Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

domingo, 18 de dezembro de 2011

RPG: Aventuras em Yrth - Bodas de Arcádia - Jhon Irenicus, O Arcano.

Natural do Reino de Mégalos (Continente de Ytarria).
Nascido sobre o signo de Leão.
Ofício: Mago especialista na escola de ilusões.



Ilustração 01: Jhon Irenicus, O Arcano.

Ainda muito jovem Jhon perdeu seus pais de maneira repentina e desconhecida. Por não ter parentes próximos a ele, viveu algum tempo nas ruas a perambular, em condições extremamente precárias, tendo que muitas das vezes furtar alimentos e vestimentas para manter-se vivo.

Meneis Bravim, um artesão local o acolheu em sua residência, após ser vitima de um de seus furtos, e tendo compreendido a situação pela qual a criança passava, resolveu por retirá-la das ruas, e ensiná-la o seu oficio: a de marceneiro.

De sua infância à sua adolescência, Jhon trabalhou naquela oficina como marceneiro. Sua capacidade aligeira de aprendizado e a forma dedicada como trabalhava faziam do seu mestre Meneis um homem orgulhoso pelo gesto benevolente feito na noite em que ao invés de ataca-lo com um golpe de espada mortal pelas costas, o fez seu aluno.

Certa vez um homem de meia idade que há algum tempo comprova com seu mestre peças de mobília para a sua residência, passou a aprecia-lo de maneira estranha, e isso o deixou incomodado. Contudo, somente sabia que o nome deste cidadão era Tukk, e tratava-se de um nobre local que vivia nos limites da cidade em um grande casarão.

Jhon ficou surpreso quando Tukk adentrou a oficina e sentou-se próximo a sua mesa de trabalho, e enquanto o observa trabalhando com atenção, também começou a conversar sobre assuntos diversos, mas, sobretudo, na possibilidade de tira-lo daquele lugar e fazer dele um homem doutrinado em conhecimentos plenos, algo muito além do que aquela oficina de marceneiro poderia oferecê-lo. E essa conversa, o deixou empolgado, este mundo que Tukk lhe apresentará parecia agradável.

Ilustração 02: Tukk Valemontis, O Arcano.

Dias depois Jhon foi entregue aos cuidados de Tukk em sua residência por Menéis. Pouco tempo depois também viria, a saber, que esta entrega fora um acordo comercial, e que de fato ele havia sido vendido ao nobre por um preço ao qual ele nunca conheceu, mas que o afastou para sempre de Meneis, e a família que o acolherá das ruas.

Logo, Tukk deixou claro para Jhon qual era seu real interesse nele: queria fazer dele um homem versado nos conhecimentos arcanos, tal como ele era. Percebeu nele, desde a primeira vez que o viu naquela oficina, que o mesmo tinha um grande potencial, desde a sua habilidade inata para manipular as forças do universo – que era algo surpreendente -, como a maneira rápida de assimilar o aprendizado.

De fato, caso o garoto torna-se futuramente um poderoso mago, o nome de Tukk seria exaltado entre os demais do conselho, e isso lhe trataria aquilo que sempre almejou ao longo de sua fatídica vida: reconhecimento, muito além de seu irmão, a quem atribui o seu ofuscamento perante aos demais da ordem arcana de Mégalos.

Apesar de Jhon assimilar rapidamente o conhecimento, seu mentor Tukk dificilmente demonstrava satisfação para com o ritmo de seu desenvolvimento, acreditava sempre que ele poderia fazer mais, e melhor. Contudo, logo percebeu que convivendo com o mago, ele não era alguém fácil de lidar, pois, geralmente estava com um péssimo humor. E este estado estava relacionado diretamente ao seu envolvimento com a política local, com as questões pertinentes ao conselho de magia do reino e a ascensão de seu irmão - Haroz Valemontis Titero de Prattis -, pessoa a qual ele nutria um ódio e inveja mortal,

No tempo em que esteve sob a guarda de Tukk recebendo a instrução nos caminhos da magia, Jhon acabou conhecendo e se envolvendo intimamente com a esposa do mesmo, Laura Valemontis. Uma mulher bem mais jovem que o seu marido, contudo, mais velha e experiente que seu aprendiz. E foi ela quem o fez cativo de seus prazeres carnais ainda que jovem e inexperiente.

Ilustração 03: Laura Valemontis

Laura era uma esposa infeliz junto a Tukk, uma vez que seu marido só a procurava quando tinha necessidade, e a tratava tal como uma de suas servas, atribuindo a ela a responsabilidade de olhar pelo cumprimento das obrigações dos demais empregados que trabalhavam para a família em sua residência. Além de ser uma esposa insatisfeita com o matrimônio - algo concebido por meio de um acordo entre famílias nobres -, de forma involuntária, ainda havia o fato de um deles ser infértil, e a encenação de que a relação seguia perfeitamente bem junto à sociedade. Todo esse conjunto de fatos a tornaram uma mulher superficial, materialista, ambiciosa, desiludida e infiel. Porém, assim como ela procurou Jhon, o aprendiz, para fazê-lo deste seu amante, muito antes ela também já havia se envolvido com o irmão de Tukk, e seu rival, Haroz.

Durante a realização de um experimento no laboratório de alquimia, Jhon ao tentar demonstrar domínio sobre o aprendizado, cheio de si, e na tentativa de comprovar ao seu mestre Tukk de que havia concebido algo superior ao que havia ensinado, ele acaba por produzir um evento de proporções desastrosas e mortal. Neste trágico episódio Jhon causa acidentalmente a morte de Tukk. O local é destruído quase por completo, levando ao desmoronamento parte da residência dos Valemontis,

Em meio aos escombros do acidente, Jhon consegue se erguer vivo, e milagrosamente, somente com alguns ferimentos superficiais. Apreensivo e com medo, ele não hesita em partir daquele lugar o mais breve possível, pois, sabe que logo o fato será descoberto e as autoridades colocaram a sua cabeça à prêmio. Embora Tukk não fosse um nobre expressivo junto a sociedade, ainda assim era um nobre, e isso não passaria desapercebido, sobretudo, em função de quem ele era irmão. O aluno foge com as roupas do corpo da cidade.

Por onde passa, ele adota nomes diferentes para não ser reconhecido, e sobrevive com os ofícios mais simples, tais como a marcenaria e a escrita, evitando ao máximo fazer uso de seu poder mágico, para não chamar a atenção.

Nesta vida errante e em fuga, Jhon tentou abandonar o reino de Mégalos por meio dos portos marítimos situados na costa leste, de onde ouviu dizer que existia outro continente – O Continente Hiboriano. No entanto, ao tentar fazer esta travessia - extremamente perigosa e desafiadora, inclusive para os mais hábeis navegantes -, a embarcação em que estava não suportou as tormentas do mar revolto, e foi destruída pela fúria da natureza.

O incidente na embarcação foi algo tão violento, que um caixote preso a uma pilha se soltou, e com a força do vento foi arremessado na direção do mago a uma velocidade extraordinária, atingindo-o fatalmente no braço esquerdo. Tamanho foi impacto que o membro superior foi esmagado, e a dor o desmaiou por um período indeterminado.

Dionísio Owens - um legítimo anão, guerreiro e devoto do Deus Moradin -, foi quem resgatou ainda com vida Jhon em meio aos destroços da embarcação que por ventura foram parar na praia em que o mesmo fazia acampamento. Um lugar a esmo, com alguns perigos, localizada na costa sudeste do reino de Mégalos, próximo às fronteiras com o reino de Araterre, e distante a muitos dias do porto de onde o jovem mago havia partido para a sua calamitosa viagem.

Ilustrção 04: Dionísio Owens, O Anão Guerreiro.

Durante dias Jhon ficou desacordado. Quando parcialmente acordava, delirava e tinha espasmos. A princípio também teve amnésia parcial. Ao longo deste tempo em que esteve enfermo foi tratado por Owens, a quem ele por muitas vezes chamou de “avô” sem mesmo saber de quem se tratava. Todavia, o que parecia agradar, fazia com que o anão resmungasse e proferisse em tom baixo alguns insultos.

A mente do mago ficou tão embaralhada e confusa, que por esses dias em que esteve desacordado ficou sem saber discernir se estava vivo ou morto, se algumas das coisas que lhe ocorriam eram reais, passado, presente, futuro, sonhos, ou pesadelos, pois, via imagens se replicarem uma centena de vezes, pessoas e criaturas das quais nunca se quer havia visto, mas que sabiam o seu nome, e conheciam parte de sua história.

Passado o tempo necessário para que Jhon recuperasse a sua saúde física e mental, Dionísio Owens lhe falou como o havia encontrado e o que havia se passado até então. O jovem mago ainda que desnorteado pelo relato do guerreiro, não tardou em demonstrar a sua eterna gratidão para com o Anão.

Owens também chegou até aquele lugar longínquo em função de uma catastrófica empreitada feita junto a um grupo de aventureiros que foi rechaçado após árdua batalha contra uma terrível criatura denominada Tarrammut (um Dragão). Orgulhoso, o anão guerreiro esperava algum dia retornar a rever este inimigo, porém, em condições iguais, senão superiores, e para isso saberia que deveria retornar o mais breve possível para as Montanhas de Bronze (Zarak), onde conseguiria reunir um grupo de hábeis combatentes suficientemente fortes, preparados, e munidos com as mais poderosas armas desta terra.

Está foi à aventura que Owens propôs a Jhon: eles fazerem a travessia do reino de Mégalos. O anão não levaria seu companheiro até Zarak, uma vez que ele era franzino demais, e não suportaria os desafios que existem sobre, e, também abaixo das montanhas de sua terra natal. A proposta parecia razoável para o mago, uma vez que o mesmo estaria longe dos poderes de influência dos Valemontis.

O mago e o anão ao longo deste extenso percurso conseguiram transformar a relação de companheirismo em uma grande amizade, e isso rendeu a ambos uma troca valiosa de aprendizados, além de algumas boas e irônicas histórias.

Quando Jhon chegou à cidade de Raphael, situada nas proximidades das fronteiras ocidentais do reino de Mégalos com o reino de Caithness, ele decidiu por parar por ali, e permitir que seu amigo anão seguisse viagem para Zarak, uma vez que isso implicaria cruzar os limites, e quanto a isso, Tukk já havia o advertido em vida sobre a baixíssima e quase inexistente essência mágica (mana) naquele reino.

Foi então que Jhon adotou o pseudônimo Mizael, e aceitou um emprego junto a Gilda de Mercenários da cidade de Raphael.

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