Bem-Vindo Errante Viajante

Do Olimpo trago a almejada chama, da qual sugiro dançarmos embriagados a sua volta, e quando assim for, sujiro arriscar tocá-la, pois, felizes os que dela se queimarem.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

RPG: Aventuras em Yrth - Fragmentos: Sonhos, terrenos de insólitas revelações,

Uma manhã marcada por confusas vias oníricas.


Dia 11: 27/02/2111, sobre a regência de Peixes.

Em função da longa e cansativa viagem noturna pelas péssimas estradas montanhosas do Reino de Morriel que os mercenários tiveram de cobrir entre as duas comunidades (Olinn e Baramphas), nada mais justo que uma manhã de descanso para que estes recomponham as suas forças, principalmente, estando eles em uma altura de terreno a quilômetros acima do nível do mar. Algo, incomum para Marina, Delvin e Worean, e até mesmo para o gigante Marduk, nascido e crescido nas Cordilheiras dos Picos Nevados, pois, a tempo não vivenciava tal sensação.

Tendo em vista uma necessidade emergencial de adaptação ao terreno, e, em um breve espaço de tempo, Thirdway achou por bem condiciona-los antes de seguirem viagem sobre as montanhas. Pois, embora o local em que fossem percorrer não fosse encoberto por neve, tal como nas regiões oriundas do bárbaro, todos eles estavam sujeitos a sofrer, e alguns já demonstravam isso, do Mal-das-Montanhas, que pode causar dores de cabeça, insônia, tontura, fadiga, náusea e vômitos, a princípio, culminando em uma lesão fatal do cérebro. 

Dionísio conseguiu amparar o grupo com algumas poções herméticas: 2 (um) frascos para cada um dos membros.

O item em questão é o Elixir Esculapius (Elixir da Vitalidade). Ele cura toda e qualquer doença que aflija o objetivo, restaurando parte da vitalidade (2 pts. de HT). Somente uma dose será eficaz. O custo médio deste elixir medicinal nas cidades de Mégalos varia de $750 p.c à $1.200 p.c.

O além do elixir, o treinamento intensivo do anão em sobreviver nas montanhas, também incluía praticas de respiração, de forma que o oxigênio nãos lhes faltasse, atividades de alongamento para não serem apanhados por eventuais câimbras, além de outros artifícios. Que o próprio morador das montanhas teve que mencionar a dificuldade em lidar com perigos jamais percebidos para quem viveu sob esses colossais e majestosos monumentos da natureza, denominados, singelamente como os Mantos Égides de Zarak.


Dia 12: 28/02/2111, sobre a regência de Peixes.


O SONHO DE SNOWFINGER

Um vento gélido soprava feito uma lâmina afiada sobre o austero rosto de SnowFinger, e, por vezes, o nômade sentia como se aquelas pequenas lâminas naturas lançadas contra ele, partissem-se ao simples choque contra o seu corpo em minúsculos pedaços, onde algumas dessas lhes rasgavam acidamente parte da pele que se encontrava desprotegida em sutis escoriações. Aquilo não era uma tempestade comum... E era algo fúnebre que trazia consigo um tormento anuviado de malfazejas lembranças... De dores aparentemente transpassadas e desconexas em sua memória. Coisas das quais não lhe representavam mais nada! Nada do que talvez algum dia tenha feito algum sentido concreto na sua vida...

O gigante estava de joelhos, prostrado sobre a neve, intacto feito uma escultura constituída essencialmente de gelo - do mais puro gelo de Jotunheim -, e, em seus braços, três corpos grotescamente mutilados pendiam: duas crianças e uma mulher! Ele ainda ofegava e respirava pesadamente com estremecidos ruídos involuntários pela força de seus pulmões. Os seus pulmões com dificuldade severa, trabalhavam incessantemente para mantê-lo consciente, mesmo sentindo que os órgãos estivessem a trabalhar no seu limite, pois, como se não bastasse a hostil característica de suas terras, ele sentia que em algum momento de uma intensa batalha que havia se sucedido anteriormente, ele fora ferido. Por fim, quem eram essas criaturas em seus braços? Houvera ele sido maculado por um sentimento de arrependimento pela ceifa da vida dos familiares de seu inimigo? Teria tido o seu inimigo compaixão impar pelos seus se a história fosse outra?! Quem em nomes de Wotan, o atormentava com tal moléstia?!

O vento soprava inquietante, ruidoso e uivante.

As malditas agulhas de gelo eram incessantes, afrontado desdenhosamente o guerreiro:

O que será capaz de fazer agora, Filho de Gilgamesh?!
Esmurrará a mim até que o seu corpo padeça de joelhos...
 Sem fôlego, sem mérito, sem juízo, e sem forças,
Nem mesmo para rivalizar a nossa irá?!
O nosso mútuo sentimento de autodestruição, Besta!

Aquela neve álgida era ainda mais congelante de que qualquer outra que algum dia houvesse sentido sobre a sua pele nos Degraus para Niflheim (a sua terra natal), ainda que não conseguisse mais distinguir naquele fatídico momento, o que era pele, armadura, gelo, vida ou morte.

A neve era de um tom rubro vivido e que exalava um incomum odor fétido de morte – nada parecia ser tão intenso e nauseante -, que por vezes parecia até tentar asfixiar o guerreiro.

Marduk quase não acreditou, estarrecido pela visão macabra dos corpos jazidos que pendiam sobre os seus fortes braços: Eles demonstravam-lhe algum tipo de afeto, com suaves caricias, enquanto que de suas feridas brutalmente laceradas jorravam incessantes jatos de sangue... Um sangue que respingavam sobre o seu corpo, e, prontamente se transformava em lágrimas!

O vento, o amaldiçoado vento, que momentos antes somente trazia a SnowFinger feridas por meio de injuriosas e afiadas laminas de gelo que tentavam lhe afligir o espírito bravio, passou também a zunir em seus ouvidos agoniantes murmúrios de lamento e dor!

Ele queria esbravejar de forma que pudesse calar o angustia daquele momento, mas ele estava emudecido! Os seus olhos já não pareciam ver como antes, pois, tudo que conseguia enxergar estava encoberto por uma penumbra em tom vermelho sangue...

Ilustração por Nebezial.
A familiar Valquíria de nome Drunna, que
surgiu em um assombroso sonho de Marduk,
trazendo consigo, um resquício de
lembranças de alo que alguém já lhe
disse no passado.
Ao longe, algo chamou a atenção de Marduk... Era o vulto de uma mulher de cabelos parcialmente carmesim, longos e esvoaçantes, corpo esbelto e forte, e em seu olhar - o traço mais marcante -, possuía um brilho inflamado de atemporal paixão. Que depois de muitas visões atribuladas, agora ao menos aquela Valquíria soava ao guerreiro como familiar, um lampejo de lembranças chamado Drunna, entretanto ainda, além do forte nome que ressoava como um sino em seu intimo, ela ainda sim, não tinha qualquer identidade ou correlação com a sua vida de antes ou de agora...

Distante e intocável, a familiar Valquíria lhe disse cálida como se estive aos pés do ouvido do guerreiro nômade:

Os olhos perceberão vida onde somente há morte...
Confia no teu instinto aguerrido, sobretudo.
O teu inimigo se amparará nas tuas fraquezas...
Corroendo a tua visão, a tua mente e o teu juízo.
Nem uma arma é mais letal que a verdade,
Quando empunhada com convicção.


O SONHO DE HOSBORN

O mar estava parcialmente revoltoso, com crescentes ondas a todo instante se erguendo como grandes e fortes braços esmurrando a superfície da água, as nuvens estavam escuras e carregadas, raios cruzavam os céus seguidos de ensurdecedores trovões, chovia bastante e ventava muito em meio ao oceano... Uma perigosa tempestade se precipitava, e, Worean estava dentro de uma embarcação naval desconhecida, mas que, em seu intimo lhe sugeria familiaridade. Ressoava curiosamente em seu amago uma pergunta:

Que lugar era este? Onde estou?

Estranhamente, não havia uma tripulação sobre a embarcação, porém, o espadachim percebeu vozes a sua volta, sons confusos de homens afoitos gritando palavras de ordem em relação a própria situação, enquanto as velas pareciam se rasgar ante a força do vento, que muitas das vezes lançava o barco sobre o ar. Ele olhava de um lado para o outro tentando buscar sentido, e coerência para aquilo tudo, entretanto, quanto mais tentava fazê-lo, mais se perdia.

E, embora detivesse alguma destreza (equilíbrio), naquele momento e sobre o mar, Worean tentava com todas as suas forças se colocar em um lugar seguro, pois, sabia que a qualquer momento, poderia ser lançado ao mar bravio, e isso seria mortal. Sendo assim, buscou cordas para amarrar o seu corpo a algo que lhe provesse segurança, tal como um dos mastros,

Ele percebeu quando uma das espadas que lhe fora presenteada por Jhon Rowsever se soltou de sua bainha e escorregou pelo convés até bater em uma canaleta e com o choque ser lançada ao vento e em direção ao mar... Hosborn se desvencilhou das cordas para tentar agarrar a arma, porém, não conseguiu, e por muito pouco não foi arremessado ao mar, senão fosse uma das cordas que se embolou a perna na ação abrupta.

A aguardada tempestade era agora um momento real.

As vozes continuavam a eclodir na mente de Worean sem qualquer sentido lógico, trovejavam enfurecidas, e, o balançar da embarcação aumentava ainda mais a sua aflição em relação à ruptura do caos que tomara conta da situação. Ele sentiu fortes dores de cabeça, seguidas por náuseas, e, logo, vomitou sobre o convés e parte de suas roupas... Porém, ele regurgitou sangue! Um tipo de sangue incomum, algo enegrecido e malcheiroso, que de longe lembraria o comum odor do sangue. A sua cabeça girava com uma visão distorcida da realidade a sua volta, ele estava estafado, e, os pés vacilavam tentando equilibrar-se naquele chão resvaladio.

De repente ele olhou para o lado e acima, pois, uma voz soou lhe familiar e mais nítida do que todas as demais:

Worean Hosborn, filho de Jacob e de Tesla...
Bendita seja a sua concepção, filho!
Que se manteve além dos signos de anátemas,
Que um dia eu mesmo proferi por crer em inconcebível união.
Bem-vindo ao Galeão Atroz e dos Oitos Ventos Soprantes.
E ao seu mar de decisões, conturbadas por sinal.
Confesso que me senti compelido mais uma vez a navega-lo.

Ele buscou forças para se colocar de pé, e seguir em direção ao som da voz que parecia vinha da sipopa, onde estava o leme. Worean tentou por diversas vezes, mas enfraquecido escorregava e caia, permitindo que o vento e a água disposta sobre o convés o fizesse percorrer incondicionalmente cada metro daquele lugar. Fatidicamente, ele percebeu que a agua que vinha da chuva e das ondas que se chocavam contra a embarcação se tornavam repentinamente em sangue... Aquilo lhe soava insano e prejudicial, consumindo suas forças com ferocidade.

O corpo de Wolrean estava ensopado daquele sangue que não era seu, assim como das escoriações afligidas pelas constantes quedas e choques contra as diversas barreiras que de alguma forma o mantinham com sorte dentro da embarcação.

A tormenta daquele mar revolto sugeria que a qualquer momento o Galeão poderia ser estilhaçado em pedaços, senão mergulhado nas profundas águas que cruzava.

Ilustração por Gerrard Capashen.
Worean de Azer, O Senhor do Galeão
Atroz e Filho dos Oito Ventos
Soprantes, e avô de Worean Hosborn,
que mais uma vez surgiu em sonhos
para declarar atenção às atribulações
Novamente a voz ressoou distante e próxima ao mesmo tempo:

Não condene o teu caminho de vingança,
Pois, ele de alguma forma o trouxe até aqui.
Contudo, atenção para as nuanças daquilo que ver.
Nem tudo e Nem todos são reais, portanto, duvide.
 O inimigo saberá como lhe atacar...
Sustentado e Armado com as suas fraquezas.

Worean conseguiu ver brevemente a imagem dos braços firmes ao leme e um leve sorriso no rosto, de seu avô, Marius Hosborn ou Worean de Azer, que por vezes olhava adiante como uma águia, mas também com certa frequência, o fitava demonstrando zelosa atenção,

A mesma fisionomia do homem que um dia também apareceu em sonhos para alertar a Worean sobre os Mares de Sangue que percorreriam a sua vida após a tragédia da morte de sua família na fazenda, e, principalmente, a necessidade de afrontá-lo como parte da aceitação de sua própria condição, ou seja, de um destemido lutador com fortes raízes em valores atemporais.


O SONHO DE BALCKHEART

No palacete ao qual foi criada em Nova Jerusalém, Marina tinha acesso a uma agradável área aberta, um jardim de grama verdejante, muito bem cuidado, que ficava as voltas de uma fonte que jorrava incessantemente aguas límpidas e refrescantes, onde por vezes, ela costumava ir para respirar perfumes naturais das flores que Irvy gostava, e, que também a ensinou aprecia-las. Uma espécie de santuário que ela, sua mestre, e seu pai constituíram. Um local, ao qual sentiu falta desde que se iniciaram as suas andanças pelo mundo, pois, por durante muito tempo, plantas e pequenos animais lhes foram amigáveis companhias.

O dia era convidativo para um passeio ao ar livre, e, assim, Marina o fez, munida com um tomo de magia das águas em mãos, algo que não era de seu feitio fazer, pois sabia que sua tutora recriminaria tal gesto, pois, Irvy até a trazia ao local para praticar seus aprendizados, mas não para andar com livros de magias em mãos, pois ela era extremamente receosa quanto a possibilidade de outros magos quererem rouba-las.

Enquanto lia distraidamente, Marina sentada sobre o parapeito da fonte não percebeu a brisa agradável tomar proporções de ventos mais fortes. Quando ela se deu por conta, o vento havia perdido o seu toque de frescor e anunciava uma estranha tempestade. Assustada ela olhava as suas voltas as flores sendo arrancadas doo caule das plantas, as folhas ainda verdes também serem tragadas pela ventania que se formava, a agua da fonte já não jorrava de maneira comum, como se estivesse engasgando para sair com dificuldade, e, a própria agia da fonte se movia em pequenos torvelinhos de coloração turva.

Marina se assustou com aquilo, porém, ela estava estática, buscando meios para vencer aquela paralisia e reagir. Porém, não deixava de cogitar em seu intimo:

O que acontece aqui?
Isso não é natural? São forças mágicas...
Será que Irvy está a me testar pela minha insolência?

A jovem aprendiza percebeu quando o tomo de magia lhe foi arrancado das mãos pela força do vento, mesmo havendo ela tentado mantê-lo pressionado junto ao corpo. Marina tentou se agachar em direção ao local onde o livro havia caído, mas o livro deslizou por alguns metros até se abrir. Nesse momento, ela presenciou algo surpreendente, uma a uma das páginas foram arrancadas, perfeitamente, para em seguida, subirem aos céus em movimentos circulares.

No céu, Marina assistia a um estranho e gigantesco redemoinho de nuvens escuras a se movimentar.

Ela sabia que algo estava prestes a acontecer, algo catastrófico!

Marina olhava para o palacete, e conseguia ver e ouvir as janelas e portas se baterem com a força do vento até se quebrarem, e, não conseguiu perceber a presença de nenhum dos habituais servos que cuidavam da limpeza e da organização do lugar. Ela gritava clamando por auxilio, entretanto, o seu grito parecia emudecido, distante e sem sentido.

Pequenos pedaços de galhos e folhas das árvores se tornaram lâminas, e eles vinham de encontro à pele macia e alva da jovem, que facilmente era cortada. Marina tentou de alguma forma se defender por meio de magias, mas algo acontecia bloqueando as suas forças e inibindo para que ela fizesse uso de um poder arcano.

Foi então que Marina percebeu uma voz, um som inconfundível que reconheceria a qualquer tempo, e muito além da cacofonia amestrada por aquelas agourentas forças da natureza. Ela viu nitidamente as feições de Irvy, todavia, não a convencional que um dia conheceu ao lado do Pai, Jammes Casneffous, que tenha lhe criado e a doutrinado nos caminhos da magia... Era uma jovem, que talvez não houvesse sonhado algum dia ser o que era hoje, a Senhora do Imersível Atroz, ou em ser a Lady Casneffous. Distintivamente, aquela ela alguém que trazia consigo um aspecto gentil, amistoso e de uma mãe zelosa (sem sombra de dúvidas, algo ansiado no fundo do coração da herdeira dos Casneffous):

Ilustração por Fernanda Suarez.
Irvy, a mãe e mestra de Marina, que
de alguma forma lhe surgiu em sonhos
para instruí-la em magias a cerca de
um inimigo perigoso e desconhecido.
Filha, cuidado em teus caminhos.
Tenha a convicção e a predisposição naquilo que almeja, pois, sei que fará o melhor.

Muita atenção quanto, ao teu inimigo que espreitará a todo instante os seus caminhos por meio de vias sombrias e escuras.

Pois, ele se fará forte sobre as suas fraquezas.

Ele atacará você e a quem mais estiver consigo,
Fazendo de seus companheiros possíveis armas,
Para se sobressair no combate.

Eis a única forma que posso intervir para o êxito de sua missão.

Nesse momento, um poderoso feixe luminoso desce do olho do furação que estava sobre Marina, a elevando a alguns metros de altura do chão. Ela sente como se a sua mente estivesse sendo aberta, sem qualquer dor,, contudo, um sensação agoniante de invasão, e tocada internamente em movimentos ligeiros e sutis por incontáveis dedos, enquanto verbetes mágicos lhes são proferidos diretamente, e pequenos signos mágicos surgem e desaparecem como fagulhas de luzes.


O SONHO DE MALLORY

Grover e Delvin haviam aceitado em fazer um serviço para um dos membros da guilda de magos de Nova Jerusalém, e, este serviço consistia em adentrar a casa de um mercador, que recentemente havia retornado de uma viagem e falecido logo em seguida por causas desconhecidas, o fato é que, como este mercador havia sido contratado para trazer para o mago do local em que ele havia viajado um item, não teve nem ele tempo para entregar as suas encomendas, a morte lhe veio muito antes, e, sendo assim, devido a uma série de eventos, os materiais adquiridos pelo mercador ficaram retidos em sua casa sob a guarda da família e outros, portanto, cabia aos dois ladinos roubar o item que pertence ao mago, um pequeno baú.

Esse baú estaria lacrado, e de nenhuma forma deveria ser destrancado, sendo devidamente entregue intacto ao contratante, pois, ele informou não se responsabilizar por quaisquer dos eventuais danos, assim, como não pagaria pelo meio serviço.

Delvin estava em um quarto amplo do tal mercador, ele e Grover, que estava ao lado em um espaço menor, procuravam pelo tal pequeno baú que deveria conter alguns desenhos em sua estrutura mencionados pelo mago.

O halfling averiguava item por item na busca do tal objeto, até inclusive achando algumas moedas de ouro dispostas por esquecimento e felicidade alheia, em gavetas, Ele não pensava duas vezes sobre em levar todas elas, uma vez que, o dono já estava morto, e a melhor herança para os seus familiares era a casa e um monte de bugigangas (a maioria, coisas que não tinham serventia para ele ou que não poderiam ser transformada brevemente em moedas).

Ao longe ele ouvia, de maneira bem sutil, Grover também fazendo a sua procura.

A casa estava tão silenciosa que Delvin conseguia ouvir o som do seu próprio estomago sinalizando que em muito em breve fará barulhos ainda maiores caso não seja atendidas as suas solicitações... O pequeno sagaz, também conseguia ouvir Grover tirando e recolando coisas nos lugares, e, pelo som, eram livros e caixas diversas. O tutor sempre dava uma olhada rápida para ver se estava tudo bem e se tinha encontrado algo... E, em seu pensamento sempre incorria:

Grover tem essas manias de velho, putz...
Não vou coloca-lo numa fria, e mito menos Eu, chefia.
Tô animado, tô com fome e doido pra terminar logo isso.

Ilustração do Artastrophe.
Grover Mallory, o mestre de Delvin,
que em sonhos lhe informou sobre um
possível perigo. para logo.
Nenhum barulho na casa até então, e o serviço seguia tranquilamente.

Os dois ladinos passaram horas antes analisando o entra e sai das pessoas na residência dos familiares do mercador, dentre elas o mago contratante, que havia mencionado a Grover que iria tentar mais uma vez requerer o item que comprou, mesmo sabendo que não funcionaria tal tática de persuasão.

Delvin começou ter uma sensação ruim naquela casa, mas não sabia dizer ao certo do que se tratava, ele então resolveu parar de procurar e foi ao encontro de Mallory, não o achou no lugar que havia lhe visto pela última vez. O halfling olhava com suspeita aflição para todos os lados naqueles cômodos, e não conseguia ver nada, a luz, por sua vez, parecia ficar ainda mais fraca como se estivesse sendo absorvida pela escuridão.

Ele tentou fazer um som de forma que chamasse a atenção de seu mestre, mas nada, pois, estranhamente, nem Delvin havia conseguido perceber o som que havia feito. Ele, então resolveu chamar um pouco mais alto por Grover, e, o mesmo ocorreu. Ele já não ouvia nada!!! O Silêncio era total!!! Ele correu para uma pequena janela embaçada no fundo do cômodo, mas a mesma estava emperrada, ele tentou abri-la, e sem sucesso!

Ele começou a entrar em estado de pânico em meio aquele breu e funesto silêncio, pois, não conseguia ouvir a nada. As coisas que estavam naquele quarto pareciam estar apodrecendo, e, de tal forma que os seus olhos lacrimejavam. Logo, o lugar que parecia ser um pouco grande, parecia gradativamente encolher, as paredes pareciam andar como se estivessem vivas e sendo comprimidas.

E o estado de tensão de Delvin somente aumentou ao perceber o movimento de sombra de criaturas um pouco maiores do que ele, esgueirando-se pelos cantos. Ele tentou se esconder, e se esquivar de golpes advindos das sombras, porém, foi inevitável não ser atingido por uma caixa que o derrubou ao chão, fazendo com que as suas moedas voassem pelo ar. Ele viu quando mãos sombrias tentaram apanhar as suas moedas, e, subitamente, saltou para tentar pegar o máximo delas.

Ele percebeu na face das sombras sorrisos macabros, e, o odor de carne queimando... O chão aos seus pés estava queimando, o lugar agora todo estava aquecendo rapidamente!!!

Delvin! Escuta-me, aqui ó...
Na mão! Na sua mão...

Meio inconsciente pelo calor que se sucedera o haçfling, percebeu que a voz de Grover vinha de sua mãe, de fato, da única moeda que ele havia pegado quando saltou no ar. Ela trazia cunhada a face de Grover que se mexia enquanto falava a ele:

Você sem querer abriu a caixa naquele dia, e viemos todos parar nessa panela...

Antes fosse, Sagaz... Cuidado com o inimigo que age nas sombras,
Ele, é ainda mais traiçoeiro do que todos que já conheci.
Ele vai colocar cada um de vocês em lados opostos,
E, o mais importante, vai atacar por suas fraquezas.

Delvin tinha certeza que estava sendo cozinhado por alguém, e, o mais importante, ele sabia que o cheiro não era agradável... Então, halfling na panela, nem pensar.

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