Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

domingo, 10 de agosto de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Rumo a Morriel, Zarak,

Onde a aventura e o perigo estão nos subterrâneos, na superfície e sobrevoando os céus.


Dia 02: 19/02/2111, sobre a regência de Aquário.

Os mercenários aproveitaram o tempo anterior a refeição para finalizarem o trabalho de aquisição de equipamentos, armas e armaduras junto aos responsáveis na guilda – Mérciah e Gwilldown -, assim como a devida arrumação dos mesmos em mochilas, e a sua devida alocação dentro do carroção que iria lhes transportar ao longo de dias até um dos reinos anões sobre as Montanhas de Bronze.

Assim que Marina subiu no carroção do anão Orklan para dispor os seus itens no local em que se assentaria, percebeu imediatamente a presença de magia, e, o que lhe foi devidamente informado, pois, alguns alimentos requisitavam ser transportados somente com o auxilio de encantamentos para que não se deteriorassem ou se tornassem impróprios para o consumo ao longo da viagem (ou até o seu destino), uma prática comum, principalmente, entre nobres, embora requeira os préstimos de um mago, que nem sempre cobra pouco por este tipo de serviço.

O carroção do atravessador mercante estava bem cheio de itens, porém, ainda sim, foi possível acomodar a todos em seus pequenos espaços. O Anão Brinow seguiu a frente nas rédeas na companhia de um dos anões, Runnosdur Blazewinter, estando ambos sentados em um banco bem acima da altura geral do veículo (a uns 3 metros do chão); dentro da carroça, a frente e próximos ao condutor, estava Delvin e os dois gnomos, Stanhal Brandy e Dogo Magooo; no meio, Marina, seguida por quatro anões, Tourth Fallrage, Rargrunami Hammersheep, Orinran Mournerain, e Barbaelthor Fullmoon; e,  a ao fundo, Marduk, o guerreiro bárbaro.

Como Wolrean havia vindo com Orklan da fazenda até a guilda, percebeu logo que, todos dentro de uma carroça seria um risco desnecessário a correr, e que alguém apartado como um batedor seria bem útil, sendo assim, dispondo de recursos, tratou de adquirir uma montaria adestrada com Feddas Faunsby, o meio elfo. Um belo alazão negro ao custo de $ 3.000,00 p.c.

*** Características Gerais do Animal ***
  
Ilustração por Monika Andruszkiewicz.
Storm, montaria adestrada adquirida por Worean Hosborn direto dos estábulos da guilda, para fazer o trabalho de retaguarda, e por vez, o de batedor.

Nome: Storm.
Espécie: Cavalo de Tração.
ST: 60 / DX: 9 / IQ: 5 / HT: 16.
Deslocamento: 12. / Pts. De Vida: 16. / Percepção: 12. / Peso: 920 Kg.

Manobras de Combate:

Defesa - Esquiva: 6.
Ataque (s) - Coice: 1D+2. / Mordida: 2 / Atropelamento: 1D+2.

Carrega em Carga: 
Carga 1: 60 kg, sem carga, Deslocamento 12 (sem alteração).
Carga 2: 180 kg, carga leve, Deslocamento 10.
Carga 3: 300 kg, carga média, Deslocamento 8.
Carga 4: 480 kg, carga grande, Deslocamento 6.
Carga 5: 600 kg, carga muito grande, Deslocamento 2.
Carga 6: 900 kg, carga máxima, Deslocamento 1.

***

O grupo deixou a guilda no início da tarde, logo após uma ótima refeição de despedida.

Como o grupo de Orklan e os Mercenários de Arvey tinha conhecimento de que ao longo da rota os mesmos poderiam ser abordados em uma emboscada, logo, estes experientes viajantes, acharam por bem, frustrar o plano do medíocre bando de ladinos - que até então, acreditava-se ser formado por pelos menos dois homens e um meio orc. Desta forma, usaram a grande lona em manta para encobrir não somente os itens, mas também, a eles que seguiam dentro do carroção. Por meio de frestas eles observavam com atenção o percurso, os homens na expectativa de avistarem os inimigos, e, a mulher, em seu instinto curioso e artístico, de transcrever por escrito ou em desenhos todo o trajeto, que por ela era desconhecido.

Marina, a arcana, tomou nota de tudo quanto era local pelo qual passavam, e que julgasse por bem fazê-lo. Com a sua beleza e empatia, ela conseguiu por meio dos anões e gnomos viajantes todas as informações sobre o nome das fazendas, vilas, vilarejos, castelos, rios, lagos, bosques, morros e montanhas que surgiam no caminho, e, que os mesmo conheciam. Embora, concentrada em seus afazeres que tornavam a viagem menos desgastante – não somente para a bela jovem escolástica, mas para todos os demais -, o fato, mais penoso para ela, era o odor fétido que às vezes exalava, por seguirem encobertos em um dia quente, e que somente era amenizado quando permitida a passagem de uma brisa salvadora.

Depois de algum tempo de viagem, os anões e os gnomos, tornaram-se mais falantes, e, passaram a conversarem amistosamente sobre muitas coisas com os mercenários, dentre elas Zarak. Quem era o povo anão, a maneira como ele se organizava, a política, os reinos, os reis, as suas crenças e divindades. E, falavam isso com certo orgulho, motivação e ansiada vontade de confrontarem desafios, enquanto afiavam a lamina de suas armas, mascavam raízes cheirosas, fumavam em cachimbos grosseiros ou bebiam algo que continha álcool e estranhas ervas, estivessem o grupo acampado ou não.


Dia 05: 22/02/2111, sobre a regência de Peixes.

Ilustração por Ferdinand Dumago Ladera.
Entrada do Reino Anão de Morriel, fronteira entre Mégalos e Zarak. Uma viagem concebida pelos mercenários na companhia de Brinow Orklan da cidade de Arvey até as Montanhas de Bronze em três dias.

Foram cerca de três dias de viagem pelas planícies e morros que se encontravam as margens das Montanhas de Bronze, até que enfim chegassem ao território Anão, devidamente distinguido pelo término da estrada de Mégalos, caracterizada com o asfalto parcialmente feito em pedras, enquanto, que a superfície dos reinos de Zarak, em sua grande maioria, não dispunha de estradas tão bem cuidadas, sendo a maioria em solo batido.  

Ao longo da manhã, o grupo cruzou com o caminho de um trio de gigantes caçadores, curiosas figuras humanoides com cerca de cinco metros ou mais, trajando roupas extremamente rusticas, feitas a base de couro animal, armados com lanças e machados, e que levavam com eles, preso em um tronco, dois gados abatidos, amarrados a por meio de cordas pelas duas extremidades. Estas mesmas criaturas caçadoras acenaram para Orklan, assim que o avistaram.

Nesse mesmo dia, o grupo também foi surpreendido com a passagem de um imenso dragão de tom marrom meio cobre sobrevoando a uma baixa altura. Marina sentiu de longe a presença magica de tal criatura. Brinow Orklan teve que parar a viagem por um breve momento até que a imensa criatura passasse por eles, que foi suficiente para sentirem fisicamente com o balançar da carroça e a nuvem de poeira que se elevou. Os anões resmungaram mediante a presença da criatura, pois, eles eram uníssonos quanto a um ódio ancestral em relação a essa raça de seres fantásticos.

Antes do término do dia, Orklan e o seu grupo avistou a distancia um grupo de centauros correndo pelos morros, como se estivessem a patrulhar os campos.

Muito próximo do anoitecer, Orklan achou uma savana propicia para o grupo acampar, e enquanto os anões e os gnomos executavam os trabalhos de averiguação do terreno, capina, limpeza e o recolher de galhos para a fogueira, o líder anão, na companhia de Worean, Marduk, Marina e Delvin conversavam sobre algo observado pela maga, mas que até então não havia sido percebido pelos demais: eles estavam sendo seguidos!

Marina comentou com o grupo sobre a silhueta de um humanoide, que era visto com certa frequência por ela, mas que a principio não achou relevante mencionar sobre o mesmo, uma vez que eles já haviam passado por outras duas carroças menores que também seguiam de Mégalos para Zarak. No entanto, a visão daquele caminhante lhe despertou suspeita, um tipo esguio que surgia e desaparecia, caminhando de maneira acelerada, saindo da estrada em direção aos cantos, sobretudo, quando Worean a cavalo, virava-se para justamente tentar observar se estavam sendo seguidos. Tal informação fez com que o grupo se dividisse em dois grupos para reversarem ao longo da noite a vigília do acampamento.

Ilustração por Jordy Lakiere.
Tourth Fallrage, anão combatente e
amigo de Orklan Brinow, oriundo do 

reino de Morriel, que se 
juntou a caravana do amigo para
lhe proteger de uma possível
emboscada percebida pelos
mercenários da guilda de Arvey.
Ainda que, Marina houvesse sido escalada para também compor os turnos de ronda, o anão Tourth Fallrage, que ganhou a confiança dela, disse-lhe que era para a mesma ficar tranquila em seu descanso – o necessário repouso dos arcanos para o avivamento de suas magias em sua mente -, pois, algum dos outros assumiria aquela responsabilidade.

Antes de se deitar, a maga teve que ouvir os suplícios do halfling para que ela fornecesse a ele mais refeições. Pois, segundo Delvin, quando ele havia feito a viagem de Nova Jerusalém até Arvey, não dispunha de tanto dinheiro, e, também não havia se programado para tantas refeições que aquela nova empreitada exigia. Algo que no fundo ela sabia se tratar de dois defeitos muito bem evidenciados pelo breve convívio de meses com aquele pequeno astuto, a gula e a avareza. Entretanto, já a alguns dias de viagem, Marina estava a ouvir o desdenhar e o queixasse de alguns membros do grupo em relação a esse tipo de comportamento do amigo, e, em função do companheirismo demonstrado ao ajuda-la a liberta-se de sua mestra, ela desistiu de mais uma vez lhe dar um sermão, preferindo apenas lhe entregar uma refeição para passar o resto da noite.

Durante a noite, nada de súbito e estranho aconteceu.


Dia 06: 23/02/2111, sobre a regência de Peixes.

Pela manhã, todo o grupo estava presente, e, aparentemente nada havia acontecido a nenhum deles, e, principalmente, a carga. Os anões Tourth e Orinran vasculhando as mediações mais distantes - verificaram que não muito longe de onde estavam acampados -, encontraram indícios de um pequeno acampamento, formado por um bando de pelo menos cinco elementos. Não bastou muito, para encontrarem novos sinais de que alguém esteve bem próximo deles, ao lado do local onde Hosborn havia dormido durante a noite.

Marina observou antes de adentrarem a carroça de que alguém havia subido na mesma e colocado um dos pés nos degraus adentro, antes de Tourth sobrepor o seu pé sobre as marcas. Tratava-se de um pé de tamanho normal, ou seja, de proporção humana, e similar a encontrada minutos atrás. Logo, eles verificaram que uma das cordas havia sido rompida para se afrouxar a entrada por debaixo da manta que encobria os itens do carregamento.

Os mercenários, Worean e Marduk, até cogitaram a possibilidade de averiguarem mais o local, porém, Orklan preferiu não, pois, estaria sujeitando todos a uma situação de risco e perda de tempo.


Dia 08: 25/02/2111, sobre a regência de Peixes.

Passado alguns dias desde o encontro das pegadas, nada além foi observado até aquele momento, contudo, na manhã deste dia, Delvin acordou com uma sensação esquisita... Uma impressão de iminência de perigo! Algo que prontamente avisou aos demais, e colocou a todo em prontidão ainda muito cedo.

O grupo desfez o acampamento e seguiu viagem. Contudo, horas depois eles encontraram um tipo estranho, um humanoide esguio, tal como Marina havia avistado dias atrás, porém, desta vez ele não se dispunha a escapar aos olhos do grupo, e, trazia na mão uma espada curta, uma arma que o brilho do sol contra a lamina da mesma não só informava a iminência de um combate, mas também os alertava para uma emboscada, assim pressentida por Worean,

(Continua...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário