Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Os Anões de Ytarria

O justo e celebrante povo que vive sob a superfície sempre em atividade.

Estes seres milenares de Yrth são semi-humanos muito nobres que vivem sob a terra em busca de matérias primas para confecção de seus exímios trabalhos, edificando amplas cidades e empreendendo grandes guerras contra forças associadas ao caos e a malevolência, ainda que muitos destes confrontos mortais não sejam perceptíveis, uma vez que, estes conflitos tendem a ocorrer abaixo da superfície, em regiões extremamente profundas das quais muitos humanos e outras criaturas desconhecem a existência, denominados Reinos Abissais ou Domínios Profundos.

Ilustração por Pankapusta.
Os Anões podem ser criaturas mal interpretadas, e a maioria deles assim, até preferem, de modo que os demais seres não se aproximem de suas propriedades; artefatos, pergaminhos, tesouros, conhecimentos, mulheres e o que quer mais que lhes diga respeito.

O povo anão é em sua maioria bom e leal, contudo, também são dotados de um orgulho e um rancor desmedido por qualquer um que afronte a sua raça, os seus domínio, tesouros, a ordem e o bem. E isto é ilustrado pela atitude deles em relação aos elfos, pois, não sabem exatamente o que os essa raça fez a milênios de anos atrás, mas, acreditam os descendentes de Moradin Forjador da Alma e Berronar Prata Genuína que foram enganados... E, quanto a isso, eles não estão dispostos a perdoar o que houve outrora, sobretudo, tendo havido a dizimação completa de dois clãs, e, um terceiro, que também por muito pouco não foi extirpado do mundo, os Ginnargrim do Reino de Ginnrel.

Os anões têm muito em comum com as rochas e gemas com que adoram trabalhar, pois todos são duros e teimosos. Um ditado popular diz que é mais fácil uma pedra chorar do que um anão mudar de ideia.  

As vestimentas normalmente são simples e funcionais, preferindo cores como o marrom terra. Esses trajes são trabalhados de maneira simples, o que faz com que muitas outras raças  mais desenvolvidas em termos de trabalhos em couros e tecidos julgue como tosco, especialmente algumas comunidades humanas, e a maioria, dos elfos. Os anões usualmente adornam suas roupas com uma ou mais joias, mas nunca de grande valor ou muito ostentosas. Embora apreciem gemas e metais preciosos, anões consideram de mau gosto ostentar riqueza.

Por geralmente ser uma nação apartada das demais raças, preferindo alguns destes, a exclusiva companhia dos seus, somente, e, costumar ver com moderada desconfiança estrangeiros em suas terras, ainda que sejam na superfície, os anões, como um todo, acabam transmitindo um ar sútil de animosidade. São criaturas longevas, que possuem uma expectativa de vida que pode passar os oitocentos anos com tranquilidade.

Os anões acham útil aprender tanto os idiomas de seus aliados como o de seus inimigos, e, assim preferem para negociarem, sejam condições de um bom negocio de compra e venda, como tratados de paz.


FISIONOMIA

Em linhas gerais, a raça anã em estatura é baixa, porém, é vigorosa. Eles são aproximadamente, 45 cm mais baixos do que os seres humanos, ou seja, com uma altura variante entre 1,20 e 1.50 metros, considerando uma força equivalente, e pesam 45 kg a mais, assim passando certamente dos seus 90 Kg. Eles possuem pernas curtas, além de uma cabeça e um torso de tamanho quase que humano. Preferem roupas práticas e resistentes, e frequentemente, usam armaduras quando estão fora de suas cavernas. Têm bochechas rosadas e olhos claros.

Masculina

Os anões são parrudos, musculosos e rudes. Possuem cabelos grossos e de cores iguais às dos humanos, cuja tendência é adquirir uma tonalidade cinza ou prateada por volta da meia idade. A calvície também é comum. Embora prefiram os cabelos cumpridos, além de parcialmente desleixados, eles nunca deixam crescer o suficiente aponto de atrapalhar, de qualquer modo, a visão. Esses seres gostam de longos bigodes e barbas, essa última, principalmente, deixando-as bem vistosas para os demais,  abundantes e crescidas até abaixo da cintura. 

Feminina

As anãs possuem um busto farto, e, em sua maioria, firme e esbelto. Possuem cabelos normais e de cores iguais às dos humanos, salvo alguns casos, que podem sim possuir coloração distinta e excêntrica. Com o discorrer dos anos, é tendencioso que o cabelo adquira uma tonalidade mais enfraquecida chegando possivelmente ao tom prateado, isto é, por volta da meia idade. Ao contrário dos homens anões, as mulheres anãs amam cabelos longos, bem penteados em arranjos diversos e perfumados, porém, nunca deixam que os cabelos cresçam o suficiente aponto de atrapalhar a visão, ou as costas dos joelhos. A barba é algo que elas somente admiram nos anões, sobretudo, os seus consortes, pois, são demais zelosas com a aparência para se permitirem tamanho desleixo. 


HABITAT & SOCIEDADE

As residências anãs, normalmente são construídas em volta de minas lucrativas, as cidades são belos e grandes complexos escavados na rocha sólida. Essas cidadelas demoram séculos para se completar. Uma vez terminadas, no entanto, passam-se milênios antes que precisem de algum reparo. Tropas guardam as cidades de forma permanente, e às vezes usam animais como guardas, sendo algumas destas criaturas ate mesmo monstros fantásticos.

As sociedades anãs são organizadas em clãs. Um clã anão não irá realmente se fixar em uma cidade ou mina antes de encontrar um posto avançado, onde possa começar um negocio. Os clãs normalmente fixam próximos uns aos outros, pois, necessitam de matéria prima para seu trabalho. Esses clãs são competitivos, embora normalmente não lutem entre si. As cidades anãs são fundadas quando uma quantidade suficiente de clãs chega a um único lugar,

Ilustração por Keith Parkinson.
Uma vez tendo escolhido um ofício, e, esse geralmente é um legado transmitido de pai para filho por incontáveis gerações, um anão se esforçará ao máximo para honrar os seus antepassados provando a si mesmo e aos demais que em suas mãos reside um quinhão da maestria do Patriarca.

Cada clã normalmente se especializa em um oficio ou prática em particular; os jovens aprendem logo cedo com os mestres o negócio da família. E já que os membros dessa raça vivem por muito tempo, o aprendizado dura vários anos. Os anões consideram a política e o serviço militar como um tipo de artesanato altamente especializado, assim, tanto os políticos como os soldados têm de treinar e aprender por muito tempo antes de serem considerados profissionais.

Para seres de outras raças, a vida nessas cidades pode parecer tão rígida e imutável quanto a rocha de que as construções são feitas. E, de fato, assim pe que as coisas funcionam. Acima de tudo, os anões apreciam a lei e a ordem. Esse amor a estabilidade provavelmente é fruto de seu longo período de vida, pois, eles vêem as coisas feitas de madeira e de outros materiais apodrecendo, enquanto o tempo passa. Então, não é surpresa que esses seres apreciem objetos imutáveis, e que trabalhem continuamente, aperfeiçoando e aprimorando os seus artefatos para que os itens sejam belos e resistentes ao tempo. Para um anão a terra é algo que se deve amar devido a sua estabilidade, o mar, por sua vez, recebe desprezo e temor, pois, é um símbolo de mudança.

Os anões também prezam a riqueza, já que tesouros são coisas que podem ser aproveitadas para sempre (ou quase). Todos os tipos de metal precioso, especialmente, o ouro, são muito apreciados pelos anões, assim como os diamantes e outras gemas. Eles não gostam de pérolas, pois essas joias lembram o mar. Os anões acreditam, entretanto, que é de mau gosto ostentar riqueza. Assim, os metais e gemas são contados em segredo, para não ofender ou tentar os vizinhos.

A maioria das outras raças vê os anões como um povo ganancioso e irritadiço, que prefere a umidade de uma caverna à luz de um lugar aberto. Isso é parcialmente verdade, pois, o povo anão não tem pouca paciência com os humanos e outras raças de vida curta. Os anões também desconfiam dos elfos, considerando-os pouco sérios e reprovando o tempo que aquele povo gasta em atividades frívolas e fúteis. Os anões, entretanto, têm sido vistos na companhia de humanos e elfos em tempos de crise, formando alianças e tratados comerciais duradouros.

Os anões não têm dúvidas quanto a seus sentimentos em relação às raças malignas que vivem sob a terra, odeiam orcs. As criaturas dos subterrâneos também demonstram pelos anões certo respeito e temos, pois, o povo baixote e resoluto é um incansável combatente do mal e do caos. É uma meta dos anões: travar uma guerra constante e amarga contra seus inimigos do subsolo até vê-los destruídos.


ECOLOGIA

Uma vez que a maior parte de sua cultura é baseada em criar coisas da terra, esses seres produzem grandes quantidades de itens úteis e de valor comercial. São mineiros experientes, e embora raramente vendam os metais preciosos e as pedras não-lapidadas que descobrem, eles já foram vistos vendendo excelentes desse tipo de matéria prima a comunidades humanas próximasà suas cidades. Os anões são ótimos engenheiros e mestres construtores, embora trabalhem quase que exclusivamente em rochas.

A maioria do material vendido pelos anões é de ótima qualidade. Muitos dos cãs são dedicados à profissão de ferreiro, ourives e lapidador. Seu artesanato possui sempre um alto valor devido ao refinado acabamento. Em comunidades humanas, tais produtos custam mais do que o normal. Muitas pessoas pagam de bom grado altos preços por espadas ou armaduras feitas por anões.


PSICOLOGIA

O povo anão prefere viver em minas profundas e magníficas cavernas cavadas em rocha viva. É uma raça reclusa e temperamental que não gosta de se mostrar para estranhos, sobretudo, as mulheres anãs. Os anões são trabalhadores que gostam de passar dias sem descansar elaborando um novo artefato ou decorando um novo salão.

Embora outras raças os considerem austeros e sisudos, os anões podem ser alegres com grande frequência do tempo. É normal, quando estão em seus salões, cantarem e se divertirem. Eles são reservados apenas com as pessoas de fora, escondendo suas verdadeiras personalidades que são raramente reveladas.

Os anões são os artesões mais habilidosos do mundo, podendo ser comparados somente aos elfos. Porém, os anões são mais produtivos. Apesar de serem conhecidos como exímios ferreiros, joalheiros e pedreiros, eles também são mestres em muitos ofícios tais como vender e barganhar. A qualidade dos artefatos feitos nas oficinas dos anões faz com que sejam vendidos em elevados preços, mas o comprador sabe que aquilo que ele comprou tem garantia e qualidade superior.


CULTURA

Os anões são governados por reis hereditários. Sua sociedade é notavelmente igualitária. O senhor anão que quiser o respeito de seus súditos deverá sujar suas mãos nos poços e nas forjas quando for possível. A maioria dos nobres gosta de trabalhar nas minas para se afastar das pressões de seu cargo, além de ser algo que a própria doutrina espiritual lhes cativa desde a infância.

O status hereditário é importante para os anões, porém menos do que a competência. Indivíduos corajosos ou talentosos podem ascender socialmente, e o status que ele alcança é passado aos seus descendentes.

Os anões adoram riqueza, e muitos até são avarentos. Raramente fazem empréstimos, exceto quando irá favorecer seu povo. Esperam pagamento imediato e completo, e desprezam a prática da usura. No entanto, um anão dividirá, abertamente, com um amigo de verdade até o ponto da auto-privação.

Em tempos de guerra, os anões contam com sua infantaria pesada que é efetiva mesmo contra arqueiros, pois suas paredes de escudos são praticamente impenetráveis, e contra a cavalaria, pois são alvos baixos para os cavaleiros e podem matar ou aleijar a montaria de seus oponentes facilmente. Além disso, são terrivelmente irascíveis contra um inimigo, e são mestres impiedosos em táticas necessárias em confrontos em túneis.

Existem poucas unidades de anões mercenários disponíveis. Tais tropas são extremamente caras e minuciosas a quem servem. Essas unidades são veteranas e servem como quebra-sítios com suas incomparáveis habilidades de cavar e solapar.


COSTUMES

O povo anão é tão antigo quanto o povo élfico e ambos não souberam da existência um do outro durante vários milênios, enquanto habitantes de Yrth. A língua pouco usual, senão secreta, dos anões assim como sua religião data de eras remotas. O primeiro encontro entre os anões e os elfos não foi harmoniosa, muitos acreditam que houve uma grande guerra e nenhuma das duas raças esclarece o que ocorreu realmente. As cicatrizes ainda são pungentes nos dias atuais.

Ilustração por Lane Brown,
As mulheres exercem um papel
importante dentro da sociedade anã, e,
por tal motivo a ela é delegado o direito
de escolha de seus consortes ainda
jovens. Não optando por nenhum, a
mesma levará uma vida dedicada ao
sacerdócio e a proteção das tradições.
Os anões se casam uma só vez e para sempre. É a anã que escolhe o seu marido. Se ela escolher um que não a quiser ou não poder tê-la, ela não poderá escolher outro, neste último caso, o que faz com que elas se consagrem eternamente sacerdotisas de Moradi, Berronar Prata Genuína, e guardiãs das tradições, lei e família. Comumente, a união entre os anões concebe de um até quatro filhos.

Com seis anos, o anão ingressa em um rigoroso aprendizado que durará por mais de 30 anos de sua via. Todo anão dispõe de seu tempo nas minas servindo nas forjas e contribuindo para a segurança de sua comunidade.

Aos 40 anos de idade, o anão finalmente é considerado adulto e é dado a ele o posto de artífice oficial. Este posto é concebido diretamente das mãos do Rei, chefe de seu clã, ou de um Magistral Artesão, e, que o faz na companhia de um Sacerdote e dos pais do anão, pois, somente com a benção dos quatro para seguir a sua vida madura.

Os anões começam a envelhecer, vagarosamente, quando alcançam cerca de 100 anos permanecendo vigorosos durante vários séculos podendo chegar até aos 500 anos de idade.

Os anões, em sua grande maioria, são glutões. Preferem carne vermelha e aves. Em suas plantações poucos vegetais, legumes e verduras são cultivados, geralmente, cereais para pão, cerveja e tabaco são bem comuns nas fazendas acima dos reinos. Essas fazendas de plantio e de pastagem de gado (e outros) são administradas por uma população de raças com as quais possuem afinidade, e, que claramente, foi-lhes cedido o espaço no intuito de priorizar negociações de seus produtos em troca de proteção. Os cervejeiros desse povo são considerados como os mais refinados do mundo, mas isso é sempre contestado por eles, pois, o aprendizado deles nessa arte culinária é originaria de maneira recente, concebida pela interatividade com os humanos, assim como o preparo de muitos outros alimentos que se tornaram iguarias apreciadas por toda raça anã.

Uma peculiaridade marcante dessa raça é que ela não gosta de água acumulada em grande quantidade. O mar não é algo ao qual demonstrem apreço, sendo assim, pouco valor atribuem a pérolas e os alimentos originários da vida marinha. Portanto, o peixe e demais frutos do mar, sejam eles de agua salgada ou doce, nada diferem para os anões, e, até podem recusar um refeição.

Os anões vestem armaduras pesadas, geralmente escama ou placa, deixando os membros inferiores desprotegidos - os inimigos têm penalidades para acertar as pernas, e ainda mais, para acertar os pés devido ao tamanho destes seres.

A língua anã geralmente é conhecida somente pelos membros da raça, por gnomos que são tidos como parentes raciais, e, também por alguns poucos amigos que se fizeram dignos de tal instrução. Ela é um idioma formado por um alfabeto rúnico pouco conhecido entre os elfos e humanos. Os anões a usam para manter minuciosamente detalhadas suas crônicas em antigos tomos escondidos, e, protegidos pelos guardiões, que em suma, são sacerdotes de Moradin e Berronar. Como rege a tradição, todo anão tem um nome secreto na língua mãe que é conhecido somente por ele, seus pais, os sacerdotes ou, talvez, um ou dois companheiros. É uma grande honra conhecer o verdadeiro nome de um anão, porém se alguém que ele confiou seu nome traí-lo, terá como recompensa uma mortal inimizade. Muito embora o nome de um anão seja um segredo que ele guarda durante toda vida, é de grande importância alguém conhecê-lo para que seja escrito em sua crônica e sobre seu túmulo.

A arte anã é majestosa e ao mesmo tempo sinistra. Os anões são cantores cuja música pode ser simplória, fúnebre ou vulgar. Várias de suas fortes canções são conhecidas e cantadas em minas e forjas espalhadas por inúmeros reinos da superfície.

Ainda que os anões, como raça, tenham sido durante muito tempo estigmatizados como cobiçosos e avarentos, a maioria dos indivíduos não seguem este arquétipo, sobretudo, por compreenderem com clareza os termos de suas divindades, em especial, a do Forjador de Alma. Pois, elas são tidas como marcas defeituosas na alma e que ferem os princípios morais da raça, fazendo com que estes levem uma vida solitária e angustiante. Raramente um anão recorrerá a furtos ou trapaças.

Ilustração por Erfian Asafat.
Grandes heróis nascem entre os Anões,
alguns destes oriundos inclusive de uma
vida apartada de seu povo por uma
passado nem tão renomado quanto o
seu presente e o seu futuro.
Seus lares e suas famílias são considerados sagrados e serão protegidos dos olhares de outros. Poucas anãs já foram vistas fora do subterrâneo. Ao contrário dos relatos dos humanos, as anãs não são barbadas, no entanto, quando são obrigadas a viajar pela superfície, elas se disfarçam e se portam como os anões. Se alguém prejudicar a família de um anão, tal indivíduo terá imediatamente um inimigo ferrenho que dedicará cada momento de sua vida para fazê-lo pagar caro.

Existem poucos anões que desejam vagar pelo mundo, e muitos que assim o fazem, seja por um desejo próprio ou por meio de uma medida arbitraria advinda de seus superiores - como um exilio por insubordinação, ou ainda pior, crime -, tornam-se mercenários ou aventureiros. Tais andarilhos podem ser úteis para a sociedade como um todo. Para os anões, esses viajantes trazem notícias do mundo da superfície ou sobre outras comunidades de anões, o que é muito apreciado, maiormente. 

Há grandes heróis e poderosos magos doutrinados ainda muito jovens nos templos subterrâneos da raça anã, mas é difícil encontrar um anão que aprenda mágicas e utilize armas ao mesmo tempo, como acontecem com os elfos, pois, eles tendem a ser extremamente dedicados a um dos dois ofícios, pois, reconhecem que somente trabalhando aquilo com o que lhes foi aferida a dadiva eles alcançaram a maestria (ou a perfeição) de sua arte. Os magos e os sacerdotes anões se especializam nos domínios da magia que são atribuídas a uma das duas divindades as quais se identificam, ou seja, a do Pai ou da Mãe. Eles protegem a sabedoria arcana com zelo desmedido e incomparável.

Os anões guerreiros preferem lutar com um machado ou martelo, que são instrumentos utilizados no seu cotidiano, tal como Moradin lhes ensinou em relação ao Martelo das Almas, ou seja, uma arma que também é ferramenta. Essa correspondência entre as perícias marciais e as mundanas fez dos anões tradicionais vencedores em batalhas. O machado de batalha anão é universalmente temido entre as raças inimigas.


POLÍTICA

A rixa ancestral entre os anões e os elfos é bem conhecida. Os primeiros são os maiores responsáveis em manter o rancor vivo, mas a irritação e a repugnância dos elfos quando são reveladas não ajudam na situação. Apesar de tudo, essas duas grandes nações ainda cooperam ocasionalmente, principalmente, quando os fins que lhes possibilitaram a união convergem em pró do bem.

O relacionamento entre humanos e anões é mais problemático. Os humanos são instáveis e independentes para serem confiáveis, no entanto, são bastante fortes para serem provocados. Os anões desconfiam deles e temem sua vitalidade (algo que poucos anões admitem), mas se tornaram dependentes do comércio e da aliança com eles, e, reconhecem que nem todos são tão ruins.

Houve a milênios de anos atrás, uma guerra entre os orcs e os anões, e esse episódio foi demasiadamente violento, que selou o fim de alguns clãs de ambos os lados. Os orcs e seus aliados, desde sempre, cobiçam as riquezas e as terras dos anões. Em batalha, dezenas de orcs morrem a cada anão que cai, todavia os orcs se reproduzem tão velozmente e os anões tão lentamente que o conflito se tornou duradouro por gerações.

Em Ytarria, sob as Montanhas de Bronze existe um reino oculto aos olhos das nações que vivem na superfície. Esse vasto reino localizado nas raízes das montanhas é composto de esplendorosos salões e túneis incomensuráveis onde anões trabalham arduamente nas minas que formam Zarak.


AMIGOS & INIMIGOS

Os Anões, de uma maneira geral, consideram antes de qualquer julgamento prévio sobre uma criatura, a forma como eles a encontraram, a atitude, principalmente, se ela age de forma malévola, leviana e ardil, ou seja, como uma semeadora do mal, e, por fim a aparência, pois, de certa forma, sobrevivendo dos tesouros encravados sob o mundo, eles aprenderam desde cedo a confrontarem seres de aspecto medonho, e, que nem sempre, significaram perigo, mas favoráveis alianças. Contudo, para as raças de criaturas mencionadas abaixo, eles tendem a nutrir um sentimento  peculiar de afinidade ou repulsa:

Ilustração por Clyde Caldwell.
Um dos maiores tesouros que um anão pode
consagrar a qualquer uma criatura que
seja de sua estima se chama confiança, pois,
eles são, sem sombra de dúvidas, um dos
seres mais desconfiados e teimosos de Yrth.
Por um amigo, lutará ferozmente.
Gnomos: Fraternos. Consideram estes seres como parentes, embora, a vida que eles prefiram levar esteja além dos reinos subterrâneos. A maioria deles reconhecem as divindades anãs como suas também, e, recebem destes algum tipo de favorecimento, dentre eles, a receptividades nos reinos anões, seja acima, nas fazendas, ou abaixo, nos grandes salões.

Elfos da Montanha: Respeito. Os anões não acreditam que por estes seres viverem sobre os reinos, isolados em comunidades no alto das montanhas, possam ter de alguma forma pactuado com a vilania de seus irmãos das florestas, mar. 

Derros: Animosidade. Trata-se de uma raça de anões degenerada, cruel, adepta de práticas vexatórias, desonestas e levianas. Eles se escondem em tuneis e se apropriam de antigas construções anãs. Não são quistos pelas divindades, e permitem-se escravizar por raças inimigas. 

Duegars: Animosidade. Assim como os Derros também são considerados deserdados das graças do Pai e da Mãe, pois, são uma malévola raça de anões que sobrevive a grandes profundidades no subsolo, e lá constituíram os Reinos Abissais, 

Elfos: Inconfiáveis. Devido aos eventos que gerou o Cataclismo no mundo, assim como o nascimento de uma temível e usurpadora sub-raça, os Elfos Negros, criaturas que têm se apropriado de construções e tesouros da raça anã, além de fomentar guerras nos Subterrâneos e Domínios Profundos, Os mais velhos, acreditam que isso possa ser um meio inventado pelos elfos para se apoderarem das propriedades anãs, além de subjugar a escravidão, os Filhos do Eterno.

Orcs: Intolerância. Moradin, o Forjador da Alma, ensinou ao povo anão a não confiar desde cedo nos Orcs, filhos de Grummsh, principalmente, tendo em tempos imemoriáveis os dois se digladiado na Guerra Original. Assim, como o seu criador, os Orcs são criaturas essencialmente caóticas e malignas, cujo desejo se limita em usurpar os tesouros anões e escraviza-los para o seu bel prazer.

Dragões: Ódio. Os Dragões são criaturas de poder rivalizado aos dos mais lendários heróis anões. Seres egoístas que costumam tomar para si o cume de grandes montanhas dentro dos reinos anões, quando não, o que se encontra abaixo da superfete também. Usurpando tesouros, salões para fins de moradia, e como senão bastasse, escravizando clãs para lhe servirem.

RELIGIÃO

Os anões reconhecessem somente a autoridade de duas grandes entidades divinas, Moradin, o Pai de Todos os Anões, e Berronar Prata Genuína, a Matriarca dos Anões. Cada um dos dois representa uma faceta do que é a identidade anã, em terno de crença, ideologias e significado de vida. Sendo assim, quaisquer outros deuses não lhes são dignos de homenagem ou reverencia, sobretudo, aqueles que idolatram a maledicência, as intrigas, os inescrupulosos sacrifícios de vida, e que violam a ordem.


MORADIN
O Forjador da Alma, Pai dos Anões, Pai de Todos, o Criador, o Eterno.

Moradin, a divindade dos anões, surge como um anão de rosto austero e constituição poderosa. A metade superior de seu corpo é particularmente vigorosa, com peito amplo, ombros largos, e braços musculosos. Ele tem longos cabelos negros, feito o mais escuro dos céus noturnos; barba longa e patriarcal; e sempre traja uma imponente armadura de pugna, cujos detalhes inspiram os seus asseclas a uma condicionável vitória. Ele carrega um escudo e um martelo de guerra.  Moradin forjou os primeiros anões em metal e joias e deu-lhes vida.


Ilustração por Autor Desconhecido.
A Bigorna e o Maerwlo, os sacros símbolos
de Moradin, O Pai de Todos.
Símbolo: Martelo e Bigorna.
Plano Natal: Celéstia.
Tendência: Leal e Bom.
Aspecto: Anões, criação, forja, engenharia e guerra.
Seguidores: Anões, Gnomos e ferreiros.
Arma Predileta: Martelo de Combate.
Domínios da Magia: Terra, Quebrar e Consertar, Encantamento de Armas, Encantamento Sobre Armaduras, Controle da Mente, e Controle do Corpo.
Domínios do Conhecimento: Forjaria, Ferraria, Ourivesaria, Engenharia, Alvenaria, Arquitetura, Joalheiro, Mineração, Cerâmica, Escultura, Tática, Estratégia, Detecção de Mentiras, Linguagem Corporal, Liderança, Machado e Massa.

Moradin ensina que seu povo deve ser resistente como a rocha, e que deve se opor firmemente a tudo aquilo que ameaça a raça dos anões e os seus aliados. O Pai de Todos tem fortes desavenças com Gruumsh, o Deus dos Orcs, e o ódio entre estes dois deuses já eclodiu as mais terríveis guerras entre anões e orcs.

A Fortaleza de Moradin se encontra em Erackinor, no plano de Celéstia. De lá, o Forjador Magistral e a sua esposa, Berronar Prata Genuína, observam atentamente tudo aquilo que diz respeito à vida dos anões e os seus devotos no plano material, ou seja, em Yrth . Das forjas sagradas de Erackinor, Moradin determina quando seus guerreiros podem reencarnar para continuar lutando por suas famílias e por seu povo. Muitas vezes, com o consentimento dos guerreiros anões, Moradin envia a alma dos mais poderosos de seus filhos para armas e armaduras de excepcional qualidade durante períodos de guerra. 

Assim, é comum que guerreiros tombados escolham transferir suas almas para o machado ou armadura de seu filho mais velho ou irmão, conferindo ao item um incrível poder. Este item passa a ser considerado sagrado por aquele que o carrega, e é honrado e protegido mesmo que a custo da própria vida. Quando a guerra ou contenda termina, a alma retorna em grande honra para junto das divindades para gozar da plena felicidade, paz e sabedoria.


A Gênese da Forja da Alma Anã.

Ilustração por Autor Desconhecido.
Moradin, o Forjador das Almas Anãs, a
divindade mais importante e a quem os
anões tem grande devoção por ter-lhes
concebido a vida, além de ter atribuído
a raça um talento inato para a forja, a
força de um espírito impávido.
Moradin, aquele que foi criado da rocha, da pedra e do metal, cuja alma é um incandescente braseiro, na incansável luta do bem contra o mal, esse ser de origem atemporal assistiu o nascimento dos primeiros rebentos do caos e do mal, atônito e incrédulo, pois, foram crianças não concebidas originalmente da essência de seus progenitores, mas maculadas, transformadas pela sua limitada capacidade de discernir entre as forças que regem o universo, sobretudo, aquelas que promovem o legado da vida. Desta forma, o Forjador - com suas mãos lavadas em seu próprio sangue e suor -, retirou do coração da terra: raros metais e pedras preciosas. Matérias-primas que em um árduo, continuo e primoroso trabalho executado com uma dedicação impar, conseguiu construir criaturas que eram a sua própria imagem e semelhança. Encantado com a magnitude de seu feito, Moradin por meio do peso de seu martelo com um único e sutil golpe sobre a cabeça de cada umas daquelas formas inanimadas, trouxe-lhes a vida... Uma batida de um martelo que ressoou de maneira incessante no peito dos anões em harmonia com o seu criador até os dias de hoje.

Moradin é austero Pai Divino, mau humorado, intransigente e duro como uma rocha quando precisa proteger a sua raça. Um juiz duro, porém, justo, sendo a personificação da força e a vontade de fazer prevalecer a verdade. Ele inspira as invenções anãs e busca constantemente aprimorar a raça, encorajando-a usar a sua boa natureza, a sua inteligência e a sua existência harmoniosa com outras raças boas ao invés de anegar em seu orgulho e tendência solitária.

O seu martelo combate é uma arma e uma ferramenta chamada Martelo das Almas, o artefato que originalmente ressoou vida no peito dos anões.

O sacerdócio de Moradin age ativamente como guia da moral das comunidades anãs. Eles chamam a atenção para o toque do Forjador de Almas nas atividades diárias dos anões como a mineração, a forja e a engenharia e invocam a benção quando tais tarefas se iniciam. Eles possuem papeis ativos na instrução dos mais jovens nas comunidades e supervisionam as cerimonias mais formais.


Dogma

Moradim, o pai de todos, é defensor ferrenho do povo anão e dos princípios da Ordem e do Bem. Ele ensina o valor de criar itens que durem, da lealdade do clã, aos líderes e ao povo, e de enfrentar a adversidade com estoicismo e afinco. Ele não tolera nenhuma mácula de iniquidade entre os anões; foi ele quem expulsou os Derros e os Duergars do convívio conjunto dos demais, banindo-os para os Reinos Abissais. É a influencia de Moradin que conduz os anões a procurarem a excelência na manufatura e a defender com firmeza os que lhes pertence.

Honre-o ao seguir os seus princípios na forja, na alvenaria e em outras tarefas. A sabedoria se deriva da vida e é temperada pela experiência. Promova avanços pela raça anã em todos os aspectos da vida. Seja inovando por meio de processos e novas pericias. Descubra novos reinos, comunidades e clãs, proteja os que já existem de todas as ameaças. Lidere os anões das tradições criadas pela Forja de Almas. Honre os seus lideres de clã e os Magistrais Artífices e a Moradin na mesma medida.


Clero e Templo

Os clérigos de Moradin, conhecidos como Sonnlinor (Aqueles que trabalham as Pedras) são encarregados de manter e defender os interesses dos anões em todos os aspectos da vida. Eles executam uma grande gama de cerimónias públicas (casamentos, benção de novas empreitadas, nascimento de crianças, coroação de monarcas, falecimentos, etc.). Eles também educam os mais jovens, preparam as defesas da comunidade e patrocinam expedições para colonizar novas terras. Eles registram genealogia detalhada da raça e arquivos históricos.

Cada templo ou santuário de Moradin inclui uma bigorna e uma forja que os clérigos conservam permanentemente acesa. A bigorna pode ser um simples objeto de decoração ou parte de uma forja funciona, mas com assiduidade é o altar do tempo.


BERRONAR PRATA GENUÍNA
A Mãe Sagrada, A Mãe da Segurança.

Berronar Prata Genuína é o arquétipo legitimo de uma mãe anã. Ela foi a primeira mulher anã a ser concebida por Moradin, aquela cuja beleza da criação fez com que o Pai de Todos os Anões atribuísse a ela características próprias que a tornassem um ser de beleza rara, e, que ao mesmo tempo significasse metade de tudo aquilo que ele nunca seria. Encantado com o ser que havia abençoado com vida, o Forjador da Alma, compartilhou com essa a grandeza de criar os seus filhos, como se os estes também fossem oriundos de seu próprio sangue.

Ilustração por Autor Desconhecido.
O Enlace de Duas Alianças de Prata é
o sacro símbolo de Berronar Prata
Genuína, A Matriarca dos Anões
.
Símbolo: Dois Anéis dePrata.
Plano Natal: Celéstia.
Tendência: Leal e Bom.
Aspecto: Segurança, honestidade, lar, cura, família anã, registros, casamento, fidelidade, lealdade e juramentos.
Seguidores: Crianças, anões protetores, e guerreiros; donas de casa, gnomos, escribas, e administradores.
Arma Predileta: Massa.
Domínios da Magia: Fogo, Comunicação e Empatia, Cura, Controle da Mente, e Controle do Corpo.
Domínios do Conhecimento: Culinária, Desenho, Pintura, Escrita, Poesia, Administração, Comércio, Finanças, Captação, Cirurgia, Medicina, Primeiros Socorros, Veterinária, Herbanário, Diagnose, Cultivo, Psicologia, Machado e Massa.

Como esposa de Moradin, ela é a matriarca dos anões, logo, possui grande responsabilidade como senhora do lar deste povo, agindo como uma incansável  conciliadora, e a quem é atribuída uma habilidade incomum de negociações afiadas e um comportamento calmo, sobretudo, para lidar com atribulações.

A Mae Sagrada auxilia o Pai de Todos, no mapeamento do destino do povo anão, por meio de bons conselhos para os clérigos anões mais confiáveis e ortodoxos.

Oferendas anuais de prata são feitas para Berronar, frequentemente acompanhadas de uma única flor branca como símbolo de apreciação pelo amor materno da Grande Mãe para com os anões.

A Berronar é atribuída a responsabilidade por inspirar atos de amor entre os anões. A conceber relacionamentos saudáveis, amorosos e que terminam em matrimônio entre anões, somente. Pois, a Mãe Sagrada é cominada também a infertilidade entre a raça anã com quaisquer outras raças, salvo os gnomos que sejam devotos de Moradin e dela, algo que somente se explica pelo seu gênio extremamente enciumado em relação aos seus filhos e filhas. Ela é considerada a esposa ideal de Moradin, a única a quem o Pai de Todos confessa as suas mais profundas preocupações, decepções, e fraquezas.


Dogma

Os filhos de Moradin foram criados na Forja das Almas e são aquecidos eternamente pelo abraço da Mãe Sagrada. Acalente seu coração e seu lar, extraindo forças e segurança da verdade, da tradição e aplicação das leis, Junte-se aos seus amigos, integrantes da raça, e de clãs com propósito similares. Não sucumba diante da miséria da cobiça ou dos males da intriga, porém, sempre leve a esperança, a saúde e a alegria para os que necessitem. Quando um juramento é feito, Barronar cuida para que o mesmo seja mantido – quebra-lo e entristece-la profundamente. As crianças devem ser amadas incondicionalmente e protegidas de todas as formas contra o mal, pois são o futuro do povo anão.


Clero e Templo

Ilustração por Mohamed Aouamri.
Berronar Prata Genuína, esposa
de Moradin, patrona dos mães anãs e
dos administradores do lar, negócios
e reino
.
Os Faenor (Os que moram aqui) são os clérigos de Berronar incumbidos a serem guardiões e protetores dos clãs anões. Eles mantem registros de lendas, tradições e histórico familiar. Buscam aumentar a saúde e o bom caráter de todo os anões agindo como professores e curandeiros. Como uma espécie de bussola da moral dos anões, eles podem ser muito conservadores, sobretudo, em relação as necedades dos mais jovens ou ideias muito radicais e controversas. Os clérigos rezam por suas magias ao nascer de cada novo dia, ou de um ciclo de sono. A sua conduta de retidão, planejamento, seriedade e devoção fazem com que os clérigos sejam procurados com certa frequência para a realização de cerimônias de casamento.

Os templos dedicados a Mãe Sagrada são como casas muito bem estruturadas, devidamente organizadas, com adornos em prata e jarros com flores brancas, espalhados e  muito bem distribuídos em cada um dos cantos. Estranhamente, dificilmente quem chega fica de pé, sempre existira um lugar para se assentar e se sentir bem aquecido.

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