Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Marina "Blackheart" Casneffous.

A foragida ascendente discípula da Senhora do Imersível Atroz.

Uma falta de fibra imaginar que você não conseguirá alcançar o nível de seus mestres. Os Mestres são homens. Você também! Se acha que será inferior ao fazer algo com rapidez então você estará no caminho de ser realmente inferior! Lembre-se garota, primeiro o propósito, depois a iluminação.

- Yrvy Casneffous, a arcana para Marina sua aprendiza.


Marina é uma jovem dona de uma aptidão mágica formidável, cuja própria dádiva interessa a muitos arcanos, porém, além disto, ela encanta pelo seu aspecto físico, e também, por deter uma sensibilidade inata para se aproximar e compreender os outros, ainda que estes indivíduos lhe sejam totalmente alheios ao seu convívio. Hoje ela é uma aluna renegada de uma grande maga, que segue em aventura buscando tesouros atemporais, denominados Conhecimento, e, glória.


Ilustração por Seok Chan Yoo.
Marina Blackheart, aprendiz arcana, e
foragida da casa de sua mestra, a lady Irvy
Canesffous. Uma fuga motivada por uma
relação que se  tornou conturbada entre as
duas e a necessidade da jovem por
libertar-se em uma busca pessoal por
identidade própria.
Raça: Humana.
Natural de: Províncias de Nova Jerusalém no Reino de Mégalos (Continente de Ytarria).
Nascido sobre o signo de: Capricórnio.
Ofício: Arcana
Idade Aparente / Idade Real: 23 / 25 anos
Altura / Peso: 1,67 m / 54 kg.
Olhos: Azuis escuros, sempre perscrutadores.
Cor da Pele: Branca alva.
Cor dos Cabelos: Possui uma tonalidade entre o anil e o violeta (levemente roxo), longos e lisos,
Outros traços fisionômicos: Possui um corpo escultural curvilíneo, uma jovem no auge de seu esplendor físico gozado com boa saúde.
Comportamento e Trejeitos: Curiosa, seus olhos denotam essa característica pela perspicaz como rapidamente tende a examinar qualquer lugar ou pessoa que esteja a sua volta; busca sempre apresentar razões para aquilo que faz; não gosta muito de ter suas razões questionadas; geralmente ela buscará qualquer argumento para convencer quem quer esteja lhe questionando, transparecendo o seu gênio teimoso; Possui grande foco em seu trabalho, tanto tal envolvimento, as vezes a faz parecer uma completa distraída em relação as outras coisas ou pessoas que estejam a sua volta; possui um senso de humor leve e inteligente; quando não esta trabalhando, gosta muito de compartilhar historias e conversar; tem um senso apurado a moda, e gosta de se vestir bem; usa sempre uma manta de seda fina bem parecida com de sua mestra Irvy; porta-se sempre com imponência e elegância, uma característica peculiar ao de sua tutora, uma semelhança da qual Marina demonstra desafeto e se sente ofendida quando alguém ousa compara-las (Na verdade, a aluna admira a sua mestra, porem, isto é algo que ela difícil admitira em publico!); gosta de se adornar com joias de quase todos os tipos e usar tiaras; e, por fim, costuma iniciar seus encontros sociais marcando uma presença forte, no quesito trajes e palavras cuidadosamente escolhidas para cada ocasião e pessoas, pois, acredita que a fator presença é algo essencial para se ganhar corações, sobretudo, daqueles a quem requererá cooperação para o seu êxito pessoal.


HISTÓRIA DA PERSONAGEM

O encanto do conhecimento seria diminuto se, para atingi-lo não houvesse tanto pudor a vencer. 

- Marina a aprendiz para seu amigo Delvin.

Os primeiros anos de vida de Marina Blackheart são desconhecidos, portanto, esta primeira parte se refere a uma passagem da história de sua família que a mesma ainda desconhece, porém, será exposta somente para fins de uma possível abordagem no futuro.


Origens desconhecidas de um lar nunca mencionado.

Ilustração por Jay Scott Pike.
Mary Wulfboaald, mãe genitora de Marina.
Uma mulher entregue ainda jovem pela
família a sorte de um meretrício, no qual
algum tempo trabalhou como cortesã sobre
a alcunha de Avelã, e, que cansada deste
martírio, reconstruiu a sua vida em outro
reino e ao lado de um bem reputado
mercador de bebidas,
O pai biológico de Marina se chamava Hork Wulfbaald, também conhecido entre os companheiros pela alcunha de “Sorte Que Te Quero”, um homem oriundo do ocidente do Reino de Mégalos, que conduzia a vida com o oficio de mercador de bebidas, e que possuía um vicio desmedido em jogos de azar, cuja sorte não lhe sorria com a mesma frequência e entusiasmo que tinha em testa-la, pois, comumente perdia parte de seus recursos em tentas que fazia em tavernas, ou outros locais onde era comum os círculos de jogos. Por sua vez, a mãe genitora se chamava Mary "Avelã", uma mulher dona de uma beleza fenomenal, que se tornara uma prostituta ainda muito jovem por necessidades familiares (não mais que, uma moeda de troca para saldar dívidas), e que desgostosa com o fatídico oficio que levava em um meretrício desafortunado no Reino de Caithness, fugiu de seu senhorio, a fim de recomeçar uma nova vida em um lugar ao qual dificilmente seria reconhecida, ou seja, do outro lado da fronteira e em outro reino que pelo menos falasse o anglo (Mégalos). Mary restabeleceu sua nova vida ao chegar nas fazendas do Ducado de Nova Jerusalém (Mégalos), e, não precisou se esforçar muito para encontrar alguém que pudesse facilmente seduzir e recomeçar, e foi assim, que ela escolheu o famigerado mercador de bebidas Hork, o Sorte Que Te Quero, com quem se casou.

O casamento entre o mercador de bebidas e a ex-meretriz gerou além de oito filhos saudáveis - dentre eles a caçula Marina -, a expansão dos negócios da família, pois, o intermédio de sua nova esposa, Mary, foi fundamental. Ela demonstrou um talento inato para negociar as bebidas e os produtos produzidos nas fazendas de Hork em especial nos mercados e tavernas próximas da cidade. Porém, o marido muito satisfeito com a atuação comprometida da esposa nas negociações, desconhecia que tamanho sucesso era advindo da infidelidade da mesma, onde ela trocava a gentileza das compras por prazeres carnais, algo o qual a Senhora Wulfbaald detinha a experiência e a prática de persuadir a todos os compradores dos estoque de bebidas e outros produtos mais derivados das propriedades da Família Wulfbaald. Enfim, o fato é que Hork sentia ciúmes da mulher, porém , preferia antes de qualquer coisa, ocupar-se com os seus jogos de azar.

A Família Wulfbaald pôde ao longo de bastante tempo criar a grande maioria dos seus filhos gozando de uma confortável vida, onde nada lhes faltava, apesar dos infortúnios gerados pelo vicio do patriarca. Em suas extensas terras fazendárias, os Wulfbaald criavam uma grande quantidade de gado em vastos campos de pastagem, cujo comercializavam a carne, o leite e outros derivados; além de plantarem e venderem trigo. Porém, os pais de Marina eram problemáticos, e discursões incorriam com relevante frequência,

Ilustração por Christina Zakhozhay.
Hork Wulfbaald “Sorte Que Te Quero”,
pai de Marina, um popular e bem reputado
mercador de bebidas do ocidente de Mégalos,
que viu a sua sorte nos negócios mudar
favoravelmente ao se casar com a bela e
Mary, porém, a sorte que tanto lhe faltava
na sua vida  medíocre as voltas das mesas
de jogos de azar não tardou em recair
fatalmente sobre o resto de sua vida. 
A ruína da Família Wulfbaald veio quando certa noite, Hork descobriu que sua esposa o traia, em sua própria casa e sobre o leito matrimonial com o seu vizinho, um jovem criador de cavalos dono de um modesto haras. O patriarca prometeu mata-lo, mas, antes que ele levasse a cabo tal promessa, a traidora e o seu consorte fugiram. Os dois profanadores do lar se evadiram como se de alguma forma já estivessem a esperar por aquele momento. 

Absorto por um sentimento conflituoso de desilusão, autodestruição, confusão e fúria, Hork Wulfbaald, meses depois do funesto flagra da traição de sua amada esposa, decidiu - estando completamente embriagado e distante de qualquer um que pudesse lhe assistir com bom senso -, em aceitar o convite de uma alta aposta, na qual ele dispunha todos os seus recursos contra o patrimônio do Baronete Jammes Casneffous, que outrora demonstrou demasiado interesse em adquirir as propriedades e os negócios da Família Wulfbaald. O baronete o assediava constantemente na tentativa de persuadi-lo a participar de uma mesa de carteado sabendo de sua enfermidade em relação a jogos de azar. Quando o mercador surgiu a porta de Jammes encoberto de dividas, na miséria e disposto a aceitar o tentador convite, o nobre não pensou duas vezes, em aceitar, e, para tanto, brindaram a ocasião com o melhor vinho da casa. E, foi assim que, o senhor Wulfbaald foi ludibriado com doses e mais doses de uma bebida que o fez perder a completa lucidez e a noção sobre o que estava em jogo, algo que lhe custou muito caro: todo o seu patrimônio erguido ao longo de anos e que um dia seria herdado aos seus filhos e netos.

Um dos criados do baronete conduziu Hork até em casa e o largou aos pés da pequena escada que levava a porta de entrada de seu modesto palacete, somente para que o patriarca tivesse o dessabor de passar uma ultima noite debaixo do teto daquilo que um dia lhe pertenceu, além de ter que confessar aos seus filhos que ainda moravam com ele e aos seus criados mais íntimos a grande estupidez que havia feito. Porém, o Sr. Wulfbaald não teve a coragem de olhar nos olhos e contar aos seus filhos o que havia se sucedido horas atrás, e, quanto a isso, antes mesmo de amanhecer o dia, ele havia se suicidado. Pela manhã, a trágica surpresa chocou a população do ducado como um todo, sobretudo, ao saber da morte por enforcamento do distinto mercador, e o requerimento das terras da família de maneira intolerante, e o despejar destas de todos aqueles que se opusessem a vontade do novo senhorio, Casneffous.

Marina nasceu em dezembro de 2.086 d.C, e tinha por volta dos seus quatro anos de idade quando foi tomada para ser criada por Sir Jammes Casneffous. Os demais irmãos da caçula ou se casaram ou sumiram no mundo, contudo, alguns destes que se apartaram da família se tornaram soldados e morreram em guerras, assim como também houve aqueles que fatalmente adoeceram por enfermidades diversas. Dentre os oito irmãos, somente ela teria nascido com algum talento especial para manipular a magia – algo não percebido pelos pais -, e, sendo este o principal motivo pelo qual o baronete a acolheu como enteada. Sendo assim, ele pensou que criando e educando a criança poderia predestina lá a um futuro melhor, sobretudo, colocando-a em um colégio para aprendizes de magos, fazendo-a se torna uma maga plena, principalmente, visando ele mais prestigio entre os círculos arcanos. Outro ponto relevante nessa “boa ação” do nobre para com a jovem órfã foi dispor a ela o sobrenome da família Casneffous, de forma que reparasse a sua estima diante de todos e abafasse todo o incidente ao qual foi indiretamente condenado.


A magia se manifesta de maneira sedutora sobre a vida dos Casneffous.

Ilustração por Artastrophe.
Baronete Jammes Cannesfous, pai adotivo
de Marina, que a recolheu ainda criança das
garras do infortúnio ao qual o seu pai verdadeiro
havia lançado toda a Família Wulfbaald.
E, embora houvesse o interesse de sua
parte dele na criação dela, com o passar
do tempo e a convivência, ele acabou
estabelecendo com ela sinceros vínculos afetivos.
Foi em meadas do ano de 2.101 d.C, que o Baronete então conheceu uma maga de presença exuberante, cuja beleza era quase descomunal e se manifestava de todas as formas possíveis, desde a aparência física, como por meio dos trajes ricamente detalhados, adornos em pedras preciosas. a elegante postura e uma eloquente forma de dialogar capaz de magnetizar a todos. Ela era respeitada entre os círculos arcanos, o seu nome era Irvy. Não tardou para que o Baronete fizesse juras de amor, e, consequentemente, pedisse a bela maga em casamento, pois, a majestosa figura feminina aparentava exercer sobre ele certo domínio em relação aos seus sentimentos, pois, ainda que se visse encantado pela presença descomunal de sua consorte, ele sabia que por meio dela poderia ter um acesso mais breve aos círculos arcanos, e, assim, mais influencia sobre os mesmos. Em contrapartida, a fascinante Irvy, também desejava obter o titulo de lady para aumentar o seu status dentre a corte, e, assim agir diretamente sobre maior influencia entre a nobreza do Império Megalano. Portanto, o casamento era perfeito para ambos, e Marina entraria como uma peça harmônica para o interesse dos dois: a filha do casal com afinidade magica, uma vez que, nem Irvy e muito menos Sir Jammes poderiam conceber de modo natural uma criança. Enfim, para o nobre, esse contrato matrimonial poderia ser a prova de sua virilidade perante aos demais de seu circulo, enquanto que para Irvy seria honradez de ser mentora de uma criança dotada de grande poder, o que significaria demonstrar aos membros das cabalas, maturidade e prestigio.

Quando tinha os seus onze anos de idade, Marina ainda criança, viu a sua vida ser parcialmente abalada com a morte súbita de Sir Casneffous, que foi para ela uma figura paterna presente, independente de quaisquer que fossem os seus interesses futuros (e, dos quais até hoje não conheceu). De fato, uma morte desgostosa para a família, sobretudo, para o patriarca, o Barão Elcian Casneffous, a quem já havia preparado para assumir o seu lugar.

A morte do marido antes do tempo previsto foi um golpe de azar na vida de Irvy, que embora tenha se tornado lady, e, tão logo, soberana e herdeira dos títulos, bens e patrimônios do Baronete Jammes Casneffous, a sua ambição era ainda maior e estava muito próxima de ser alcançada, diante daquilo que havia planejado. A maga desejava maior mobilidade política para os seus planos, o que conseguiria facilmente mediante a sua ascensão ao status de Baronesa. Felizmente, Lady Irvy Casneffous conseguiu incorporar para si uma influencia política dentro dos seus círculos sociais, , ainda que não houvesse conquistado o almejado título, levando os seus interesses como base primaria, em troca de favores aos grupos. A morte do baronete não havia sido uma casualidade tal como muitos cogitavam devido aos diversos traços que apontassem para um acidente natura, ele era sim, um golpe oriundo de forças inimigas da Lady Caneffous, para tanto, ela buscou ir ao encalço dos autores. A maga teve grande receio de que a sua casa estivesse sobre ataque das Ordens Religiosas que perseguiam todos aqueles doutrinados nos caminhaos da magia, logo, ela se encarregou de que Marina não se envolvesse ou descobrisse quaisquer coisas de seu passado, usando até mesmo de meios mágicos para apagar evidencias que levassem ela ao paradeiro de sua mãe e seu falecido pai e de sua trágica historia anterior a sua chegada ao seio da Família Casneffous.


Introdução aos caminhos da magia

Existe Algo para ser aprendido com uma tempestade. Quando surpreendido por uma chuva, você tenta não se molhar e corre rapidamente pela rua. Mas mesmo se escondendo nos beirais das casas, você ficara molhado. Se estiver plenamente consciente de tal situação desde o inicio você não ficara incomodado, embora ainda fique ensopado. Essa compreensão se aplica a tudo...

- Marina a aprendiz para sua Mentora Lady Irvy.

Ilustração por Paul Abrams.
Lady Irvy Canesffous, mãe de criação e
tutora nos caminhos da magia de Marina,
ao qual a sua chegada à família lhe foi
uma agradável surpresa, contudo, algo
inesperado aconteceu e a relação entre
as duas ficou abalada ao ponto de
aprendiza desejar a liberdade
(ou distanciamento) de sua mestra.
Marina Casneffous cresceu, e assumiu uma personalidade diferente de sua mentora que tentou cria-la com alguma dedicação, e a qual nunca chegou a se dirigir a ela como “mãe”, somente, Lady, A jovem gostava mais de se socializar e tinha um espírito livre, semelhante ao de sua mãe biológica, a quem nunca conheceu. Como aprendiz de magia demonstrou um desenvolvendo acelerado nos primeiros anos, para surpresa de sua tutora. Ela possuía uma memória aguçadíssima e um talento mágico impressionante, o que permitia a jovem decorar rapidamente gestos e verbetes mágicos com extrema facilidade. A sua natureza curiosa aparentava gerar certo incomodo em Irvy, pois, referente a isso, ela lhe acusava ser retentora de segredos dos quais já se julgava ser suficientemente capaz de aprender. De fato, a iniciada não fazia nem ideia de quais segredos eram estes, mas, quanto a isso, ela com o tempo percebeu que de nada adiantava conduzir a sua angustia de maneira inquiridora, seja lá o que ela tinha receio de lhe apresentar e guardava sobre efeitos de poderosos trancas magicas.

A primeira escola magica na qual Lady Irvy doutrinou Marina, e cujo demonstrou algum domínio rapidamente, foi a do Elemento Água, que também acabou por se tornar a sua favorita.

Subitamente, em um dia aparentemente comum, algo desconhecido ocorreu com a sua tutora, pois, ela criou entre as duas um distanciamento... Marina até tentou se aproximar para saber o que teria acontecido (naquele dia e em muitos outros posteriores a este), porém, o misterioso obstáculo surgido havia esfriado as relações da parte de Irvy para com a sua aprendiza. As duas discussões entre as duas passaram a ocorrer com uma regular frequência, e, o jeito que ambas tinham de se manterem inflexíveis as suas decisões agravava ainda mais essa situação, onde nenhuma delas aceitava ceder. A mestra alegava que a aprendiza não tinha preparo mental para lidar com magias avançadas, e em contrapartida, a discípula achava que Irvy a tratava como sua bonequinha de favores. Como a Lady passou a ser menos tolerante em relação a falhas, logo, mais rígida em seu treinamento, tudo parecia ter se tornado alvo de queixas, o que as vezes frustrava Marina, e o que não demorou despertar nela um lamentável prejulgamento a respeito de sua mestra: o de que provavelmente ela passara a despreza-la, ao ponto de não ter mais nenhum feitio ou interesse em doutrina-la com tamanha dedicação de antigamente... Ainda sim, a única filha do casal e aprendiza não deixou de nutrir por sua Mãe de Criação e Instrutora um grande respeito e profunda admiração pela personalidade convicta da mestra – Marina chegou a cogitar que aquilo pudera ser um teste! Afinal, como os seus interesses estavam acima de qualquer afeto, a jovem tentou ao menos seguir com os seus aprendizados, tentando agir indiferentemente aos humores de Irvy, e ainda que de maneira autodidata. Apesar de quaisquer coisas, a Lady não deixaria de ser para ela tão repentinamente uma figura fascinante, imponente, inspiradora, e admirável, cuja  personalidade decisiva conquistou inevitavelmente um lugar especial em sua mente desde o primeiro momento em que conheceram, mesmo que às vezes esta agisse de forma arrogante, incompreensível, e sem transparência em compartilhar os seus interesses para com a estudante.


O mundo é grande o suficiente para a realização de nossos sonhos, basta ousar.

Não é bom se limitar a um conjunto de opiniões. É um erro se esforçar para compreender as coisas e depois parar nesse ponto. Primeiramente se esforce muito para garantir que compreendeu o básico, depois pratique para que o que você aprendeu renda frutos. Não se conforme apenas com aquele conhecimento que você adquiriu e sim pense: “Isto não é suficiente”. O Caminho esta nisso!

- Lady Irvy para sua aprendiz Marina em seus debates.

Marina gostaria de conhecer o mundo, tal como observou certa vez quando recebeu das mãos de um servo um tubo, daqueles próprios para armazenar pergaminhos, e, onde curiosamente constava um grande mapa de parte do continente, todavia, o viajar livremente estava temporariamente fora de cogitação pelo intermédio de sua mentora, cujo demonstrava ter outros interesses em mente dos quais não compactuavam entre elas. E, a vida dentro de sua morada se tornava cada vez mais monótona, pois, ela ansiava em ver o mundo externo aos paredões que limitavam o pequeno palácio em que vivia dentro da grande cidade de Nova Jerusalém. A sua mentora a mantinha ali, em cárcere neste minúsculo mundo, e, na companhia de livros e servos emudecidos que cumpriam com obrigações da casa (sem quaisquer traços de vida ou sentimento).  A vida da jovem aprendiza mudou quando ela soube que Lady Irvy havia contratado os serviços especializados de uma dupla de talentosos ladinos, da qual fazia parte um halfling de aparência cativante, e, ambos prestavam serviços que consistiam em adquirir ingredientes diversos, raros ou não, para as suas pesquisas secretas.

Com o tempo, Marina se aproximou com cuidado do halfling, chamado Delvin, para saber do que se tratavam os serviços executados por ele e o seu tutor para a sua mestra, mas, mesmo com teimosa insistência, este segredo foi algo do qual ele não compartilhou!

Marina desistiu temporariamente de perturbar o seu mais novo companheiro em anos, para se dedicar a estabelecer um elo de amizade com o hafling, e, para isso, usou de suas habilidades inatas para construir histórias que mexiam com o seu imaginário – algo que Jammes Casneffous lhe ensinou ainda em vida, a contragosto de Irvy -, e, isso de alguma forma o cativou, e, desta maneira ele também compartilhava com ela coisas que sabia sobre o mundo além dos muros de sua morada, algo que era mínimo, pois, nem ele ainda havia cruzado os altos muros da grande cidade (Nova Jerusalém), o que foi suficiente para despertar uma irascível sede por aprendizado cada vez maior, e, consequentemente, em tramar a sua fuga, E, foi por intermédio do halfling que a aprendiza soube da alcunha de sua mestra dentre os de mais magos, a Senhora do Imersível Atroz, assim como também, a sua importância e reputação, alguma coisa que a surpreendeu, mas que não desacreditou em nenhum momento ser possível, pela energia fascinante que esta trazia consigo. Sendo assim, Marina dizia a Delvin instigando a sua aspiração por fortuna que o mundo lá fora poderia oferecer tesouros muito mais valiosos que reles moedas de nobres locais... Ela precisava convencer o pequeno e recém-amigo a acompanha-la para que também lhe propiciasse coragem suficiente para que ousassem nessa arriscada empreitada que consistiria em abdicar desta confortável clausura que era a sua vida em companhia de Irvy.

Ilustração por Izzy Medrano.
Delvin, o halfling ladino, que Marina
conheceu prestando serviços para a
sua mestra, e cujo qual se tornou o
seu amigo e companheiro de viagem,
para além da cidade de Nova Jerusalém
e em busca de aventuras (e riquezas)
outrora somente fantasiadas.
Após a misteriosa fuga de Grover Mallory - o mestre ladino do halfling -, com a advertência de que ele também deveria fugir de um desconhecido perigo, Delvin, aparentemente desolado, sem a referencia de seu companheiro e amigo de anos, somado a curiosidade das tais terras de riquezas prometidas relatadas pela discípula de sua contratante, não tardou a ele então, em aceitar fugir com Marina.

Em uma oportuna noite do início do mês de fevereiro do ano de 2111 d.C., sabendo da ausência de Irvy da cidade para suas habituais reuniões com a cabala, a aprendiza cansada de sua vida trancafiada se debandou sem deixar qualquer bilhete que justificasse a sua súbita atitude, e, para fazê-lo juntou alguns recursos que tinha e partiu para a cidade mais próxima ao norte. E, ao longo desta caminhada, ela em nenhum só tempo deixou de semear no intimo do halfling de que o que estavam a fazer era o melhor para as suas vidas e que poderiam ganhar fortunas inimagináveis encontrando tesouros mágicos e vivendo aventuras...

A prófuga Marina adotou para essa nova etapa de sua vida o sobrenome de Blackheart, em uma homenagem despretensiosa a sua mestra, e pela necessidade de se fazer tão poderosa e respeitável quanto um dia foi aquela que lhe introduziu nos caminhos da magia, abdicando do Casneffous legado por seu pai, o lorde Jammes, assim que adentrou a família. 

O destino tomado pelos dois companheiros de viagem foi em direção a famosa guilda de combatentes do baronato de Arvey, cujo crescia imensamente a reputação em comparação a tantas outras. A esperança de Marina era de que os famosos heróis que conduziam a organização lhes aceitassem, e que em troca disso, ela ofertaria seus dons mágicos e conhecimentos acadêmicos diversos para auxilia-los.

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