o habitat, a ecologia, a crença e a sociedade das dríades, e que por sinal, chamou a atenção de sua aluna quando lhe foi explicado que apesar de serem da mesma raça, assim como os elfos, elas também eram dividas em sub-raças. No caso de Ellondar, esta era uma Hamadríade, ao contrário de sua tutora, que era uma autentica dríade. A mestra lhe instruiu ainda nos círculos das magias voltadas para as plantas da qual detinha admirável domínio, e algumas de cura e controle do corpo, que ela conseguiu aventurando-se amorosamente com um elfo arcano em um tempo remoto.

O tempo passou, e aquele sentimento que Ellondar sentia pelo seu irmão élfico Hellion tomou outra dimensão. Apesar do laço de fraternidade que os unia, a mesma pressentia que por aquele jovem havia algo mais que lhe fazia estremecer o coração quando o mesmo a tocava ou se deitava sobre a sua sombra para conversarem por horas a fio. Um sentimento de ciúme começou a consumi-la quando ela passou a perceber ou fantasiar no olhar de outras elfas uma espécie de desejo lascivo por ele.

Ellondar não aguentava mais ter que esperar para ser abençoada pelo Eterno, e assim, adquirir a forma física com a qual sua mestra e outras dríades caminhavam entre os demais seres, e com estes últimos, interagia.

Anos mais tarde, Ellondar ao completar sua centésima primavera foi abençoada com a dádiva do Eterno de poder assumir a forma física feminina de uma semi-humana élfica. Uma criatura de raríssima beleza, que assim como as dríades tinha a capacidade de transmutar os tons de pele, cabelos e olhos de acordo com as estações do ano ou a floresta/Selva em que se localizavam – uma espécie de camuflagem natural. Aquilo deixou a todos repleto de felicidade, exceto sua mestra – Gueen-ha -, que se sentiu um pouco roída por dentro.

Ilustração 05: Hellion Oelundree, irmão élfico de Ellondar.

Qwawin e as demais amas que serviam a corte de Oelundree buscaram fazer de Ellondar a mais completa princesa. Não perderam tempo em seguir com muitos dos ensinamentos que até então só haviam transmitido em teoria. A princípio a dríade se mostrou desajeitada, tal como uma criança no início de sua vida, contudo, passado o tempo necessário, veio o domínio sobre o equilíbrio e o desenvolver de uma coordenação plena, e, tão logo, a mesma se apresentou como uma refinada elfa, assim como também, uma prodigiosa combatente.

Quando Waldegard, pai de Ellondar, assistiu-a em treinamento com os soldados da corte, não pôde deixar de comentar ao término do mesmo, de que a agilidade e a beleza dos movimentos eram heranças indubitáveis de Flor de Séqua – Título recebido pela rainha Quawin quando a mesma era uma Alta Elfa da corte de Dreea.

Hellion, assim como os demais, ficou encantado com a beleza de Ellondar. Efeito este que a dríade desejou no fundo de seu âmago e em suas preces mais profundas à divindade suprema. Algo mudou na maneira em que eles se entreolhavam, e na profundidade do sentimento existente entre os dois, algo muito além de laços fraternais. Não tardou para que isso fosse consumido cladestinamente em atos de lasciva e tórrida paixão.

Nas festividades do Solstício de Verão, o rei e a rainha de Oelundree convidaram a shide Scamini Dreea, uma Alta Elfa da Corte do Grão-Rei Eldemer da Grande Floresta, para participar do evento, e também amadrinhar seu filho. Esta honorável elfa era prima de Quawin, e havia lutado com ambos durante algumas batalhas, sobretudo, naquelas em que se abateram nos reinados de Oeluns e de Dreea.

Servir a corte do Grão-Rei élfico era uma grande dádiva, e negar tal fardo era tido como um crime extraordinário, onde a honra e a nobreza da linhagem tornavam-se subjugadas, e o criminoso era punido com o banimento e ostracismo da comunidade com a Marca da Insolência. Portanto, não tardou para que Scamini percebesse em Hellion os atributos necessários para amadrinhá-lo, e fazer dele um membro da Corte de Eldemer. Essa também foi à única maneira encontrada pelos pais de Ellondar para dar fim à relação amorosa entre os dois irmãos, cujo conhecimento por outros só lhes traria desdouro.

Ilustração 06: Scamini Dreea, shide da Corte do Grão-Rei Eldemer, prima de Quawin, e madrinha do príncipe Hellion.

A dríade esperou aflita, e também, paciente ao longo de semanas, meses e anos até que o seu irmão e amante pudesse retornar para a sua comunidade. Hellion, juntamente com outros dois amigos naquela ocasião, foram amadrinhados por Scamini Dreea para a Corte do Grão-Rei Eldemer.

Para Ellondar algo de estranho ocorreu quando os amigos retornaram tempos mais tarde para uma visita aos seus familiares, e Hellion não, e a única notícia que se teve foi de que estava tudo bem, e que logo retornaria para sua família. Contudo, anos mais se passaram e as preces da dríade não foram ouvidas. Uma vez ou outra, ela recebia notícia por intermédio de outras plantas, animais e outros seres da natureza com os quais podia se comunicar.

O Rei e a Rainha de Oelundree não conseguiam perceber fim naquele sentimento de Ellondar por Hellion, e isso era demasiadamente temeroso.

Ellondar angustiada foi aconselhar-se com a sua amiga e mestra sobre aquele sentimento que a consumia. Contudo, desde o envolvimento da jovem dríade com o irmão, algo, entre as duas havia mudado.

Gueen-ha havia se distanciado de Ellondar, pois, constantemente as duas estavam a se desentender, e à medida que aquilo crescia, as palavras da princesa feriam mais e mais o seu coração, que também nutria um amor platônico pelo príncipe, e que somente não levava a frente por sentir remorso de sua discípula.

Na ocasião em que Gueen-ha e Ellondar conversaram mais uma vez, não tardou para que uma nova discursão ocorresse. No entanto, desta vez a mestra não ouviu calada a sua aluna, e tão pouco se ateve a aconselhamentos, pois, os gênios estavam exacerbados entre as duas. A princesa ouviu tudo que estava entalado na garganta de sua amiga, coisas das quais a machucaram profundamente, muito em função do orgulho da mais nova. Um pedregulho composto de amargas verdades selou o fim da amizade entre as duas dríades.

Passado algum tempo, uma boa notícia chegou aos ouvidos de Ellondar: o príncipe estava retornando! Seu coração se inflamou de esperança.

Antes que Hellion pudesse chegar até a comunidade de Oelundree – que estava à cerca de um dia de viagem -, ele resolveu dar uma parada e acampar nos domínios de Gueen-ha. A dríade surgiu para lhe fazer companhia munida de uma jarra de deleitosa bebida, enquanto conversavam algo de curioso aconteceu em seu intimo, e, logo ele se viu afagado nos braços dela.

Gueen-ha não se demorou naquilo que há tanto tempo a sua mente e o seu corpo desejavam concupiscentemente. Hellion se entregou aos braços e sentimento daquela dríade de quem por vezes se encantou quando ainda bem jovem, enquanto furtivamente a vislumbrava ensinando a sua irmã, ou se banhando em quedas de águas cristalinas. A noite se fez dia, e o dia se fez noite. Ambos passaram longos dias entregues aquela paixão aparentemente derradeira, e magicamente possível graças ao poderoso encanto que estes seres exercem sobre aqueles a quem desejam. O sentimento de culpa ou remorso para com a aluna já não havia mais.

Ellondar começou por conta própria uma busca ao príncipe, e ao chegar às proximidades da morada da antiga mestra teve uma visão calamitosa daquilo que foi o seu pior pesadelo: Gueen-ha e Hellion eram amantes! Um turbilhão de coisas assombrosas invadiu a sua mente naquele fatídico momento. Pensamentos violentos, mas ao mesmo tempo antagônicos, permeavam aquele campo insólito. Por fim, tendo o espírito tomado por um acesso de fúria vertiginosa e selvagem, ela os assassinou de maneira deliberadamente fria as margens do riacho.

A dríade percebeu o crime que havia cometido contra os seres a quem mais amava se debandou para o mais longe possível de sua antiga comunidade. No entanto, a distância da sua árvore a fez sucumbir de exaustão.

A marcha pesada de uma grande infantaria a fez recobrar a consciência. Escondida, Ellondar observou soldados Orcs bem armadurados caminhando rumo ao bosque de Oelundree. Temerosa sobre tudo o que havia acontecido, tendo as roupas ainda banhadas parcialmente com o sangue de seu irmão e de sua mestra, ela esperou a passagem de seus inimigos para se prostrar de joelhos clamando ao poder do Eterno para que nada de mal acontecesse aos seus pais e familiares, porém, não tardou para que sentisse e avistasse fumaça, e, seguidamente, gritos.

A dríade com muito receio se viu compelida a retornar para sua comunidade, e, assim, tentar ajuda-los de alguma maneira. Contudo, Ellondar chegou tardiamente. O reino de seus pais ardia em chamas, enquanto os elfos se digladiavam com os Orcs. Nesse momento ela pavorosamente se lembrou da responsabilidade que tinha sobre muitas coisas ali, dentre elas, os sinais de vigilância por meio das plantas e dos animais. Em meio aquele confronto ela se viu desnorteada com a visão de inúmeros cadáveres de seu povo lançados ao chão. Subitamente mais um pensamento trágico lhe veio à mente, pois tantos que ali estavam jazidos lhe foram oportuno em algum momento de sua vida conversar, sorrir, compartilhar experiências, ajudar, e, em fim, agora somente mórbidas lembranças.

Antes que ela pudesse tentar fazer algo, Ellondar sentiu a pele arder. Sabia que a sua árvore corria risco de vida. Durante o percurso até a casa de seus pais, percebeu alguém espreita-la, contudo, não conseguir identificar quem ou o quê era. A sua mente mal conseguia ater-se aos confrontos que aconteciam diante de seus olhos. Aquelas criaturas lutavam como se estivessem possuídas por algo maligno, pois, eram demasiadamente sanguinários e mortais em suas investidas.

Ellondar encontrou próxima a sua árvore, com alguns focos de chamas em volta, a sua mãe caída com um vestígio de vida, aparentemente ela havia se arrastado por um percurso significativo, além de ter sofrido ataques viscerais. Antes que a dríade pudesse dizer algo para a rainha, a mesma a silenciou:

- Não te preocupa minha amada filha... Está é a vontade do Eterno... Obrigada por tudo... Está vida foi plena, renasceria nela quantas vezes mais se fosse possível por tantas dádivas alcançadas... – Quawin morre acolhida nos braços de sua filha.

Ellondar com a sua mãe no colo, abraçada para bem junto dela, pranteou copiosamente por tamanha desgraça recaída sobre a sua vida e de todos aqueles a quem tanto amava. No fim, clamou ao Eterno que tudo lhe fosse tirado, sobretudo, as lembranças dessa vida para não sofrer mais.

As chamas se alastraram por todo lugar, atingindo a árvore de aveleira a qual Ellondar era ligada. O corpo da dríade entrou em combustão enquanto mantinha o pensamento firme naquilo que era o seu mais poderoso desejo, e bem abraçado ao de sua mãe.

A dríade sentiu seu corpo romper em penosas chamas. Uma dor visceral se alastrou de sua cabeça aos pés de forma inimaginável. Os gritos de agonia ecoados por ela tomaram o céu, juntamente com os demais de seu povo em um funesto coro... Até que a mesma caiu desacordada ao chão.

(...)

Ela recobrou a consciência, abriu os olhos, estava com a boca seca, com fome e com um gosto amargo nos lábios... Contudo, ela era uma elfa, que desconhecia seu nome, não tinha lembranças, e estava completamente perdida em meio a um cenário de destruição descomunal, com inúmeros focos de chamas. Um grande incêndio havia se alastrado por aquele lugar.

Ela ficou por muito tempo naquele estado catatônico deitada ao chão, tentando de alguma forma recobrar alguma memória que pudesse norteá-la para onde se dirigir, mas a manhã se foi e logo veio o entardecer. Ela tomou coragem e se levantou em meio a um enorme grupo de criaturas chamuscadas a se lamentar por perdas das quais desconhecia. Uma cena demasiadamente mórbida e surreal,

Ilustração 07: Ellondar, A Dríade, transmutada na forma de uma elfa como dádiva do Eterno.

Ela se assustou quando um grupo de moribundos voltou-se para ela apontando o dedo em sua direção, com seus rostos contorcidos em dor e tentou agarra-la, acusando-a de irresponsável, fraca, e pérfida. No entanto, nada lhe soava intimo em relação àquelas assombrações, somente um medo crescente que a fez com que saísse daquele lugar o quanto antes. Correu desesperadamente e como se a sua vida dependesse daquilo.

Na sua fuga daquela região inóspita, a jovem elfa aos poucos foi se lembrando de algumas coisas em relação a aprendizados mágicos. Verbetes e signos mágicos que lhe surgiam à mente em uma vultosa oscilação, que lhe provocavam fortes dores de cabeça e desequilíbrio. Por muitas vezes teve que parar e descansar, e cada vez que o fazia, sentia que o tempo lhe corria a uma maneira diferente.

A elfa em sua andança a esmo acabou por infelicidade encontrando um grupo de Orcs que mantinham cativos alguns humanos, utilizando-os na exploração de minério e outros serviços forçados. Ela foi conduzida até o acampamento deles, onde daqui algum tempo seria sacrificada e oferecida a uma grande divindade daquela raça. Em sua mente: medo, ansiedade, e confusão.

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