Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Delvin "Lobo de Gelo" Mallory,

Um Halfling cujo talento ladino e a ambição precedem qualquer preconceito.

Raça: Halfling.
Natural do Reino de Mégalos (Continente de Ytarria).
Nascido sobre o signo de Libra.
Ofício: Ladino.
Idade Aparente / Real: 16 / 28 anos.
Altura / Peso: 1,20 m / 50 Kg.
Cor da Pele: Branca e suavemente bronzeada.
Cor dos Cabelos: Negros, curtos e desgrenhados.


HISTÓRIA DO PERSONAGEM
Um profissional em adquirir aquilo que pertence aos outros.

Ilustração por Izzy Medrano.
Delvin “Lobo de Gelo” Mallory, um
Halfling, órfão e resgatado das ruas
na adolescência por Grover Mallory,
que o treinou em seu ofício, e fez
dele um talentoso ladino a serviço
de qualquer um que pudesse lhe
suster em suas ambições.
Provavelmente, ainda nas primeiras semanas de seu nascimento, este halfling foi abandonado pelos seus pais, pois, as suas lembranças mais profundas e distantes em relação a infância o levam a arteiras brincadeiras com outras crianças em situação semelhante a sua, largado em meio aos becos e vielas que compõem os subúrbios da grande cidade de Nova Jerusalém (Mégalos), Um local e tempo de sabor meio amargo, e que ainda criança, fez com que Delvin aprendesse lições importantes sobre a vida, dentre elas a de que a mesma é injusta para todos, porém, mais para alguns do que para outros. E a sua reflexão em relação a isso sempre foi: Se a vida assim o é, por que não, tentar Equilibrar a Balança?

Órfão e ciente de que família lhe foi um tesouro roubado ainda na sua concepção, Delvin compensou esse mau-agouro do destino, com uma dose de perspectivas diárias conquistadas por meio de sua habilidade pujante em obter aquilo que permitisse sobreviver, uma vez que, ele possuía uma baixa estatura em comparação aos demais garotos de sua idade, uma agilidade inata, acrescida de um pensamento rápido e muito jogo de cintura para sobressair as mais complexas situações que a vida às vezes o dispunha. E a vida as margens da sociedade não fez do furto uma opção a escolher, pois, constante eram a sua escassez de recursos para suprir as suas necessidades, e, sobretudo, a fome e o vício em tabaco,

Com o passar do tempo, a vida criminosa que nascera por meio de uma necessidade para fins de sobrevivência, por meio de pequenos furtos, passou a ser para o jovem halfling o seu mundo, que fora acentuado pelo seu apego aos bens materiais, que se tornara crescente à medida que o seu talento lhe provinha conquistas além de suas expectativas.

E, uma característica peculiar de Delvin lhe rendeu entre os seus companheiros ainda na juventude foi a alcunha de "Lobo de Gelo", que advém de sua capacidade de permanecer completamente imóvel à espreita de seu alvo.

Os furtos seguiam bem, e Delvin praticamente não mais passava fome ou sofria da abstinência provocada pela necessidade do vício em fumar, porém, até que uma investida deu errado... E isto marcou para sempre a sua vida.

O alvo do furto sugeria ser fácil: Um homem de meia idade, desarmado e aparentemente desatento, que trazia uma bolsa gorda de moedas a tiracolo: O que sugeriu a mente do astuto halflinga possibilidade de haveriam algumas moedas de prata... Convicto de sua ação, Delvin posicionou-se para o ataque: Imóvel nas sombras de um estreito beco, ele aguardou até o momento propício. E, percebida hora de agir, o ladino assaltou a bolsa do distraído homem e disparou pelas vielas escuras até encontrar-se em segurança. Contudo, estando ele a muitos metros distantes do local do roubo, Delvin parou para analisar o resultado de mais uma repentina e bem sucedida ação, e foi nesse momento que ele percebeu que a pequena sacola estava vazia! E enquanto ele indagava-se confuso sobre o que poderia ter dado errado, - olhando para trás e a sua volta -, por mais uma vez o pequeno ladrão foi surpreendido com uma voz sorrateira e irônica vinda de um ponto mais à frente:

Ilustração por Artastrophe.
Grover Mallory, um talentoso ladino
que apadrinhou Delvin,e  cuja habilidade
lhe servia exclusivamente para viver bem,
 sem quaisquer pretensões que o evidenciasse
diante do público, onde lhe eram característico
a meticulosidade, a prontidão e a discrição.
- Você é rápido garoto... Mas, não o suficiente. E da próxima vez, tente pegar a bolsa certa.

O aparente desatento homem de minutos atrás estava diante do halfling... Sim, o mesmo homem de meia-idade que acabará de ser "roubado" por Delvin! De posse da sacola de moedas almejada em uma das mãos e com um sorriso matreiro no rosto.

Como aquele sujeito havia chegado até ali?! E, principalmente, como havia chegado ANTES dele?! – Assim, o jovem ladrão dizia-se em seu intimo fitando aquele estranho homem com um estampado sorriso desconcertado em seu rosto.

- Você tem potencial, não se frustre... - Disse o homem - Preciso de alguém com os seus talentos... Obviamente, você ainda precisa de certo refinamento na arte das sombras, mas podemos cuidar disso... E aí, o que me diz, garoto?

Grover Mallory era o seu nome, e com ele o delinquente halfling aperfeiçoou os seus talentos inatos, além do aprendizado de outras perícias necessárias a excelência do ofício de 'adquirir' (termo ao ele mesmo gostava de se referir ao seu conjunto de habilidades). Seu tutor ensinou tudo que sabia ao jovem Delvin – pelo menos o que disse a ele saber -, desde como se manusear uma gazua, a andar sem ser visto (ou sem ser notado) e a manusear armas, além de ler e também como conseguir bons preços pelos produtos vendidos no mercado, comum ou no submundo.

Na medida em que crescia - isto é, em idade, pois, em estatura física nunca aumentou muito -, Delvin e Grover formaram uma dupla imbatível. Não havia contrato que os dois não pudessem dar conta juntos. E isso constantemente gerava conflito com a Guilda de Ladrões local, pois, os profissionais tidos como Freelancers não eram bem quistos para os negócios da guilda, e o mestre do halfling sempre insistiu em se manter longe das organizações.

Ilustração por Fernanda Suarez.
Marinna, a discípula de Lady Irvy Casnefous,
que de tanto lhe seduzir com histórias a
respeito de lugares e tesouros perdidos
espalhados pelo mundo, tornou-se a sua
companheira de viagem em busca de
tudo aquilo que almejava para si.
Por diversas vezes, a dupla de ladinhos prestou serviços para a cabala de magos local. Sempre em busca de reagentes, pergaminhos, itens encantados, tomos de magia e por qualquer um disposto a pagar um bom preço pelos seus préstimos ou artigos adquiridos. No entanto, uma contratante em especial marcou a trajetória do halfling, não necessariamente lady Irvy Casneffous, para a qual costumeiramente prestavam serviços, mas a sua jovem aprendiz, Marrina. Na oportunidade em que os dois pudessem estar juntos, ela aproveitava o tempo para contar histórias a Delvin, relatos estes, sobre lugares distantes, civilizações perdidas e, principalmente, de valiosos tesouros. Esses contos sempre fascinaram e mexeram com a imaginação de Delvin, que nunca havia conhecido paisagem para além dos muros da cidade, e sempre ansiou em obter mais riquezas. Afinal, sentia depois de tantos anos de penúria, que já era tempo da Balança pender um pouco em seu favor.

Um dia, ao retornar para seu esconderijo, algo o surpreendeu a ponto de paralisa-lo,  Delvin encontrou um bilhete rabiscado às pressas, com a letra de seu mentor, preso à porta por uma faca e com os seguintes dizeres "Delvin, Fuja! Não é seguro. Não me procure. Grover". Em sua mente atordoada na tentativa de assimilar aquelas últimas palavras e uma iniciativa imediata: Fugir? Para onde? Delvin não conhecia outro lugar que não os subúrbios de Nova Jerusalém... E, apesar do aviso de seu mentor, ele ainda permaneceu na cidade por mais alguns meses, executando pequenos contratos para os magos da cabala, e vivendo mudando constantemente de esconderijos. O aprendiz procurou o seu mentor sempre que podia, entretanto, nunca obteve qualquer informação que denunciasse o seu paradeiro.

Então, mais uma vez a vida propôs ao dissoluto halfling uma mudança inesperada. Marinna, a jovem aprendiz de Lady Casneffous, veio até ele com um plano de fugir de sua mestra, e distanciar-se ao máximo dela ou de qualquer um que pudesse trazê-la de volta a Nova Jerusalém. Para tanto, ela veia com a ideia de buscarem asilo em uma guilda de mercenários, uma a qual estava em franco crescimento na cidade vizinha de Arvey, ainda que temporariamente. A princípio, desconfiado com a sugestão de se envolver com uma organização na altura de todos os funestos acontecimentos, Delvin logo se deixou seduzir pelas histórias de fama e fortuna por muitas vezes contatadas pela companheira.

Delvin adotou o sobrenome de seu mentor como o seu e, pela primeira vez, deixou para trás os portões da cidade que por muitos anos o acolheu para escrever uma nova história...

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